domingo, outubro 31, 2004

Conforme prometi, estou passando para cumprimentar os amigos e avisar que, ainda esta semana, postarei mais um resumo do livro que estávamos repassando. Mais uns três posts e teremos coberto todo o conteúdo de O que é o Espiritismo?
Por ora, deixo um trecho do livro Além da Morte, de Divaldo Franco, ditado pelo espírito de Otília Gonçalves.

ALÉM DA MORTE

Cumprida mais uma jornada na terra, seguem os espíritos para a pátria espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em suas existências físicas. Aportam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios. São homens, almas em aprendizagem despojadas da carne. São os mesmos homens que eram antes da morte. A desencarnação não lhes modifica hábitos, nem costumes. Não lhes outorga títulos, nem conquistas. Não lhes retira méritos, nem realizações. Cada um se apresenta após a morte como sempre viveu. Não ocorre nenhum milagre de transformação para aqueles que atingem o grande porto. Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia. A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria, demora-se, infeliz, ignorando a nova realidade. Muitos agem como turistas confusos em visita à grande cidade, buscando incessantemente endereços que não conseguem localizar. Sentem a alma visitada por aflições e remorsos, receios e ansiedades. Se refletissem um pouco perceberiam que a vida prossegue sem grandes modificações. Os escravos do prazer prosseguem inquietos. Os servos do ódio demoram-se em aflição. Os companheiros da ilusão permanecem enganados. Os aficionados da mentira dementam-se sob imagens desordenadas. Os amigos da ignorância continuam perturbados. Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio dispensado pelos espíritos superiores. Sim, porque mesmo os seres mais infelizes e voltados ao mal não são esquecidos ou abandonados pelo auxílio divino. Em toda parte e sem cessar, amigos espirituais amparam todos os seus irmãos, refletindo a paternal providência divina. Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é, pura e simplesmente, recomeçar a viver. A morte a todos aguarda. Preparar-se para tal acontecimento é tarefa inadiável. Apenas as almas esclarecidas e experimentadas na batalha redentora serão capazes de transpor a barreira do túmulo e caminhar em liberdade. A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução. A matéria em que nos encontramos imersos, por ora, é abençoado campo de luta e de aprimoramento pessoal. Cada dia de que dispomos na carne é nova chance de recomeço. Tal benefício deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores que resistem à própria morte. Na contabilidade divina, a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indignos. Todo amor dedicado ao próximo, em serviço educativo à humanidade, é degrau de ascensão.
Quando o véu da morte fechar os nossos olhos nesta existência, continuaremos vivendo, em outro plano e em condições diversas. Estaremos, no entanto, imbuídos dos mesmos defeitos e das mesmas qualidades que nos movimentavam antes do transe da morte. A adaptação a essa nova realidade dependerá da forma como nos tivermos preparado para ela. Semeamos a partir de hoje a colheita de venturas, ou de desdita, do amanhã. Pense nisso.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Além da morte, deDivaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Otília Gonçalves, intróito, capítulos 1 e 16.

domingo, julho 25, 2004

Amigos
 
Este blog entrará em recesso por algum tempo. Motivos de força maior me impedem de mantê-lo ativado por enquanto.
Oportunamente, aparecerei para breves notícias até poder reativá-lo.
Muita paz para todos.

sexta-feira, julho 02, 2004

Hoje estaria apresentando o sétimo resumo dos Princípios da Doutrina, que ficará para o próximo post. Tenho como propósito entremear essas exposições com um post diferente para diversificar e dar tempo aos leitores de relerem os resumos passados a fim de que os principais pontos sejam memorizados.


NECESSIDADE DE MENTIRA

Joanna de Ângelis/Médium Divaldo Franco

Há insegurança infantil em quem mente,
acreditando assim chamar a atenção.

A mentira sob qualquer forma deve ser rechaçada,
face aos prejuízos morais que provoca,
pois leva à maledicência, à calúnia
e a terríveis distonias psicológicas e éticas.

O mentiroso é um enfermo, sem dúvida,
mas desprezado em razão do seu proceder.

As raízes da mentira estão nos conflitos da personalidade
que induzem ao comportamento de fantasia como fuga da realidade.

O hábito da distorção dos fatos criou a chamada mentira branca,
aquela de caráter suave.

A face da verdade nunca deve ser ocultada.
Em reação contra ela, pretende-se que venha como pílula dourada,
isto é, escamoteada.

A verdade deve ser exposta com naturalidade,
sem alarde ou imposição, mas sem falsear.

É importante a disciplina e vigilância no falar,
para repetir, sem interpretação, o que ocorreu.

A boa leitura e os hábitos saudáveis
levam à harmonia entre o que se pensa, vê, ouve e fala.

* * *

NUMA TARDE DE DOMINGO


Michel Quoist


Senhor, eis-me aqui:
Eis meu corpo,
Eis meu coração,
Eis minha alma.
Faze-me bastante grande para atingir o Mundo.
Bastante forte para carregá-lo,
Bastante puro para abraçá-lo, sem querer guardá-lo.
Faze que eu seja um ponto de encontro, sim,
mas ponto de passagem.
Caminho que não prende para si próprio,
porque nele não há nada de humano a encontrar,
nada que não conduza a ti.
Esta tarde, Senhor,
enquanto tudo em volta silencia,
dentro do meu coração sinto morder duramente a solidão.
Enquanto meu coração uiva longamente sua fome de prazer,
Enquanto os homens devoram-me a alma,
eu me sinto impotente para saciá-los,
Enquanto sobre meus ombros pesa o Mundo inteiro,
com todo seu peso de miséria e pecado,
Eu te repito o meu SIM,
Não às gargalhadas,
mas lentamente, lucidamente, humildemente,
Sozinho, Senhor, sob teu olhar,
Na paz da tarde...


Fica com vocês, então, este material. Leiam, reflitam um pouco sobre o significado das mensagens e, no próximo post, retornaremos aos resumos, o sétimo deles, com a mente repousada para melhor absorção da matéria.

sábado, junho 19, 2004

FALANDO DE MEDIUNIDADE

Há riscos na prática da mediunidade. Um deles é o domínio que determinados espíritos podem exercer sobre os médiuns, impedindo que se comuniquem com outros espíritos.Obsessão é o nome dado a este fenômeno.
Daí ser indispensável um estudo prévio da mediunidade, o qual fornece os meios para evitar semelhante inconveniente, às vezes com conseqüências desagradáveis.
São três os graus da obsessão: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
No primeiro caso, o médium experiente percebe a intenção do espírito e procura desembaraçar-se dele, afastando-se um pouco, deixando, por exemplo, de escrever (no caso de médium de escrita). O espírito termina desistindo.
Já a fascinação obsessional é mais séria, uma vez que o médium fica completamente iludido. O espírito dominador conquista a confiança do médium de tal modo que o impede de julgar as comunicações que recebe, passando a aceitar como boas tão somente o que provém dele, rejeitando conselhos de amigos de fé, enchendo-se de inveja, afastando-se até do ambiente das reuniões espíritas, onde ele certamente iria, com os cuidados recebidos, perceber o grotesco da situação.
É bom tomar como norma o seguinte: os espíritos que impõem, que dão ordens e esperam obediência cega não pertencem à classe dos bons espíritos. Estes nunca tentam impor-se; aconselham, mostram caminhos e, se não são atendidos, retiram-se. É por isso que a aproximação dos maus espíritos é sempre desagradável produzindo agitação e mal-estar enquanto a dos bons deixa uma sensação de brandura e segurança.
A subjugação obsessional (antigamente denominada possessão) é um constrangimento físico (exercido sempre por espíritos de baixa categoria) que pode neutralizar o livre-arbítrio do assediado. Pode variar de sensações desagradáveis a movimentos desordenados, atos insensatos, gritos, palavras incoerentes que se repetem mesmo que o subjugado perceba a figura ridícula que está fazendo, não conseguindo controlar-se.
Pode ser confundida com a loucura patológica, mas na subjugação não há lesão orgânica.
Na loucura, a causa do mal é interna ; o que importa é restituir o organismo ao seu estado normal. Na subjugação a causa é externa e o que é necessário é libertar o paciente de um inimigo invisível, opondo-lhe uma força moral superior.
Em tais casos, nunca se lançar mão de exorcismos que só agravam a situação.
O Espiritismo fornece os meios de combater o mal, fazendo a educação moral do espírito obsessor. Por conselhos prudentemente dirigidos, consegue-se torná-lo melhor e, via de regra, fazê-lo renunciar voluntariamente à obsessão do assediado que, então, fica livre.
É importante registrar que a obsessão, qualquer que seja o seu tipo, é independente da mediunidade. Pela mediunidade, o ente maléfico denuncia sua presença. Sem ela, é um inimigo oculto de quem não se desconfia.
A obsessão não é obviamente produto de um espírito elevado. Daí ser essencial saber reconhecer a natureza dos espíritos que se manifestam. Tanto o médium não se expõe a cair em armadilhas, como o simples observador tem a oportunidade de poder apreciar o valor do que vê e ouve numa sessão espírita.



