sábado, novembro 16, 2002

Rapidinha a visita de hoje. Estou com pouco tempo, mas não quero fazer intervalos grandes em nossos contatos. Queria só saber se vocês curtiram a história de Maria de Nazaré. Imprimindo os módulos de baixo para cima, vocês terão o trabalho completo para relerem ou lerem para um filho, um grupo de crianças, de adolescentes ou de adultos. Todos, provavelmente, vão gostar de conhecer ou repassar história tão dignificante.
Vou deixar hoje com vocês alguns conselhos de um espírito iluminado que nos alerta sobre procedimentos que devemos seguir em determinadas situações de nossa rotina diária. Vejamos o que nos sugere o espírito de André Luiz, pelo médium Chico Xavier, quando fala da caridade do dever.
" De quando em quando, troquemos os grandes conceitos de caridade pelos atos miúdos que lhe confirmem a existência. Não apenas os fatos de elevado alcance e os gestos heróicos dignos da imprensa. Beneficência no cotidiano :
- Não empurrar os outros na condução coletiva.
- Reprimir o impulso de irritação e falar normalmente com as pessoas que nada têm a ver com nossos problemas.
- Aturar sem tiques de impaciência a conversa do amigo que ainda não aprendeu a sintetizar.
- Ouvir, qual se fosse a primeira vez, um caso recontado pelo vizinho em lapso de memória.
- Poupar o trabalho de auxiliares e cooperadores, organizando anotações prévias de tarefas.
- Respeitar o direito do próximo sem exigir de ninguém virtudes que não possuímos.
Todos pregamos reformas salvadoras. Sejamos prudentes para não nos fixarmos inutilmente nos dísticos de fachada. Edificação social, no fundo, é caridade e caridade vem de dentro.

Do livro "Apostilas da Vida" - Editora IDE


É só por hoje. Prometo uma linda parábola para o póximo post, presente de uma amiga querida. Até mais, com muita alegria.

