quarta-feira, novembro 13, 2002

Último módulo do texto Maria de Nazaré


Em Éfeso, as idéias cristãs ganham terreno e a casa de João transforma-se num pouso e refúgio aos desamparados, onde o Evangelho é ensinado e a memória do Messias, cultuada. Maravilhosas assembléias ali se realizam, muitas vezes até altas horas da noite.
João prega na cidade e Maria atende em casa aos que a procuram, distribuindo consolação e paz .Sua choupana logo fica conhecida como a casa da Santíssima. É que, em certa ocasião, um leproso, aliviado em suas dores, beija-lhe as mãos dizendo: - Senhora, és a mãe de nosso Mestre e a nossa Mãe Santíssima.
Emmanuel nos diz em“Paulo e Estêvão”, também psicografado por Chico Xavier, que o apóstolo Paulo, ao visitar Éfeso,vai até a casa da mãe de Jesus. Interessando-se pelas narrativas de Maria a respeito da noite do nascimento de Jesus, Paulo promete voltar a fim de recolher elementos para escrever o Evangelho. Maria adere alegremente à idéia, pondo-se à disposição do apóstolo.
Numa outra viagem, Paulo passa por Éfeso. Agora, é a própria Maria, já avançada em idade, que vai, com João, a seu encontro. Mais tarde, o apóstolo é preso e passa dois anos em Cesaréia. Fala a Lucas sobre seu projeto de escrever o Evangelho de Jesus baseado nas informações de Maria e o incumbe desse trabalho. Lucas se dedica à tarefa, legando-nos o precioso relato da vida de Jesus.
Certo dia, relata-nos o irmão X, Maria encontra-se sozinha em casa, quando um pedinte lhe chega à porta, exclamando : - Minha Mãe, venho fazer-te companhia e receber tua bênção.
Generosa como sempre, Maria convida-o a entrar. O mendigo começa a falar, confortando-a carinhosamente. Quem seria aquele que nada pedia, mas oferecia conforto? Onde teria ouvido aquela voz? Estendendo-lhe as mãos, o mendigo fala : - Minha mãe, vem aos meus braços!
Maria vê-lhe as chagas. Olha seus pés. Atira-se em seus braços .Quer ajoelhar-se. É Ele quem se ajoelha, osculando-lhe as mãos a dizer : Sim, minha mãe, sou eu... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos!
No dia seguinte, João assiste Maria em seus últimos instantes. Já não fala. Expressiva serenidade cobre-lhe o rosto e, nesse estado, permanece por longas horas.
Finalmente, liberta-se do vaso físico. Seu filho já não está ali. Saudada por majestosa caravana espiritual, é conduzida ao reino de Jesus. Antes, porém, de chegar a seu destino, quer rever a Galiléia, os pontos palmilhados por seu filho, os lugares . tingidos pelo sangue de seu sofrimento. Em seguida, quer passar pelos cárceres sombrios de Roma, repletos de discípulos do Mestre que aguardam a morte. Acercando-se de uma jovem encarcerada, murmura-lhe ao ouvido: - Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo! Convertamos nossas dores da Terra em alegrias para o Céu.
Só então, vai ao encontro do Filho amado.
Volta Maria à Pátria do Espírito? Onde habitará? O que fará nas altiplanuras criatura tão sublime?
Através da obra mediúnica “Memórias de um Suicida”, Camilo Castelo Branco, pela psicografia de Yvonne Pereira, nos dá notícia da notável e completa assistência aos suicidas em profundo sofrimento no Além, serviço este prestado pela Legião dos Servos de Maria, chefiado por esse ser angélico que teve a honrosa missão de ser a mãe do Redentor.
Nessa obra, há referências ao Departamento Hospitalar, onde os suicidas recompõem o perispírito; e à Cidade Universitária, que abriga os pacientes com alta naquele Departamento e que se encontrem aptas a fim de se prepararem para a reabilitação indispensável .
Segundo o Irmão Sóstenes, diretor da Cidade Universitária, esta é criação da própria Mãe de Jesus, sob seu beneplácito. Em outra parte da obra, Irmão Sóstenes apresenta a seus aprendizes um novo Instrutor, Aníbal, preparado para tal tarefa, através de séculos de abnegação e de amor, dizendo que, um dia, ordem direta há descido das altas esferas de
luz : - Vai, Anibal, e dá dos teus labores à Legião de minha Mãe.
Luiz Sérgio, em “Driblando a Dor”, também se refere aos Lanceiros de Maria que cuidam com desvelo e carinho de espíritos suicidas; e em “Chama Eterna”, alude à Faculdade de Maria, onde belos e importantes ensinamentos são eficientemente ministrados - duas obras psicografadas por Irene Pacheco Machado.
Eis aí um pálido retrato de Maria. Para dar-lhe um pouco de cor e brilho, há o recurso da bela poesia de Maria Dolores - ”Retrato de Mãe”, inserida no livro “Momentos de Ouro”, psicografado por Chico Xavier. Nela, a autora descreve a assistência maternal prestada a Judas, encontrado cego e solitário em região umbralina, muito tempo depois da crucificação de Jesus. Ao dialogar com o suicida, que se mostra preso a terrível remorso, a Benfeitora Maria convence-o a reencarnar-se, argumentando com profundo amor :

“Amo-te, filho meu, e quero
Ver-te de novo a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
Perderás pouco a pouco o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento
Numa nova existência de esperança.
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...
E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desgarra de pesadelo atroz,
Perguntou : - Quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina mulher, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz!...
No entanto, ela ao fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente :
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus.”

Aí está o retrato real de Maria, Mãe de Amor, Mãe de Misericórdia, Maria - a Rosa Mística de Nazaré. Que ela ampare todos à Sua volta, encarnados e desencarnados , velando por todas as mães do mundo – mães felizes, mães despreocupadas, mães sacrificadas, mães tristes, mães saudosas – para que estejam sempre presentes na vida de seus filhos, subindo com eles ao Gólgota se assim for necessário, mas mantendo sempre acesa no coração, a chama da fé em Deus – e pela mãezinhas invigilantes e desavisadas que não percebem a sublime missão para a qual estão convocadas afim de que, em tempo, reflitam e passem a guiar seus filhos, almas em recomeço, pelas sendas benditas do amor e da redenção.


Chegamos ao fim do texto. Espero ter correspondido à expectativa de vocês.
Muita paz para todos e até o próximo post.

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu