sábado, junho 19, 2004

FALANDO DE MEDIUNIDADE

Há riscos na prática da mediunidade. Um deles é o domínio que determinados espíritos podem exercer sobre os médiuns, impedindo que se comuniquem com outros espíritos.Obsessão é o nome dado a este fenômeno.
Daí ser indispensável um estudo prévio da mediunidade, o qual fornece os meios para evitar semelhante inconveniente, às vezes com conseqüências desagradáveis.
São três os graus da obsessão: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
No primeiro caso, o médium experiente percebe a intenção do espírito e procura desembaraçar-se dele, afastando-se um pouco, deixando, por exemplo, de escrever (no caso de médium de escrita). O espírito termina desistindo.
Já a fascinação obsessional é mais séria, uma vez que o médium fica completamente iludido. O espírito dominador conquista a confiança do médium de tal modo que o impede de julgar as comunicações que recebe, passando a aceitar como boas tão somente o que provém dele, rejeitando conselhos de amigos de fé, enchendo-se de inveja, afastando-se até do ambiente das reuniões espíritas, onde ele certamente iria, com os cuidados recebidos, perceber o grotesco da situação.
É bom tomar como norma o seguinte: os espíritos que impõem, que dão ordens e esperam obediência cega não pertencem à classe dos bons espíritos. Estes nunca tentam impor-se; aconselham, mostram caminhos e, se não são atendidos, retiram-se. É por isso que a aproximação dos maus espíritos é sempre desagradável produzindo agitação e mal-estar enquanto a dos bons deixa uma sensação de brandura e segurança.
A subjugação obsessional (antigamente denominada possessão) é um constrangimento físico (exercido sempre por espíritos de baixa categoria) que pode neutralizar o livre-arbítrio do assediado. Pode variar de sensações desagradáveis a movimentos desordenados, atos insensatos, gritos, palavras incoerentes que se repetem mesmo que o subjugado perceba a figura ridícula que está fazendo, não conseguindo controlar-se.
Pode ser confundida com a loucura patológica, mas na subjugação não há lesão orgânica.
Na loucura, a causa do mal é interna ; o que importa é restituir o organismo ao seu estado normal. Na subjugação a causa é externa e o que é necessário é libertar o paciente de um inimigo invisível, opondo-lhe uma força moral superior.
Em tais casos, nunca se lançar mão de exorcismos que só agravam a situação.
O Espiritismo fornece os meios de combater o mal, fazendo a educação moral do espírito obsessor. Por conselhos prudentemente dirigidos, consegue-se torná-lo melhor e, via de regra, fazê-lo renunciar voluntariamente à obsessão do assediado que, então, fica livre.
É importante registrar que a obsessão, qualquer que seja o seu tipo, é independente da mediunidade. Pela mediunidade, o ente maléfico denuncia sua presença. Sem ela, é um inimigo oculto de quem não se desconfia.
A obsessão não é obviamente produto de um espírito elevado. Daí ser essencial saber reconhecer a natureza dos espíritos que se manifestam. Tanto o médium não se expõe a cair em armadilhas, como o simples observador tem a oportunidade de poder apreciar o valor do que vê e ouve numa sessão espírita.



Para encerrar, deixo-lhes este valioso texto:

APLICAÇÃO DO ESPIRITISMO


Irmãos, lembremo-nos sempre de que o Espiritismo

VISTO, pode ser somente fenômeno;
OUVIDO, pode ser apenas consolação;
VITORIOSO, pode ser somente festividade;
ESTUDADO, pode ser apenas escola;
DISCUTIDO, pode ser somente sectarismo;
INTERPRETADO, pode ser apenas teoria;
PROPAGADO, pode ser somente movimentação;
SISTEMATIZADO, pode ser apenas filosofia;
OBSERVADO, pode ser somente ciência;
MEDITADO, pode ser apenas doutrina;
SENTIDO, pode ser somente crença.

Não nos esqueçamos, porém, de que.

ESPIRITISMO APLICADO é Vida Eterna com eterna libertação.

A codificação trouxe ao mundo uma chave gloriosa, cuja utilidade se adapta a numerosas portas. Escolhamos com o apóstolo, que hoje recordamos, o caminho da aplicação: TRABALHO, SOLIDARIEDADE, TOLERÂNCIA.
De coração elevado a Jesus, não temos por agora divisa mais nobre a recordar. Viveria na fé consoladora. Espiritismo é sol. Brilhai na sua luz.

Emmanuel

Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 18/04/1993, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais (em comemoração ao aniversário do lançamento de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)