Para encerrar, deixo-lhes este valioso texto:

APLICAÇÃO DO ESPIRITISMO


Irmãos, lembremo-nos sempre de que o Espiritismo

VISTO, pode ser somente fenômeno;
OUVIDO, pode ser apenas consolação;
VITORIOSO, pode ser somente festividade;
ESTUDADO, pode ser apenas escola;
DISCUTIDO, pode ser somente sectarismo;
INTERPRETADO, pode ser apenas teoria;
PROPAGADO, pode ser somente movimentação;
SISTEMATIZADO, pode ser apenas filosofia;
OBSERVADO, pode ser somente ciência;
MEDITADO, pode ser apenas doutrina;
SENTIDO, pode ser somente crença.

Não nos esqueçamos, porém, de que.

ESPIRITISMO APLICADO é Vida Eterna com eterna libertação.

A codificação trouxe ao mundo uma chave gloriosa, cuja utilidade se adapta a numerosas portas. Escolhamos com o apóstolo, que hoje recordamos, o caminho da aplicação: TRABALHO, SOLIDARIEDADE, TOLERÂNCIA.
De coração elevado a Jesus, não temos por agora divisa mais nobre a recordar. Viveria na fé consoladora. Espiritismo é sol. Brilhai na sua luz.

Emmanuel

Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 18/04/1993, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais (em comemoração ao aniversário do lançamento de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)

quarta-feira, junho 09, 2004

DOS MÉDIUNS

No resumo de hoje, vamos falar das várias formas pelas quais a mediunidade se manifesta nas pessoas que apresentam determinadas aptidões.

De acordo com as aptidões dos médiuns, podemos dar-lhes nomes diferentes, como: médiuns de efeitos físicos, médiuns de comunicações inteligentes, videntes, falantes, auditivos, sensitivos, desenhadores, poliglotas, poetas, músicos, escreventes etc.
Só podemos esperar do médium aquilo que está no âmbito de sua aptidão, ou seja, de sua faculdade.
Os médiuns de efeitos físicos são aptos para executar fenômenos materiais, como movimentos, pancadas, com auxílio de objetos. Se, entretanto, esses fenômenos revelam um pensamento ou obedecem a uma vontade são efeitos inteligentes, isto é, denotam uma causa inteligente ? uma das maneiras de os espíritos se manifestarem.
A faculdade que se encontra mais freqüentemente é a escrita. É a forma mais simples, mais rápida, mais cômoda e que permite maior desenvolvimento. O médium escreve sob a influência dos espíritos que se servem dele como de um instrumento; sua mão é arrastada por um movimento involuntário praticamente impossível de dominar.
Alguns médiuns não têm consciência do que escrevem; outros a têm mais ou menos vaga, mesmo que estranhem o pensamento. É o que diferencia os médiuns mecânicos dos médiuns intuitivos.
A comunicação efetiva do espírito através do médium depende da vontade dos espíritos; o médium tem apenas a faculdade de se poder comunicar. Nenhum médium tem o poder de forçar os espíritos a se manifestarem, o que explica a intermitência da faculdade nos médiuns. Daí não se poder chamar essa aptidão de talento, que é adquirido através de trabalho
Os médiuns de efeitos físicos estão quase sempre em relação a espíritos de baixa esfera que se comprazem em exibir-se, embora isso não signifique que esses espíritos de pouca elevação tenham eles todos essa única intenção.
As comunicações inteligentes realizam-se pela ação fluídica do espírito sobre o médium desde que o fluido deste se identifique com o do espírito.
A afinidade existente entre os dois fluidos determina a facilidade das comunicações. Não basta, pois, ser médium para receber, com espontaneidade comunicações de qualquer espírito. As comunicações só são possíveis, completas e verdadeiras quando há a assimilação fluídica de que falamos.
Aliás, essa assimilação é, às vezes, totalmente impossível entre determinados espíritos e determinados médiuns; outras vezes ela pode vir a ser possível depois de um processo gradual, com o tempo. Afinal, trata-se da transmissão do pensamento do espírito; a identificação das partes é, assim, imprescindível.
Se não existem condições propícias à comunicação direta do espírito com o médium, o guia espiritual do médium pode intervir e auxiliar, conduzindo o pensamento do espírito ao médium. Por isso, é tão importante que o médium seja bem assistido, para que não haja o perigo de a comunicação sair alterada no caso de o intermediário ser um espírito menos elevado.
Do ponto de vista experimental, seja qual for o tipo de comunicação, a prática do espiritismo, apresenta dificuldades e não está livre de inconvenientes para os que não sabem distinguir as diversas naturezas dos espíritos que se podem manifestar, ou não conhecem a causa dos fenômenos e as condições em que se podem produzir, ou ainda os obstáculos que se lhe podem ser opostos.

Encerramos aqui o resumo de hoje. O próximo versará sobre os riscos da mediunidade, seguindo a ordem dos temas apresentados pelo livro *O que é o Espiritismo*.


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Para distrair, vou deixar com vocês um poema, da autoria de minha amiga Leda Yara que tantas vezes ocupou este espaço com suas inspiradas páginas poéticas. A de hoje é uma jovial saudação à vida, intitulada:

BOM-DIA, VIDA!

Desperto para um novo dia.
Levanto-me e, alegremente,
escancaro as janelas do quarto.
O beijo morno do sol deposita em meu rosto
a saudação da esperança.
Um brilho dourado desce em cascatas
sobre os flamboyants floridos,
onde borboletas faceiras
brincam de beijar flor.
Sorvo preguiçosamente
o ar lavado pelo sereno recém-adormecido.
Um céu despudoradamente azul
faz pano de fundo para a festa dos olhos.
Lembro de algo escrito
Pela Lygia Fagundes Telles:
*A cor do Não deve ser cinza.*
O dia tem a cor do SIM!
Do SIM para a alegria,
para a coragem, para a fé,
para o encanto de viver!
Sorrio com gosto...
BOM-DIA, VIDA!

Leda Yara Motta Mello
Do livro MEUS SONHOS


Uma noite de esperanças para todos vocês.

quarta-feira, junho 02, 2004


Vamos hoje ao quarto resumo (não o terceiro com afirmei, por engano, no post anterior).

FIM PROVIDENCIAL DAS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Cabe-nos tentar mudar a idéia que muitos têm de que a vida se acaba com a morte, como nos cabe dar aos que crêem nos ensinamentos espíritas idéias mais justas a respeito do futuro.

Os espíritos esclarecidos que recebem a missão de nos instruir não nos revelarão o que não podemos saber ainda, ou seja, aquilo que só deve ser alcançado através do nosso esforço e trabalho.
Seria desconcertante se as soluções para questões científicas, ou para descobertas e invenções lucrativas pudessem ser fornecidas pelos espíritos avançados. Os espíritos podem ajudar o homem de gênio, mas por inspiração oculta, não o eximindo do trabalho árduo de investigação para conseguir os resultados que ele persegue.

As espíritos responsáveis não realizam tarefas frívolas; os que não são sérios respondem a tudo, predizem tudo sem compromisso com a verdade, se comprazem em mistificar.
O prejuízo para o indivíduo que quer tirar da comunicação com os espíritos vantagens pessoais é ficar exposto a mistificações por parte de espíritos enganadores.
Por pérfidos conselhos, tais espíritos podem conduzi-lo a adversidades reais e materiais na Terra, como pode vir a perder, depois da vida terrestre, o fruto do conhecimento do espiritismo.

De acordo com o exposto, podemos dizer categoricamente que as manifestações espíritas não são destinadas a servir aos interesses materiais; sua utilidade precípua está nas conseqüências morais que delas dimanam, fazendo conhecer uma nova lei da Natureza, demonstrando materialmente a existência da alma e sua imortalidade.


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Transcrevo agora um texto especial, enviado por Vanderley Cabral Xavier, a uma amiga espírita.

PENSAMENTOS SADIOS DETERMINAM EQUILÍBRIO

Nossa vida mental desperta na faixa evolutiva que o conhecimento adquirido nos permite operar. Vivos e mortos povoam o planeta Terra na condição de habitantes de um imenso edifício de vários andares, em posições horizontais diversas, de acordo com o estado de consciência de cada um, produzindo pensamentos múltiplos que poderão atrair, repelir ou neutralizar. A mente é o núcleo que transmite de dentro para fora, as impressões da alma e recebe de fora para dentro as sensações da matéria, motivo pelo qual a alma reflete a sua vontade, o seu desejo, a sua inteligência, a sua memória e a sua imaginação. O pensamento desloca em torno de nós forças sutis ou campo vibratório, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com as quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros. Os pensamentos são ondas de força que poderão alimentar, deprimir, sublimar, arruinar, integrar, induzir e desintegrar, motivos pelos quais quem mais pensa, dando corpo ao que idealiza, mais apto se faz à recepção das correntes mentais invisíveis, nas obras do bem ou do mal.É por esta razão que quando vivemos e convivemos com criaturas idealistas, operosas, confiantes, otimistas e realizadoras, somos beneficiados, nutridos ou abastecidos de substância mental em grande proporção, favorecendo o nosso trabalho em forma de impulsos e estímulos que a nossa mente recolhe; ao passo que, quando vivemos e convivemos com criaturas desanimadas, pessimistas e amarguradas nosso nível mental ou tônus fica sujeito a depressões e enfermidades. Todos nós somos afetados pelas vibrações de paisagens, de pessoas e de coisas que nos cercam, e é por esta razão que, quando nós não nos habilitamos a conhecimentos mais altos e quando não exercitamos a vontade para nos sobrepor às circunstâncias de ordem inferior, sofremos a imposição do meio onde vivemos e convivemos. Princípios idênticos regem as nossas relações uns com os outros; conversações alimentam conversações, pensamentos ampliam pensamentos e é em função deste princípio que demoramos muito mais conversando com aqueles que se afinam com o nosso modo de ser e de proceder. Quando estamos pensando, imaginando, desejando ou agindo, seja no Mundo Físico ou no Mundo Espiritual, nossa mente está sintonizada com todos aqueles que pensam, imaginam, desejam ou agem como nós, da mesma forma que a fonte está comandada pela nascente. Daí, a grande necessidade de constante renovação para o bem, orando e vigiando, trabalhando e servindo, aprendendo e amando, para que a nossa vida mental ou vida íntima se ilumine e se aperfeiçoe, se realmente desejamos a companhia dos bons, dos sábios e dos justos, através do intercâmbio mental.

