quarta-feira, junho 28, 2006

ALÉM DA MORTE


Excelente o tema de hoje retirado do livro ALÉM DA MORTE, de Divaldo Franco, ditado pelo espírito de Otília Gonçalves.

Cumprida mais uma jornada na terra, seguem os espíritos para a pátria
espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em suas existências
físicas.
Aportam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios.
São homens, almas em aprendizagem despojadas da carne.
São os mesmos homens que eram antes da morte.
A desencarnação não lhes modifica hábitos, nem costumes.
Não lhes outorga títulos, nem conquistas.
Não lhes retira méritos, nem realizações.
Cada um se apresenta após a morte como sempre viveu.
Não ocorre nenhum milagre de transformação para aqueles que atingem o grande
porto.
Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável
travessia.
A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria,
demora-se, infeliz, ignorando a nova realidade.
Muitos agem como turistas confusos em visita à grande cidade, buscando
incessantemente endereços que não conseguem localizar.
Sentem a alma visitada por aflições e remorsos, receios e ansiedades.
Se refletissem um pouco perceberiam que a vida prossegue sem grandes
modificações.
Os escravos do prazer prosseguem inquietos.
Os servos do ódio demoram-se em aflição.
Os companheiros da ilusão permanecem enganados.
Os aficionados da mentira dementam-se sob imagens desordenadas.
Os amigos da ignorância continuam perturbados.
Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio
dispensado pelos espíritos superiores.
Sim, porque mesmo os seres mais infelizes e voltados ao mal não são
esquecidos ou abandonados pelo auxílio divino.
Em toda parte e sem cessar, amigos espirituais amparam todos os seus irmãos,
refletindo a paternal providência divina.
Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem
remissão nas zonas infelizes, é, pura e simplesmente, recomeçar a viver.
A morte a todos aguarda.
Preparar-se para tal acontecimento é tarefa inadiável.
Apenas as almas esclarecidas e experimentadas na batalha redentora serão
capazes de transpor a barreira do túmulo e caminhar em liberdade.
A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução.
A matéria em que nos encontramos imersos, por ora, é abençoado campo de luta
e de aprimoramento pessoal.
Cada dia de que dispomos na carne é nova chance de recomeço.
Tal benefício deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores
que resistem à própria morte.
Na contabilidade divina, a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente
de atos indignos.
Todo amor dedicado ao próximo, em serviço educativo à humanidade, é degrau
de ascensão.
Quando o véu da morte fechar os nossos olhos nesta existência, continuaremos
vivendo, em outro plano e em condições diversas.
Estaremos, no entanto, imbuídos dos mesmos defeitos e das mesmas qualidades
que nos movimentavam antes do transe da morte.
A adaptação a essa nova realidade dependerá da forma como nos tivermos
preparado para ela.
Semeamos a partir de hoje a colheita de venturas, ou de desdita, do amanhã.
Pense nisso.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Além da morte
(intróito, capítulos 1 e 16).


Um poema ligeiro para encerrar o post de hoje:

EXORTAÇÃO

Não se foge ao dever
Não se foge ao amor
Não se foge à decência
Não se foge ao rigor

das penas, das marcas,
das mossas, da dor...


Vamos louvar o dever
Vamos entender a dor
Vamos agir com clemência
Vamos cultuar o amor

à verdade, à razão,
à justiça, ao perdão


Não se foge à beleza da ascensão

1997 / Rio de Janeiro

Fiquemos com Deus. Até mais.