RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS
Cap. IV Itens 9 a 17
Vamos continuar no tema Reencarnação
a partir de citações conhecidas, para atribuir a elas seu verdadeiro sentido.
Como em “O Espírito sopra onde quer,
ouvis sua voz, mas não sabeis nem de onde ele vem, nem para onde ele vai” a
palavra Espírito pode ser tomada como o Espírito de Deus que confere vida a
quem Ele quer, ou seja, dá a alma do homem. Da mesma forma,”vós não sabeis de onde ele vem
nem para onde vai” significa que não se conhece o que a alma ou espírito
foi nem o que será. Ora, se o
Espírito (ou alma) fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saberíamos de onde
veio, já que estaríamos a par de seu
começo. De onde podemos deduzir que essa passagem é a consagração do princípio
da pré-existência da alma e, portanto, da pluralidade das existências.”
Conhecemos a passagem,”desde o tempo de João Batista até o
presente, o reino dos Céus é tomado pela violência, e são os violentos que o
obtêm, porque até João, todos os profetas, assim como a lei, profetizaram; e se
quereis compreender o que vos disse, é ele mesmo o Elias que deve vir. Ouça
aquele que tem ouvidos para ouvir.”
Ora, se o princípio da reencarnação
expresso em São João podia ser entendido como puramente místico, essa passagem
de São Mateus não deixa nenhuma dúvida de que estamos diante de uma verdade.
Voltemos à citação “Desde o tempo de João
Batista até o presente, o reino dos Céus é tomado por violência...” e perguntemos: que significado pode ter
uma afirmação desta se João Batista vivia ainda naquele momento? Jesus a
explica dizendo:“Se quereis compreender o que vos disse, é ele mesmo, o Elias que deve
vir.”
Uma outra referência à violência da lei mosaica que ordenava o extermínio dos infiéis para
ganhar a Terra Prometida - Paraíso dos Hebreus - podemos encontrar na
afirmação: ”Até o presente o reino dos
céus é tomado pela violência”. Segundo
a nova lei, porém, o céu se conquista pela prática da caridade e do amor ao
próximo.
Depois, Ele acrescenta: “Ouça quem tem ouvidos para ouvir”.
Tão repetidamente usadas por Jesus,
essas palavras tinham um significado – o mundo não estava pronto para assimilar
certas verdades.
Esta passagem de Isaias é bastante
explícita: “Aqueles do vosso povo que se
tenham feito morrer, viverão de novo” Se o profeta quisesse falar de vida
espiritual, se tencionasse dizer que aqueles que se fizeram morrer não estavam
mortos em Espírito, ele teria falado ‘vivem
ainda’ e não ‘viverão de novo’ .
Palavras absurdas, no sentido espiritual, já
que implicariam numa interrupção na vida da alma e negação das penas eternas, assim como no
sentido de ‘regeneração moral’, uma vez que estabelecem, em
princípio, que todos aqueles que estão ‘mortos
reviverão’.
Uma indagação persiste: Depois da
morte, pode o homem reviver? Há três versões: 1) “Nessa guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero
que minha transformação chegue”. 2) ”Esperarei
todos os dias de meu combate, até aquele em que me chegue alguma
transformação”.( Tradução protestante de Osterwald); 3) “Quando o homem está morto, ele vive sempre; terminando os dias de
minha existência terrestre, esperarei porque a ela voltarei de novo”. (Versão
da Igreja grega).
Como vemos, o princípio da
pluralidade das existências está claramente expresso nessas três versões. Isso
nos leva à constatação de que sob o nome de ressurreição, o princípio da
reencarnação era uma das crenças fundamentais
dos judeus, o que foi confirmado
por Jesus e pelos profetas de maneira formal. Isso significa que negar a
reencarnação é negar as palavras do Cristo. Isso, do ponto de vista religioso. Do ponto de
vista filosófico, aí estão as provas que resultam da observação dos fatos. Na
hora em que se examina um fato, remontando dos efeitos à causa, a reencarnação
surge como necessidade absoluta, como uma condição inerente à humanidade, ou
seja, como uma lei natural. Só ela pode responder ao homem de onde ele vem, para onde ele vai, por que está na Terra, além de
justificar todas as anomalias como todas as injustiças aparentes que a vida nos
oferece.
O princípio da preexistência da alma
e da pluralidade das existências consegue explicar as máximas do Evangelho. Só
ele fará com que interpretações contraditórias
sejam banidas e que seja restituído seu verdadeiro sentido.
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Espero ter conseguido meu intento: tornar mais assimilável esta leitura.
Deixo-lhes um Youtube gostoso para encher de som nosso cantinho de encontro enquanto vocês meditam. Até mais.