sábado, maio 10, 2003

A LENDA DAS DUAS TÍLIAS

Conta-se que, no pórtico da cidade de Listra, na Velha Grécia, havia duas tílias plantadas.
Os ramos das imensas árvores se enroscavam uns aos outros, parecendo uma única copa dotada de dois troncos.
Um dia, um ilustre visitante passou por ali e quis saber sobre as árvores de galhos entrelaçados.
Viu, perto dali, uma mulher da região que recolhia água de um velho poço, e lhe perguntou sobre as árvores singulares.
A mulher, sentindo-se homenageada pela curiosidade do estrangeiro, deteve-se e começou a contar:
“Dizem senhor, que nos idos tempos da Licaônia, depois que os deuses a construíram, resolveram vir visitá-la para saber se as coisas aqui estavam correndo bem.
Dois desses deuses: o pai dos deuses, Júpiter e o seu auxiliar direto, mercúrio, se transformaram em pessoas humanas comuns.
Vistoriaram toda a região e, ao entardecer daquele dia, os dois deuses começaram a bater nas portas das casas, mas nenhum dos habitantes de listra lhes oferecia pousada.
Então eles foram se afastando. E nos confins da Licaônia chegaram a um casebre em ruínas. Era uma casa muito velha, muito tosca.
Bateram na porta e uma mulher idosa, muito idosa, veio atender. Era Balsis, uma pastora da região, esposa de um lavrador que ainda se encontrava no campo.
Ao ouvir os dois homens lhe pedir guarida, Balsis foi tocada em seu sentimento e abriu-lhes as portas, fê-los entrar e serviu-lhes água fresca, enquanto dialogavam.
Logo depois, seu esposo Fílemon chegou dos campos e se somou à alegria da esposa em poder hospedar aqueles homens que andaram pelas estradas durante todo o dia.
Não tinham muito para ofertar, mas Balsis pediu ao esposo que fosse até à horta e colhesse algumas verduras para preparar um caldo e oferecer aos hóspedes.
Balsis puxou, de junto da parede, a única mesa que tinha no casebre. Uma mesa velha, de tampo esburacado.
Recobriu-a com a única toalha que tinha, guardada para ocasiões muito especiais, enquanto Fílemon retirou do armário alguns frutos secos, que Balsis mesma preparava, e uma bilha de vinho.
Após, sentaram-se junto com os dois visitantes para o rico banquete da família pobre.
Começam a tomar o caldo, a se alimentar com os frutos secos e perceberam, os dois velhos, que quando Júpiter e mercúrio se serviam do vinho, quanto mais vinho retiravam da bilha, mais vinho aparecia nela.
Entreolharam-se e deram-se conta de que essa era uma prerrogativa dos deuses. Aquilo em que eles tocassem se multiplicaria.
Júpiter percebeu e deu-se a conhecer. Apresentou Mercúrio, que era considerado deus dos oradores, e pediu aos velhos que não contassem a ninguém sobre suas estadas ali.
No dia imediato, antes de se despedirem, Júpiter abraçou os dois velhos e lhes fez uma proposta:
“Pela gentileza da hospedagem, pela boa vontade que nos apresentaram, eu gostaria de deixá-los à vontade para pedir o que quiserem e eu lhes garanto realizar.” Era o deus dos deuses que estava oferecendo o que eles quisessem.
Fílemon olhou a esposa, e esta lhe retribuiu o olhar. Eram velhos, tinham vivido na pobreza desde a juventude, quando se casaram.
Aquela idade não lhes pedia mais nada. Fílemon disse a Júpiter que não necessitavam de coisa alguma.
Mas Balsis lembrou-se de um detalhe. Segurou o braço do marido, voltou-se para Júpiter e disse-lhe:
Senhor, já que nós podemos pedir-lhe alguma coisa, eu gostaria de rogar que não permitisse que um de nós chorasse a morte do outro. Gostaríamos de pedir-lhe que, quando um de nós tombe nas mãos da morte, o outro possa acompanhar imediatamente, para que nenhum de nós tenha que chorar pelo outro.
Lágrimas escorreram pelas faces de Júpiter. O pai dos deuses emocionou-se e garantiu-lhe que o seu pedido seria atendido.
No dia em que Fílemon tombou, arrastado pelas mãos da morte, Balsis tombou sobre seu corpo.
E Júpiter, para homenagear o amor de ambos, plantou-os no pórtico da cidade de listra, na entrada da Licaônia, e os converteu em duas tílias, que estão floridas quase o ano inteiro.
Isso tudo para dizer que o amor é assim, é capaz de estar sempre florido, é capaz de doar-se perpetuamente.”

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em palestra de Raul Teixeira, no Teatro da Federação Espírita do Paraná, em 14/12/2002.
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Gosto de lendas. Por isso, quis deixar uma para vocês. Espero que tenham apreciado.

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Já tive ocasião de falar aqui sobre Reencarnação e, agora, volto ao tema com uma história ilustrativa.

Você acredita em Reencarnação?

