quinta-feira, junho 06, 2013

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS I







REVENDO O EVANGELHO
CAPÍTULO POR CAPÍTULO

          Demorei um pouco mais do que devia, mas cheguei para nossas conversas e trocas. E venho hoje com uma intenção: dar um ritmo de estudo às nossas trocas de ideias, uma espécie de revisão das lições contidas no Evangelho  - “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec - em linguagem bem simples, accessível a qualquer nível de aprendizagem.   
          Nessa primeira tentativa, vamos ver se já absorvemos a lição de Jesus contida na frase “Meu reino não é deste mundo”, se sabemos distinguir o mundo físico do espiritual , assim como a destinação do homem na Terra.

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

           Ao interrogar Jesus, Pilatos fez-lhe a seguinte pergunta:  “Sois o rei dos judeus?”Ao que Jesus lhe respondeu:  “Meu reino não é deste mundo. Eu não nasci e nem vim a este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença à verdade escuta a minha voz”.
          Assim falando, Jesus refere-se à vida futura, a que teremos ao desencarnarmos - objeto das principais preocupações do homem sobre a Terra. Sem esta noção, os preceitos de moral pregados por Jesus não teriam sentido. Daí, os que não creem na vida futura e só entendem a vida presente, não compreenderem o que Jesus pregava.
          De vida futura, realmente àquela época, os judeus entendiam muito pouco. Acreditavam em anjos, que  consideravam como seres privilegiados da criação, mas ignoravam que os homens  pudessem vir a ser, um dia, anjos e seres felizes. Para eles, a observação das leis de Deus era recompensada pelos bens da Terra, pela supremacia de sua nação, pelas vitórias sobre o inimigo , enquanto as derrotas eram o castigo de sua desobediência.                                           
Moisés não conseguira passar nada mais a um povo pastor, sem conhecimentos, que só percebia as coisas deste mundo.
Mais tarde, Jesus veio revelar que há outro mundo, onde impera a justiça de Deus e onde os bons terão sua recompensa. Aí é o seu reino e pra onde voltaria quando deixasse a Terra.
Mas Jesus, percebendo que seus ensinamentos estavam além da capacidade de apreensão dos homens da época, julgou conveniente deixar parte da revelação para adiante. E limitou-se a apresentar a vida futura como um princípio, uma lei da natureza, a cuja ação ninguém pode fugir.  A partir daí, o cristão crê na vida futura, mas  muitos deles têm dela uma ideia um tanto vaga, o que os leva a dúvidas, ou mesmo, a estado de incredulidade.
O Espiritismo veio completar, nesse ponto e em vários outros, os ensinamentos do Cristo, quando os homens, já amadurecidos, podem compreender a Verdade. Sob a égide do Espiritismo, a vida futura deixa de ser um simples artigo de fé para ser uma realidade palpável demonstrada pelos fatos descritos por testemunhas oculares em todas as suas fases e peripécias.  Na vida futura, são tão racionais as condições, felizes ou infelizes, da existência dos que se encontram lá, como eles mesmos a retratam, que cada um reconhece e declara  a si mesmo que não pode ser de outra forma e que lá reside a verdadeira justiça de Deus.
Enfim, fica evidente que o reino de Jesus não é deste mundo. Mas não terá Ele também uma realeza sobre a Terra? Como sabemos, o título de rei nem sempre corresponde ao exercício de um poder temporal.  Ele é dado por um consentimento unânime àquele que domina, por assim dizer, o seu século e influi sobre o progresso da Humanidade. É dentro desse  ponto de vista que é comum dizer-se o ‘Príncipe dos poetas’, o ‘Rei dos filósofos’, o ‘Mestre dos mestres’. Oriunda do mérito, essa realeza é bem mais marcante do que a realeza  da terra, que dura enquanto há vida, ao passo que a meritória conserva o seu poder, mesmo depois da morte. E não é Jesus o mais poderoso rei dos soberanos da terra? Esta a razão de ser da sua resposta a Pilatos: “ Sou rei, mas meu reino não é deste mundo.”  
          E o Espiritismo, à imagem de Jesus, nos veio mostrar que há um outro mundo, (vida futura) onde impera a justiça de Deus e para o qual irão todos os que observarem Seus mandamentos.