domingo, dezembro 30, 2012


O ANO DE 2013 PEDE LICENÇA PARA NASCER



                                      MENSAGEM DE ANO NOVO


 Não estive ausente no Natal por gosto. Passei uns dias sem acesso à internet não tendo sido um problema só meu, várias pessoas próximas a mim também foram atingidas.
Espero que o Natal de vocês tenha sido o que imaginei para todos - um Natal feliz, no seio familiar, uma ampla confraternização .
Agora caminhamos para a virada de ano, debaixo de uma canícula que nos atormenta, mas que não nos tolhe. Caminhamos para novas tentativas de vida em moldes ideais, seriamente arquitetados  em nosso íntimo, mas poucos são os que conseguem  dar corpo e forma a semelhantes presunções. Não nos custa tentar.
Para nossa inspiração, trago aqui uma Carta de Ano Novo na psicografia de nosso saudoso Chico Xavier, ditada pelo espírito de Emmanuel, colhida no livro Novo Caminho.
     Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.
    O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.
  Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.
   Se tens inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.
  Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.
  Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.
   Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.
   Novo Ano! Novo Dia!
  Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.
   Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.
   Não maldigas, nem condenes.
   Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.
    Não te desanimes, nem te desconsoles.
    Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.
   Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: - Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.


Para finalizar, um presentinho para quem estiver na área: aquele poema de Carlos Drummond de Andrade Receita de Ano Novo que já é vídeo de Ano Novo desde 2008 e é muito inspirado.

É só clicar aqui:
                                   http://youtu.be/J7B0ZV7cFCA
                               
ou    

                           
FELIZ ANO NOVO!    FELIZ ANO NOVO!   FELIZ ANO NOVO!

quarta-feira, outubro 24, 2012

AMPARO E SUSTENTAÇÃO

   BEETHOVEN  /  MOONLIGHT SONATA   (NOSSO LAR)      

Olá, companheiros, estou dentro do prazo e isto me tranquiliza. Mesmo assim, quase não vou falar por mim mesma. É que tenho um texto que todos vão amar, caprichado como nossa amiga sabe fazer, baseado em leituras categorizadas.  Como é extenso, faço questão de  preservar o tempo pra vocês.


Amparo  &  sustentação

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)


Fidelidade a Jesus é espírito de serviço até o último
 momento das nossas forças físicas
 