Depois de muito pensar, fui pedir autorização a minha amiga para contar sua história. A única objeção que ela fez foi a de colocar nomes e lugares. Portanto, os nomes e lugares serão inventados, mas a história é verdadeira e presenciada por mim.

O AMOR ULTRAPASSA A BARREIRA DOS TEMPOS

Já faz 5 anos que meu amigo morreu. Como esta internet voa longe pode ser que ela passe lá onde ele estiver e, com certeza ele vai gostar. Meu amigo, um longo abraço.
Na época em que o conheci, ele sofria de enormes crises de coluna. Tinha 58 anos, um coroa bonito, mas as dores haviam transformado sua fisionomia deixando-o com aparência de mais velho.
Fui contratado por ele para que lhe tirasse as dores. Foi um ano de muito exercício, mas enfim logramos êxito e as crises diminuíram muito. Como sempre acontece, acabamos por nos tornar amigos e muitas vezes escutei parte de sua vida. Uma vida de trabalho, pouco luxo, mas um coração enorme. Ele sempre me dizia que nunca havia gostado de ninguém, em seu peito existia um enorme vazio.
Várias vezes me contou sobre um sonho, que lhe era constante, de uma menina muito nova que lhe aparecia dizendo que já havia voltado e estava a sua procura. Minha cabeça cética, escutava, mas devo confessar que não o levava a sério.
Um dia, até por curiosidade fui com ele na casa de um grande amigo que faz retratos falado para a polícia e, durante três horas, ele foi descrevendo a moça e meu amigo desenhando. A mulher do desenho era muito bonita, aparentava uns 15 anos.
Ele colocou o desenho numa rica moldura e pendurou na sala de casa. Devo dizer que, a partir daquele retrato, ele me pareceu mais feliz.
Um dia, fui convidado a dar uma palestra-aula sobre exercícios de relaxamento para a coluna. Não sei por que, convidei-o para ir comigo... Lá chegando, já estavam várias pessoas, como sempre, a maioria de senhoras, e duas ou três meninas. Meu amigo procurou uma cadeira no semicírculo e eu me apresentei e sentei na cadeira central. Havia um tatame, onde eu apresentaria os exercícios. Como não levei ninguém comigo para tal demonstração, procurei entre as meninas e pedi que uma fizesse a demonstração comigo.
Após alguns segundos, levantou uma menina bonita, parecia uns 17anos, dizendo que não tinha nada na coluna, mas queria assistir a palestra e, portanto, não teria problema algum em fazer os exercícios.
Conforme ela se aproximava, vinha-me a impressão de que já a conhecia. Perguntei-lhe o nome e a apresentei ao grupo. Meu amigo ficou pálido e começou a passar mal. Ele parecia não poder respirar. Eu e a moça corremos até ele para socorrê-lo. Ele me olhava com um ar de espantado, seus olhos iam de mim para ela como se quisesse falar alguma coisa. Percebi no olhar da moça um enorme carinho.
Alguns minutos mais tarde, já refeito, ele me falou ao ouvido: - Jorge, é ela a moça que vejo nos sonhos! Você não se lembra do quadro?
Sem ter muito a dizer ou fazer, procurei acabar o mais rápido possível com a palestra. Notei que os dois se olhavam muito e comecei a ficar preocupado.
Enquanto fazia um exercício para relaxamento do tórax, a moça me falou: - Conheço seu amigo de algum lugar, de uma cidade a que nunca fui. Mais tarde, já em outro exercício, ela me confidenciou o nome e sobrenome dele, inclusive lembrando do nome da mãe, do pai e um irmão dele que já havia falecido.
Ai, Meus Deuses... a coisa estava ficando esquisita e resolvi terminar a palestra rápido para sair daquele embaraço. Rapidinho, dei os “finalmentes”, distribuí cartão para todos e fui tratando de responder às perguntas infindas que sempre vêm no final de palestras. No meio de tanta gente, meus olhos procuravam meu amigo e vi que os dois estavam conversando e dos olhos deles saiam lágrimas. Livrei-me de todos com uma desculpa e sai dali levando os dois comigo.
Logicamente, fui dando uma bronca nele (ao pé do ouvido)... Você é maluco? Uma menina...
Eles insistiram em conversar e fomos a um restaurante onde ficamos horas. A certa altura, ela pediu para ligar para mãe. Pedimos ao gerente para usar o telefone (naquela época o celular era raro) e, cerca de meia hora depois, entrava a mãe pelo restaurante, trazia um envelope na mão e eu pensei: Meu Deus estou frito...
A mulher se sentou e foi aí que vim a tomar conhecimento da história (para mim ainda incrível). A mãe tirou do envelope um desenho feito à mão pela moça e que era muito parecido com meu amigo.
Sintetizando a história:
Ele, quando menino, gostava de brincar com “ela”, só que, “na vida passada”, ela sofria de uma doença degenerativa e envelhecimento precoce. Não mexia nenhum músculo, apenas os olhos e, muito pouco, a boca. Ele era o único menino que não tinha nojo da baba que escorria pelo babador e passava horas a contar histórias e fazer graças para vê-la sorrir. Ela veio a falecer com 8 anos e meio e ele, segundo me havia dito, chorou muito.
Tudo isto contado por ela e confirmado pela mãe. Ele lembrava de tudo e confirmava lugares, casa, vila, cadeira de rodas até o barulho que uma das rodas fazia.
Não vou colocar mais detalhes por serem redundantes e poderia deixar passar alguma identidade.
Eu fiquei de boca aberta, sem falar quase nada e, quando falei, foi uma besteira sem limite.
A última frase que a moça falou ao sairmos do restaurante nunca mais me saiu da cabeça:
-Viveremos 7 anos de muita felicidade e voltaremos a nos encontrar.