O autor é Presidente do Grupo de Estudos Psíquicos Profª Anália Franco de Araraquara


Por hoje, é matéria suficiente. Espero que aproveitem. Até breve
.

segunda-feira, maio 24, 2004

Adiando para o próximo post o terceiro resumo da série Princípios da Doutrina Espírita baseado no livro de Allan Kardec O que é o Espiritismo, transcrevo hoje uma mensagem belíssima de um espírito de luz bem como um belo poema sobre a divina essência.

Somos Companheiros Otimistas no Campo da Fraternidade

Somos companheiros otimistas no campo da fraternidade. Se Jesus espera no homem, com que direito deveríamos desesperar? Aguardemos o futuro triunfante, no caminho da luz. A Terra é uma embarcação cósmica de vastas proporções e não podemos olvidar que o Senhor permanece vigilante no leme.

O amor é ciência de sublimação para Deus e a felicidade para crescer deve dividir-se. Não há ruptura de laços entre os que se amam no infinito do espaço e na eternidade do tempo. As almas afins se engrandecem constantemente repartindo as suas alegrias e os seus dons com a Humanidade inteira, não existindo limitações para o amor, embora seja ele também a luz divina a expressar-se em graus diferentes nas variadas esferas da vida.

O amor é o clima em que as menores expressões da vida, em todos os planos, crescem nos laboratórios do tempo, para a divina glorificação.

Esperemos que o amor se propague no mundo com mais força que a violência e a violência desaparecerá, à maneira da treva quando a luz se lhe sobrepõe. Consideremos, porém, que essa obra, naturalmente, não prescindirá da autoridade humana, mas na essência e na prática exige a cooperação de nós todos.

Trechos de Palavras de Emmanuel, por Chico Xavier.

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ESSÊNCIA DIVINA

Wagner Borges


Sem nome e sem forma,
Pulsa no peito
A Eterna Presença
Dessa Essência Divina.

Atman, Espírito, Centelha Divina,
São muitos os nomes...
Mas são bem poucos os homens
Que conhecem a si mesmos.

Essência Divina...
A mente desconfia dela,
Pois o intelecto não consegue
Entender o invisível que não se toca.

Porém, o coração sabe.
Ele vê o brilho e sente o toque.
O Inefável se revela a ele
Na câmara secreta dos sentimentos.

Ele também escuta o sussurro eterno:
Te amo, Te amo, Te amo...
E o encanto preenche o peito
Com a Luz da Paz.

Nas praias secretas do coração
Chegam de mansinho as ondas de ananda.
Elas beijam as areias da sensibilidade
Convidando a Essência para o samadhi.

No meio da noite silenciosa da metrópole
O coração ri quietinho.
Ele ri da mente, que nada entende disso.
Ele ri na Essência...

O coração sabe que palavras não são adequadas
Para falar da Essência sutil.
Que palavras poderiam descrever
O contentamento de se sentir espírito?

Mesmo no corpo, saber-se imortal.
Mesmo com a mente palpitando teorias,
Saber-se Essência eterna.
Sem crença, sem dogma, só Essência.

Muito além dos sentidos normais,
Estar ciente de si mesmo, CONSCIENTE!
PRESENTE, na luz do coração.
CONTENTE, sem sermão, só Essência!

No silêncio da noite, sinto o espírito.
EU SOU ELE!
ESSA ESSÊNCIA SOU EU!
Serenidade lúcida, só Essência.

Agradeço festivamente ao meu corpo,
Esse templo maravilhoso emprestado pela Terra,
Que hospeda o meu verbo e movimento,
E a quem devo cuidar direito, como Essência.

E agradeço a quem me deu
O poder de voar por mim mesmo
Na viagem espiritual de me sentir
Essência Divina...

Dentro do corpo, Essência.
Fora do corpo, Essência.
Minha mente teoriza sobre isso.
Enquanto isso, o coração só ri.

Atman, Espírito, Centelha Divina...
Palavras, só palavras, pois a Essência é a Essência.
Quem a compreende, compreende.
Sem palavras... SÓ ESSÊNCIA.

P.S.:
Dedico esses escritos a Essência imperecível que mora em todos os corações.
Saudações! De Essência para Essência.
Encarnados ou desencarnados, terrestres ou extraterrestres, só Essência.

Essencialmente, Paz e Luz!

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Boa-noite, tranqüila noite.

domingo, maio 16, 2004

No resumo de hoje, ainda sobre Comunicação com o Mundo dos Espíritos, vejamos alguns esclarecimentos adicionais.
As manifestações dos Espíritos são de duas naturezas: efeitos físicos e comunicações inteligentes.
Os efeitos físicos são fenômenos materiais como movimentos, ruídos, transporte de objetos e coisas similares. As comunicações são a troca de pensamentos através de sinais, da palavra e da escrita.
Nas comunicações,podemos receber mensagens de todo gênero: amigáveis, sérias, justas ou más, injustas, levianas, de acordo com o tipo de Espírito que as transmite. Podem ser palavras de sabedoria, de bons alvitres se vêm de Espíritos em franco progresso; podem ser palavras de desconforto, de desamor, de desejos maléficos se vêm de Espíritos ainda atrasados, antes de tomarem consciência de sua condição e começarem a se modificar para melhor.
Este fato nos chama a atenção para uma situação fácil de ocorrer: não podemos tomar como resposta a uma questão a opinião de um Espírito qualquer. Ele dará sua própria opinião que poderá ser justa ou errônea, dependendo de seu adiantamento na escala do progresso espiritual. É preciso conhecer o caráter do Espírito que se relaciona conosco.
Para fazer este reconhecimento, torna-se necessário, observar-lhe a linguagem. Nos bons Espíritos, a linguagem é lógica, despida de preconceitos, isenta de contradições. Nos Espíritos inferiores, nota-se a abundância de palavras ocultando a ausência de idéias. Neles, o horizonte moral é limitado, a perspicácia restrita, tendo das coisas uma idéia às vezes falsa, o que pode nos induzir a erros. Já os espíritos adiantados só se ocupam de comunicações que nos orientem e instruam.
Um ponto que deve ser muito bem esclarecido refere-se à nossa postura ao pretendermos entrar em comunicação com os Espíritos. Devemos estar tranqüilos, concentrados conscientes de que eles são as almas dos homens e, portanto, não temos o direito de fazer de seu trabalho uma razão de divertimento.
Além disso, os Espíritos são livres e só se comunicam quando querem, com quem desejam falar e se suas ocupações não os impedem de se manifestarem. Os Espíritos sérios não se prestam a responder a perguntas fúteis, a pessoas que não tenham a intenção de se instruir. Esse tipo de frivolidade só atrai Espíritos levianos que não perdem a ocasião de mistificar, de ludibriar.
Temos o dever de esclarecer aos que são estranhos à ciência que, para a comunicação com os Espíritos, não há dias, horas e lugares mais propícios ou menos propícios, como não existem palavras sacramentais, nem iniciação, nem sinais materiais para atraí-los, bastando unicamente o pensamento. Os médiuns recebem as comunicações naturalmente como se fossem ditadas por uma pessoa viva.
O emprego de meios excêntricos e accessórios fantasiosos pertencem ao universo do charlatanismo.
?O apelo aos Espíritos faz-se em nome de Deus, com respeito e recolhimento; é a única coisa que se recomenda às pessoas sérias que desejem entrar em relação com espíritos sérios.?




EM PAZ

Emmanuel

Deus determinou seja o céu decorado de azul aos nossos olhos para que a tranqüilidade nos abençoe. Guarda-te em paz. Deus está contigo.

Francisco Cândido Xavier - Livro Antologia da Criança




BEZERRA DE MENEZES

Casimiro Cunha

Aqui - plantando o bem que Deus ensina,
Dando exemplos de amor aos desumanos;
Ali - curando o enfermo, e aos vis tiranos
Mostrando sempre de outros maus a sina...

Passaste a vida assim, tanto aos humanos
Como aos falsos pregando a sã doutrina
Da eterna lei do amor que a Voz Divina
Plantou na Terra há mil e tantos anos...

E hoje em sonhos, à noite, nos espaços
Azuis e intermináveis te contemplo,
Sorrindo de Jesus nos puros braços,

E ouço uma voz dizer no eterno templo:
Feliz aquele que seguir-lhe os passos,
Feliz aquele que seguir-lhe o exemplo.

