BEETHOVEN / MOONLIGHT SONATA (NOSSO LAR)
Amparo & sustentação
Quantos de nós já não pronunciamos essas palavras, seja em estado de preocupação verdadeira, seja pedindo ao Pai para nos colocar a salvo de perigos e tentações na vida diária?
Bibliografia consultada:
Olá, companheiros, estou dentro do prazo e isto me tranquiliza.
Mesmo assim, quase não vou falar por mim mesma. É que tenho um texto que todos
vão amar, caprichado como nossa amiga sabe fazer, baseado em leituras categorizadas.
Como é extenso, faço questão de preservar o tempo pra vocês.
Fidelidade a Jesus é
espírito de serviço até o último
momento das nossas forças físicas
... “mas, livra-nos do mal.” ¹
momento das nossas forças físicas
... “mas, livra-nos do mal.” ¹
Quantos de nós já não pronunciamos essas palavras, seja em estado de preocupação verdadeira, seja pedindo ao Pai para nos colocar a salvo de perigos e tentações na vida diária?
O Evangelho mostra
que, em dois momentos, Jesus faz essa solicitação a Deus: no primeiro, foi no
Pão Nosso, que nos ensinou, ao encerrar o Sermão da Montanha, dizendo “não
nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”; e, depois, no Sermão do
Cenáculo ou última ceia, como é conhecida essa passagem, quando, despedindo-se
dos discípulos, fez a oração que ficou gravada na mente dos queridos amigos,
conhecida como Oração dos Discípulos, na qual roga a Deus para que não os
tirasse do mundo, mas que os guardasse do mal.
Nessas duas
oportunidades Jesus roga o amparo e a sustentação para todos nós e não o nosso
afastamento do mundo. E por que Ele age assim? Para entender isso é necessário
compreender o homem no meio em que ele vive. O homem é um ser biológico,
enquanto matéria; um ser psíquico, enquanto Espírito; e um ser social, enquanto
relacionado com outros. Assim, quanto mais evoluímos, mais aumenta a
nossa interdependência com as outras pessoas. Por isso, o progresso só acontece
quando há trabalho em grupo, ajuda mútua. Sozinhos, nos embrutecemos e nos
debilitamos, porque somos seres gregários, criados para viver em sociedade,
equipados com todos os instrumentos que possibilitam tal convivência.
Dessa forma, vamos ajudando os que estão ao nosso redor – desde que o
queiram – e sendo ajudados, aprendendo com os outros o que ainda não sabemos e
ensinando aquilo que já sabemos, amando e sendo amados. Com isto em
mente, é fácil perceber que só seremos úteis vivendo em grupo.
Então, quando Jesus
nos ensina na Oração Dominical, para que Deus nos livre do mal, e pede a Ele
que não afaste os seus discípulos do mundo, mas que também os proteja do mal,
deixa claro que os homens não precisam isolar-se a pretexto de melhor servir a
Deus.
Se no passado o
isolamento de homens que até hoje são reverenciados era para despertar esse
mesmo homem para os problemas da alma, hoje esse comportamento “sem
finalidade prática, sem proveito para os semelhantes, expressaria egoísmo e
acomodação à boa vida. Significaria fuga ao trabalho”. ²
O mundo é – sem
sombra de dúvida – a nossa grande escola, e pelas dificuldades que passamos,
pelos obstáculos que superamos para realizar a vida material, as lutas íntimas
que travamos nos fazem criaturas cada vez melhores... Diante disso, podemos
entender que é “impossível o ensinamento, fugindo à lição. Ninguém
sabe, sem aprender”. ³
Assim, muitas vezes,
fugimos das dificuldades, criamos ilusões fantasiosas, necessidades vãs,
fazendo de conta que a vida é sempre um mar de rosas, um céu sem nuvens; ou
revoltamo-nos, não aceitando as condições nas quais vivemos, esperando, em
ambos os casos, que em algum momento um milagre aconteça e que a solução dos
nossos problemas surja, sem que precisemos nos esforçar para isso. É
preciso atenção às nossas escolhas para não complicarmos, ainda mais, a
presente encarnação.
Citando judiciosa
afirmação de Emmanuel, é importante observarmos ao nosso redor para reconhecer “onde,
como e quando Deus nos chama, em silêncio, para colaborar com ele no
desenvolvimento das boas obras, na sustentação da paciência, na intervenção caridosa
em assuntos inquietantes para que o mal não interrompa a construção do bem, na
palavra iluminativa ou na seara do conhecimento superior, habitualmente
ameaçada pelo assalto das trevas”.
Todavia, o que
encontramos ainda, é um grande número de discípulos do Evangelho que ao
entenderem, ainda que de forma incipiente, a luz espiritual, recusam-se a
continuar aprendendo, tendo em vista a ideia enganosa de que já sabem o
suficiente. Quantos continuam fugindo do estudo, do aprimoramento de seus
conhecimentos, do trabalho redentor, até mesmo como uma forma de protegê-los da
intervenção de outras mentes não evangelizadas, em seu dia-a-dia?! Mas, se não
aprenderam, não vivenciaram; e, se não vivenciaram, não podem dar testemunhos
da sua evolução.
