Flores para enfeitar a Páscoa
Escolhi para o post de hoje um artigo da revista Consolador de 31 de março de 1913 pela
maneira como o autor responde à pergunta constante feita em nosso meio: a Páscoa na visão espírita.
Numa linguagem singela, ele se sai muito bem ao explicar o que realmente importa nessa comemoração e a maneira como devemos ver Jesus Cristo que nos deu a lição mais eloquente de Amor sobre a face da Terra.
Celebrando a Páscoa
Todos os anos, ao chegarmos a esta época, a sociedade cristã relembra o
episódio de maior importância na história religiosa da humanidade: a paixão
de Cristo, comumente representada por sua imagem martirizada em uma cruz.
Influenciados pelo
capitalismo, aproveitamos a data do aniversário da ressurreição de Jesus para
trocarmos chocolates das mais variadas formas e sabores, pagamos caro pelo
típico bacalhau presente na ceia das famílias mais abastadas e cometemos,
então, o pecado capital da gula.
Associamos a imagem
do Cristo morto às conveniências do egoísmo de uma sociedade que se preocupa
em lucrar em todas as oportunidades e esquecemos que Jesus nasceu e tem
nascido todos os dias, em diferentes épocas e lugares, nos corações dos
homens que descobrem o seu amor.
Comovemo-nos com as
inúmeras peças teatrais que reproduzem a via sacra de Jesus, malhamos
indignados a figura de Judas, o traidor, e não lembramos que o próprio
Cristo, traído, nos ensinou o perdão.
A cada ano nos
distanciamos um pouco mais dos ensinamentos do Mestre, talvez descrentes
pelas consequências de nossas próprias atitudes e ignorando que o homem
interior é capaz de se renovar sempre.
A luta nos
enriquece de experiência, a dor aprimora nossas emoções e o sacrifício
tempera-nos o caráter. Mas não basta apenas ter as aparências da pureza, é
preciso antes de tudo ter a pureza de coração.
É necessário
promovermos a mudança sincera de nossas atitudes, amadurecer nossos
sentimentos vis, através dos princípios que ele nos deixou.
E parafraseando
Chico Xavier, Jesus não nos exigiu nada, não nos impôs grandes sacrifícios,
só pediu para que nos amássemos uns aos outros.
Deixemos, então, a
imagem daquele Cristo morto e crucificado para darmos lugar ao Cristo vivo em
nossas vidas. O nosso Jesus está sim, de braços abertos, olhando por cada um
de nós.
Feliz Páscoa!
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