Fonte: Vida e Obra de Bezerra de Menezes, Sylvio Brito Soares, FEBA Luz de Damasco

sábado, maio 08, 2004

Vamos retomar o estudo que iniciamos no post anterior. O assunto de hoje é:


Comunicação com o mundo espiritual

O que faz com que as pessoas duvidem da possibilidade das comunicações entre viventes e não viventes é a idéia errada que se tem sobre o estado da alma depois da morte. Como sabemos que a alma é ligada a um corpo fluídico, semimaterial, compondo os dois um ser concreto e individual, as suas relações com os viventes nada têm de incompatível com a razão.
O mundo invisível vive no meio do visível em contato perpétuo, o que resulta numa incessante reação de cada um deles sobre o outro.
As relações entre os dois mundos podem ser ocultas ou patentes, espontâneas ou provocadas.
Os espíritos atuam sobre os homens ocultamente, sugerindo-lhes pensamentos e influenciando-os, de modo perceptível, por meio de efeitos apreciáveis aos sentidos.
As manifestações espontâneas acontecem de improviso, de repente. Podem ocorrer com pessoas que desconhecem as idéias espíritas e que, portanto, são inclinadas a considerá-las como casos sobrenaturais. As que são provocadas dão-se por intermédio de indivíduos dotados de faculdades especiais e designados pelo nome de médiuns.
Os Espíritos podem manifestar-se de várias maneiras: pela vista, pela audição, pelo tato, pela escrita, desenho, música etc. Alguns chamam espontaneamente a atenção sobre sua presença por ruídos e pancadas.
Como já vimos, o perispírito, invisível para nós no estado normal, é matéria etérea Em certos casos, porém, o Espírito pode fazê-lo sofrer uma espécie de modificação molecular que o torna visível e mesmo tangível; é como se produzem as aparições.
Os espíritos que se tornam visíveis apresentam-se, quase sempre, com a aparência que tinham em vida.
A vidência constante de espíritos não é muito freqüente, mas as manifestações isoladas ocorrem mais comumente, sobretudo em ocasiões de morte. O Espírito recém-libertado do corpo fica ansioso em visitar parentes e amigos para adverti-los de que já se foram da Terra mas continuam vivos.
Por meio do perispírito, o Espírito agia sobre seu corpo quando vivo; é ainda com esse mesmo fluido que ele se manifesta agindo sobre a matéria inerte, produzindo ruídos, movimentos ou transportando objetos.
É pelo perispírito também que o Espírito faz os médiuns escreverem, falarem ou desenharem. Como não possui um corpo tangível para atuar abertamente, o Espírito serve-se do corpo do médium e utiliza seus órgãos por meio de um eflúvio envolvente e penetrante.
O Espírito que produz algum ruído, levanta uma pessoa ou um objeto, transporta algo de um lugar para o outro não pratica necessariamente a ação; ele apenas lança sobre o ponto visado um jato de fluido que produz o efeito de um choque elétrico e modifica os sons, como podem ser modificados os que são produzidos pelo ar.
É uma só a lei que regula tais fenômenos.
Podemos dizer, então, que as manifestações espíritas, de qualquer natureza, nada têm de sobrenatural. São fenômenos que ocorrem de acordo com a lei que rege as relações do mundo visível com o invisível, lei tão natural quanto as da eletricidade, da gravitação etc.
O Espiritismo é a ciência que nos faz conhecer essa lei, como a mecânica nos ensina as do movimento, a ótica as da luz etc.

Nosso próximo assunto será a natureza das manifestações espíritas.

Espero que estes resumos estejam cumprindo sua finalidade, que é a de orientar de maneira accessível os leitores interessados em conhecer os princípios que regem a doutrina espírita.


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Para distrair, um soneto de uma amiga de fé, Lêda Yara Motta Mello.

CAMINHOS...

Tantos os caminhos, as paisagens
Que o o viajante encontra nesta vida...
Às vezes um atalho, às vezes avenida
Na memória resta um álbum de imagens.

Escolhas feitas, ao longo da jornada
Retornam em ventos de alegria ou pranto
Ou bafejam a vida com suave encanto,
Onde a felicidade encontra, enfim, pousada.

Se queres, na jornada, o alento
Deixa fluir livre e leve o sentimento,
Reveste a alma com luz e calor.

Segue, caminheiro, na verdade,
Com destino à paz e à felicidade
Escolhe o eterno caminho do amor.

sábado, maio 01, 2004

Dos Princípios da Doutrina Espírita

Acho que é interessante começar uma revisão dos princípios da Doutrina Espírita para que tenhamos uma exata compreensão dos textos de temática espírita que normalmente são publicados aqui, neste sítio. Para isso, vamos recorrer ao livro de Allan Kardec O que é o Espiritismo.

O espírito é a alma despida de seu invólucro corporal. Quem entende que a alma sobrevive ao corpo tem que obviamente admitir a existência do espírito.
Está errado aquele que pensa em espíritos como os fantasmas que povoam as histórias sobrenaturais.

Ao corpo em vida está unida a alma: o primeiro invólucro é pesado, perecível; o segundo é fluídico, imperecível e se denomina perispírito.

Assim, aprendemos que “Há no homem três elementos essenciais:
1º – A alma ou Espírito, princípio inteligente em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral.
2º - O corpo, invólucro matérial que põe o Espírito em relação com o mundo exterior;
3º - O perispírito, invólucro fluídico, leve, imponderável, servindo de laço e de intermediário entre o Espírito e o corpo.”

Quando o corpo não tem mais condições de se manter, morre, e o Espírito o deixa como se deixa uma vestimenta que já não serve.
Assim, a morte é apenas a destruição do corpo que a alma abandona conservando, porém, seu perispírito.
Desembaraçado o Espírito do corpo que o prendia à Terra, resta-lhe só seu corpo etéreo que lhe permite percorrer o espaço com a rapidez do pensamento.

Daí se depreende que : alma + perispírito + corpo = homem ; e alma + perispírito = Espírito.

Os espíritos são dotados de todas as percepções que tinham na terra, porém em grau mais elevado, porque suas faculdades já não estão atreladas ao corpo material que as amortece.
Eles estão em toda parte, observando-nos; desempenham um papel relevante no mundo moral e até mesmo no físico, enfim, são considerados uma força da natureza.
Outrossim, os espíritos conservam as afeições que tinham na Terra e se sentem atraídos pelos sentimentos que lhes dedicam.

Nesta linha de considerações, podemos dizer que “O Espiritismo tem por fim demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma, o conhecimento do Mundo Espiritual".

Resumiremos, no próximo encontro, o que diz Kardec sobre Comunicação com o Mundo Invisível. Até lá.

Para finalizar o encontro de hoje, deixo aqui um pensamento tirado de “Os Prazeres da Alma", de Francisco do Espírito Santo Neto / Hammed:

"Para estarmos em plena liberdade, precisamos nos soltar, fluir pelos ritmos da vida. Muitas vezes, é no ato de perder que encontramos a razão da própria existência".

segunda-feira, abril 19, 2004

Um texto elucidativo muito oportuno pra todos nós.


O PERISPÍRITO

Emmanuel

Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organizado que representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na regiãoque lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. È necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou
nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.

( Texto extraído do livro Roteiro – Psicografia de F.C.Xavier )



Como se trata de um texto longo que exige uma leitura acurada, paro por aqui, desejando que a matéria seja recebida com simpatia e absorvida em sua totalidade.


Que Deus nos inspire e ajude nesta tarefa de pesquisar e estudar os elementos básicos da Doutrina Espírita.

segunda-feira, abril 12, 2004

Outro hiato mais longo ainda. A situação está, porém, voltando ao normal e a Páscoa me trouxe aqui para saudá-los, embora tardiamente.

Páscoa é Ressurreição, Renascimento, Esperança.

Feliz Páscoa a todos.

Acabo de receber um delicado texto sobre a semana santa que passo vocês com todo o meu desvelo:

Cansei!
Não quero mais ler ou ouvir falar do sofrimento de Jesus crucificado!
Não quero mais a culpa!
Não quero mais sentir a dor dos pregos, a agonia da morte.
Essa angústia que nos é imposta a cada Semana Santa!
Já não basta de tudo isso?
Quero é que me contem do grande amor que esse Homem sentiu para entregar-se por um ideal maior: a humanidade!
Ele sabia o que O esperava e entregou-se por acreditar que o Seu sacrifício não era em vão.
Ele sabia que sua morte tinha uma razão superior e aceitou submisso o destino que Lhe cabia. Ele morreu por amor. AMOR!
AMOR! Essa deveria ser a palavra mais usada neste período de Páscoa.
Reconhecimento é o sentimento que deveria vibrar em nossos corações! Culpa não!
Não quero mais a culpa!
Quero é falar desse amor maior que Ele sentiu derramando-se em bênçãos sobre todos nós!
Quero regozijar-me com a vida nova, com o renascimento amoroso, com o exemplo de solidariedade, de comunhão com os irmãos que Ele nos deixou.
Não quero mais ouvir falar de dor!
Por favor, me falem agora um pouco de amor!

(Isar Maria Silveira)


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USO E ABUSO

O uso é o bom senso da vida e o metro da caridade.

Vida sem abuso, consciência tranqüila.
Uso é moderação em tudo.
Abuso é desequilíbrio.
O uso exprime alegria.
Do abuso nasce a dor.
Existem abusos de tempo, conhecimento e emoção.
Por isso, muitas vezes, o uso chama-se Abstenção

O uso cria a reminiscência confortadora.
O abuso forja a lembrança infeliz.
Doença – abuso de saúde
Vício – abuso de hábito.
Supérfluo – abuso do necessário
Egoísmo – abuso do direito.
Todos os aspectos menos bons da existência constituem abusos.