 ... “mas, livra-nos do mal.” ¹

Quantos de nós já não pronunciamos essas palavras, seja em estado de preocupação verdadeira, seja pedindo ao Pai para nos colocar a salvo de perigos e tentações na vida diária?
O Evangelho mostra que, em dois momentos, Jesus faz essa solicitação a Deus: no primeiro, foi no Pão Nosso, que nos ensinou, ao encerrar o Sermão da Montanha, dizendo “não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”; e, depois, no Sermão do Cenáculo ou última ceia, como é conhecida essa passagem, quando, despedindo-se dos discípulos, fez a oração que ficou gravada na mente dos queridos amigos, conhecida como Oração dos Discípulos, na qual roga a Deus para que não os tirasse do mundo, mas que os guardasse do mal.
Nessas duas oportunidades Jesus roga o amparo e a sustentação para todos nós e não o nosso afastamento do mundo. E por que Ele age assim? Para entender isso é necessário compreender o homem no meio em que ele vive. O homem é um ser biológico, enquanto matéria; um ser psíquico, enquanto Espírito; e um ser social, enquanto relacionado com outros.  Assim, quanto mais evoluímos, mais aumenta a nossa interdependência com as outras pessoas. Por isso, o progresso só acontece quando há trabalho em grupo, ajuda mútua.  Sozinhos, nos embrutecemos e nos debilitamos, porque somos seres gregários, criados para viver em sociedade, equipados com todos os instrumentos que possibilitam tal convivência.  Dessa forma, vamos ajudando os que estão ao nosso redor – desde que o queiram – e sendo ajudados, aprendendo com os outros o que ainda não sabemos e ensinando aquilo que já sabemos, amando e sendo amados.  Com isto em mente, é fácil perceber que só seremos úteis vivendo em grupo.
Então, quando Jesus nos ensina na Oração Dominical, para que Deus nos livre do mal, e pede a Ele que não afaste os seus discípulos do mundo, mas que também os proteja do mal, deixa claro que os homens não precisam isolar-se a pretexto de melhor servir a Deus.
Se no passado o isolamento de homens que até hoje são reverenciados era para despertar esse mesmo homem para os problemas da alma, hoje esse comportamento “sem finalidade prática, sem proveito para os semelhantes, expressaria egoísmo e acomodação à boa vida. Significaria fuga ao trabalho”. ²
O mundo é – sem sombra de dúvida – a nossa grande escola, e pelas dificuldades que passamos, pelos obstáculos que superamos para realizar a vida material, as lutas íntimas que travamos nos fazem criaturas cada vez melhores... Diante disso, podemos entender que é “impossível o ensinamento, fugindo à lição. Ninguém sabe, sem aprender”. ³
Assim, muitas vezes, fugimos das dificuldades, criamos ilusões fantasiosas, necessidades vãs, fazendo de conta que a vida é sempre um mar de rosas, um céu sem nuvens; ou revoltamo-nos, não aceitando as condições nas quais vivemos, esperando, em ambos os casos, que em algum momento um milagre aconteça e que a solução dos nossos problemas surja, sem que precisemos nos esforçar para isso.  É preciso atenção às nossas escolhas para não complicarmos, ainda mais, a presente encarnação.
Citando judiciosa afirmação de Emmanuel, é importante observarmos ao nosso redor para reconhecer “onde, como e quando Deus nos chama, em silêncio, para colaborar com ele no desenvolvimento das boas obras, na sustentação da paciência, na intervenção caridosa em assuntos inquietantes para que o mal não interrompa a construção do bem, na palavra iluminativa ou na seara do conhecimento superior, habitualmente ameaçada pelo assalto das trevas”.
Todavia, o que encontramos ainda, é um grande número de discípulos do Evangelho que ao entenderem, ainda que de forma incipiente, a luz espiritual, recusam-se a continuar aprendendo, tendo em vista a ideia enganosa de que já sabem o suficiente. Quantos continuam fugindo do estudo, do aprimoramento de seus conhecimentos, do trabalho redentor, até mesmo como uma forma de protegê-los da intervenção de outras mentes não evangelizadas, em seu dia-a-dia?! Mas, se não aprenderam, não vivenciaram; e, se não vivenciaram, não podem dar testemunhos da sua evolução.
Quantas tarefas para as quais fomos encaminhados e as recusamos?!  Quantas adiamos, mesmo sabendo que não poderíamos realizá-las?!  E recuamos, assim, diante do esforço que nos levaria para frente. Declaramo-nos desejosos da união com o Cristo, mas abandonamos os irmãos necessitados de amparo, muitas vezes dentro do próprio ambiente doméstico, esquecidos que o Mestre amado, em momento algum, afastou-Se da humanidade terrena. Estimamos a oração que Ele nos ensinou, mas nos esquecemos de que rogou ao Pai que nos libertasse do mal, mas não nos afastasse da luta.
Lembra-nos Emmanuel que a sabedoria do Cristianismo não consiste em isolar o aprendiz na santidade artificialista, e, sim, em fazê-lo no campo de luta ativa de transformação do mal em bem, da treva em luz e da dor em bênção. A fidelidade que muitos dizemos ter ao Cristo não significa adoração eterna em sentido literal; significa, sim, espírito de serviço até o último momento das nossas forças físicas.
Em relação aos discípulos, no Sermão do Cenáculo, Jesus dirige-Se a Deus dizendo que Ele não pede que sejam tirados do mundo, mas, sim, que sejam guardados do mal, pois sabia das dificuldades pelas quais eles passariam, das lutas que enfrentariam, após sua morte, e que poderiam impedir os discípulos de dar prosseguimento à Sua tarefa. Tudo isso poderia criar um precedente perigoso para as futuras realizações do Evangelho. E o que seria de nós, hoje, se os Seus ensinamentos benditos não tivessem chegado à nossa vida...
Tanto eles, ontem, quanto nós próprios, hoje, não prescindimos das lutas terrenas, porque elas corrigem, aperfeiçoam e iluminam os Espíritos necessitados, que retornam ao corpo físico para prosseguir sua jornada iluminativa.
O certo é que “(...) ninguém pode dar testemunho de valor espiritual se não vive provas difíceis, dramas intensos, complicados problemas... Ninguém pode dar testemunho de resistência moral se não sentiu o impacto de fortes tentações, sobrepondo-se, no entanto, a todas elas, pela inabalável determinação de vencer, pelo desejo de realizar-se”4, ao menos aqueles que ainda estão atrelados à vida material grosseira, como é o caso da humanidade que vive sobre este planeta.
É prova difícil viver no mundo, sabemos; mas não impossível. Por essa razão o pedido de Jesus, tanto em uma quanto em outra oração, é exortação à vigilância, para que não venhamos sucumbir ante o mal, nas suas mais diferentes manifestações, pois o mal, em qualquer circunstância, é desarmonia à frente da Lei e todo desequilíbrio tem como consequência a dificuldade e o sofrimento. Mas, independentemente de tudo isso, fortalecidos pelas eternas lições do Excelso amigo, nos converteremos, como muitos já o fizeram, em exemplos vivos e atuantes de amor e trabalho no bem!
Com o tempo e a misericórdia divina que nos dão novas chances de recomeço através das vidas sucessivas, teremos aprendido a valorizar as oportunidades de luta redentora, vencendo nossas imperfeições morais, e nos transformando em verdadeiros discípulos de Jesus, levando paz, consolo e reconforto aos necessitados que encontrarmos pelo caminho.
O Apóstolo Paulo, na carta aos romanos, cap. 12, versículo 21, traz consoladoras palavras: pede que não nos deixemos vencer pelo mal, mas que vençamos o mal com o bem, pois, passada a tempestade, tudo se encaminha para o reajustamento e a harmonia...
Roguemos, pois, ao Pai de infinita bondade, que continue nos assistindo em nossas lutas. Que ampare nossos pequenos passos, para que mais adiante, amparados pelos ensinamentos de Jesus, consigamos avançar com firmeza em direção ao Seu amor.


Bibliografia consultada:
1 - Mateus, 6:13.
2 - Peralva, Martins . Estudando o Evangelho, 6ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ - 1992 - cap. 5 – “O Cristão e o Mundo”, p. 40.
3 – Emmanuel (Espírito). Vinha de Luz, [psicografado por] F. C. Xavier, 14ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ -  1996 - lição 57.
4 – Peralva, Martins. Estudando o Evangelho, 6ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ - 1992 - cap. 5 – “O Cristão e o Mundo”, p. 41.   



