sexta-feira, novembro 04, 2016

Um artigo do colunista Felinto Elízio Duarte Campelo, nosso companheiro de trabalho

Sempre uma árvore



A  ÃRVORE DA VIDA



Felinto Elízio Duarte Campelo


              "Cada um tem o seu lugar à sombra do 
Evangelho redivivo,
cada tem um trabalho a realizar."


Bezerra de Menezes  






     O Evangelho de Jesus é uma grande árvore que acolhe em sua fronde o viajor da desesperança arrependido dos erros praticados; recebe o viandante importunado pelo fogo das paixões humanas; abriga o peregrino aflito e sobrecarregado pelas exigências do mundo.




                     À sua sombra, o homem sorve, a largos haustos, o suave perfume emanado de suas benditas flores e elimina os resíduos do ar viciado que fora aspirado nos antros de crimes e concupiscência; nutre-se dos opimos frutos generosamente ofertados restaurando as energias despendidas nos embates da vida.

Assim, é o Evangelho um repositório de bênçãos e de luzes, um roteiro seguro onde seus fieis seguidores encontram o ensejo para procederem à reforma íntima.

Espíritas, encontramo-nos ao abrigo da “ÁRVORE DA VIDA”  -  o Evangelho de Jesus. Retemperemos nossas forças, beneficiemo-nos do frescor de sua abençoada sombra, saboreemos os sazonados frutos prodigalizados pela exuberante fecundidade do amor divino, mas não nos demoremos numa sesta interminável.

Não cabe ao favorecido pelas blandícias celestes permanecer em contemplação inoperante, entregue à ociosidade que anestesia os sentidos, entorpece o corpo físico, entibia a alma.

“Cada um tem um trabalho a realizar”.Conscientes desta verdade, nossa responsabilidade é maior porque sabemos que  “a Seara é grande e os trabalhadores são poucos” e há uma imensa obra a realizar carente também da nossa cooperação.

Sejamos os obreiros divinos, “Trabalhemos juntos e unamos nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra” e, felizes pelos dever cumprido, ouçamos: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”.

Laborar, pois, no sentido de melhorar o planeta onde vivemos, servir ao próximo nos moldes evangélicos, integrar o grupo de seareiros do Senhor é tarefa inadiável de quem conhece e vive o Evangelho.






  Alõ, Felinto, obrigada  pela sua participação. Foi muito bem-vinda sua palavra, a sua comunicação  Que isso possa se repetir sempre. para a satisfação de todos nós



Este espaço vai criar vida quando ocupado por interessantes pensamentos, Vamos ver?

" O pessimista se queixa do vento.
   O otimista espera que ele mude.
   O realista ajusta as velas."

           W. George Ward



"Mesmo contra o vento da adversidade, é possível avançar com segurança pelos mares da Vida, simplesmente ajustando os velames existenciais com a manivela da Fé."
                                                                                                                                              Richard Somonetti


Até o próximo encontro com muita disposição e alegria!