O uso é a lei que constrói. O abuso é a exorbitância que desgasta.

Eis por que progredir é usar bem os empréstimos de Deus.


André Luiz / Médium Waldo Vieira, do livro Estude e Viva.



OBS: Por motivos de ordem técnica o presente post não pôde ser publicado no domingo de Páscoa. Desculpem o embaraço.

quinta-feira, março 25, 2004

Um longo espaço desta vez! Problemas de saúde em casa que ainda estão à espera de solução. Para não faltar de todo a vocês, ofereço-lhes a prece mais do que inspirada que se segue:


ORANDO A CADA DIA

(Meimei / Francisco Candido Xavier)


Senhor

Faze-me perceber
que o trabalho do bem
me aguarda em toda parte.

Não me consintas perder tempo,
através de indagações inúteis.

Lembra-me, por misericórdia,
que estou no caminho da evolução,
com os meus semelhantes,
não para consertá-los
e sim para atender
à minha própria melhoria.

Induze-me a respeitar
os direitos alheios ,
a fim de que os meus
sejam preservados.

Dá-me consciência
do lugar que me compete,
para que não esteja a exigir da vida
aquilo que não me pertence.

Não me permitas sonhar
com realizações incompatíveis
com os meus recursos,
entretanto, por acréscimo de bondade,
fortalece-me para a execução
das pequeninas tarefas
ao meu alcance.

Apaga-me os melindres pessoais,
de modo que não me transforme
em estorvo diante dos irmãos,
aos quais devo convivência
e cooperação.

Auxilia-me a reconhecer
que cansaço
e dificuldade
não podem
converter-me em pessoa intratável,
mas mostra-me, por piedade,
quanto posso fazer nas boas obras,
usando paciência e coragem,
acima de quaisquer provações
que me atinjam a existência.

Concede-me
forças para irradiar a paz
e o amor que nos ensinaste.

E, sobretudo, Senhor,
perdoa as minhas fragilidades
e sustenta-me a fé
para que eu possa estar
sempre em Ti,
servindo aos outros.

Assim seja.



Que, em nossa breve passagem pela Terra, consigamos uma conduta inspirada no que reza esta prece e possamos exercitar de alguma forma o estar n´Ele servindo aos outros.

domingo, março 14, 2004

Mensagem mediúnica




O TEMPO

Nunca é um tempo longo demais!

Hoje é o tempo certo de viver e de semear.

Ontem é o tempo vivido e que não volta.

Amanhã é o tempo da colheita do que hoje se cultiva, se semeia.

Jamais é o tempo de desanimar, de desistir.

Sempre é o tempo certo de alimentar a fé, trabalhar, apurar-se no acerto, no progresso, na ideologia da caridade, do bem-fazer.

Agora é o tempo de agradecer, a oportunidade de aprender, de ser convocado ao progresso.


Mensagem psicografada pela médium Márcia, no Núcleo de Estudos Espíritas André Luiz, na reunião mediúnica de 09.03.2004 , Maceió - Al.



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A BÊNÇÂO DO PERDÃO


Uma nuvem espessa pairava sobre a alma daquela mãe sofrida...
O seu jovem filho, criado com amor e desvelo, fora assassinado por um amigo dominado pelas drogas.
O desespero e a amargura eram suas companhias permanentes.
Os olhos fundos e a palidez denunciavam as noites de insônia e a falta de alimentação.
Uma amiga a convidou, talvez inspirada pela providência divina, a buscar ajuda do orador e médium espírita de extrema seriedade e profunda dedicação ao bem, Divaldo Pereira Franco.
Era início da noite na cidade de salvador, quando as duas senhoras adentraram a casa espírita singela, onde o médium atende aqueles que o procuram em busca de consolo e esperança.
Divaldo percebeu que se tratava de um caso grave e atendeu aquela mãe prontamente, com grande ternura.
Aos poucos a senhora ia contando o drama ocorrido, falando que um amigo do filho o havia alvejado por motivos banais, de ligeiro desentendimento entre ambos.
Enquanto a genitora narrava o seu drama, aproxima-se do médium a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis, trazendo o jovem assassinado, ainda convalescente, e diz a Divaldo para transmitir à mãe sofrida, algumas palavras do filho.
Naquele momento o filho, tomando emprestada a aparelhagem fonadora do médium, fala à mãezinha palavras de conforto.
Disse para que não cometesse o suicídio, como estava pretendendo, pois esse crime a afastaria ainda mais dele, e por mais tempo.
Pediu à mãe que se lembrasse da mãe do amigo que cometera o crime e agora estava detido pelas grades da justiça humana, numa cadeia, entre criminosos comuns.
Aquela mãe, sim, era muito infeliz, pois seu filho é o verdadeiro desgraçado e não ele, que agora estava sob o amparo de amigos espirituais atenciosos e fraternos.
Ao ouvir a voz inconfundível do filho querido, que julgava ter desaparecido para sempre, a mulher abraça com ternura o médium, por cuja boca se podiam ouvir as palavras amáveis e lúcidas do jovem assassinado.
Sob a inspiração da benfeitora do além, Divaldo aconselha a mulher a considerar o estado de alma da outra mãe, da mãe do assassino, e pensar na possibilidade do perdão.
Na semana seguinte, quando o médium baiano se preparava para atender aqueles que o buscavam na singeleza da casa espírita, vê adentrarem a sala duas senhoras, pálidas e de aspecto sofrido.
Uma ele já conhecia, a outra lhe era estranha.
Quando chegou a vez de atendê-las, a mulher que estivera ali na semana anterior lhe apresentou a companheira, dizendo ser a mãe do amigo do seu filho.
O médium entendeu que ela havia seguido os conselhos ali recebidos e buscava ajudar aquela mãe mais infeliz que ela própria.
Conversaram por longo tempo.
Ao se despedir das duas senhoras, Divaldo percebeu que um raio de luz penetrava suavemente aquelas almas doloridas.
A luz do perdão se fazia bênção de paz e gerava serena harmonia naqueles corações dilacerados pela dor da separação dos filhos bem-amados, embora por motivos diversos.
Na medida em que o tempo ia passando, as duas mães encontraram motivos para voltar a sorrir, e juntas visitavam o jovem no cárcere.
Fundaram uma casa de recuperação de toxicômanos para ajudar outros tantos jovens a se libertar das cadeias infelizes das drogas.

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O perdão é uma das mais belas provas de confiança nas soberanas leis de Deus.
Quem perdoa sabe que Deus é justiça e, por isso mesmo, suas leis jamais se enganam.
Perdoar é receber com resignação os fatos que não podem ser evitados ou mudados, com a certeza de que a justiça divina não se equivoca e nada acontece conosco se o Criador não permitir.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história narrada por
Divaldo Franco na cidade de Videira - SC, no dia 22/09/03.



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Bom domingo para todos.

sábado, março 06, 2004

Trago hoje para vocês um assunto polêmico, ainda sujeito a críticas e, por essa razão, de grande interesse para toda a sociedade e para todas as religiões. Trata-se da cremação de corpos como opção em relação ao sepultamento.


Um Resumo Espírita da Cremação

Por Bismael B. Moraes (Mestre em Direito Processual / USP)


Imaginemos um ente querido de nossa família – pai, mãe, filho ou irmão – que, ainda em vida, deixasse a nosso critério que, após sua morte física ou seu desencarne, fizéssemos a escolha quanto ao destino de seus restos mortais: inumação (sepultamento) ou cremação (incineração).
Como decidir, de modo consciente, sem o condicionamento a costumes, fatores históricos, dogmas religiosos, aceitos e não discutidos pela razão?
Vamos a uma breve análise sobre isso, mesmo porque “não saber alguma coisa é menos mal do que não querer saber coisa alguma”.
A população da Terra, de acordo com o censo da ONU, em 1999, já ultrapassou os 6 bilhões de habitantes. Por outro lado, segundo a Organização Mundial de Saúde, a vida média dos seres humanos varia entre 60 e 70 anos. Disso, pode-se deduzir que, no globo terrestre, a cada 70 anos, morrem ou desencarnam todos os seus habitantes e nascem outros, em número ainda maior.
O planeta Terra, porém, é mensurável, é finito. Conclui-se, assim, que bilhões e bilhões de corpos vão encharcar o solo, invadir as águas com o necrochorume (líquido dos cadáveres), disseminando doenças, riscos sobre os quais sanitaristas e pesquisadores têm se preocupado.
De longa data, os indianos e outros povos reencarnacionistas sabem que o corpo físico, uma vez extinto, não mais pode ser habitado por um Espírito (ser inteligente da Natureza), pois isso contraria a Lei Natural; portanto, o cadáver poderá ser cremado, transformado em cinzas, sem qualquer processo dolorido, porque o Espírito usa do corpo, por tempo determinado por Deus, para seu aprendizado e progresso. Historicamente, há registros de cremação de corpos na Palestina, 4000 anos a.C.; no Japão, a Imperatriz Jito foi cremada no ano 704 d.C.; tem-se, também, informações do processo crematório antigo, em fornos da Itália. Aliás, o método originário da Itália foi, em 1874, introduzido na Inglaterra, pelo cirurgião da rainha, Sir Henry Thompson, que inclusive escreveu o livro “Cremação: o tratamento do corpo após a morte”.
Da Inglaterra, criadas sociedades de cremação, os fornos crematórios foram se espalhando pelo mundo: Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, assim como na Suécia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Finlândia e em todos os países da Europa. Por isso, na Inglaterra, desde 1937, existe uma Federação Internacional de Cremação, para congressos e divulgação.
Destarte, as grandes barreiras que existiram quanto à cremação foram criadas pela Religião Católica, sob argumentação de que isso contrariava a fé cristã (o dogma da ressurreição dos corpos); era, aliás, proibição constante do Código Canônico. Só foram permitidos ritos eclesiásticos aos cristãos favoráveis à cremação, com Ritual das Exéquias de 1969, que vigora desde 1º de junho de 1970. O medo da morte ou o temor de que o corpo sofra com o fogo não devem existir. Pelo conhecimento e o desapego às coisas materiais, descobre-se que o corpo físico é passageiro, é máquina de que se serve o Espírito para cumprir suas tarefas e progredir. Há, todavia, Espíritos que se apegam ao corpo, mormente quando não têm esclarecimentos e desencarnam ou morrem em processos violentos. Mas, mesmo nos países em que, com freqüência, procede-se à cremação do corpo, isso não é imposto pela lei; cada pessoa o escolhe, de acordo coma a sua consciência.
No Brasil, há ainda poucos fornos de cremação. E a Lei dos Registros Públicos / LRP (nº 6015, de 31/12/1973), no seu artigo 77, § 2º, diz: “A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) médico-legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizado pela autoridade judiciária”.
Há muitas questões que podem ser respondidas pela pesquisa sobre o assunto. O Espiritismo não recomenda nem proíbe a cremação; isso depende da consciência de cada pessoa. O grande mentor Emmanuel, na psicografia de Chico Xavier, informa que “a cremação é legítima para todos aqueles que a desejam, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de espera para que tal ocorra no forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em ambiente frio”. Assim, pode a cremação, com base em critérios médico-científicos, se dar em 24 horas; mas é aconselhável esperar 72 horas para isso.