Espero que aproveitem as lições contidas no texto - fonte de reflexões renovadas. Nosso agradecimento, Leda. Até a próxima postagem.


quarta-feira, setembro 26, 2012

RETORNANDO

RETORNANDO


          Companheiros , um tempão sem comparecer a nossos encontros mensais, mas não significa que sumi. Embora com muita coisa ainda para finalizar, tento voltar timidamente. É ‘vero’: mudança de moradia aos 85 devia ser coisa de ficção. O bom é que continuo vivinha da Silva.
          E vocês? Coisas a me contar? Alô, alô,  departamento de comentários, a postos!
          É, vou tentar diversificar,  ser menos exigente comigo mesma,  mais solta. Vamos lá!
         Um grupo de amigos fazia considerações em torno de uma abordagem sobre a duração da vida biológica para homens bons e maus. Será usado um trecho de Richard Simonetti constante de seu livro BEM-AVEVTURADOS OS AFLITOS.
          “Só o peru morre na  véspera”.
           Todo mundo  conhece esse dito popular, que “faz referência à véspera do Natal, no passado, quando os perus eram sacrificados para a tradicional festa natalina. Bem, amigo leitor, esse ditado está totalmente furado. Depois da invenção do freezer, as pobres aves passaram a morrer bem antes, semanas e até meses. E passa a impressão de que há dia certo para bater as botas, o que não é verdade.
          A programação biológica da raça humana vai de oitenta a cem anos. Raros atingem aquele  limite, porquanto passamos  a existência a brigar com o corpo, submetendo-o a maus-tratos de várias maneiras: vícios como  o cigarro, o álcool, as drogas; alimentação inadequada e glutonaria; trabalho indisciplinado; repouso insuficiente; sedentarismo, ausência de exercícios; tensões nervosas, irritação, descontrole emocional; mágoa,ressentimento, ódio, rancor. Tudo isso soma males que subtraem anos. O Espírito é, literalmente, expulso da morada física, como quem deixa uma casa que lhe cai sobre a cabeça, por ter cuidado mal dela.
          Pior os que se envolvem em graves desvios de comportamento. Basta lembrar os jovens que partem para a criminalidade. Sua expectativa de vida é de é de vinte e cinco anos, não por prêmio ao esforço do Bem, mas por lamentável comprometimento com o Mal. Poucos ultrapassam essa idade, habilitando-se a penosos reajustes no plano espiritual e atormentados resgates em futuras reencarnações.
          Diz André Luiz que quando um Espírito consegue viver plenamente o tempo que lhe foi concedido, cumprindo o que veio fazer na Terra, é recebido com festas no Além, como um espírito completista.
Esse é um aspecto interessante que deve merecer nossa atenção.Todos reencarnamos  com algo a fazer. Não estamos aqui por acaso. Há tarefas, compromissos assumidos com a família, com a sociedade, com a eternidade.”

         Vamos ficar por aqui. Reflitam, tentem absorver o que Simonetti  nos quer passar e, se tiverem alguma pergunta a fazer, saibam que terei satisfação em tentar esclarecer a questão formulada, com a ajuda de companheiros, na base da cumplicidade e da cooperação.

          Até o próximo post, com as bênçãos do Senhor.

Para quem aprecia, um vídeo de música  e letra singelas. É só clicar aqui em baixo:

http://youtu.be/HdI033SbIschttp://youtu.be/HdI033SbIsc

terça-feira, maio 22, 2012

DEPOIS DA DECEPÇÃO

Carlos Scliar

DEPOIS DA DECEPÇÃO

Há dias estou para escolher um tema para o post deste mês.   Um deles é o da lei aprovada para o aborto no caso de gravidez de anencéfalos.  Na ocasião , muitos espíritas se fizeram ouvir contra a decisão do STF, houve artigos sobre o assunto por parte da FEB, de jornais espíritas em todo o país, de grupos espíritas de todos os estados,  da maioria dos blogs espíritas  da blogosfera . Nossa voz, porém, não foi suficiente para impor-se desta vez. Nosso discurso tem que prosseguir planejado, sistemático, elucidativo, convincente - um trabalho de elucidação da questão, de conscientização e orientação dos próprios espíritas e de determinação nessa luta, o que vai se refletir no bem-estar das mães que se encontrarem em face desse tipo de gravidez e tenham que fazer uma escolha.
Por isso, trouxe para meus leitores um artigo que encontrei na revista eletrônica  “O Consolador”, nº 260, sobre este palpitante assunto, onde a autora  toca em pontos importantes que devem ser levados em consideração por quem tem interesse em salvaguardar  os conceitos da doutrina e vir a ajudar algumas mães em sua hora de decisão.

Espíritas! Recordem! A voz do povo é a voz de Deus!
                                                                     Tânia Regina Reato

