RECAPITULANDO O EVANGELHO DE
JESUS Capítulo VI Itens de 7 a 13
Retomemos o assunto que nos
ocupou no post anterior e o complementemos com considerações sobre os mistérios
ocultos aos ‘sábios e prudentes’.
São de Jesus estas palavras: “Eu
vos rendo glória, meu Pai, Senhor do céu e da Terra, por haverdes ocultado
essas coisas aos sábios e aos prudentes e por as ter revelado aos simples e aos
pequenos”.
Talvez pareça estranho que Jesus
renda graças a Deus por ter revelado essas coisas aos ‘pobres de espírito’, ou
seja, aos simples e aos pequenos e de tê-las ocultado aos ‘sábios e aos
prudentes’ com maiores condições para entendê-las.
É importante perceber que os
humildes não se creem mais importantes do que ninguém, enquanto os sábios,
considerados de sua ciência, julgam-se ‘prudentes’, tratando Deus em pé de
igualdade, quando não o negam. Daí, Deus deixar para eles a tarefa de descobrir
os segredos da Terra , passando a revelar aos mais simples os mistérios do céu.
O mesmo sucede hoje com o
Espiritismo, aberto aos que procuram a boa fé,
com humildade, e reticente aos
que imaginam Deus feliz em seu entorno,
provando que existe.
A força de Deus reluz nas
pequenas e nas grandes coisas abundantemente. Cegos são os que não a enxergam.
Deus, que não age pela força, tem, porém, suas condições. Percebe que são
espíritos ainda não maduros para compreendê-lo nem para senti-lo. O orgulho os
cega, eles não podem distinguir a luz. Como médico incontestável, corrige
primeiro o orgulho, sem abandoná-los, por saber que haverá um momento em que
eles descobrirão a verdade. Mas ele quer que isso se dê por vontade própria e
espera o instante em que vencerão a incredulidade e se lançarão a ele como
filhos pródigos.
A partir daqui, temos um texto
instrutivo que fala de orgulho e de humildade pelo Espírito do bispo Adolfo, de
Argel, e outro sobre a missão do homem inteligente na Terra,
pelo Espírito de Ferdinando, de Bordéus.
Bom que fossem lidos na íntegra.
Vocês terão acesso fácil a eles em qualquer edição de O EVANGELHO DE JESUS
SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, finalizando o sexto capítulo. De
qualquer maneira, deixo aqui uma passagem de cada texto, à guisa de ilustração.
“Abre os olhos à luz: eis as
almas daqueles que não estão mais na Terra que veem te chamar aos teus
verdadeiros deveres; elas te dirão, com a autoridade da experiência, quanto as
vaidades e as grandezas da tua passageira existência são pouca coisa perto da
eternidade; elas te dirão que lá é o maior quem foi o mais humilde entre os
pequenos deste mundo; que aquele que mais amou seus irmãos é também aquele que
será mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram de sua
autoridade, serão reduzidos a obedecer aos seus servidores; que a caridade e a
humildade, enfim, estas duas irmãs que se dão as mãos, são os títulos mais
eficazes para se obter graça diante do Eterno” (Adolfo, bispo de Argel,
Marmande,1862).
“A inteligência é rica de méritos
para o futuro, mas com a condição de ser bem empregada; se todos os homens
dotados se servissem dela, segundo os desígnios de Deus, a tarefa dos Espíritos
seria fácil para fazer a humanidade avançar; infelizmente, muitos fazem dela um
instrumento de orgulho e de perdição para si mesmos. O homem abusa da
inteligência como de todas as outras faculdades e, entretanto, não lhe faltam
lições para adverti-lo de que uma poderosa mão pode lhe retirar aquilo que ela
mesma lhe deu,” (Ferdinando, Espírito protetor, Bordéus, 1862).