quinta-feira, outubro 17, 2002

Para derivar, que tal transformar o post de hoje numa horinha lúdica, lendo um conto que peguei no livro "O Pulo do Gato"
da autoria de Felinto Elysio Duarte Campelo?

O Caju e a Abelha

Numa praia afastada do perímetro urbano, o verde da viçosa vegetação contrastava com o branco de suas areias e o azul do mar calmo e morno.
Um córrego de água fresca e cristalina, serpenteando entre o arvoredo, completava a harmonia do ambiente, irrigava o solo fértil, contribuía para a fartura de frutas, o que, aliado à beleza da paisagem, fazia daquela enseada um oásis para os pescadores da região e um refúgio para os turistas mais afoitos ou ousados aventureiros de excursões mais longas.
Tangido pela brisa marítima, um cajueiro contorcia-se em cadenciados e graciosos meneios para, orgulhosamente, exibir sua primeira florada.
Beija-flores, borboletas, abelhas volteavam entre as plantas, executando um bailado de raro encanto e exuberante policromia numa exaltação à criação e ao Criador.
Uma das abelhas, ao extrair néctar das flores do jovem cajueiro, encontrou o seu primogênito fruto e cumprimentou-o gentil:
- Bom-dia, meu querido maturi! Fico feliz em vê-lo despertar para a vida. Já foste informado do futuro que te foi reservado?
- Sim, laboriosa operária da natureza. Tenho ouvido minha árvore-mãe, escutado os cajueiros mais velhos, conversado com os seres alados que nos visitam diariamente. Sei que meu pedúnculo crescerá; quando maduro, será suculento, rico em vitamina "C" e servirá de alimento a quem me colher. Minha castanha será lançada à terra, germinará e dela brotará um novo cajueiro. Sei, enfim,
que serei útil e esta certeza faz-me feliz.
- É bom saber-te consciente da tua missão no mundo e satisfeito com o teu destino. Parabéns!
- Sim, abelha, contudo uma coisa deixa-me entritecido e não encontro resposta para minhas indagações.
- Conta-me, filho, o que te aflige. Se me for possível, dar-te--ei o esclarecimento desejado.
- Paralelamente ao nascimento de novos frutos, vejo cachos e mais cachos de flores secarem sem que cumpram sua função de produzir. Morrem antes de fecundarem, tornam-se inúteis.
- Não é bem assim, meu cajuzinho preocupado. As flores que agora estão secas participaram da polinização de outras flores, ensejaram a explosão da vida em forma de novos frutos. Cairão, em seguida, ao solo, adubando-o, após passarem pelo processo de degradação. Completa-se o ciclo, confirma-se o enunciado científico: "Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."
De pronto, o caju entendeu a lição e ficou a cismar monologando: a natureza é sábia, a obra de Deus é perfeita.
Assim, como o inexperiente caju, é grande parte da humanidade qua ainda estagia na infância espiritual, não entende o alcance das decisões divinas. Por isso mesmo, quais abnegadas abelhas, uma legião de Espíritos evoluídos, sob a égide de Jesus, reencarnam na Terra para nos trazer com o exemplo e a palavra ensinamentos calcados no Evangelho. Outros, igualmente dedicados,
lá do plano invisível, através da mediunidade iluminada de servidores fiéis, transmitem os esclarecimentos que nos conduzirão ao crescimento espiritual. Ouçamo-los.


Que tal? Deu para descontrair? De vez em quando, faremos um recreio assim como este, antes de retomarmos nossas divagações,
nossas considerações sobre pontos polêmicos. Vocês podem sugerir outras formas de pausas, como contar "causos", anedotas,
apresentar joguinhos etc, enviando por e-mail a contribuição que lhes aprouver.

Até o próximo contato. E que Deus esteja sempre em nosso pensamento.