sexta-feira, agosto 17, 2007

O Banquete dos Publicanos

Anita Malfati Vaso de flores
Que a paz de Jesus esteja em nossos corações. É um bom começo para mais um momento de reflexão sobre os ensinamentos do grande Mestre.
Assim, com grande satisfação, apresento hoje mais um artigo inspirado de nossa irmã Leda Flaborea sobre uma significativa passagem do Evangelho.
O BANQUETE DOS PUBLICANOS
Leda Maria Flaborea (ledaflaborea@uol.com.br)

Jesus penetrava com facilidade na problemática de cada ser, pois conhecia as causas que dificultam a existência terrena. Conseguia ver além do que a pessoa procurava mostrar, enxergando seus conflitos; conhecia a origem dos desequilíbrios emocionais, porque sabia que cada homem é a soma de múltiplas existências vividas.

Não ignorava que a causa dos acontecimentos, na vida física e social, está pautada nas escolhas que o homem fez e faz, em cada instante de sua vida. Jesus entendia que os humildes e conflituosos necessitavam dele muito mais que os poderosos que, por sua arrogância e empáfia, não necessitavam, como não necessitam, ainda hoje, do alimento espiritual que vinha nos trazer. Até porque, não entenderiam o significado de Suas mensagens, pois se movimentam num mundo de ilusões.

Na verdade, o Mestre agia como psicoterapeuta na preservação de doenças do corpo e da alma, ensinando ao homem a vivência da saúde integral, oferecendo, também, a cura com o objetivo de levar todos ao usufruto das bênçãos que estão ao alcance dos homens que as queiram vivenciar. A mensagem de Jesus dirigia-se, assim, como ainda hoje acontece, aos enfermos da alma cujos corpos, por conseqüência, permanecem doentes.

E o mais importante nos ensinamentos é que eles vieram curar a alma, de forma permanente, pois, ao praticá-los, superamos, eliminamos os elementos causadores dos distúrbios físicos, emocionais, psíquicos e morais que nos assombram a existência. Passamos, assim, de pacientes a médicos de nós mesmos na cura definitiva de nossas mazelas, provocadas pela preguiça, ociosidade, maledicência, queixumes constantes, crueldade, prepotência e tantas outras imperfeições e viciações que alimentamos e reforçamos durante nossa vida planetária. “Trazendo a toda Humanidade a proposta psicoterapêutica preventiva, através da qual seria possível a vivência da saúde integral, oferecia também a curadora, de modo que todos pudessem desfrutar das bênçãos que estão ao alcance de quem as queira vivenciar”. 5

Jesus nunca usou de hipocrisia ou de atitudes de medo e, por isso, nos convidou a não retermos a luz do esclarecimento somente para nós. Proclamou a necessidade de sermos sinceros e autênticos mediante uma proposta de escolha moral, convidando-nos, através dessas balizas, a uma postura sem subterfúgios, diante das quais a coragem da fé se torna patente porque temos segurança dos objetivos a serem alcançados. Passamos a agir sem titubeios, sem incertezas, atitudes tão comuns nas atividades imediatistas de consumo, não importando época e local em que se viva.

A passagem evangélica que serve de reflexão para nós, na qual Jesus se reúne aos publicanos - homens que coletavam os impostos e que eram considerados pecadores pelos sacerdotes - para um banquete, mostra-nos o Mestre preocupado em abraçar a todos aqueles que necessitavam de auxílio.

De forma elucidativa, Emmanuel coloca a importância desse banquete com os publicanos, lembrando que esse fato não foi percebido em toda sua significação, de maneira geral, pela comunidade cristã em seus diversos setores. Diz-nos o respeitável orientador espiritual que a última ceia com os discípulos íntimos revestiu-se de singular importância, por ter sido um momento de despedida afetuosa dos amigos de apostolado e de sublimes lições. Entretanto, “é necessário recordar que o Mestre atendia a esse círculo em derradeiro lugar, porquanto já se havia banqueteado carinhosamente com os publicanos e pecadores. Partilhava a ceia com os discípulos, num dia de alta vibração religiosa, mas comungara o júbilo daqueles que viviam a distância da fé, reunindo-os, generoso, e conferindo-lhes os mesmos bens nascidos de seu amor”.²

Por isso, quando os grandes, aqueles que se achavam isentos de pecados, como eles próprios afirmavam, perguntaram aos discípulos por que Jesus comia com os pecadores, o Divino Amigo respondeu que “os sãos não precisam de médicos”4, confirmando, com isso, a condição de médico das almas.


Bibliografia:

1 – KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XXIV, item 11.

2 – EMMANUEL (Espírito). Caminho Verdade e Vida, [psicografado por Francisco Candido Xavier]. 17. ed., Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro/RJ; 1997, lição 137

3 - _______________Fonte Viva, [psicografado por Francisco Candido Xavier]. 16. ed., Federação Espírita Brasileira; Rio de Janeiro/RJ.1988- lição 28.

4 – MATEUS, 9: 10-12.

5 – JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito). Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda. [psicografado por Divaldo Pereira Franco], 1. ed., LEAL, Salvador/BA. p. 202.
Feita a leitura do texto, cada um medite sobre o assunto, faça perguntas de esclarecimento, comente a matéria com toda a liberdade (para esta finalidade, contamos com o sistema de comentários inserido no blog).
Antes disto, porém, vamos a uma horinha de recreio, ouvindo esta música tão lindinha interpretada pela bela Marielza Tiscate, via YouTube.

Marielza Tiscate

Um momento sonoro para a completa fruição deste nosso encontro de hoje