Nunca vi um casal tão feliz em minha vida, dois anos mais tarde eles tiveram um filho e colocaram o meu nome (mal gosto). Eles voltaram para a cidade onde haviam vivido e compraram a casa velha onde ela havia morado. Na reforma, ele achou a pedra rosa que havia dado a “ela” a qual havia caído por um buraco no assoalho e que a moca “nesta vida” lembrou e pediu para ele procurar.
Mas, como tudo tem fim, a vaticinação da frase aconteceu e sete anos depois ele morria.
Eu chorei muito neste enterro. Ela e o meu xará ficaram todo o tempo do lado do caixão cantando e contando as histórias que ele havia contado para ela na outra vida.
Quando o caixão fechou ela falou: - Até breve, meu amor. Seu rosto era de paz e certeza do reencontro.
Há coisas que não explico e sinceramente prefiro apenas sentir.

- Até breve, meu amigo.
-Felicidades, minha amiga.
-Um beijo, Xará.

Jorge Reigada
Rio 31 de Janeiro de 2003

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E, agora, um belo pensamento para encerrar:

Ama. O amor profundo é a fonte da mais perfeita alegria.

De Lourival Fontes











domingo, maio 04, 2003

PAZ

Conservar a paz, em Cristo, não é deter a paz do mundo. É encontrar o tesouro eterno de bênçãos de cada dia. Não é fugir ao serviço; é aceitá-lo onde, como e quando determine a vontade d´Aquele que prossegue em ação redentora, junto de nós, em toda a Terra. (Vinha de Luz).

Não acreditemos em paz ambiental sem paz dentro de nós mesmos. (Reformador – 12/1948)

A fortuna suprema do homem é a paz da consciência pelo dever cumprido. (Paulo e Estêvão)

Poderá alguém insistir na obtenção da verdadeira paz, quando ainda disputa a ferro e fogo a posse de bens perecíveis? (Renúncia)

O que verificamos é que, sem a prática da fraternidade verdadeira, todos esses movimentos pró-paz são encenações diplomáticas sem fundo prático, não obstante intenções respeitáveis. (Emmanuel)

Não atingiremos a paz sem desculpar os erros alheios que, em outras circunstâncias, poderiam ser nossos... (Ave, Cristo!)


"Palavras de Emmanuel", Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

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A RESPOSTA

O homem desesperado alcançou, um dia, a presença do Cristo e clamou:

- Senhor, que fazer para sair do labirinto da Terra? Tudo sombra... Maldade e indiferença, angústia e aflição dominam as criaturas que, ao meu ver, se debatem num mar de trevas... Senhor, onde o caminho que me assegure a libertação?

Jesus afagou o infeliz e respondeu generosamente:

- Filho, ninguém te impede de acender a própria luz.


Emmanuel/Chico Xavier

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VIDA FELIZ

Caminha um pouco ao ar livre.
Tranqüilamente, redescobrirás
a natureza que te abençoa a vida.

Espairece, saindo deste turbilhão
em que te encontras e deixa a
imaginação voar.

Evita os lugares movimentados,
para o teu passeio, e aspira o
oxigênio balsâmico da floresta,
da montanha, do mar...

Refaze conceitos, acalma-te e
abençoa a vida na forma como
se te apresente.

A tua atual existência é rica do
que necessitas para ser feliz!!!!

Divaldo Franco (Joanna de Ângelis)

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ORAÇÂO DE JESUS

Pai-Mãe, (...Respiração da Vida, Fonte do Som, Ação sem Palavras, Criador do Cosmos...)

Faça sua luz brilhar entre nós (...fora de nós...) e que possamos nos tornar úteis.

Ajude-nos a seguir nossos caminhos, respirando apenas o sentimento que emana de Você.

Una nosso "eu posso" com o Seu, para que nós possamos caminhar como reis e rainhas com todas as criaturas.

Que o Seu e o nosso desejo sejam um só, em toda luz assim como em todas as formas, em toda existência individual assim como em todas as comunidades.

Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós, pois assim sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.

Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo possa iludir-nos e nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.

Não nos deixe ser tomados pelo esquecimento de que você é o poder e a força viva do mundo, a canção que se renova de tempos em tempos e tudo embeleza.

Possa o seu amor ser o solo onde cresçam nossas ações.


Ttexto extraído do jornal Folha do Estado (Cuiabá-MT) de 12/07/98 - pág 2A.


Compensei a demora do retorno?
Que a paz habite o coração de todos
Até outro dia