 “Senhor! Educa-nos para que possamos converter os detritos do temporal em adubo que nos favoreça a tarefa.” - Emmanuel
Muitas vezes se ouve o seguinte comentário entre os espíritas: “Se o Espiritismo estivesse propagado em todos os lugares, não veríamos as atrocidades que hoje vemos!”.
Pois bem, perguntemos então: Por que ele não está no conhecimento e prática do povo, alcançando todas as camadas sociais, como gostaríamos?
Não ignoramos o esforço faraônico de muitos grupos espíritas buscando propagá-lo nos meios de comunicação disponíveis. Não somente por amor à causa, mas também por estarem cônscios da importância em divulgá-lo. Porém, admitamos, os fatos comprovam que ainda temos muito a fazer neste campo. Entre tais fatos, destacamos a recente decisão da Suprema Corte admitindo aborto de fetos portadores da anencefalia, do mesmo modo que, anos atrás, foi legalmente admitido o aborto nos casos de estupro, medidas essas que deixam margem à aprovação do aborto irrestrito, para toda a gravidez indesejada. Teremos então, aí, uma severa atrocidade!
Bem, amigos: seria bom que meditássemos e refletíssemos a respeito dessa grave e delicada questão, antes de formular frases que poderiam vir a condenar, tanto aqueles que a aprovaram, quanto as mães que decidirem por adotá-la. Para começar, poderíamos nos perguntar: “O que poderíamos fazer para que leis como essas não sejam aprovadas pela nossa legislação?”.
Penso que, como espíritas e, portanto, relativamente conhecedores das leis que regem o Universo, entre elas, a da reencarnação e da imortalidade da alma, deveríamos nos empenhar mais em desenvolver mecanismos voltados à divulgação em massa da doutrina, objetivando a cessação do que possa vir a significar prejuízo à evolução humana. Mesmo que parcialmente. Imagino que, em se entendendo que um dos fatores que possa ter colaborado para a aprovação destas leis seja o desconhecimento das referidas leis universais sob a ótica espírita, especialmente, a da lei da reencarnação, é de se constatar que está havendo falhas ou importantes lacunas a serem preenchidas por parte dos espíritas, no que tange à divulgação e à propagação do Espiritismo. Faz-se mister a necessidade de repensarmos este item! Buscando ideias e aplicando medidas para que os ensinamentos advindos da Espiritualidade Maior se propaguem com maior intensidade em todos os níveis socioculturais, particularmente nas classes vistas como as menos favorecidas em todos os aspectos socioeconômicos. O Espiritismo vem nos brindando com verdades que nos convidam a criar o diálogo espírita-cristão entre as pessoas comuns ao nosso relacionamento, visando compartilhar esses esclarecimentos com aqueles nem sempre espíritas, nem sempre frequentadores de reuniões ou centros espíritas. Nem sempre participantes de congressos espíritas, nem sempre simpáticos à literatura espírita ou à doutrina. Uma vez o Espiritismo incorporado nas massas, fatos chocantes como esta liberação do aborto, gerando decisões infelizes por parte daquelas mulheres que optarem por fazê-lo, serão banidos, se não na totalidade, ao menos, diminuídos, até que cessem por completo.
Não pretendemos, com tais colocações, solicitar aos amigos que saiam às ruas à procura de adeptos, carregando os livros da codificação e os pregando em praças públicas. Não!... Refiro-me a se criar o saudável e necessário hábito de se “conversar” sobre os ensinamentos obtidos na sagrada doutrina, a partir da nossa manicure, nosso jardineiro, nosso pedreiro, nosso zelador, nossa secretária doméstica, nosso vizinho, e com todos aqueles com quem, direta ou indiretamente, nos relacionarmos. Para tanto, busquemos nas nossas lembranças a quantidade de vezes que “jogamos conversa fora”, literalmente falando! Gastando nosso tempo com conversas vazias, para não dizer vãs ou fúteis, e as comparemos com a quantidade de vezes que trocamos informações com o propósito de propagar os ensinamentos espíritas cristãos dignificando a nossa crença e, perguntemo-nos: “Quantas oportunidades perdemos nessa existência de falarmos sobre o aborto; sobre o suicídio; sobre a eutanásia; sobre os vícios; e suas consequências à luz do Espiritismo? “Conversas” que poderiam ser descerradas com fabulosos argumentos contidos na codificação? A resposta a esta questão pertence ao questionador! Mas o resultado pode ser pesado. Se mais vezes gastamos nosso tempo edificando, menos colaboramos para a ignorância do mundo. Se mais vezes gastamos nosso tempo com conversas vãs, mais colaboramos para tais ignorâncias.
Em se considerando as gestantes portadoras de fetos diagnosticados com a anencefalia, que há poucos dias atrás se viam impedidas de praticar o aborto, caso o preferissem pelo fato de ser este uma ação ilegal, é fácil concluir que, agora, munidas desse direito, optem por fazê-lo.
Isso se deve ao fato de, embora as pessoas tragam gravadas em suas consciências as leis divinas, ainda as conservam em estado muito latente. Habituadas a guiar-se pela superficialidade dos fatos, sem buscarem se aprofundar nas questões do Espírito, não têm nelas desenvolvida a capacidade de ver além da matéria. Situando-se, então, em condições mentais de baixo teor evolutivo, quanto aos seus Espíritos, tendem a equivocar-se em relação aos valores reais que regem a vida. Assim sendo, não cogitaram em autorizar leis degradantes como essas. Tampouco cogitaram aqueles que seguem a mesma linha de pensamento, dentre eles, as mulheres que vierem a optar pelo aborto.
É possível que, para estes, o ato de praticar o aborto e/ou aprová-lo apenas signifique abreviar ou prevenir-se de padecer, ou de se fazer padecer sofrimentos maiores pelos quais, talvez, já estejam padecendo. Não julgam estar praticando um ato criminoso. Prendem-se ao “aqui e agora” por lhes faltar o conhecimento espírita-cristão. Não nos cabe julgá-los! Ou condená-los. Antes, socorrê-los!
Entretanto, se alguma dificuldade houver em se fazê-lo, pela dor íntima que essa questão possa nos causar, ainda assim, busquemos o concurso divino nas palavras amigas do evangelho de Jesus. Nele estarão contidos as lições e os exemplos de perdão, benevolência, misericórdia. Sentimentos que a doutrina tem auxiliado a florescer no nosso íntimo, e que estamos sendo chamados a exercê-los!
Façamos um esforço para tentar compreender esses juízes. E logo perceberemos que, certamente, os mesmos devem ter passado por dilemas tortuosos e pressões desgastantes que os levaram a optar pela aprovação desta lei. Observemos o cuidado com que registraram o fato, deixando a decisão final desta prática para as mães em questão, demonstrando, com esta atitude, a consciência a lhes cobrar o contrário. É possível que tenham considerado, somente, a dolorosa situação emocional das mulheres sem considerar aquilo que eles acreditam ser apenas um “pedaço de carne”. Mulheres/mães que estão sendo dilapidadas pela dor de se verem prestes a perder seus filhos, seja no ventre, através do aborto, seja logo após o seu nascimento, e, por isso mesmo, são dignas de compaixão.
Vale narrar aqui, para melhor avaliar essa dor, uma declaração feita por um cidadão ao ser entrevistado pelo repórter de uma emissora da TV: “Numa gestação saudável, os pais preparam o quarto e o enxoval dos filhinhos esperados. Numa gestação apresentando tais anomalias, prepara-se o velório desses filhinhos...”.
Mediante este comovente e preocupante comentário que, por si só inspira conivência com tal lei, observamos também, literalmente, a urgente necessidade da divulgação da doutrina em massa, devendo esta ir além dos Centros Espíritas, além das literaturas, além da internet, meios estes quase que direcionados aos próprios espíritas e aos seus simpatizantes. A Doutrina precisa ser compartilhada com a população comum, a partir das pessoas de nossa convivência, tais como as citadas acima.
O dito popular “a voz do povo é a voz de Deus” nunca antes foi tão necessário de ser trabalhado pelos espíritas como nos dias atuais. A aprovação da recente lei, como a aprovação daquela outra relacionada ao estupro, sinaliza “falhas e lacunas a serem preenchidas na divulgação do Espiritismo junto à população como um todo”.
Sejamos humildes em reconhecer essas falhas! Sejamos mais independentes das “regras e normas” estabelecidas por alguns no sentido de que se venha difundir os ensinamentos espíritas exagerando na “filtragem” das informações recebidas pelos Espíritos e receando a discriminação e/ou o preconceito que o espírita ainda sofre por parte de alguns desinformados do Espiritismo.
Levantemos a VOZ DO ESPIRITISMO com os recursos que já nos foram oferecidos e com aquilo que já possamos oferecer, confiantes de que estamos sendo chamados ao trabalho por já termos condições de executá-lo. E executá-lo bem, pois a espiritualidade não nos convocaria, caso não estivéssemos prontos!
Desse modo, se não pudermos reverter essa situação, poderemos, quem sabe?, atenuá-la de maneira significativa, a ponto de não torná-la mais grave em se prevendo que, a partir dessas leis que aprovaram o aborto por estupro e a mais recente, nos casos de anencefalia, venham também a estendê-las para a da gravidez indesejada.
Que vejamos esta decisão do STF como um alerta para que trabalhemos mais e mais na proposta de levar os conhecimentos espíritas à grande massa, sem temer os obstáculos, buscando na Espiritualidade maior o suporte necessário para continuarmos adiante e para  o Alto! 