quarta-feira, novembro 13, 2002

Último módulo do texto Maria de Nazaré


Em Éfeso, as idéias cristãs ganham terreno e a casa de João transforma-se num pouso e refúgio aos desamparados, onde o Evangelho é ensinado e a memória do Messias, cultuada. Maravilhosas assembléias ali se realizam, muitas vezes até altas horas da noite.
João prega na cidade e Maria atende em casa aos que a procuram, distribuindo consolação e paz .Sua choupana logo fica conhecida como a casa da Santíssima. É que, em certa ocasião, um leproso, aliviado em suas dores, beija-lhe as mãos dizendo: - Senhora, és a mãe de nosso Mestre e a nossa Mãe Santíssima.
Emmanuel nos diz em“Paulo e Estêvão”, também psicografado por Chico Xavier, que o apóstolo Paulo, ao visitar Éfeso,vai até a casa da mãe de Jesus. Interessando-se pelas narrativas de Maria a respeito da noite do nascimento de Jesus, Paulo promete voltar a fim de recolher elementos para escrever o Evangelho. Maria adere alegremente à idéia, pondo-se à disposição do apóstolo.
Numa outra viagem, Paulo passa por Éfeso. Agora, é a própria Maria, já avançada em idade, que vai, com João, a seu encontro. Mais tarde, o apóstolo é preso e passa dois anos em Cesaréia. Fala a Lucas sobre seu projeto de escrever o Evangelho de Jesus baseado nas informações de Maria e o incumbe desse trabalho. Lucas se dedica à tarefa, legando-nos o precioso relato da vida de Jesus.
Certo dia, relata-nos o irmão X, Maria encontra-se sozinha em casa, quando um pedinte lhe chega à porta, exclamando : - Minha Mãe, venho fazer-te companhia e receber tua bênção.
Generosa como sempre, Maria convida-o a entrar. O mendigo começa a falar, confortando-a carinhosamente. Quem seria aquele que nada pedia, mas oferecia conforto? Onde teria ouvido aquela voz? Estendendo-lhe as mãos, o mendigo fala : - Minha mãe, vem aos meus braços!
Maria vê-lhe as chagas. Olha seus pés. Atira-se em seus braços .Quer ajoelhar-se. É Ele quem se ajoelha, osculando-lhe as mãos a dizer : Sim, minha mãe, sou eu... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos!
No dia seguinte, João assiste Maria em seus últimos instantes. Já não fala. Expressiva serenidade cobre-lhe o rosto e, nesse estado, permanece por longas horas.
Finalmente, liberta-se do vaso físico. Seu filho já não está ali. Saudada por majestosa caravana espiritual, é conduzida ao reino de Jesus. Antes, porém, de chegar a seu destino, quer rever a Galiléia, os pontos palmilhados por seu filho, os lugares . tingidos pelo sangue de seu sofrimento. Em seguida, quer passar pelos cárceres sombrios de Roma, repletos de discípulos do Mestre que aguardam a morte. Acercando-se de uma jovem encarcerada, murmura-lhe ao ouvido: - Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo! Convertamos nossas dores da Terra em alegrias para o Céu.
Só então, vai ao encontro do Filho amado.
Volta Maria à Pátria do Espírito? Onde habitará? O que fará nas altiplanuras criatura tão sublime?
Através da obra mediúnica “Memórias de um Suicida”, Camilo Castelo Branco, pela psicografia de Yvonne Pereira, nos dá notícia da notável e completa assistência aos suicidas em profundo sofrimento no Além, serviço este prestado pela Legião dos Servos de Maria, chefiado por esse ser angélico que teve a honrosa missão de ser a mãe do Redentor.
Nessa obra, há referências ao Departamento Hospitalar, onde os suicidas recompõem o perispírito; e à Cidade Universitária, que abriga os pacientes com alta naquele Departamento e que se encontrem aptas a fim de se prepararem para a reabilitação indispensável .
Segundo o Irmão Sóstenes, diretor da Cidade Universitária, esta é criação da própria Mãe de Jesus, sob seu beneplácito. Em outra parte da obra, Irmão Sóstenes apresenta a seus aprendizes um novo Instrutor, Aníbal, preparado para tal tarefa, através de séculos de abnegação e de amor, dizendo que, um dia, ordem direta há descido das altas esferas de
luz : - Vai, Anibal, e dá dos teus labores à Legião de minha Mãe.
Luiz Sérgio, em “Driblando a Dor”, também se refere aos Lanceiros de Maria que cuidam com desvelo e carinho de espíritos suicidas; e em “Chama Eterna”, alude à Faculdade de Maria, onde belos e importantes ensinamentos são eficientemente ministrados - duas obras psicografadas por Irene Pacheco Machado.
Eis aí um pálido retrato de Maria. Para dar-lhe um pouco de cor e brilho, há o recurso da bela poesia de Maria Dolores - ”Retrato de Mãe”, inserida no livro “Momentos de Ouro”, psicografado por Chico Xavier. Nela, a autora descreve a assistência maternal prestada a Judas, encontrado cego e solitário em região umbralina, muito tempo depois da crucificação de Jesus. Ao dialogar com o suicida, que se mostra preso a terrível remorso, a Benfeitora Maria convence-o a reencarnar-se, argumentando com profundo amor :

“Amo-te, filho meu, e quero
Ver-te de novo a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
Perderás pouco a pouco o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento
Numa nova existência de esperança.
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...
E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desgarra de pesadelo atroz,
Perguntou : - Quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina mulher, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz!...
No entanto, ela ao fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente :
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus.”

Aí está o retrato real de Maria, Mãe de Amor, Mãe de Misericórdia, Maria - a Rosa Mística de Nazaré. Que ela ampare todos à Sua volta, encarnados e desencarnados , velando por todas as mães do mundo – mães felizes, mães despreocupadas, mães sacrificadas, mães tristes, mães saudosas – para que estejam sempre presentes na vida de seus filhos, subindo com eles ao Gólgota se assim for necessário, mas mantendo sempre acesa no coração, a chama da fé em Deus – e pela mãezinhas invigilantes e desavisadas que não percebem a sublime missão para a qual estão convocadas afim de que, em tempo, reflitam e passem a guiar seus filhos, almas em recomeço, pelas sendas benditas do amor e da redenção.


Chegamos ao fim do texto. Espero ter correspondido à expectativa de vocês.
Muita paz para todos e até o próximo post.