quarta-feira, fevereiro 15, 2012

REFLEXÕES       Bernardo Cid

AOS QUE TÊM CAPACIDADE DE DOAR

          Uma necessidade de falar no assunto, de comentar o caso, de agradecer alto e bom som a generosa  e anônima  doação  de que fui alvo. Assim é que me sinto dois  meses depois de ter recebido um transplante de córnea e já tendo feito o hábito de tornar  minha prece noturna numa fonte de bênçãos ao meu doador.
         Isso me faz pensar numa conversa que tive em meus primeiros anos de blog com meu irmão de sangue e de fé - Felinto Elysio  - sobre o  tema Doação de Órgãos e como a doutrina espírita se posiciona a tal respeito.
            Segue a opinião de meu irmão em forma de artigo que, na ocasião, ele veio a produzir:

DOAÇÃO   DE  ÓRGÂOS
          
            A ciência e a tecnologia têm alcançado um desenvolvimento marcante a partir do século XX. A medicina, em particular, vem operando verdadeiros “milagres” na arte de curar, minorar sofrimentos, erradicar endemias, salvar vidas.
Vive-se, desde então, a era dos transplantes, o que vem suscitando polêmicas de ordem legal, moral e religiosa quanto à questão de doação de órgãos.
         Há poucos dias, fui interpelado por um familiar interessado em conhecer a posição do Espiritismo ante a problemática cessão de parte do próprio corpo em vida ou morto.
            Não foi das melhores a escolha de minha pessoa para esclarecimento do controvertido tema tão em moda. Não tenho conhecimentos aprofundados que me autorizem falar em nome da Doutrina Espírita. Dou, entretanto, a minha opinião, sem comprometimento da Doutrina.
                Antes, porém, faz-se necessário mostrar, ainda que em leves pinceladas, o que é o Espiritismo.
           A Doutrina dos Espíritos é um gigantesco monumento erguido sob a égide de Jesus e sustentado por três colossais pilares : CIÊNCIA, FILOSOFIA, RELIGIÃO.
            Como Ciência, estuda e aplica as leis que regem o mundo material, o plano espiritual e a comunicabilidade entre os dois através da mediunidade. Sua essência está nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos, pesquisando os fenômenos paranormais por meio de métodos próprios e adequados ao que se propõe investigar.
          Em seu aspecto filosófico, a Doutrina examina o princípio e as causas e define o porquê das coisas, da vida, da morte, da reencarnação. Interpreta a natureza dos fenômenos da concepção do mundo e de toda a realidade em consonância com as novas descobertas científicas.
         O seu conteúdo religioso, calcado na moral evangélica, é a revivescência do primitivo cristianismo simples, puro, adogmático,  um repositório de fé e de esperança. Conforta, orienta, ilumina. É a consequência das conclusões filosóficas fundamentadas nas provas da sobrevivência humana após a morte.
         O Espiritismo não é doutrina estanque e sim dinâmica; anda de braços dados com a ciência, acompanhando suas descobertas, suas conquistas, seus progressos; e “É uma Doutrina de amor baseada no Evangelho e na Ciência”, cujo lema “Fora da caridade não há salvação” dá-lhe uma conotação abrangente, fraterna, cristã.
           Entendo, pois, que a doação de órgãos é um ato de amor, de desprendimento, de fraternidade e de caridade.
Mister se faz, contudo, que haja uma ampla divulgação e preparação psicológica, espiritual e religiosa do futuro doador para que, em seu novo estado de desencarnado, seu Espírito não venha experimentar as sensações de mutilação.
          Devidamente conscientizado, ao despertar no outro lado da vida, após o decesso físico, o Espírito de um doador de órgãos sentir-se-á feliz em saber que suas córneas, que inevitavelmente seriam tragadas pelos vermes na sepultura, hoje dão a oportunidade da visão a irmãos que tateavam na escuridão, atormentados pela cegueira. Regozijar-se-á ao sentir que o seu coração agora palpita em outro peito proporcionando novas perspectivas a quem sofria de males cardíacos. Alegrar-se-á, sem dúvida, em constatar que seus rins, ora transplantados, livram outras pessoas das incômodas hemodiálises, assegurando-lhes uma vida normal.
          No meu entendimento, e é uma opinião muito íntima, doar-se de corpo e alma, em vida ou depois de falecido, em benefício do próximo é ser cristão, é ser abençoado discípulo de Jesus. Um espírita sincero e consciente não terá escrúpulo de ceder ao seu semelhante os órgãos que um dia voltarão ao pó da terra. 

 FELI NTO ELÍZIO DUARTE CAMPELO
 felintoelizio@gmail.com
De O CONSOLADOR, seção de Crônicas e Artigos (Revista eletrônica semanal , Ano 5,  nº 241)

          A esta altura, tratemos de encerrar  a leitura do livro Nosso lar , de André Luiz,  segundo a orientação da Dra. Marlene  Nobre que nos garante uma conclusão bastante rica.

Capítulo 47 – A volta de Laura
1) – Vida social na colônia espiritual: visitas, despedida de amigos.
2) – Departamento de contas: levantamento de bônus-hora.
3) – Preparação para a reencarnação: temor do fracasso.
4) – Pensar nas probabilidades de êxito. Não alimentar idéias negativas.
5) Cuidados com o futuro corpo biológico.

Capítulo 48 – Culto familiar
1) – Globo cristalino que permite a comunicação dos encarnados. Como é viver entre dois mundos.
2) – O cultivo do mundo familiar. Canções e instrumentos que exprimem amor. Toda família retorna ao mundo corporal.
3) – O perigo das facilidades materiais.
4) – André Luiz conquistou o direito de visitar a família, através do trabalho.

Capítulo 49 – Regressando à casa
1) – Cuidados que se deve ter com AA vinculações e desvinculações afetivas.
2) – Amor conjugal x desprendimento.
3) – Os difíceis testemunhos do amor universal.
4) – Sofrimentos que são pontos de partida para mais evolução.
5) – Colocar-se no lugar dos outros e praticar a misericórdia.

Capítulo 50 – Cidadão de Nosso Lar  
1) – Amor, alimento das almas.
2) – Nas decisões, buscar os exemplos das grandes almas.
3) – Nas vinculações e nas desvinculações afetivas, é preciso amor despido de egoísmo.
4) – Apelo aos amigos por meio da prece.
5) – Espíritos da Natureza.
6) – Prêmio pelo dever cumprido.

          Estamos abertos a perguntas pertinentes ao assunto estudado para um perfeito aproveitamento da matéria. Restam agora referências  a esse conteúdo, material que será liberado a partir do post vindouro.


Conselhos de final de encontro:
“Peça a Deus por sua transformação moral, mas tome a iniciativa de se melhorar.
Peça esperança, mas livre-se do pessimismo.
Peça humildade, mas lute contra o orgulho
Peça paciência, mas descarte a cólera.
Peça coragem, mas fortaleça o ânimo.
Peça fé, mas acredite em si mesmo”
                                                            De “Vivendo o Evangelho” ( Vol,II),
                                                             Psicografia de Antônio Baduy Filho