Quantas tarefas para
as quais fomos encaminhados e as recusamos?! Quantas adiamos, mesmo
sabendo que não poderíamos realizá-las?! E recuamos, assim, diante do
esforço que nos levaria para frente. Declaramo-nos desejosos da união com o
Cristo, mas abandonamos os irmãos necessitados de amparo, muitas vezes dentro
do próprio ambiente doméstico, esquecidos que o Mestre amado, em momento algum,
afastou-Se da humanidade terrena. Estimamos a oração que Ele nos ensinou, mas
nos esquecemos de que rogou ao Pai que nos libertasse do mal, mas não nos
afastasse da luta.
Lembra-nos Emmanuel
que a sabedoria do Cristianismo não consiste em isolar o aprendiz na santidade
artificialista, e, sim, em fazê-lo no campo de luta ativa de transformação do
mal em bem, da treva em luz e da dor em bênção. A fidelidade que muitos dizemos
ter ao Cristo não significa adoração eterna em sentido literal; significa, sim,
espírito de serviço até o último momento das nossas forças físicas.
Em relação aos
discípulos, no Sermão do Cenáculo, Jesus dirige-Se a Deus dizendo que Ele não
pede que sejam tirados do mundo, mas, sim, que sejam guardados do mal, pois
sabia das dificuldades pelas quais eles passariam, das lutas que enfrentariam,
após sua morte, e que poderiam impedir os discípulos de dar prosseguimento à
Sua tarefa. Tudo isso poderia criar um precedente perigoso para as futuras
realizações do Evangelho. E o que seria de nós, hoje, se os Seus ensinamentos
benditos não tivessem chegado à nossa vida...
Tanto eles, ontem,
quanto nós próprios, hoje, não prescindimos das lutas terrenas, porque elas
corrigem, aperfeiçoam e iluminam os Espíritos necessitados, que retornam ao
corpo físico para prosseguir sua jornada iluminativa.
O certo é que “(...)
ninguém pode dar testemunho de valor espiritual se não vive provas difíceis,
dramas intensos, complicados problemas... Ninguém pode dar testemunho de
resistência moral se não sentiu o impacto de fortes tentações, sobrepondo-se,
no entanto, a todas elas, pela inabalável determinação de vencer, pelo desejo
de realizar-se”4, ao menos aqueles que ainda estão atrelados à
vida material grosseira, como é o caso da humanidade que vive sobre este
planeta.
É prova difícil viver
no mundo, sabemos; mas não impossível. Por essa razão o pedido de Jesus, tanto
em uma quanto em outra oração, é exortação à vigilância, para que não venhamos
sucumbir ante o mal, nas suas mais diferentes manifestações, pois o mal, em
qualquer circunstância, é desarmonia à frente da Lei e todo desequilíbrio tem
como consequência a dificuldade e o sofrimento. Mas, independentemente de tudo
isso, fortalecidos pelas eternas lições do Excelso amigo, nos converteremos,
como muitos já o fizeram, em exemplos vivos e atuantes de amor e trabalho no
bem!
Com o tempo e a
misericórdia divina que nos dão novas chances de recomeço através das vidas
sucessivas, teremos aprendido a valorizar as oportunidades de luta redentora,
vencendo nossas imperfeições morais, e nos transformando em verdadeiros
discípulos de Jesus, levando paz, consolo e reconforto aos necessitados que encontrarmos
pelo caminho.
O Apóstolo Paulo, na
carta aos romanos, cap. 12, versículo 21, traz consoladoras palavras: pede que
não nos deixemos vencer pelo mal, mas que vençamos o mal com o bem, pois,
passada a tempestade, tudo se encaminha para o reajustamento e a harmonia...
Roguemos, pois, ao
Pai de infinita bondade, que continue nos assistindo em nossas lutas. Que
ampare nossos pequenos passos, para que mais adiante, amparados pelos
ensinamentos de Jesus, consigamos avançar com firmeza em direção ao Seu amor.
Bibliografia consultada:
1 - Mateus, 6:13.
2 - Peralva, Martins . Estudando
o Evangelho, 6ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ - 1992 - cap. 5 – “O
Cristão e o Mundo”, p. 40.
3 – Emmanuel (Espírito). Vinha
de Luz, [psicografado por] F. C. Xavier, 14ª ed., Edições FEB – RIO DE
JANEIRO/RJ - 1996 - lição 57.
4 – Peralva, Martins. Estudando
o Evangelho, 6ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ - 1992 - cap. 5 – “O
Cristão e o Mundo”, p. 41.
Espero que aproveitem as lições contidas no texto - fonte de reflexões renovadas. Nosso agradecimento, Leda. Até a próxima postagem.
Espero que aproveitem as lições contidas no texto - fonte de reflexões renovadas. Nosso agradecimento, Leda. Até a próxima postagem.