Sendo um assunto ainda em discussão, é bom que pensemos no que há de positivo e interessante em sua essência. Espero que meditem e se manifestem a respeito. Minha posição é de aprovação, tanto que recorri a ele por ocasião do desencarne de um dos meus filhos, meu primogênito, há seis meses.
Qualquer comentário será recebido com o devido respeito e, se necessário, posto em linha de discussão.

domingo, fevereiro 29, 2004

Alguns semanas atrás, trouxe para vocês algumas das dores da alma de que nos fala Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed em seu livro As dores da alma. Vou continuar expondo mais algumas e adianto que a aquisição do livro ajudará muito na compreensão do que aqui vai apenas sugerido, como ele próprio fez no índice da matéria apresentada e racionalmente desenvolvida.

Baixa estima
A criatura materialista precisa crer que é superior para compensar sua crença na insignificância da existência ou na falta de sentido em que vive.

Medo
O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade.
Desvendar gradativamente nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.
Dentre as muitas dificuldades que envolvem a agorafobia, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos, herdadas muitas vezes na infância.

Vício
O viciado é um “conservador”, pois não quer correr o risco de se lançar à vida, tornando-se, desse modo, um comodista por medo do mundo que, segundo ele, o ameaça.
Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias.

Insegurança
Os inseguros omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e idéias.
A intensa motivação que invade os indivíduos para serem amados e queridos a qualquer preço nasce das dúvidas íntimas sobre si mesmos.


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O poema da vez.

É Leda Yara que nos fala poeticamente da sucessão de vidas, com seu modo inspirado de arrumar versos e verdades.


Eu sou...

Aquela que buscas através dos tempos.
Cheguei a ti por uma escolha secular
de um resgate que resiste a todas as vidas.
Vim para ti e não me reconheceste.
Estive em ti e apenas resvalei
no redemoinho das tuas não escolhas,
no descompasso das tuas incertezas.
Fui sol, fui luz, fui calor, fui sombra amiga.
Fui aquela que te acolheu com o aconchego
do encontro esperado por uma eternidade
e, por isso, apenas acolhe.
Nada pergunta, nada pede, é toda oferta.

Há segredos não revelados que trago comigo.
Seriam os nossos segredos, enfim desvendados,
após tantas existências de espera.
- Não me reconheceste! –
Segredos que levarei comigo no retorno vazio
das propostas negadas. Missão não cumprida.

Segues os teus passos
na mesma forma, no mesmo conteúdo,
em ciclos repetidos através dos tempos,
carente da emoção autêntica, do sentir profundo,
do estar com, do ser com, do viver por.

Eu sou. Sou eu, sim! A história se repete...
Ainda desta vez, não serei a boca que beijas,
o desvario das tuas emoções, a tua musa.
Ainda desta vez,
não desvendarás nossos segredos.


Que Deus esteja sempre em nosso pensamento

sábado, fevereiro 21, 2004

Carnaval chegou. E nem todos brincam o carnaval. Lembrei-me, então, de trazer um texto para reflexão e estudo, o que preencherá bem as horas vazias desse período. Quem aceitar a sugestão, pode meditar calmamente sobre o assunto e apresentar seus comentários oportunamente.


Aplicação da lei do carma ou de causa e efeito


Você pode colocar a lei do carma ou de causa e efeito em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

1) Observar as escolhas que vai fazer hoje a todo momento. E na observação dessas escolhas, trazê-las para a percepção consciente. Ter bem claro que a melhor maneira de se preparar para todos os momentos do futuro é estar plenamente consciente do presente.

2) Toda vez que for fazer uma escolha, pergunte:"Quais serão as conseqüências desta escolha?";
"Esta escolha trará satisfação e felicidade a mim e aos outros que serão afetados por ela?"

3) Pedir, então, orientação ao coração e seguir a mensagem enviada por ele de conforto ou de desconforto. Se a escolha for de conforto, entregar-se totalmente a ela. Se a escolha for de desconforto, parar para ver as conseqüências daquele ato com sua visão interior. Essa orientação permitirá fazer escolhas corretas espontâneas tanto para você quanto para os que o circundam.

(Capítulo do Livro "As Sete Leis Espirituais do Sucesso, de Deepak Chopr)

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Apresento-lhes, agora, um irmão de fé que nos brinda com um trabalho seu, um poema com temática espírita. Vamos acolhê-lo com simpatia e satisfação. Aliás, aproveito a ocasião e deixo aqui uma proposta: Aquele que quiser contribuir com textos próprios em prosa ou em poesia, é só mandar-me o trabalho via e-mail, assinado ou sob pseudônimo, sempre com tema baseado na Doutrina.


NOSSO ÍNTIMO


Dentro de nós, bem fundo e escondido,
Mora um ser feroz, grande bandido,
Tirano poderoso, teimoso, atrevido.
Ao lado desse ser duro e maldoso
Mora um anjo de paz, mui generoso,
Brilhante, ordeiro e caridoso;
Ser divino, não menos poderoso.
Durante a vida toda os ouvimos,
Desde que nascemos até quando partimos.
Contrários são, os nossos inquilinos:
Um nos prega o ódio e tristes ilusões,
O outro, amor aos nossos corações.
Mas livres somos nas nossas decisões.
Assim eu vejo realmente o que se passa
Em cada ser de toda e qualquer raça,
Habitantes deste solo em que vivemos.
Creio, porém, sincera e firmemente
Que a felicidade vira concretamente
Quando banirmos esse ser tão prepotente
Do interior do nosso eu, do eu inteligente,
E atendermos pura e simplesmente
O que diz o nosso anjo reluzente

Oswaldo Nigro

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Depois do carnaval, estarei aqui novamente. Até lá, bom descanso!

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

DEVORAR O PRÓPRIO CORAÇÃO

Acredito que você, leitor amigo, nunca ouviu falar de Hipônoo, nome obscuro de um cidadão grego, filho de Eurímede e Glauco, também ilustres desconhecidos.
Mas certamente conhece a história de Belerofonte, o herói mitológico.
Ambos são a mesma pessoa.
Tendo matado Beleros, tirano de Corinto, Hipônoo ficou famoso como o "matador de Beleros" ou Belerofante.
Suas aventuras fabulosas apresentam lances dramáticos, ações indômitas, tragédias, mortes e horrores.
Montado no Pégaso, o célebre cavalo alado, realizou proezas memoráveis, como vencer as amazonas, as mulheres guerreiras.
A mais gloriosa foi matar a quimera, fabuloso ser com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão, que aterrorizava populações, expelindo chamas, destruindo rebanhos e matando gente.
Contando com a ligeireza de Pégaso, escapava dos jatos de fogo arremessados pelo monstro, até que, com fulminante golpe de espada, o liquidou.
Não obstante suas vitórias como guerreiro, Belerofante terminaria seus dias melancolicamente, obscuro Hipônoo.
Segundo Homero, em A Ilíada, os deuses voltaram-se contra ele e o condenaram a vagar sem rumo, coxo, cego e solitário, a devorar o próprio coração.

A saga de Belerofonte, como sempre ocorre com a mitologia, tem pontos de contato com a realidade: os desafios existenciais, os temores e as dúvidas em torno de situações difíceis que imaginamos ou superestimamos.
Surgem como "monstros" ameaçadores que podemos vencer, desde que trabalhemos intensamente para isso.
O mais interessante está na expressão de Homero - devorar o próprio coração.
Representa, simbolicamente, o comportamento de pessoas que, em face das atirbulações da existência, entregam-se a sentimentos negativos, resvalando para a angústia, a revolta, o desespero, a depressão...
Nutrem-se das próprias mágoas, como se cometessem um ato de antropofagia moral, atormentados Hipônoos nos caminhos da Vida, esmagados ao peso da própria desdita.

