domingo, abril 26, 2009

COMO UMA PRECE

PARIS Óleo sobre tela Antônio Ribeiro


COMO UMA PRECE

Com muito fervor no coração, peçamos a Deus que nos faça capazes de atingir uma transformação íntima, uma renovação interna, sem o que jamais chegaremos a evoluir espiritualmente.
Dos desafios que recebemos na vida, há um de grande significado – o da auto - aceitação. Como afirma o iluminado espírito de Hammed, “...não somos o que os outros pensam e, muitas vezes, nem mesmo o que pensamos ser; mas somos, verdadeiramente, o que sentimos. Aliás, os sentimentos revelam nosso desempenho no passado, nossa atuação no presente e nossa potencialidade no futuro.”
Quando nos aceitamos como somos, desaparece qualquer sentimento de dependência e conseguimos nos relacionar com os outros, respeitando o modo de ser de cada um e salvaguardando o nosso.
Livres desses vínculos, conscientes de nossas responsabilidades, constatamos que há inúmeras formas de ajudarmos os que se encontram em sofrimento e agonia, inúmeros meios de irmos ao encontro das necessidades materiais e emocionais dos desvalidos, apostando em suas reservas internas, tentando passar aos que têm condições de produzir algo de útil, os meios para se reerguerem e passarem a se suprir do básico que a vida exige.
Não é uma tarefa fácil, é um trabalho que exige paciência, dedicação e muita capacidade de luta, mas é uma maneira eficaz de valorizar o potencial de muitas dessas criaturas que se veem tomadas pelo desespero e pela desesperança.
Há muitas organizações espíritas que pautam sua atuação de ajuda aos necessitados por essa linha de conduta e conseguem resultados positivos. Com persistente dedicação, acodem, dão assistência material e espiritual e livram do desatino muitas famílias à beira do desespero.
Os que se aprimoram nesse exercício assistencial merecem a atenção de todos nós em forma de orações constantes.
Voltemos, então, ao tom de prece do início dessas ponderações, rogando ao Pai que lhes dê força e estímulo para perseverarem na luta contra a desvalia e a desesperança, em prol da vida valorizada pela fé, pelo trabalho honrado e pelo amor ao próximo


Para complementar, reflexões pertinentes. Emmanuel nos alerta:

“Não estamos no mundo para aniquilar o que é imperfeito, mas para completar o que se encontra inacabado”.

“O Senhor nunca nos solicitou o impossível e nunca exigiu da criatura falível espetáculos de grandeza compulsória.”

“Não nos é facultado corrigir todos os erros e extinguir todas as aflições que campeiam nas trilhas da existência, mas todos podemos atravessar o cotidiano, melhorando a vida e dignificando-a, em nós e em torno de nós”.