quarta-feira, junho 09, 2004

DOS MÉDIUNS

No resumo de hoje, vamos falar das várias formas pelas quais a mediunidade se manifesta nas pessoas que apresentam determinadas aptidões.

De acordo com as aptidões dos médiuns, podemos dar-lhes nomes diferentes, como: médiuns de efeitos físicos, médiuns de comunicações inteligentes, videntes, falantes, auditivos, sensitivos, desenhadores, poliglotas, poetas, músicos, escreventes etc.
Só podemos esperar do médium aquilo que está no âmbito de sua aptidão, ou seja, de sua faculdade.
Os médiuns de efeitos físicos são aptos para executar fenômenos materiais, como movimentos, pancadas, com auxílio de objetos. Se, entretanto, esses fenômenos revelam um pensamento ou obedecem a uma vontade são efeitos inteligentes, isto é, denotam uma causa inteligente ? uma das maneiras de os espíritos se manifestarem.
A faculdade que se encontra mais freqüentemente é a escrita. É a forma mais simples, mais rápida, mais cômoda e que permite maior desenvolvimento. O médium escreve sob a influência dos espíritos que se servem dele como de um instrumento; sua mão é arrastada por um movimento involuntário praticamente impossível de dominar.
Alguns médiuns não têm consciência do que escrevem; outros a têm mais ou menos vaga, mesmo que estranhem o pensamento. É o que diferencia os médiuns mecânicos dos médiuns intuitivos.
A comunicação efetiva do espírito através do médium depende da vontade dos espíritos; o médium tem apenas a faculdade de se poder comunicar. Nenhum médium tem o poder de forçar os espíritos a se manifestarem, o que explica a intermitência da faculdade nos médiuns. Daí não se poder chamar essa aptidão de talento, que é adquirido através de trabalho
Os médiuns de efeitos físicos estão quase sempre em relação a espíritos de baixa esfera que se comprazem em exibir-se, embora isso não signifique que esses espíritos de pouca elevação tenham eles todos essa única intenção.
As comunicações inteligentes realizam-se pela ação fluídica do espírito sobre o médium desde que o fluido deste se identifique com o do espírito.
A afinidade existente entre os dois fluidos determina a facilidade das comunicações. Não basta, pois, ser médium para receber, com espontaneidade comunicações de qualquer espírito. As comunicações só são possíveis, completas e verdadeiras quando há a assimilação fluídica de que falamos.
Aliás, essa assimilação é, às vezes, totalmente impossível entre determinados espíritos e determinados médiuns; outras vezes ela pode vir a ser possível depois de um processo gradual, com o tempo. Afinal, trata-se da transmissão do pensamento do espírito; a identificação das partes é, assim, imprescindível.
Se não existem condições propícias à comunicação direta do espírito com o médium, o guia espiritual do médium pode intervir e auxiliar, conduzindo o pensamento do espírito ao médium. Por isso, é tão importante que o médium seja bem assistido, para que não haja o perigo de a comunicação sair alterada no caso de o intermediário ser um espírito menos elevado.
Do ponto de vista experimental, seja qual for o tipo de comunicação, a prática do espiritismo, apresenta dificuldades e não está livre de inconvenientes para os que não sabem distinguir as diversas naturezas dos espíritos que se podem manifestar, ou não conhecem a causa dos fenômenos e as condições em que se podem produzir, ou ainda os obstáculos que se lhe podem ser opostos.

Encerramos aqui o resumo de hoje. O próximo versará sobre os riscos da mediunidade, seguindo a ordem dos temas apresentados pelo livro *O que é o Espiritismo*.


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Para distrair, vou deixar com vocês um poema, da autoria de minha amiga Leda Yara que tantas vezes ocupou este espaço com suas inspiradas páginas poéticas. A de hoje é uma jovial saudação à vida, intitulada:

BOM-DIA, VIDA!

Desperto para um novo dia.
Levanto-me e, alegremente,
escancaro as janelas do quarto.
O beijo morno do sol deposita em meu rosto
a saudação da esperança.
Um brilho dourado desce em cascatas
sobre os flamboyants floridos,
onde borboletas faceiras
brincam de beijar flor.
Sorvo preguiçosamente
o ar lavado pelo sereno recém-adormecido.
Um céu despudoradamente azul
faz pano de fundo para a festa dos olhos.
Lembro de algo escrito
Pela Lygia Fagundes Telles:
*A cor do Não deve ser cinza.*
O dia tem a cor do SIM!
Do SIM para a alegria,
para a coragem, para a fé,
para o encanto de viver!
Sorrio com gosto...
BOM-DIA, VIDA!

Leda Yara Motta Mello
Do livro MEUS SONHOS


Uma noite de esperanças para todos vocês.