quarta-feira, outubro 19, 2016

Um artigo da colunista Leda Flaborea - O DEVER

Leda Flaborea apresentando seu artigo O DEVER









 O DEVER




Buscamos a paz. Falamos nela, dela e, decididamente, não a encontramos seja dentro ou fora de nós, porque ainda não conseguimos perceber que a busca deve ser feita de dentro de nós para o mundo que nos cerca.
Será que isso acontece porque vivemos a falsa ilusão de que conhecemos o que nos dá paz? É bem provável que sim. Essa questão nos remete a uma passagem do Evangelho de Lucas, capítulo 19, versículo 42, quando Jesus, junto a Jerusalém, fala a essa cidade – na verdade, falava para todos os homens – o seguinte: “Ah, se tu conheceras por ti mesmo, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos”.
As palavras do Mestre nos convidam a pensar no que seria do mundo se cada um de nós conhecesse o que, realmente, necessitamos para ter paz interior. E, na procura desses bens encontramos, para começar, as infinitas oportunidades de serviço de que dispomos no presente. Oportunidades que são nossas por benesse divina. Depois, podemos também perceber que possuímos a possibilidade de refletir sobre o que poderíamos ter feito no passado e não fizemos.
Tendo somente esses dois bens, já podemos observar que os convites de trabalho aí estão para quem deseja realizar algo. Todavia, antes de nos atirarmos, inadvertidamente, aos trabalhos só porque nos sentimos culpados, é aconselhável que cada um de nós procure compreender, com dignidade, seus próprios deveres, isto é, os compromissos morais a que estamos sujeitos com todos aqueles que nos cercam – encarnados e desencarnados –, sobretudo com nosso grupo familiar. Essa compreensão é importante porque, às vezes, deixamos de atender pequeninas exigências que são, na verdade, mais benéficas a nós do que aos outros.
Todos nós temos consciência de que nossa conta corrente com as leis divinas está em saldo devedor. Por essa razão, se cada um de nós cuidasse de cumprir suas obrigações para saldar esse débito, grande parte dos problemas sociais do mundo se resolveria naturalmente, e todos os fantasmas da inquietude que rondam nossa existência seriam afastados.
Mas, por que é tão difícil o cumprimento desses compromissos morais? Por duas razões: a primeira delas é que, na ordem dos sentimentos, o dever se encontra em posição antagônica com as seduções do interesse e do coração; e em segundo lugar, porque ele está entregue ao livre-arbítrio, ao direito que temos de escolher entre o certo e o errado, entre o fazer e não fazer. O interessante nesse processo é que a consciência nos adverte quando nos enganamos, nos estimulando e sustentando para que decidamos sempre pelo certo, pelo bem. Entretanto, o não interessante é que quase sempre sucumbimos.
Agora, já que estamos buscando conhecer o que temos para conquistar a paz, é bom procurarmos saber, também, onde o dever moral começa e onde termina – vale lembrar que não estamos tratando aqui do dever profissional.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 17, o item 7 lembra que ele tem início quando ameaçamos a felicidade ou a tranquilidade do próximo (por exemplo, o desrespeito às normas estabelecidas na convenção de Condomínios, a fim de que todos possam viver em harmonia), e termina no limite em que interferimos na livre escolha do outro (por exemplo, excessos de cuidados ou superproteção que impedem o crescimento ou as livres escolhas do outro).
Outro ponto importante do qual não podemos nos esquecer é o da confusão que ainda fazemos entre obrigação social e dever moral, tomando-se o significado do primeiro pelo segundo. Um exemplo bem simples que pode nos esclarecer é o seguinte: quando visitamos nossos pais ou avós, caso não moremos com eles, ou doentes, sejam familiares ou não, é imaginarmos que estamos cumprindo um dever moral (fraternidade) quando, na verdade, desejaríamos adiar essa visita indefinidamente.
Nesse momento, é bom prestarmos atenção às nossas atitudes. Se não existe alegria ou amor no gesto, melhor será fazer mudanças, entendendo que é preciso amar o dever e não apenas executar as obrigações que a sociedade nos impõe (o que o outro vai dizer se eu não for). André Luiz diz na lição 17, do livro Sinal Verde, psicografado por Francisco Cândido Xavier, que “quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador”.
A diferença então se estabelece quando percebemos que o dever é sempre estimulado pela consciência e não pelas regras sociais. Por tudo isso, podemos concluir que o convite ao bem, à prática do dever moral, sempre nos acompanhou, apesar de dificilmente o percebermos. Isso aconteceu através dos nossos pais, das leituras que fizemos e que ainda fazemos, do sentimento religioso que nos consola e nos impulsiona ao exercício do amor ao próximo, dos amigos encarnados e desencarnados que nos auxiliam. E se já possuímos algum conhecimento dos ensinamentos de Jesus e já temos alguma consciência de que somente através do dever cumprido encontraremos a paz que tanto buscamos, por que ainda esperamos para fazer o que deve ser feito?
O trabalho de transformação de nossas disposições íntimas necessita ser iniciado hoje, continuado amanhã, a cada minuto da nossa vida, até encontrarmos a divindade que existe em nós.
Afirma Cairbar Schutel, no livro Parábolas e Ensinos de Jesus – “Deveres Espíritas”: “O homem que cumpre seu dever, a nada fica obrigado. Quando o homem faz o que pode, Deus faz por ele o que ele por si não pode fazer”.
          
Bibliografia:
XAVIER, F. C. - Fonte Viva – ditado pelo Espírito Emmanuel – 31ª ed., FEB, Rio de Janeiro/RJ – lição 100.
_____________ Caminho, Verdade e Vida - ditado pelo Espírito Emmanuel – 17ª ed., FEB – Rio de Janeiro/RJ – lição 138.
_____________ O Consolador – ditado pelo Espírito Emmanuel – 17ª ed., FEB – Rio de Janeiro/RJ – Parte II – “Dever”.
DENIS, Léon – Depois da Morte – 19ª ed., FEB – Rio de Janeiro/DF - Parte Quinta – O Caminho Reto, XLIII – “O Dever”.


Rosas para você, Leda. Obrigada pela participação
Passemos agora à recreação e vocês terão os versinhos que prometi no post passado.



MEUS AMORES


São sete "figuras"
São sete azougues
Vocês vão gostar:
Meus sete amores.

             João vem primeiro
Único varão
Dos quatro pimpolhos
De uma estação.

           Helena e Lígia
Sucedem a João
Por último vem
Luísa - Ação!

           Agora, atenção! 
É a gata Laurinha
Quem puxa  a linha
Da outra estação

             Quem segue atrás
Vocês não  calculam
É o Bê, é a Duda
Tremendo cartaz!

           Leninha é mestra
 Na dança e no resto
Lígia- peça-chave 
Em qualquer projeto

                  Luluca calcula 
  Bê traça e pinta
    Dudinha desfila
    Laurinha é artista

               João pinta, disputa
Helena estuda
Liginha dirige
Com pulso e batuta

              Laurina se expressa
Bê fala o exato
Luluca observa 
    Dudinha quer palmas

              "Coruja" não sou
   Não me julguem mal
São sete amores
              De graça infernal!

segunda-feira, outubro 03, 2016

RECAPITULAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS Capítulo XV Itens 4 a 8


Cerejeiras em flor



RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS     Capítulo XV     Itens 4 a 8 



FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO



Tendo sabido que Jesus silenciara os Saduceus em suas perguntas intrigantes, os Fariseus reuniram-se e um deles, também doutor da lei, para tentá-lo, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Ao que Jesus lhe respondeu serenamente:  Amareis vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito. E o segundo mandamento semelhante a este: Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Neles se contém toda a lei.
De acordo com a lei, caridade e humildade é o único caminho da salvação enquanto egoísmo e orgulho é o da perdição. Do exposto, conclui-se que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar ao próximo nem amar ao próximo sem amar a Deus, ou seja, tudo que se faz contra o próximo se faz contra Deus. E se não podemos amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todas as obrigações do homem se acham contidas na máxima: Fora da caridade não há salvação.

                                      

NECESIDADE DA CARIDADE SEGUNDO SÃO PAULO



Ainda que eu falasse todas as línguas dos homens e a dos anjos, se não tivesse caridade não seria nada. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, desvendasse todos os mistérios, tivesse ciência de tudo, além de intensa fé, se não tivesse caridade eu nada seria.  E se decidisse distribuir meus bens para alimentar os pobres e entregasse meu corpo ao sacrifício, mas se assim procedesse sem o espírito voltado para a caridade, todo esse aparato não valeria nada.
 A caridade real é virtude benfazeja, amena, que nunca se enche de empáfia, desdém ou senões,
não pensa em seus interesses, não aplaude a injustiça e reconhece sempre a verdade. Há virtudes de grande força, mas, dentre elas, destaca se com força absoluta e definitiva a Caridade.  
São Paulo, de tal modo, sentiu essa verdade que declarou:  “Ainda quando eu tivesse a linguagem dos anjos; quando eu tivesse o dom da profecia e penetrasse todos os mistérios; quando eu tivesse toda a fé possível, até transportar as montanhas, se não tivesse caridade, eu nada seria. Entre as três virtudes -   fé, esperança e caridade –a caridade ocupa o lugar de excelência”.
E definiu a verdadeira caridade, mostrando-a na beneficência e na reunião de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.



FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO. FORA DA VERDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO



Como vimos, a máxima ‘Fora da caridade não há salvação’ se debruça sobre um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à felicidade suprema. Já o dogma ‘Fora da Igreja não há salvação apoia-se não sobre a fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, o que é comum a todas as religiões, mas sobre a fé em dogmas particulares. Esse posicionamento não traz resultado saudável por concorrer para desunir os filhos de Deus, dando margem a promover discussão entre os seguidores de diferentes cultos, ignorando até a lei da igualdade diante do túmulo.   Com a máxima ‘Fora da caridade não há salvação’, estamos diante da consagração do princípio da igualdade diante de Deus e da liberdade de consciência. Por ela, todos os homens são irmãos e qualquer que seja sua maneira de adorar a Deus, eles se dão as mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma, eles se afastam e até se perseguem.
Outro enfoque é  ‘Fora da verdade não há salvação’   que equivaleria a ‘Fora da igreja não há salvação, ambos pecando pelo exclusivismo, já que não há uma só seita religiosa que não pretenda deter a verdade. E ninguém neste mundo pode ter essa pretensão com a marcha dos conhecimentos aumentando sem cessar e as ideias se transformando com tanta rapidez. A verdade absoluta só é possível entre espíritos de ordem mais elevada.
A humanidade terrestre não pode pretender tal coisa porque não tem ainda o desenvolvimento espiritual necessário.  Considerando essas posições, o Espiritismo, de acordo com o que prega o Evangelho, admitindo que a salvação não depende da crença que se tenha, conquanto que se observe a lei de Deus, evita dizer ‘Fora do Espiritismo não há salvação’. E como não pretende ensinar ainda toda a verdade por falta de determinados conhecimentos, evitará também de dizer ‘Fora da verdade não há salvação’.




Aqui encerramos a exposição deste trecho do Evangelho. Agora é lermos e relermos, conjecturarmos a respeito das passagens para absorvermos as verdades nelas contidas. E podem contar comigo  nessa tarefa. O que sei dá para garantir alguma coisa O que não sei será elucidado pelos companheiros de fé que estão prontos par nos ajudar



Um mimo para vocês ~ a doce e serena palavra de Chico Xavier: "O mundo não é dos espertos. É das pessoas honestas e verdadeiras. A esperteza um dia é descoberta e vira vergonha. A honestidade se transforma em exemplo para as próximas gerações. Uma corrompe a vida.. A outra enobrece a alma".


E para despedir-me hoje, um poeminha de brincadeira descrevendo meus 7 netos ainda crianças. Oito é o número atual deles - Presente de Papai do Céu, que darei na próxima postagem pelo tempo que se esgotou.

sexta-feira, agosto 26, 2016

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XV Itens 1 a 3

                                                                               Rosas, rosas a mancheias



RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS    Capítulo XV    Itens 1 a 3




FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO



O que é preciso para ser salvo. Parábola do bom samaritano


Iniciemos nossa releitura apresentando a bela parábola do bom samaritano, o que nos dará flexibilidade para ampla compreensão do mandamento em estudo.
Quando Jesus e sua coorte de anjos se fizer presente diante de todas as nações, separará uns dos outros, como um pastor separa as ovelhas dos bodes, colocando as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. E dirá aos que estarão â sua direita: Vinde, vós que fostes benditos por meu Pai, possuí o reino que vos foi preparado desde o começo do mundo, pois eu tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, tive necessidade de alojamento e me abrigastes, estive nu e me vestistes, estive doente e me amparastes, estive na prisão e me visitastes. Então, os justos lhe responderão:  quando, Senhor, vos vimos faminto e vos demos de comer ou com sede e vos demos de beber? Quando vos vimos sem teto e vos abrigamos ou sem roupa e vos vestimos? E quando vos vimos doente ou na prisão e viemos vos visitar?  E Jesus lhes responderá: Em verdade vos digo que quantas vezes o fizestes a um irmão necessitado foi a mim mesmo que o fizestes. E dirá em seguida àqueles à sua esquerda: Afastai-vos de mim, ide para o que foi preparado para os indiferentes ao sofrimento alheio, pois tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, tive necessidade de abrigo e não me abrigastes. Estive nu e não me destes roupas, estive doente e na prisão e não me procurastes. Então, eles lhe responderam também: Senhor, quando vos vim, sem roupa ou doente ou na prisão e deixamos de voa assistir? E ele lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que deixastes de dar proteção a seus irmãos desamparados deixastes de dá-las a mim mesmo. Então, estes curtirão seus erros e os justos serão liberados para a vida eterna.
A esta altura, um doutor da lei, com o intuito de tentar Jesus, levantou-se e perguntou-lhe: Mestre, que preciso fazer para alcançar a vida eterna? Jesus respondeu-lhe: Que ledes na lei? Ele respondeu:  Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma, de todas as vossas forças e de todo o vosso espírito e vosso próximo como a vós mesmos. Jesus lhe disse então: Respondestes muito bem Procedei assim e vivereis.
Esse homem, porém, querendo passar por justo, indagou a Jesus: E quem é meu próximo?  Jesus respondeu-lhe com a seguinte passagem:
Um homem, que se deslocava de Jerusalém para Jericó, foi furiosamente assaltado por um bando de ladrões que roubaram seus pertences, cobriram-no de chagas e se foram deixando-o quase moto. Pouco depois, um sacerdote que vinha pelo mesmo caminho, percebendo o que se passara ali, tomou o outro lado. Um levita que veio também para o mesmo lugar, percebendo o possível perigo, passou ainda pelo outro lado. Mas um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde estava o ferido, foi tocado de compaixão. Aproximou-se dele, derramou óleo e vinho em suas feridas e as enfaixou, colocando-o em seu cavalo e levando-o a uma hospedaria, onde pôde cuidar mais dele. Na manhã seguinte, tomou o cuidado de entregar ao hospedeiro duas moedas, dizendo-lhe: cuidai bem deste homem e tudo o que gastares a mais com ele, eu vos restituirei quando voltar.
Qual desses três personagens vos parece ter representado o próximo daquele que tinha sido vítima dos ladrões? O doutor lhe respondeu: Aquele que praticou a misericórdia com a vítima Ao que Jesus respondeu: Ide, pois, e fazei o mesmo.
Toda a moral de Jesus resume-se na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Ao longo de seus ensinamentos, ele exibe essas duas virtudes como o caminho para a felicidade eterna. Por isso, ele sempre disse: Bem-aventurados os puros de coração, os brandos e pacíficos, os misericordiosos. E sempre repetiu afirmações como as que se seguem: Amai o vosso próximo como a vós mesmos, fazei aos outros o que quereríeis que vos fizessem, amai vossos inimigos, perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados, fazei o bem sem ostentação, julgai a vós mesmos antes de julgar os outros. Humildade e caridade -  sua recomendação constante. Combate ao orgulho e egoísmo - o que não cansa de exercer. Enfim, ele elege a caridade como a única condição da felicidade futura.
“Jesus não fez, pois, da caridade somente uma das condições de salvação, mas a única condição. Se houvesse outras a serem preenchidas, ele as teria mencionado. Se coloca a caridade no primeiro plano das virtudes é porque ela encerra, implicitamente, todas as outras: a humildade, a doçura, a indulgência, a justiça etc e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo”.

Um esclarecimento aqui é importante:  a necessidade de separar a figura e a alegoria. Jesus falava a homens ainda incapazes de compreender as coisas puramente espirituais, vendo-se na contingência de apresentar imagens materiais surpreendentes e capazes de impressionar. Reservar para o futuro a verdadeira interpretação de suas palavras era o que se impunha como certo.

Paremos um pouco e consideremos sobre o que versa o inquérito. Veremos que o juiz não se prende a nenhuma formalidade, nem analisa nenhuma prática exterior, Ele leva em conta apenas a prática da caridade e julga afinal: vós que assististes vossos irmãos formai ai à direita; vós que fostes insensíveis para com eles, passai à esquerda. Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que tem amor ao próximo, acima do ortodoxo,que falta com a caridade. Desse modo, Jesus não fez da caridade uma das condições de salvação, mas a única condição. E, se assim ele concebeu, é porque ela abrange: a humildade, a doçura, a benevolência, a indulgência, a justiça, enfim, todas as outras virtudes e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.

Paremos um pouco para que o texto passe a ser objeto de reflexão  e venha  a gerar perguntas que demandem elucidação, Qualquer explicação será dada no nosso próximo encontro ,
   


Como 'dever de casa', gostaria que vocês procurassem o significado de;

a) Samaritano--------------------------------------------------------------------------

b) Ortodoxo---------------------------------------------------------------------------

c) Levita---------------------------------------------------------------------------------

d) Parábola------------------------------------------------------------------------------

e) Mandamento---------------------------------------------------------------------------



Leiam e meditem sobre essa verdade:

"O Espírito dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem".

terça-feira, julho 26, 2016

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XIV Item

De um jardim alhures




O PARENTESCO CORPORAL E O PARENTESCO ESPIRITUAL




Os laços de sangue não estabelecem necessariamente as ligações entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, uma vez que o Espírito existia antes da formação do corpo. Explicando mais claramente, não foi o progenitor que fez o Espírito do filho. Ele apenas lhe forneceu um envoltório corporal. E, por isso, deve ajudar em seu desenvolvimento intelectual e moral para fazê-lo progredir.
Os Espíritos que encarnam numa mesma família, principalmente entre parentes próximos, são conhecidos como   Espíritos simpáticos, ligados por relacionamentos anteriores que se explicitam por sua afeição durante a vida terrena, mas pode acontecer também que esses Espíritos sejam inteiramente estranhos uns aos outros, separados por antipatias também anteriores, que se traduzem da mesma forma por seu antagonismo na Terra para servir-lhes de prova. Disto se apreende que que os verdadeiros laços de família não são exatamente os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e após sua encarnação - problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das vidas (assunto já tocado no capítulo IV).
 Assim, podemos afirmar que existem duas espécies de família: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. As primeiras, de longa duração, fortalecem-se pela depuração e se perpetuam no mundo dos Espíritos através de migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se acabam com o tempo, dissolvendo-se moralmente desde a vida atual. Com essas considerações, Jesus quis fazer compreender ao dizer a seus seguidores: “eis minha mãe e meus irmãos”, ou seja, minha família pelos laços espirituais, pois quem quer que faça a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe,.


Com isso encerramos o cap, XIV.,O que nos falta é meditar sobre essas verdades. E para isso temos o excelente testemunho dado por Santo Agostinho//1862//Paris. que se encontra logo abaixo em INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS



Em RECREAÇÃO, começo perguntando:quem  tentou escrever um poeminha? Alguém se habilitou? Continuo esperando com muita paciência e muita esperança.

Conversemos mais um pouco.,então. e digamos com Santo Agostinho, partindo da realidade proposta pela Doutrina Espírita:"A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. Não nos pergunteis, portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal chaga, para tal tentação ou tal prova. Lembrai-vos de que aquele que crê é forte pelo remédio da f-e  e que aquele que duvida um instante da sua eficácia é imediatamente punido, porque logo sente as pungitivas angústias da aflição."

Vou deixá-los agora, enfeitando o local de suas reflexões e busca de paz.: um jardim complementar tão bonito e inspirador quanto o do começo de nossa conversa.



domingo, julho 24, 2016

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XIV ítens 5 a 7

A Paz de uma paisagem florida




Continuação do texto Piedade Filial



Para com os pais sem recursos é que se prova a real piedade filial. Há filhos que creem fazer um ‘tour de force’ oferecendo-lhes tão somente o necessário para satisfazer-lhes a fome quando vivem desfrutando do melhor, do especial. Há filhos que recebem em casa os pais carentes, mas lhes reservam os menos confortáveis aposentos, agravando essa má disposição de apoio ao proporem participação nos trabalhos de casa. Não têm sensibilidade para reconhecer o que receberam ao nascerem até se tornarem adultos. Não, o que os filhos devem aos pais não é só o exatamente necessário, mas também uma parcela de seu supérfluo, de gentilezas e cuidados especiais - a piedade filial, como Deus a concebeu. Esses filhos ingratos serão punidos pela ingratidão ainda na existência em curso ou numa futura encarnação.
Os pais que não reconhecem seus deveres com os filhos receberão de Deus a devida punição, não cabendo aos filhos nem ato da censura, pois talvez eles próprios merecessem que fosse assim. De modo que os filhos devem tomar como regra de conduta para com os pais todos os -preceitos de Jesus ligados ao próximo e entender que todo e qualquer procedimento negativo relativo a estranho o é ainda mais em relação a parentes. Enquanto no caso de parentes possa ser considerado apenas uma falta, no caso de pais, passa a ser crime caracterizado por falta de caridade unida à ingratidão.
Um ponto a considerar aqui é: Deus, ao dizer “ Honrai a vosso pai e a vossa mãe afim de viverdes longo tempo sobre a terra, que o Senhor vosso Deus vos dará”, por que promete como recompensa a vida terrestre e não a vida celeste?  Na expressão ‘Que Deus vos dará ‘, suprimida na forma moderna do Decálogo, pode estar a explicação. Na época em que foram ditas, os hebreus ainda não entendiam a vida futura, sua vida não prosseguia além da vida corporal. Deste modo, eles deviam ser mais estimulados pelo que viam do que pelo que não viam. Daí, Deus falar numa linguagem que eles pudessem entender, dando-lhes em perspectiva o que pode satisfazê-los. A esta altura, estavam no deserto. A Terra Prometida -  sua aspiração efetiva: eles não desejavam nada além disso e Deus lhes disse que viveriam nela por longo tempo desde que observassem seus mandamentos.
Ao tempo de Jesus na terra, o povo hebraico já apresentava ideias mais evoluídas – era a ocasião azada para iniciá-los na vida espiritual. E Jesus fervorosamente lhes disse: ”Meu reino não é deste mundo. É nele, e não na Terra, que recebereis a recompensa de vossas boas obras”. Deste modo, a Terra Prometida material se torna numa pátria celeste. Da mesma maneira, quando os chama a cumprir o mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” não é mais a terra que lhes promete, mas o céu, como vimos nos capítulos II e III.



QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS



Analisemos esta passagem: “Tendo chegado a casa, nela se reuniu uma tão grande multidão de povo, que não podiam mesmo tomar seu alimento. Seus parentes, tendo sabido disso, vieram para se apoderarem dele porque diziam que ele havia perdido o espírito.
Entretanto, sua mãe e seus irmãos tendo vindo e ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo Ora, o povo estava sentado ao seu redor e lhe disse: Vossa mãe e vossos irmãos estão lá fora vos chamando. Mas ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E olhando aqueles que estavam sentados ao seu redor: Eis, disse, minha mãe e meus irmãos porque todo aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
 Tais palavras parecem estranhas nos lábios de Jesus, pois fazem contraste com sua bondade e sua grande benevolência para com todos.  Os descrentes não perderam a ocasião de fazer disso uma arma, apontando-o como contraditório. Um fato que não se pode refutar é que sua doutrina tem por base essencial a lei do amor e da caridade, não podendo, pois, destruir de um lado o que estabelecia de outro.  Do exposto se conclui que, se certas máximas estão em contradição com o princípio, ou as palavras que lhe são atribuídas foram mal expressadas ou não são dele.
Causa estranheza ver, nesse particular, Jesus mostrar tanta indiferença para com os parentes e, de alguma forma, renegar sua mãe. Quanto aos irmãos, sabe-se que nunca tiveram simpatia por ele. Espíritos pouco adiantados, não haviam percebido a missão a cargo de Jesus, achavam-no esquisito e seus ensinamentos não os tinha alcançado tanto que não houve nenhum discípulo entre eles, parecendo até queque partilhavam das prevenções de seus inimigos. Quando se apresentava na família, era acolhido mais como estranho, tendo São João chegado a dizer “que não acreditavam mais nele”. (cap. VII, v.5).
Quanto à sua mãe, não se pode negar que era boa e terna com seus filhos, mas parece não ter feito uma ideia muito justa de missão de Jesus, já que não seguia seus ensinamentos, nem lhe prestou testemunho como o fez João Batista. A solicitude maternal era em Maria o sentimento dominante. Quanto a Jesus, não podemos admitir que tenha renegado sua mãe. Um pensamento desse tipo não se coaduna com aquele que disse: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe”.  Há de se descobrir um outro sentido para essas palavras levando-se em consideração que sua linguagem permaneceu alegórica, por contingência, por um bom tempo.




Paremos por aqui. Releiam o texto. Avaliem se está tudo entendido Aquele/a que tiver dúvida, não se acanhe de me perguntar uma, duas ou mais vezes. Repetirei  a explicação o número de vezes que for necessário. Com isso, vocês verão que, com a continuidade, vocês não precisarão mais de mim. Já poderão interpretar o que lerem sozinhos!




Hora da recreação


Que querem fazer ver ou ouvir? Que tal tentarem compor uns poemas? É só dar passagem ao sentimento. Vamos lá, eu vou na frente e o título do meu poema é 



ALVITRE


Não sonhe, viva.
Não deseje, vá buscar.
O caminho é longo? Encurte-o.
O tempo é pouco? Expanda-o.
Os recursos são poucos? Crie-os.
Não esmoreça, não duvide, não desista.
A vontade é seu único motor.
A persistência, sua única arma.
A determinação, sua única força.
A fé em Deus, toda a sua razão de ser e de superar-se.



Até nosso próximo encontro.

sábado, julho 23, 2016

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XIV Itens 1 a 4

Jesus em suas pregações


Conhecemos os mandamentos: “Não matareis / Não cometereis adultério / Não furtareis / Não prestareis falsos testemunhos / Não fareis mal a ninguém / Honrai a vosso pai e a vossa mãe”.
Conhecemos também a seguinte premissa: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe a fim de viverdes longo tempo sobre a terra que o Senhor vosso Deus vos dará”. (Decálogo; Êxodo, cap. XX, v.12).