Fonte:      Inspirado no ESE – cap. 11, item 14, e no livro “À luz da oração”, pág. 146, Editora O CLARIM – 3a edição/1980.

segunda-feira, abril 02, 2012

CONSTATAÇÂO


João Baptista da Costa  / PAISAGEM
Óleo sobre tela

            Não entreguei meu dever de casa. Passou-se o mês de março e não apareci com minha contribuição. Logo eu, que tanto recebi neste período precioso. Sim, meus amigos, fui agraciada com a recuperação de minha visão (vista esquerda), como resposta a um transplante de córnea realizado em dezembro último. Não canso de agradecer ao meu doador por me ter proporcionado esse extraordinário benefício, pedindo aos irmãos benfeitores que o  guiem em sua trajetória espiritual.
        A conscientização dessa realidade me leva a avaliar o trabalho espiritual em equipe que esses casos assistenciais mobilizam e me faz considerar a importância da participação de cada um de nós, aqui, na vida física, nas diversas atividades de atendimento aos irmãos que precisam de amparo. Há muita gente corajosa dando de si pelos que precisam reerguer-se, mas a demanda é infinitamente superior.
        A vida moderna exige muito de cada um e não é fácil encontrar formas de elastecer o tempo para comportar tantas atividades. Mas somos ou não somos providos de imaginação e, quem sabe, uma atividade lúdica, por exemplo, venha a se converter numa forma de doação se for compartilhada? Uma horinha de leitura dirigida a grupos onde sempre há os que têm ouvidos de ouvir? Umas costurinhas, na paz de casa, que se convertam em enxovais de recém-nascidos carentes? Umas aulinhas explicativas de matérias não absorvidas por colegiais com menos facilidade de apreensão? São tantas as sugestões dependendo das habilidades de cada um!
        Acho que temos que pensar com bastante interesse e seriedade nessas coisas que podemos realizar pelo próximo, levando em consideração que estaremos nos ajudando a nós próprios  em nossa estruturação íntima, condição básica para crescermos espiritualmente.
         
        Fico por aqui desejando a todos uma Páscoa amena, feliz, com muitos coelhinhos espalhando deliciosos chocolates pelos quatro cantos da casa de todos vocês.


     Aproveito a chance para enviar a quem  interessar um material complementar ligado ao estudo de ‘Nosso Lar', dirigido pela Dra. Marlene Nobre.
            
ASSUNTOS MÉDICOS  EM  NOSSO LAR
CONFRONTO ENTRE FÉ E RAZÃO:

Questão filosófica das mais antigas, Fé e Razão, Sentimento e Intelecto, têm travado duros embates, sobretudo nas mentes afeitas às pesquisas e aos estudos científicos. André Luiz, como acontece com boa parte dos médicos encarnados, reverencia tão somente as conquistas da razão, do intelecto. Não acredita em Deus. Segundo confessou, ficara por demais entretido com as coisas do mundo material: “A filosofia do imediatismo absorvera-me.” “Não adestrei órgãos para a vida eterna.”
                O sofrimento no mundo espiritual, porém, abrira-lhe o entendimento para uma poder Superior: “Em momento algum o problema religioso surgiu tão profundo aos meus olhos.” Reconheceu que “alguma coisa permanece acima de qualquer cogitação meramente intelectual. Esse algo é a fé...”
                Finalmente, quando a dor, vivenciada nas regiões sombrias do Umbral, tornou-se insuportável, sentiu falta de conforto místico. Deixou de lado o amor-próprio. Deveria existir um Autor da Vida. E, ali, colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-me, pedi ao Supremo Autor da Natureza me estendesse mãos paternais... Reconheceu, então, o valor da oração.
                Ah! É preciso haver sofrido muito, para entender todas as misteriosas belezas da oração; é necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir da esperança.
                Após a prece ao Autor da Vida, que lhe nascera da mais profunda reverência, foi socorrido por Clarêncio, guia espiritual, e internado na região hospitalar da colônia Nosso Lar.
                Foi assim que o médico e pesquisador, após o duro aprendizado auferido no sofrimento, tornou-se profundamente religioso.