É preciso resgatar o herói que há em nós; não a fantasiosa e contraditória figura mitológica, mas o filho de Deus, dotado de suas potencialidades criadoras, capaz de
enfrentar as atribulações da existência, reduzindo-as às suas dimensões normais.
São quimeras que podemos derrotar com as asas do conhecimento espírita, que nos permite pairar acima das misérias humanas, desvendando os mistérios do destino.

- O ente amado que pranteamos não se consumiu nas cinzas da sepultura.
Continua a viver em outros planos do infinito, acompanhando-nos os passos, torcendo por nós, esperando pelo reencontro feliz, quando chegar nossa hora.

- A enfermidade que nos aflige não objetiva impor-nos perturbações e angústias.
Tratamento de beleza para a alma, conduz a valiosas disciplinas e convida-nos à oração e à reflexão em torno da jornada humana.

- As dificuldades que surgem em nosso caminho não são obstáculos intransponíveis, convites ao desalento.
São estímulos à mobilização de nossas potencialidades criadoras, tornando-nos mais fortes e capazes.

- A desilusão amorosa que nos angustia não implica em aniquilamento de nossas esperanças.
Apenas revela que estivemos iludidos e a experiência nos ensinará a erguer o edifício de nossas realizações afetivas sobre bases mais sólidas.

Se o leitor amigo sente-se um Hipônoo e anda a devorar o próprio coração, nos grotões do desânimo e da tristeza, lembre-se:

Há um Belerofante adormecido em você!
Desperte-o!
Tome o seu Pégaso, nas asas abençoadas do conhecimento espírita, paire acima das misérias humanas com a gloriosa visão do infinito e derrote as quimeras com a mais poderosa de todas as certezas:

Deus nos reserva o melhor, num glorioso porvir!




Este é o capítulo com que RICHARD SIMONETTI encerra seu iluminado livro LUZES NO CAMINHOBeleza, hein? Aprendi muito hoje teclando este texto para vocês.
Obrigada, Richard Simonetti.

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Blogue em festa! Nossa amiga Lêda Yara Motta Mello lança hoje, em Arapiraca, Alagoas - sua terra nata l- seu livro de poesias intitulado MEUS SONHOS.
Tenho trazido a vocês lindos poemas dela e de seu irmão Lêdo Motta Mello. Eles já transitam pela Internet, através de sites de Poesias, sempre muito bem recebidos pela crítica.
A esta hora já deve estar rolando o coquetel oferecido aos convidados para a noite de autógrafos.
Tive a grande satisfação de participar desta obra de Lêda, escrevendo as orelhas de seu livro, em cuja capa está reproduzida uma de suas telas. Sim! porque Leda é também artista plástica de muita sensibilidade.
Aqui está o texto escrito nas orelhas de "MEUS SONHOS":

Sonhos... podem ser poesia. Os sonhos de Leda Motta Mello estão aqui como prova de que a dona de tantas artes transforma em arte genuína tudo o que manipula e trabalha.
Intuitiva, ledora voraz, desde pequena, de todo livro a seu alcance, e capaz de perceber música até nos ruídos naturais à sua volta, esta sensibilidade privilegiada, soube aprisionar sons, ritmos, sonhos, risos e lágrimas para liberá-los por fim e materializá-los em poemas.
”Meus Sonhos”, de Lêda Mello, são o resultado do exercício desse fazer poético artesanal e, portanto, a constatação de que sua expressão poética, estruturalmente assentada em uma natureza buliçosa e ágil, esperava a hora azada para sua eclosão.
Leda nasceu poeta... É isto que quero dizer. Quer em suas telas, quer nos acordes que tira de seu instrumento musical, quer em seus versos, ela manipula com graça os elementos de que dispõe e produz arte, grávida de verdades vividas, de sensações experimentadas e da captação do que é belo e bom para a alma humana.
De modo muito próprio, Leda adeja por todos os caminhos da poesia. Ela é leve e sonora em seus versos mais ingênuos, é sensual em passagens reveladoras de erotismo implícito, é incisiva em seus versos de denúncia, é fervorosa em suas afirmações de fé. Até sua “voz matuta” é cheia de graça, inflexões e rodeios originais. Seus epigramas exibem uma linguagem metafórica digna de poetas com formação acadêmica.
Enfim, “Meus Sonhos”, de Lêda Mello, abre para os aficionados de poesia, um espaço novo, onde a alegria, a tristeza, a vigília do amor, a rejeição ao amor são sabiamente exibidas, deixando plena a alma do leitor, exposta à emoção.

Um de seus vibrantes poemas:

SIM, EU POSSO!

Sim, eu posso:
quando tomo consciência
de que sou única e insubstituível;
de que meu passado, presente e futuro
são o resultado das minhas escolhas;
de que o acaso não existe
e que cada acontecimento
é mensageiro de uma resposta.

Eu posso:
quando me questiono
e tenho a coragem de me assumir
com minhas virtudes e defeitos,
para me tornar melhor;
quando priorizo o amor
e percebo que eu sou a minha primeira experiência
- " Ama o teu próximo como a ti mesmo" -

Eu posso:
quando estou atenta às minhas culpas e medos
e deles retiro os benefícios equivalentes,
para então libertá-los e libertar-me;
quando me dou conta de que a vida
não é um vale de lágrimas ,
mas uma maravilhosa experiência
de progresso para o meu espírito.

Eu posso:
quando, apesar de tudo,
me decido pelo Amor, pela Paz e pela Felicidade
que me foram destinados
e que nascem a partir de mim mesma.
Percebo, então,
que Ele e eu, juntos, somos invencíveis
e que a minha vida, então transformada,
já me mostra que
sim, eu posso!

domingo, fevereiro 01, 2004

Passo rapidamente para deixar esta oração, que achei perfeita, para servir de inspiração a vocês.

NA LUZ DA ORAÇÃO







Eleva-te aos Cimos da Vida através da oração.


Ora mais um pouco.


Desencharca-te das vibrações de pessimismo e libera-te dos clichês derrotistas, situando a
mente nas paisagens felizes da prece.


O ato de orar é mais amplo do que o mecanismo de repetir palavras.



A mente que ora, se revitaliza, fortalecendo o corpo.



Portadora de altas cargas de energia positiva, a prece faculta a sintonia com as Fontes Geradoras da Vida, propiciando o intercâmbio com outras mentes que se movimentam nas faixas superiores do Cosmo.



Por mais complexas se te apresentem as situações, faze uma pausa e ora.



A atitude te oferecerá calma e lucidez.



Diminuirá a tensão e o temor, renovando-te o ânimo e propiciando-te uma visão mias lúcida a respeito da questão que defrontas.


Talvez, não te proporcione a solução que almejas, que te parece, no momento, a melhor. Desencadeará, porem, fatores transcendentes que irão contribuir para a equação correta em torno do problema, no instante próprio.


Assim confiando, viverás com estabilidade e segurança.



Seja qual for o desafio, a dificuldade, antes de responderes com a ação precipitada, ora. Um pouco mais de tempo não te prejudicará o comportamento.



Aquietando-te para reflexionar, conseguirás mais equilibrado resultado da decisão, sem o risco de desarmonia íntima ou choque externo.


Na atividade da oração, estarás na presença de Deus, sem o pensamento ansioso, nem a angústia perturbadora.



A inspiração te alcançará a casa mental, e ondas de bem-estar te facultarão examinar qualquer ocorrência com otimismo e alegria.

A oração é um estado psíquico de confiança em Deus, que deve constituir a primeira reação da
conduta diante das ocorrência humanas.


Conforme respiras, podes pensar em Deus, sem te divorciares das atividades do mundo.



Aclimata-te a ela através do exercício e aprende a fruir da paz que decorre da oração.



Descobrirás o filão aurífero e atraente da felicidade que ainda não desfrutas.



Sem te alienar do mundo e sem te asfixiar nele, a oração é o termômetro para a identificação do teu estado emocional e para capacitar-te às realizações que te aguardam.


Restaurado na harmonia, podes enfrentar a vida e suas injunções, como verdadeiro homem integrado no projeto cósmico, do ser transcendente, viajor da eternidade na busca da perfeição.


[Joanna de Ângelis]
[Divaldo P. Franco]
[Alegria de Viver]

[Editora LEAL]



Com as bênçãos de Deus, permaneçam em paz. Boa-noite!

quarta-feira, janeiro 28, 2004

Perdão pela demora. Excesso de atividades. Não adianta dizer que não vai acontecer mais. Vai, sim, malgrado meu. A única coisa que me alivia o lapso é que trago na consciência a necessidade de acertar o passo, atualizando nossas conversas dentro de períodos mais curtos. Quem sabe este sistema de comentários, usado com mais freqüência por parte de quem me lê, poderia gerar uma espécie de pressão sobre mim, obrigando-me a arranjar pelo menos uns minutinhos para debater idéias com vocês?
Gente, eu não faço diferença entre credos. Dou minha opinião de espírita e liberdade para quem quiser externar seus pontos de vista em desacordo com os meus. Proponho que alguém que não entendeu este ou aquele ponto, peça explicações mais detalhadas. Aqui, não se vai medir a correção da linguagem; o que interessa é elucidar as questões expostas, é procurar responder a perguntas vindas de vocês. E, como não detenho conhecimentos da Doutrina Espírita, além dos conhecimentos básicos, estou sempre disposta a me valer das pessoas mais bem preparadas que possam oferecer ajuda. É uma relação aberta que pretendo e me vejo a falar quase que pra mim mesma. Fonte de desânimo! Mas eu tenho esperança de que um dia poderei contar com a participação de vocês.


