quinta-feira, novembro 07, 2002

Continuação do texto anterior - Maria de Nazaré

Maria dirige-se ao filho com uma doce repreensão : ---Por que nos deixaste aflitos à tua procura?
--- Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me com as coisas de meu Pai?
Jesus exibe aí de modo inequívoco o sentido e caráter de sua missão.
Após a famosa apresentação de Jesus ao Templo, Maria recebe a visita de sua prima Isabel com o filho João, conhecido mais tarde como João Batista, em sua casinha pobre de Nazaré.
Humberto de Campos, nosso querido irmão X, no livro Boa Nova, recebido pela psicografia de Chico Xavier, conta-nos o expressivo diálogo entre as duas primas, que se revelam perfeitamente preparadas para a sublime tarefa a cada uma destinada. Isabel confessa- se impressionada com o temperamento de João, dado às mais fundas meditações, apesar da pouca idade. E Maria também
fala do filho, do seu caráter, de seu coração generoso, de sua comunhão com Deus, dizendo que, a seu ver, aquelas duas crianças
trariam para a Humanidade a luz divina de um novo caminho.
Que de apreensões, de receios, de temores, de angústias não torturavam aqueles dois corações maternos, apesar da crença que os sustentava!
E, continua o irmão X, Maria conta à prima a atuação de Jesus no Templo de Jerusalém, as advertências de Eleazar, a quem manifesta seus receios, dele recebendo a promessa de interessar-se pela sorte do rapaz.Todavia, seus receios se multiplicam, pois, regressando a Nazaré, Jesus, embora conhecendo as belas promessas dos sacerdotes, prefere trabalhar na oficina de José, onde, todos os dias, alegremente, empunha o martelo e a enxó.
Os Evangelhos só voltam a falar de Jesus quando ele já tinha atingido a idade de 30 anos. A esta altura, João Batista anda a percorrer todo o vale do Jordão com uma mensagem preparatória : convoca o povo a fazer a purificação através do batismo, pois é iminente a chegada do Messias.
O que teria feito Jesus dos 13 aos 30 anos de idade? Como viveu, trabalhou e estudou até a sua aparição na vida pública? Há quem diga que esteve entre os essênios, no Egito, na Índia, no Tibet, mas é mais provável que tenha permanecido com sua família na pequena cidade de Nazaré.
Segundo S. Asch, Jesus permaneceu em Nazaré, tendo, aos catorze anos, com a morte de José e como filho mais velho, ficado com os encargos de sustentar a família. Substituía o pai na oficina e no ofício e ajudava sua mãe a criar os irmãos para que se tornassem homens de bem.
Os filhos mais novos de Maria casaram cedo e viviam com suas esposas. Somente Jesus e Maria ficaram na pequena casa da colina.
Quinze anos transcorridos, Jesus, agora com 29 anos, leva vida simples. Cuida de suas obrigações, trabalha durante horas na oficina, observa as leis dos rabinos, pratica a caridade, acolhe todos com a melhor boa vontade.
O povo comum, os artífices e trabalhadores do campo, com os quais está sempre em contato, tributam-lhe o maior respeito, pois Jesus lhes ensina a Tora, mostrando-lhes como se deve viver para se ter a sensação da proximidade de Deus. Adora as crianças. Estranham-lhe, porém, o celibato já que o comum é o casamento aos 18 anos.
Assim, Jesus e Maria permanecem, dedicados um ao outro, ambos sempre atentos e amorosos.
A Nazaré chegam as notícias das pregações de João Batista --- um homem, egresso do deserto, vestido com um manto de pelo de camelo e com um cinto de couro amarrado à cintura, postado às margens do Jordão, chamando todos para o batismo. Uma multidão de homens e mulheres, oriundos dos mais diversos pontos da região, deslocam-se para lá. Entre eles, Jesus de Nazaré.
Depois do batismo, retira-se Jesus para o deserto, onde fica quarenta dias e quarenta noites.
De volta do deserto, começa sua missão salvadora. Deixa Nazaré, vai morar em Cafarnaum e sai a pregar por toda a Galiléia, acompanhado pelos seus discípulos.
Maria fica só. É preciso que seu filho cumpra sua missão. Encontram-se nas bodas de Caná, quando Jesus, a seu pedido, transforma água em vinho para a cerimônia, tirando o noivo de uma situação vexatória.
Maria acompanha de longe os passos de seu filho amado.
A fama de Jesus propala-se até a Síria. De todos os lugares - Decápolis, Jerusalém, Judéia, Transjordânia, acorre gente a procurá-lo. Enormes multidões o seguem : doentes, lunáticos, cegos, paralíticos.
Durante suas andanças pela estradas da Galiléia, Jesus ensina o amor, a caridade, a humildade. Reinterpreta as leis, resumindo-as no "Amai-vos uns aos outros", atraindo com isso a antipatia dos fariseus.

Mais outro módulo. Missão cumprida. Até amanhã com mais história de Maria e seu filho Jesus.

Que estejamos aprendendo e que possamos espalhar esses ensinamentos sempre.

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