terça-feira, julho 26, 2016

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XIV Item

De um jardim alhures




O PARENTESCO CORPORAL E O PARENTESCO ESPIRITUAL




Os laços de sangue não estabelecem necessariamente as ligações entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, uma vez que o Espírito existia antes da formação do corpo. Explicando mais claramente, não foi o progenitor que fez o Espírito do filho. Ele apenas lhe forneceu um envoltório corporal. E, por isso, deve ajudar em seu desenvolvimento intelectual e moral para fazê-lo progredir.
Os Espíritos que encarnam numa mesma família, principalmente entre parentes próximos, são conhecidos como   Espíritos simpáticos, ligados por relacionamentos anteriores que se explicitam por sua afeição durante a vida terrena, mas pode acontecer também que esses Espíritos sejam inteiramente estranhos uns aos outros, separados por antipatias também anteriores, que se traduzem da mesma forma por seu antagonismo na Terra para servir-lhes de prova. Disto se apreende que que os verdadeiros laços de família não são exatamente os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e após sua encarnação - problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das vidas (assunto já tocado no capítulo IV).
 Assim, podemos afirmar que existem duas espécies de família: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. As primeiras, de longa duração, fortalecem-se pela depuração e se perpetuam no mundo dos Espíritos através de migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se acabam com o tempo, dissolvendo-se moralmente desde a vida atual. Com essas considerações, Jesus quis fazer compreender ao dizer a seus seguidores: “eis minha mãe e meus irmãos”, ou seja, minha família pelos laços espirituais, pois quem quer que faça a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe,.


Com isso encerramos o cap, XIV.,O que nos falta é meditar sobre essas verdades. E para isso temos o excelente testemunho dado por Santo Agostinho//1862//Paris. que se encontra logo abaixo em INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS



Em RECREAÇÃO, começo perguntando:quem  tentou escrever um poeminha? Alguém se habilitou? Continuo esperando com muita paciência e muita esperança.

Conversemos mais um pouco.,então. e digamos com Santo Agostinho, partindo da realidade proposta pela Doutrina Espírita:"A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. Não nos pergunteis, portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal chaga, para tal tentação ou tal prova. Lembrai-vos de que aquele que crê é forte pelo remédio da f-e  e que aquele que duvida um instante da sua eficácia é imediatamente punido, porque logo sente as pungitivas angústias da aflição."

Vou deixá-los agora, enfeitando o local de suas reflexões e busca de paz.: um jardim complementar tão bonito e inspirador quanto o do começo de nossa conversa.



domingo, julho 24, 2016

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XIV ítens 5 a 7

A Paz de uma paisagem florida




Continuação do texto Piedade Filial



Para com os pais sem recursos é que se prova a real piedade filial. Há filhos que creem fazer um ‘tour de force’ oferecendo-lhes tão somente o necessário para satisfazer-lhes a fome quando vivem desfrutando do melhor, do especial. Há filhos que recebem em casa os pais carentes, mas lhes reservam os menos confortáveis aposentos, agravando essa má disposição de apoio ao proporem participação nos trabalhos de casa. Não têm sensibilidade para reconhecer o que receberam ao nascerem até se tornarem adultos. Não, o que os filhos devem aos pais não é só o exatamente necessário, mas também uma parcela de seu supérfluo, de gentilezas e cuidados especiais - a piedade filial, como Deus a concebeu. Esses filhos ingratos serão punidos pela ingratidão ainda na existência em curso ou numa futura encarnação.
Os pais que não reconhecem seus deveres com os filhos receberão de Deus a devida punição, não cabendo aos filhos nem ato da censura, pois talvez eles próprios merecessem que fosse assim. De modo que os filhos devem tomar como regra de conduta para com os pais todos os -preceitos de Jesus ligados ao próximo e entender que todo e qualquer procedimento negativo relativo a estranho o é ainda mais em relação a parentes. Enquanto no caso de parentes possa ser considerado apenas uma falta, no caso de pais, passa a ser crime caracterizado por falta de caridade unida à ingratidão.
Um ponto a considerar aqui é: Deus, ao dizer “ Honrai a vosso pai e a vossa mãe afim de viverdes longo tempo sobre a terra, que o Senhor vosso Deus vos dará”, por que promete como recompensa a vida terrestre e não a vida celeste?  Na expressão ‘Que Deus vos dará ‘, suprimida na forma moderna do Decálogo, pode estar a explicação. Na época em que foram ditas, os hebreus ainda não entendiam a vida futura, sua vida não prosseguia além da vida corporal. Deste modo, eles deviam ser mais estimulados pelo que viam do que pelo que não viam. Daí, Deus falar numa linguagem que eles pudessem entender, dando-lhes em perspectiva o que pode satisfazê-los. A esta altura, estavam no deserto. A Terra Prometida -  sua aspiração efetiva: eles não desejavam nada além disso e Deus lhes disse que viveriam nela por longo tempo desde que observassem seus mandamentos.
Ao tempo de Jesus na terra, o povo hebraico já apresentava ideias mais evoluídas – era a ocasião azada para iniciá-los na vida espiritual. E Jesus fervorosamente lhes disse: ”Meu reino não é deste mundo. É nele, e não na Terra, que recebereis a recompensa de vossas boas obras”. Deste modo, a Terra Prometida material se torna numa pátria celeste. Da mesma maneira, quando os chama a cumprir o mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” não é mais a terra que lhes promete, mas o céu, como vimos nos capítulos II e III.



QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS



Analisemos esta passagem: “Tendo chegado a casa, nela se reuniu uma tão grande multidão de povo, que não podiam mesmo tomar seu alimento. Seus parentes, tendo sabido disso, vieram para se apoderarem dele porque diziam que ele havia perdido o espírito.
Entretanto, sua mãe e seus irmãos tendo vindo e ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo Ora, o povo estava sentado ao seu redor e lhe disse: Vossa mãe e vossos irmãos estão lá fora vos chamando. Mas ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E olhando aqueles que estavam sentados ao seu redor: Eis, disse, minha mãe e meus irmãos porque todo aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
 Tais palavras parecem estranhas nos lábios de Jesus, pois fazem contraste com sua bondade e sua grande benevolência para com todos.  Os descrentes não perderam a ocasião de fazer disso uma arma, apontando-o como contraditório. Um fato que não se pode refutar é que sua doutrina tem por base essencial a lei do amor e da caridade, não podendo, pois, destruir de um lado o que estabelecia de outro.  Do exposto se conclui que, se certas máximas estão em contradição com o princípio, ou as palavras que lhe são atribuídas foram mal expressadas ou não são dele.
Causa estranheza ver, nesse particular, Jesus mostrar tanta indiferença para com os parentes e, de alguma forma, renegar sua mãe. Quanto aos irmãos, sabe-se que nunca tiveram simpatia por ele. Espíritos pouco adiantados, não haviam percebido a missão a cargo de Jesus, achavam-no esquisito e seus ensinamentos não os tinha alcançado tanto que não houve nenhum discípulo entre eles, parecendo até queque partilhavam das prevenções de seus inimigos. Quando se apresentava na família, era acolhido mais como estranho, tendo São João chegado a dizer “que não acreditavam mais nele”. (cap. VII, v.5).
Quanto à sua mãe, não se pode negar que era boa e terna com seus filhos, mas parece não ter feito uma ideia muito justa de missão de Jesus, já que não seguia seus ensinamentos, nem lhe prestou testemunho como o fez João Batista. A solicitude maternal era em Maria o sentimento dominante. Quanto a Jesus, não podemos admitir que tenha renegado sua mãe. Um pensamento desse tipo não se coaduna com aquele que disse: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe”.  Há de se descobrir um outro sentido para essas palavras levando-se em consideração que sua linguagem permaneceu alegórica, por contingência, por um bom tempo.




Paremos por aqui. Releiam o texto. Avaliem se está tudo entendido Aquele/a que tiver dúvida, não se acanhe de me perguntar uma, duas ou mais vezes. Repetirei  a explicação o número de vezes que for necessário. Com isso, vocês verão que, com a continuidade, vocês não precisarão mais de mim. Já poderão interpretar o que lerem sozinhos!




Hora da recreação


Que querem fazer ver ou ouvir? Que tal tentarem compor uns poemas? É só dar passagem ao sentimento. Vamos lá, eu vou na frente e o título do meu poema é 



ALVITRE


Não sonhe, viva.
Não deseje, vá buscar.
O caminho é longo? Encurte-o.
O tempo é pouco? Expanda-o.
Os recursos são poucos? Crie-os.
Não esmoreça, não duvide, não desista.
A vontade é seu único motor.
A persistência, sua única arma.
A determinação, sua única força.
A fé em Deus, toda a sua razão de ser e de superar-se.



Até nosso próximo encontro.