PERISPÍRITO OU CORPO ESPIRITUAL:

Nesse primeiro livro, André Luiz dá-nos notícias relevantes sobre esse envoltório sutil do espírito. Relata-nos que, no Umbral, vestindo esse envoltório, teve suas necessidades fisiológicas normais, sentiu fome e sede.
                O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo.  Henrique Luna, o médico que o atendeu no hospital, fez um levantamento completo das faltas cometidas e dos atos irresponsáveis, que ocasionaram as suas desarmonias orgânicas. Constatou que todo o aparelho gástrico foi destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas aparentemente sem importância.
                Concluiu que a oclusão intestinal que o levara ao óbito derivara de elementos cancerosos e esses, por sua vez, de algumas leviandades cometidas por ele, no campo da sífilis, quando jovem. Essas infecções poderiam não ter tido características tão graves, se o seu modo especial de conviver, muita vez exasperado e sombrio, não captasse vibrações destruidoras naqueles que o ouviam.
                Temos, aí, o destaque da cólera como manancial de forças negativas, ocasionando a morte prematura. Há também a informação de que a infecção pode estar na origem do câncer que o cometeu. Examinando o seu perispírito, Henrique de Luna constatou que André foi suicida inconsciente. Esse tipo de suicídio é cometido por alguém que não tem intenção direta de se matar, mas encurta a existência, através de ações que não são espiritualmente saudáveis. Esse suicídio é mais comum do que podemos imaginar. Dos 80 pacientes internados em uma só enfermaria de Nosso Lar, 57 eram suicidas indiretos.

CORPO CAUSAL:             

Esse é um dos componentes do perispírito ou corpo espiritual, descrito por Lísias. Somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores.
                No corpo causal permanecem todas as ações negativas que temos de refazer, por isso ele é de suma importância nos estudos medico-espíritas.
                Aprendemos também que há princípios de gravitação para o espírito como se dá com os corpos materiais. Estamos sujeitos, portanto, à gravidade nas outras dimensões. Os Benfeitores nos mostram que há elementos espirituais no cérebro que lhe presidem o senso diretivo.

MALES PERSISTIRÃO NO CORPO SUTIL:

Logo após o tratamento hospitalar, Lísias informou ao amigo: Meu irmão (...) sentir-se-á forte como nos tempos mais belos da juventude terrena, trabalhará muito e, creio, será um dos melhores colaboradores de Nosso Lar; entretanto, a causa dos seus males persistirá em si mesmo, até que se desfaça dos germes de perversão da saúde divina, que agregou ao seu corpo sutil pelo descuido moral e pelo desejo de gozar mais que os outros. 
                E enfatizou que a cura completa só poderá ser obtida em nova existência terrena.

POSIÇÃO DO DOENTE PERANTE A DOENÇA:

No início do tratamento hospitalar, André cometeu o erro comum aos doentes da Terra. Ressaltou a sua infelicidade, partindo para o velho vício, as queixas.
                Como tem sido pesada a minha cruz!...A dor me aniquilou todas as forças...
                Raras pessoas terão padecido tanto quanto eu. Enfim, somente destacou: lágrimas, cárcere, desventura...
                Recebeu, então, ensinamentos que não mais esqueceu. Clarêncio afirmou que não tinha tempo para voltar a zonas estéreis de lamentação. E aconselhou:
                Aprenda a não falar excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor.
Crie pensamentos novos, discipline os lábios. Convença-se de que é um esforço necessário e não uma imposição esmagadora. Quanto mais considerações dolorosas, mais duros os laços que o prenderão a lembranças mesquinhas.

ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO MUNDO ESPIRITUAL:

Em Nosso Lar, Lísias é enfermeiro e tem a função de Visitador dos serviços de saúde, Henrique de Luna é médico e atua nas Câmaras de Retificação, ao passo que Narcisa, Tobias e Salústio são enfermeiros e exercem funções nessas mesmas Câmaras. André Luiz fora médico e pesquisador na Crosta Terrestre, mas não conseguira nem mesmo a função de enfermeiro no além. Clarêncio explicou-lhe que ele fora excelente fisiologista, mas nunca soubera o preço de um livro, não tivera as dificuldades do médico pobre, na mocidade cometera numerosos abusos, circunscrevera-se às sensações do corpo físico, por isso agora não poderia atuar como médico. Compreendendo a sua situação e a necessidade de serviço, André pediu: “Qualquer trabalho útil que me interessa” Foi-lhe concedida, então, a tarefa de atendente.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

REFLEXÕES       Bernardo Cid

AOS QUE TÊM CAPACIDADE DE DOAR

          Uma necessidade de falar no assunto, de comentar o caso, de agradecer alto e bom som a generosa  e anônima  doação  de que fui alvo. Assim é que me sinto dois  meses depois de ter recebido um transplante de córnea e já tendo feito o hábito de tornar  minha prece noturna numa fonte de bênçãos ao meu doador.
         Isso me faz pensar numa conversa que tive em meus primeiros anos de blog com meu irmão de sangue e de fé - Felinto Elysio  - sobre o  tema Doação de Órgãos e como a doutrina espírita se posiciona a tal respeito.
            Segue a opinião de meu irmão em forma de artigo que, na ocasião, ele veio a produzir:

DOAÇÃO   DE  ÓRGÂOS
          
            A ciência e a tecnologia têm alcançado um desenvolvimento marcante a partir do século XX. A medicina, em particular, vem operando verdadeiros “milagres” na arte de curar, minorar sofrimentos, erradicar endemias, salvar vidas.
Vive-se, desde então, a era dos transplantes, o que vem suscitando polêmicas de ordem legal, moral e religiosa quanto à questão de doação de órgãos.
         Há poucos dias, fui interpelado por um familiar interessado em conhecer a posição do Espiritismo ante a problemática cessão de parte do próprio corpo em vida ou morto.
            Não foi das melhores a escolha de minha pessoa para esclarecimento do controvertido tema tão em moda. Não tenho conhecimentos aprofundados que me autorizem falar em nome da Doutrina Espírita. Dou, entretanto, a minha opinião, sem comprometimento da Doutrina.
                Antes, porém, faz-se necessário mostrar, ainda que em leves pinceladas, o que é o Espiritismo.
           A Doutrina dos Espíritos é um gigantesco monumento erguido sob a égide de Jesus e sustentado por três colossais pilares : CIÊNCIA, FILOSOFIA, RELIGIÃO.
            Como Ciência, estuda e aplica as leis que regem o mundo material, o plano espiritual e a comunicabilidade entre os dois através da mediunidade. Sua essência está nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos, pesquisando os fenômenos paranormais por meio de métodos próprios e adequados ao que se propõe investigar.
          Em seu aspecto filosófico, a Doutrina examina o princípio e as causas e define o porquê das coisas, da vida, da morte, da reencarnação. Interpreta a natureza dos fenômenos da concepção do mundo e de toda a realidade em consonância com as novas descobertas científicas.
         O seu conteúdo religioso, calcado na moral evangélica, é a revivescência do primitivo cristianismo simples, puro, adogmático,  um repositório de fé e de esperança. Conforta, orienta, ilumina. É a consequência das conclusões filosóficas fundamentadas nas provas da sobrevivência humana após a morte.
         O Espiritismo não é doutrina estanque e sim dinâmica; anda de braços dados com a ciência, acompanhando suas descobertas, suas conquistas, seus progressos; e “É uma Doutrina de amor baseada no Evangelho e na Ciência”, cujo lema “Fora da caridade não há salvação” dá-lhe uma conotação abrangente, fraterna, cristã.
           Entendo, pois, que a doação de órgãos é um ato de amor, de desprendimento, de fraternidade e de caridade.
Mister se faz, contudo, que haja uma ampla divulgação e preparação psicológica, espiritual e religiosa do futuro doador para que, em seu novo estado de desencarnado, seu Espírito não venha experimentar as sensações de mutilação.
          Devidamente conscientizado, ao despertar no outro lado da vida, após o decesso físico, o Espírito de um doador de órgãos sentir-se-á feliz em saber que suas córneas, que inevitavelmente seriam tragadas pelos vermes na sepultura, hoje dão a oportunidade da visão a irmãos que tateavam na escuridão, atormentados pela cegueira. Regozijar-se-á ao sentir que o seu coração agora palpita em outro peito proporcionando novas perspectivas a quem sofria de males cardíacos. Alegrar-se-á, sem dúvida, em constatar que seus rins, ora transplantados, livram outras pessoas das incômodas hemodiálises, assegurando-lhes uma vida normal.
          No meu entendimento, e é uma opinião muito íntima, doar-se de corpo e alma, em vida ou depois de falecido, em benefício do próximo é ser cristão, é ser abençoado discípulo de Jesus. Um espírita sincero e consciente não terá escrúpulo de ceder ao seu semelhante os órgãos que um dia voltarão ao pó da terra. 

 FELI NTO ELÍZIO DUARTE CAMPELO
 felintoelizio@gmail.com
De O CONSOLADOR, seção de Crônicas e Artigos (Revista eletrônica semanal , Ano 5,  nº 241)

          A esta altura, tratemos de encerrar  a leitura do livro Nosso lar , de André Luiz,  segundo a orientação da Dra. Marlene  Nobre que nos garante uma conclusão bastante rica.

Capítulo 47 – A volta de Laura
1) – Vida social na colônia espiritual: visitas, despedida de amigos.
2) – Departamento de contas: levantamento de bônus-hora.
3) – Preparação para a reencarnação: temor do fracasso.
4) – Pensar nas probabilidades de êxito. Não alimentar idéias negativas.
5) Cuidados com o futuro corpo biológico.

Capítulo 48 – Culto familiar
1) – Globo cristalino que permite a comunicação dos encarnados. Como é viver entre dois mundos.
2) – O cultivo do mundo familiar. Canções e instrumentos que exprimem amor. Toda família retorna ao mundo corporal.
3) – O perigo das facilidades materiais.
4) – André Luiz conquistou o direito de visitar a família, através do trabalho.

Capítulo 49 – Regressando à casa
1) – Cuidados que se deve ter com AA vinculações e desvinculações afetivas.
2) – Amor conjugal x desprendimento.
3) – Os difíceis testemunhos do amor universal.
4) – Sofrimentos que são pontos de partida para mais evolução.
5) – Colocar-se no lugar dos outros e praticar a misericórdia.

Capítulo 50 – Cidadão de Nosso Lar  
1) – Amor, alimento das almas.
2) – Nas decisões, buscar os exemplos das grandes almas.
3) – Nas vinculações e nas desvinculações afetivas, é preciso amor despido de egoísmo.
4) – Apelo aos amigos por meio da prece.
5) – Espíritos da Natureza.
6) – Prêmio pelo dever cumprido.

          Estamos abertos a perguntas pertinentes ao assunto estudado para um perfeito aproveitamento da matéria. Restam agora referências  a esse conteúdo, material que será liberado a partir do post vindouro.


