segunda-feira, junho 16, 2003

Boa-noite! Que a paz de Deus esteja com todos.

Vamos voltar hoje a um tema já exposto aqui, talvez, mais de uma vez - Doação de órgãos . Muito se tem falado sobre o assunto, mas é conveniente que temas como este sejam analisados por diferentes cabeças, sob diferentes ângulos e enfoques. Nosso irmão Felinto dará sua contribuição com seu artigo

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
FELINTO ELÍZIO DUARTE CAMPELO

A ciência e a tecnologia têm alcançado um desenvolvimento marcante a partir do século XX.
A medicina, em particular, vem operando verdadeiros “milagres” na arte de curar, minorar sofrimentos, erradicar endemias, salvar vidas.
Vive-se, desde então, a era dos transplantes, o que vem suscitando polêmicas de ordem legal, moral e religiosa quanto à questão de doação de órgãos.
Há poucos dias, fui interpelado por um familiar interessado em conhecer a posição do Espiritismo ante a problemática cessão de parte do próprio corpo em vida ou morto.
Não foi das melhores a escolha de minha pessoa para esclarecimento do controvertido tema tão em moda. Não tenho conhecimentos aprofundados que me autorizem falar em nome da Doutrina Espírita.
Dou, entretanto, a minha opinião, sem comprometimento da Doutrina.
Antes, porém, faz-se necessário mostrar, ainda que em leves pinceladas, o que é o Espiritismo.
A Doutrina dos Espíritos é um gigantesco monumento erguido sob a égide de Jesus e sustentado por três colossais pilares -- CIÊNCIA, FILOSOFIA, RELIGIÃO.
Como Ciência, estuda e aplica as leis que regem o mundo material, o plano espiritual e a comunicabilidade entre os dois através da mediunidade. Sua essência está nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos, pesquisando os fenômenos paranormais por meio de métodos próprios e adequados ao que se propõe investigar.
Em seu aspecto filosófico, a Doutrina examina o princípio e as causas e define o porquê das coisas, da vida, da morte, da reencarnação. Interpreta a natureza dos fenômenos da concepção do mundo e de toda a realidade em consonância com as novas descobertas científicas.
O seu conteúdo religioso, calcado na moral evangélica, é a revivescência do primitivo cristianismo -- simples, puro, adogmático -- é um repositório de fé e de esperança. Conforta, orienta, ilumina. É a conseqüência das conclusões filosóficas fundamentadas nas provas da sobrevivência humana após a morte.
O Espiritismo não é doutrina estanque e sim dinâmica, anda de braços dados com a ciência, acompanhando suas descobertas, suas conquistas, seus progressos; “É uma Doutrina de amor baseada no Evangelho e na Ciência” cujo lema “Fora da caridade não há salvação” dá-lhe uma conotação abrangente, fraterna, cristã.
Entendo, pois, que a doação de órgãos é um ato de amor, de desprendimento, de fraternidade e de caridade.
Mister se faz, contudo, que haja uma ampla divulgação e preparação psicológica, espiritual e religiosa do futuro doador para que, em seu novo estado de desencarnado, seu espírito não venha experimentar as sensações de mutilação.
Devidamente conscientizado, ao despertar no outro lado da vida, após o decesso físico, o Espírito de um doador de órgãos sentir-se-á feliz em saber que suas córneas, que inevitavelmente seriam tragadas pelos vermes na sepultura, hoje dão a oportunidade da visão a irmãos que tateavam na escuridão, atormentados pela cegueira. Regozijar-se-á ao sentir que o seu coração agora palpita em outro peito, proporcionando novas perspectivas a quem sofria de males cardíacos. Alegrar-se-á, sem dúvida, em constatar que seus rins, ora transplantados, livram outras pessoas das incômodas hemodiálises assegurando-lhes uma vida normal.
No meu entendimento, e é uma opinião muito íntima, doar-se de corpo e alma, em vida ou depois de falecido, em benefício do próximo é ser cristão, é ser abençoado discípulo de Jesus. Um espírita sincero e consciente não terá escrúpulo de ceder ao seu semelhante os órgãos que um dia voltarão ao pó da terra.

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Quer saber?

Por que não há batismo na Casa Espírita?

Para entender por que não há batizados no Espiritismo, temos que compreender o significado deste ritual nas religiões que o praticam.O costume de batizar (mergulhar) tem origens anteriores ao Cristianismo. Diferentes seitas da Antiguidade tinham o hábito dessas imersões “purificadoras” cujo objetivo era preparar seus adeptos, como um ritual de iniciação para cultuar suas divindades.
O batismo, após o Cristianismo, continuou sendo uma prática simbólica do arrependimento dos pecados e, no seu princípio, era aplicado em adultos, pois eles é que poderiam analisar o certo e o errado e se arrependerem.
Com a Codificação da Doutrina dos Espíritos, alicerçada na fé raciocinada, todos os rituais, dogmas, sacramentos, simbolismos perderam o sentido, pois apenas demonstravam práticas exteriores, não havendo necessária mudança interior de cada indivíduo.
Todos nós somos espíritos reencarnantes na terra, com muitos erros e acertos em encarnações anteriores. A maneira pela qual podemos demonstrar a adoração a Deus em “Espírito e Verdade”, como dizia Jesus, é procurar conhecer as leis Divinas e verificar se estamos de acordo com elas.
Se não estivermos, devemos modificar nossos atos e pensamentos, resgatando débitos com resignação, renovando a nossa maneira de agir.

"Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria."

Emmanuel - Francisco Cândido Xavier. Do livro "Segue-me".

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Despeço-me hoje com este lindo conselho útil a todos nós.

PERSEVERE

"Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamento, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais esta prova em sua vida.

Quando escapar de um acidente grave, não fique pensando no trauma que ele causou, mas no milagre que o ajudou a sair ileso.

Quando saíres de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na bênção de Deus que permitiu a cura.

Leva na memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram no meio das dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade em vencer as provas e lhe darão confiança na presença divina, que nos auxilia em qualquer situação, em qualquer tempo, diante de qualquer obstáculo".

Chico Xavier