PIEDADE FILIAL

  O mandamento título de hoje não é senão uma resultante da lei geral de caridade e de amor ao próximo, o que é fácil de entender desde que não se pode amar o próximo sem amar pai e mãe. Apenas a palavra honrai, aqui, contém um dever a mais a seu respeito: o da piedade filial, ou seja, ao amor acrescentar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, ou seja, a obrigação de cumprir para com eles, de um modo mais exigente, tudo o que a caridade manda para com o próximo. Toda violação a esse mandamento é duramente punida. Honrar pai e mãe não se resume a respeitá-los, mas assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes repouso na velhice, devolvendo-lhes o que nos deram na nossa infância.
Para com os pais sem recursos é que se prova a real piedade filial. Há filhos que creem fazer um ‘tour de force’ oferecendo-lhes tão somente o necessário para satisfazer-lhes a fome quando vivem desfrutando do melhor, do especial. Há filhos que recebem em casa os pais carentes, mas lhes reservam os menos confortáveis aposentos, agravando essa má disposição de apoio ao proporem participação nos trabalhos de casa. Não têm sensibilidade para reconhecer o que receberam ao nascerem até se tornarem adultos. Não, o que os filhos devem aos pais não é só o exatamente necessário, mas também uma parcela de seu supérfluo, de gentilezas e cuidados especiais - a piedade filial, como Deus a concebeu. Esses filhos ingratos serão punidos pela ingratidão ainda na existência em curso ou numa futura encarnação.
Os pais que não reconhecem seus deveres com os filhos receberão de Deus a devida punição, não cabendo aos filhos nem ato da censura, pois talvez eles próprios merecessem que fosse assim. De modo que os filhos devem tomar como regra de conduta para com os pais todos os -preceitos de Jesus ligados ao próximo e entender que todo e qualquer procedimento negativo relativo a estranho o é ainda mais em relação a parentes. Enquanto no caso de parentes possa ser considerado apenas uma falta, no caso de pais, passa a ser crime caracterizado por falta de caridade unida à ingratidão.
Um ponto a considerar aqui é: Deus, ao dizer “ Honrai a vosso pai e a vossa mãe afim de viverdes longo tempo sobre a terra, que o Senhor vosso Deus vos dará”, por que promete como recompensa a vida terrestre e não a vida celeste?  Na expressão ‘Que Deus vos dará ‘, suprimida na forma moderna do Decálogo, pode estar a explicação. Na época em que foram ditas, os hebreus ainda não entendiam a vida futura, sua vida não prosseguia além da vida corporal. Deste modo, eles deviam ser mais estimulados pelo que viam do que pelo que não viam. Daí, Deus falar numa linguagem que eles pudessem entender, dando-lhes em perspectiva o que pode satisfazê-los. A esta altura, estavam no deserto. A Terra Prometida -  sua aspiração efetiva: eles não desejavam nada além disso e Deus lhes disse que viveriam nela por longo tempo desde que observassem seus mandamentos.
Ao tempo de Jesus na terra, o povo hebraico já apresentava ideias mais evoluídas – era a ocasião azada para iniciá-los na vida espiritual. E Jesus fervorosamente lhes disse: ”Meu reino não é deste mundo. É nele, e não na Terra, que recebereis a recompensa de vossas boas obras”. Deste modo, a Terra Prometida material se torna numa pátria celeste. Da mesma maneira, quando os chama a cumprir o mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” não é mais a terra que lhes promete, mas o céu, como vimos nos capítulos II e III.

QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS

Analisemos esta passagem: “Tendo chegado a casa, nela se reuniu uma tão grande multidão de povo, que não podiam mesmo tomar seu alimento. Seus parentes, tendo sabido disso, vieram para se apoderarem dele porque diziam que ele havia perdido o espírito.
Entretanto, sua mãe e seus irmãos tendo vindo e ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo Ora, o povo estava sentado ao seu redor e lhe disse: Vossa mãe e vossos irmãos estão lá fora vos chamando. Mas ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E olhando aqueles que estavam sentados ao seu redor: Eis, disse, minha mãe e meus irmãos porque todo aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
 Tais palavras parecem estranhas nos lábios de Jesus, pois fazem contraste com sua bondade e sua grande benevolência para com todos.  Os descrentes não perderam a ocasião de fazer disso uma arma, apontando-o como contraditório. Um fato que não se pode refutar é que sua doutrina tem por base essencial a lei do amor e da caridade, não podendo, pois, destruir de um lado o que estabelecia de outro.  Do exposto se conclui que, se certas máximas estão em contradição com o princípio, ou as palavras que lhe são atribuídas foram mal expressadas ou não são dele.
Causa estranheza ver, nesse particular, Jesus mostrar tanta indiferença para com os parentes e, de alguma forma, renegar sua mãe. Quanto aos irmãos, sabe-se que nunca tiveram simpatia por ele. Espíritos pouco adiantados, não haviam percebido a missão a cargo de Jesus, achavam-no esquisito e seus ensinamentos não os tinha alcançado tanto que não houve nenhum discípulo entre eles, parecendo até queque partilhavam das prevenções de seus inimigos. Quando se apresentava na família, era acolhido mais como estranho, tendo São João chegado a dizer “que não acreditavam mais nele”. (cap. VII, v.5).
Quanto à sua mãe, não se pode negar que era boa e terna com seus filhos, mas parece não ter feito uma ideia muito justa de missão de Jesus, já que não seguia seus ensinamentos, nem lhe prestou testemunho como o fez João Batista. A solicitude maternal era em Maria o sentimento dominante. Quanto a Jesus, não podemos admitir que tenha renegado sua mãe. Um pensamento desse tipo não se coaduna com aquele que disse: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe”.  Há de se descobrir um outro sentido para essas suas palavras, Não esqueçamos que sua linguagem era alegórica por contingência. 




Ficamos por aqui sem a costumeira recreação  Acrescento apenas um pensamento bonito de alguém que se importa conosco e nos oferece  a luz de seus conhecmentos

Caminhe alegre pela vida. Plante sementes boas de paz e otimismo, vivendo bem com a consciência./ Carlos Pastorino