Conselhos de final de encontro:
“Peça a Deus por sua transformação moral, mas tome a iniciativa de se melhorar.
Peça esperança, mas livre-se do pessimismo.
Peça humildade, mas lute contra o orgulho
Peça paciência, mas descarte a cólera.
Peça coragem, mas fortaleça o ânimo.
Peça fé, mas acredite em si mesmo”
                                                            De “Vivendo o Evangelho” ( Vol,II),
                                                             Psicografia de Antônio Baduy Filho

quinta-feira, janeiro 19, 2012

2012 do jeito que a gente deseja


Natureza  - uma foto

                   Espero que 2012 entre com o pé direito na vida de todos nós. É certo que, já no decorrer deste primeiro mês, tivemos sobressaltos:  seca inesperada  aqui, chuvas excessivas ali , acolá desabamentos,  incêndios. Que nossos irmãos atingidos encontrem meios de sustento e força para a luta da recuperação, que as doações que lhes cheguem às mãos venham livres de dolo.  E que, no desespero das horas tormentosas,  possam sentir a certeza  do amparo celestial.
                Pra que esse tipo de energia , coragem e desprendimento possa existir em nós, é preciso que vivamos o Evangelho.  É ele que nos pode induzir à fé irrestrita e à confiança nas sanções divinas.  É a necessidade imperiosa de nos acautelarmos diante das injunções mundanas e procurarmos melhorar o que ainda há de obscuro em nosso espírito.
           
            Cabem perfeitamente aqui os conselhos deixados por André Luiz, no segundo volume de VIVENDO O EVANGELHO, psicografia de Antônio  Baduy Filho, no capítulo Dê um Jeito:

“Faça o possível para melhorar o Espírito endurecido que ainda sobrevive em você.

Mentira? Adote a verdade.
Ódio? Neutralize com o amor.
Orgulho? Experimente a humildade.
Prepotência? Tente a convivência fraterna.
Vingança? Dê oportunidade ao perdão.
Violência? Proteja-se com a brandura.
Esperteza? Procure o caminho reto.
Vaidade? Reaja com a modéstia.
Hipocrisia? Seja sincero.

Ore pelos espíritos perversos que ainda estagiam nos sentimentos inferiores, mas não deixe de observar também suas próprias tendências infelizes e, apoiado nas lições do Evangelho, dê logo um jeito em você.”

                         Já que estamos citando o espírito de André Luiz, passemos ao estudo elaborado pela Dra. Marlene Nobre no sentido de nos fornecer uma leitura planejada  e compensadora de NOSSO LAR. Faltam 8 capítulos: passarei 4 deles hoje, ficando os 4 últimos para o próximo post. Cumprida essa tarefa,  oferecemos espaço para alguma explicação que se faça necessária, alguma dúvida sobre uma questão ou outra ou mesmo para comentários. Temos sempre pessoas preparadas, dispostas a nos tirar dúvidas e elucidar pontos de vista.

Capítulo 43Em Conversação 
1)  - Excursões de aprendizado em tempo de guerra.
2)  - A guerra eclode o que existe de pior no ser humano.
3)  - Apesar do clima infernal, a ajuda dos servidores espirituais não cessa.
4)  - Altos patrimônios culturais de nada valem se há falta de preparação religiosa.
5)  - Somente os religiosos com sopro divino inspiram fé e confiança.
6)  - Espiritismo é a grande esperança, caso os espíritas se espiritualizem.

Capítulo 44As Trevas
1) – Estudar as propriedades do pensamento. Lísias descreve aqui o emaranhamento: fenômeno da Física Quântica explica o entrelaçamento das partículas.
2) – Relacionar as ações que levam os espíritos à região das Trevas.
3) – Estudar: “Tentação e Queda”.
4) – Destacar revelação de Lísias em 1940: A Terra é organização viva. (Tese atual de James Lovelock).
5) – Há elementos no cérebro humano que lhe presidem o senso diretivo.

Capítulo 45No Campo da Música
1) – Amor ao serviço.
2) – Noivado e construção do lar.
3) -  Liberdade distorcida. Só é verdadeiramente livre quem aprende a obedecer.
4) – Música popular e clássica. Fonte de inspiração para músicos terrestres.
5) – Reuniões  sociais em Nosso  Lar.

Capítulo 46 Sacrifício de Mulher
1) – A saudade no mundo espiritual. O reencontro de almas para ser proveitosa deve ser feito no momento certo.
2) – A abnegação dos Espíritos Superiores: a prática da renúncia em favor dos que amamos. O superior desce ao inferior.
3) – Reencarnação compulsória. Não há liberdade irrestrita.
4) – Deus criou o livre-arbítrio, nós a fatalidade. Antes de praticar o mal, devemos ver as conseqüências. Inimigos podem interromper a gravidez.
5) – É indispensável amar: converter verdugos em filhos do coração.


Para encerrar, uma historinha interessante.

             Certa vez, um famoso sábio, cansado da vida agitada das cidades grandes, procurou conhecer a vida rural em busca da alegada sabedoria do camponês, fruto de uma vida mais amena, menos estressante. Assim o fez: saiu à procura do provável interlocutor e logo chegou a um caboclo que enfrentava o forte sol de verão lavrando sua terra.  Aproximando-se, cumprimentou o roceiro e logo tentou o diálogo com a seguinte pergunta: ‘Será que o senhor poderia me dizer onde está Deus? O trabalhador parou de capinar, levantou a aba do chapéu. olhou pausadamente em todas as direções e respondeu:: ‘Olha, meu senhor, onde está Deus eu não sei, não senhor. Mas será que o senhor poderia me dizer onde é que Deus não está?’

        Consta também que Santo Agostinho, defrontado certa vez com  a indagação ‘Que é Deus?’, teria respondido: ‘Quando me perguntam que é Deus, eu não sei; porém, se não me perguntam, então eu sei.’