Falemos das dores da alma, como orgulho, inveja, depressão e tantas outras. Vou usar o livro "Dores da Alma" de Francisco do Espírito Santo, pelo espírito de Hammed. Quando for necessário, sairemos da simples conceituação e discutiremos suas implicações na vida corrente.

CRUELDADE: Cada ato de agressividade que ocorre neste mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não aprendeu a amar.

ORGULHO: A compulsão de querer controlar a vida alheia é fruto de nosso orgulho.

IRRESPONSABILIDADE: Somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade.

DEPENDÊNCIA: Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas.


Reflitamos sobre esses itens. Caso alguém queira algo mais explicativo sobre cada um, é ó se manifestar e falaremos mais detidamente sobre o assunto.


Para terminar o encontro de hoje, elevemos o nosso pensamento a Deus e peçamos pela humanidade que sofre, pelas crianças que gemem nos hospitais, pelos irmãos sem abrigo, pela Terra que ainda se debate na condição de planeta de expiação e provas. Que nossa fé se fortifique e que encontremos os meios de ajudar os que não gozam de nenhum conforto material como os que precisam de assistência espiritual. Para todos pedimos as bênçãos divinas.
Que assim seja.

sábado, janeiro 10, 2004

Conhecer Jesus é fácil; encontrá-Lo é diferente!...
Ao cumprir a lei de amor ao próximo, aí sim encontramos o Mestre que
antes conhecemos
“ Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Paulo – ( Gálatas, 2:20 ).

Rogério Coelho

Chico Xavier encontrou Jesus, depois de conhecê-Lo... Não poucas criaturas O conhe-
cem, mas, dentre essas, raríssimas O encontraram.
Para conhecer Jesus é muito fácil: Basta por exemplo, compulsar, displicentemente, as
páginas neotestamentárias.
Para conhecer Jesus é suficiente assistir a uma cerimônia de qualquer culto religioso-
cristão.
Para conhecer Jesus é só estar presente durante uma conferência evangélico-doutriná-
ria nas Casas Espíritas.
Para conhecer Jesus outra coisa não faz mister senão dirigirmos o olhar para as inú-
meras gravuras e esculturas que O retratam.
Se não tivermos ouvidos moucos, podemos conhecer Jesus ouvindo falar d’Ele em qualquer lugar.
Os doze apóstolos conheceram Jesus de perto, pois com Ele conviveram durante três
longos anos – paradoxalmente – só O encontraram depois de sua transferência para
o Seu Jardim de Estrelas nas inimagináveis profundezas do Espaço Infinito.
Paulo de Tarso O encontrou sem tê-Lo adredemente conhecido. O mesmo se deu com o publicano Zaqueu e com a ex-obsediada Maria de Magdala.
No livro: “Setenta Vezes Sete” do nosso querido confrade Richard Simonetti, no ca-
pítulo intitulado: “O Publicano Atribulado”, podemos observar a superlativa diferença
entre “conhecer “ Jesus e “encontrá-Lo”.
“Trata-se” – segundo Simonetti – “de um despertamento, a iluminação a que se referem
os mestres hindus; aquele momento solene em que percebemos, em plenitude, o significado
de Suas lições e nos dispomos a mudar os rumos da existência”.
Trata-se , segundo entendemos, do momento em que descobrimos e passamos a tri-
lhar o nosso “caminho de Damasco”.
“De repente”- continua Simonetti – “sentimentos envolvendo ambições, riqueza,
conforto e poder perdem a graça: interesses imediatistas, vícios e paixões deixam de nos
motivar; a agressividade, irritabilidade, ressentimento e rancor são eliminados, no dicionáriode nossas emoções; angústias, trsitezas, pessimismo e desânimo não encontram mais guarida em nosso coração...
Quando tudo isso acontecer, teremos, finalmente, encontrado Jesus, algo pragrama-
do pelos Céus desde tempos imemoriais, quando ensaiávamos a razão, egressos da animali-
dade instintiva”.
Nesse instante, passamos a assenhorear a maior e a única felicidade real que pode-
mos usufruir neste nosso Orbe de provas e expiações: a paz do coração.
Compreendemos, assim, com Richard Simonetti, que teremos encontrado Jesus
quando ancorarmos nossos pensamentos, palavras e atos no porto seguro de Seus divinos
ensinamentos, elegendo como Lei Maior o Amor a Deus e ao próximo.
Teremos encontrado Jesus no nosso “caminho de Damasco”quando, segundo ensina
o ínclito Codificador do Espiritismo, cumprirmos a Lei de Justiça, de Amor e Caridade, na
sua maior pureza. Nós O teremos encontrado no momento em que interrogarmos a nossa
consciência e não localizarmos ali nenhum registro de defecções, indiferença, mágoas e
ódios mordentes. Enfim, teremos encontrado Jesus quando depositarmos fé em Deus, na
Sua bondade, na Sua justiça e na Sua Sabedoria; quando não encontrarmos nas mais ínti-
mas anfractuosidades da alma quaisquer resquícios dos instintos da animalidade; quando
não colocarmos os transitórios ouropéis temporários acima dos imperecíveis tesouros es-
pirituais; quando enfrentarmos, sem murmurar, todas as decepções, reconhecendo-as co-
mo provas e expiações; quando encontarmos satisfação e ufania nos benefícios que espa-
zirmos; quando estivermos possuídos do sentimento de caridade e de amor ao próximo e, sem reservas, fizermos o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; quando retribuirmos
o mal com o bem e tomarmos a defesa do fraco contra o forte; quando sacrificarmos os
próprios interesses à justiça; quando encontrarmos satisfação nos benefícios que espalhar-
mos; quando fizermos ditosos os outros; quando prodigalizarmos consolações aos aflitos;
quando o nosso primeiro impulso for direcionado no sentido de auxiliar o próximo
até mesmo em detrimento de nós mesmos; quando cuidarmos dos interesses dos outros an-
tes dos nossos ; quando em todas as circunstâncias tomarmos por guia a caridade que se desdobra na “Benevolência para com todos, na indulgência para com as imperfeições dos
outros e no incondicional perdão das ofensas”; quando não alimentarmos ódio, nem ran-
cor e tampouco desejo de vingança; quando não colocarmos “lenha” na fogueira da maledi-
cência; quando estudarmos as próprias imperfeições, dando-lhes ferrenho combate; quando
não abusarmos dos talentos colocados à nossa disposição, compreendendo que eles não passam de depósitos creditados em nossa economia espiritual pela misericórdia divina a fim
de promovermos a nossa edificação e a do próximo; quando, a exemplo do bom samaritano, deixarmos transbordar de nosso coração a compaixão pelos filhos do calvário, vestindo os desnudos, alimentando os famintos, visitando os encarcerados, curando os enfermos, ofertando água ao sedento, comida aos famintos e abrigando o estrangeiro; quando deixarmos de erguer as mãos aos Céus em insulsas louvaminhas e as baixarmos para acariciar uma crianca desamparada, um velho abandonado no asilo pela própria família, um desvalido da via pública...
Ai, sim, poderemos dizer em alto e bom som: Encontrei Jesus!... e, à semelhança do
Singular Vidente de Damasco, exclamar com unção:
“Já não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim”.

( Revista Internacional do Espiritismo – 02 / 2003 ) eas/.

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Deixo-lhes este artigo com o deviso crédito. Vale a pena a leitura.

Um bom fim de semana pra todos.


quinta-feira, janeiro 01, 2004

Depois do Natal, as esperanças que batem com o advento do ano que entra. Devem ser muitas, embaladas pelo tom festivo dos shows, da luninosa queima de fogos, da cumplicidade de tanta gente movida pela mesma razão - saudar o novo tempo que pode trazer realização de tantos sonhos acumulados.

Nessa hora de frenesi e júbilo geral, bem que caberia um minuto de pausa dedicado a uma prece silenciosa pelo futuro que nos aguarda e que pode vir a ter uma feição mais branda dependendo de nossa postura diante da vida e suas dificuldades.

Saudemos o ano de 2004 e que consigamos delinear um posicionamento mais humano em relação às pessoas com quem convivemos, uma atitude absolutamente ética em relação ao trabalho que realizamos, uma decisiva vontade de renovação íntima no plano religioso, social e humano.


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Com vocês, ADVERTÊNCIAS por Erausto Campello.

Quando a alguém faltar o pão, não perguntes por quê.
Dá-lhe o pão que mata a fome. Se possível, ensina-o a ganhar o próprio pão.

Se podes enxugar uma lágrima, não perguntes por que ela existe.
Limita-te a fazê-la cessar.
Depois, talvez, quem chora queira confidenciar-te o motivo.

Compreende sempre, auxilia sempre, faze como fez Jesus; ainda que nao possas ser como Ele, estarás cumprindo teu papel.


Mensagem mediúnica, recebida por Nádia, médium militante do Grupo Espírita Amor e Humildade aos Irmãos, em 10/12/1997.