sábado, maio 08, 2004

Vamos retomar o estudo que iniciamos no post anterior. O assunto de hoje é:


Comunicação com o mundo espiritual

O que faz com que as pessoas duvidem da possibilidade das comunicações entre viventes e não viventes é a idéia errada que se tem sobre o estado da alma depois da morte. Como sabemos que a alma é ligada a um corpo fluídico, semimaterial, compondo os dois um ser concreto e individual, as suas relações com os viventes nada têm de incompatível com a razão.
O mundo invisível vive no meio do visível em contato perpétuo, o que resulta numa incessante reação de cada um deles sobre o outro.
As relações entre os dois mundos podem ser ocultas ou patentes, espontâneas ou provocadas.
Os espíritos atuam sobre os homens ocultamente, sugerindo-lhes pensamentos e influenciando-os, de modo perceptível, por meio de efeitos apreciáveis aos sentidos.
As manifestações espontâneas acontecem de improviso, de repente. Podem ocorrer com pessoas que desconhecem as idéias espíritas e que, portanto, são inclinadas a considerá-las como casos sobrenaturais. As que são provocadas dão-se por intermédio de indivíduos dotados de faculdades especiais e designados pelo nome de médiuns.
Os Espíritos podem manifestar-se de várias maneiras: pela vista, pela audição, pelo tato, pela escrita, desenho, música etc. Alguns chamam espontaneamente a atenção sobre sua presença por ruídos e pancadas.
Como já vimos, o perispírito, invisível para nós no estado normal, é matéria etérea Em certos casos, porém, o Espírito pode fazê-lo sofrer uma espécie de modificação molecular que o torna visível e mesmo tangível; é como se produzem as aparições.
Os espíritos que se tornam visíveis apresentam-se, quase sempre, com a aparência que tinham em vida.
A vidência constante de espíritos não é muito freqüente, mas as manifestações isoladas ocorrem mais comumente, sobretudo em ocasiões de morte. O Espírito recém-libertado do corpo fica ansioso em visitar parentes e amigos para adverti-los de que já se foram da Terra mas continuam vivos.
Por meio do perispírito, o Espírito agia sobre seu corpo quando vivo; é ainda com esse mesmo fluido que ele se manifesta agindo sobre a matéria inerte, produzindo ruídos, movimentos ou transportando objetos.
É pelo perispírito também que o Espírito faz os médiuns escreverem, falarem ou desenharem. Como não possui um corpo tangível para atuar abertamente, o Espírito serve-se do corpo do médium e utiliza seus órgãos por meio de um eflúvio envolvente e penetrante.
O Espírito que produz algum ruído, levanta uma pessoa ou um objeto, transporta algo de um lugar para o outro não pratica necessariamente a ação; ele apenas lança sobre o ponto visado um jato de fluido que produz o efeito de um choque elétrico e modifica os sons, como podem ser modificados os que são produzidos pelo ar.
É uma só a lei que regula tais fenômenos.
Podemos dizer, então, que as manifestações espíritas, de qualquer natureza, nada têm de sobrenatural. São fenômenos que ocorrem de acordo com a lei que rege as relações do mundo visível com o invisível, lei tão natural quanto as da eletricidade, da gravitação etc.
O Espiritismo é a ciência que nos faz conhecer essa lei, como a mecânica nos ensina as do movimento, a ótica as da luz etc.

Nosso próximo assunto será a natureza das manifestações espíritas.

Espero que estes resumos estejam cumprindo sua finalidade, que é a de orientar de maneira accessível os leitores interessados em conhecer os princípios que regem a doutrina espírita.


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Para distrair, um soneto de uma amiga de fé, Lêda Yara Motta Mello.

CAMINHOS...

Tantos os caminhos, as paisagens
Que o o viajante encontra nesta vida...
Às vezes um atalho, às vezes avenida
Na memória resta um álbum de imagens.

Escolhas feitas, ao longo da jornada
Retornam em ventos de alegria ou pranto
Ou bafejam a vida com suave encanto,
Onde a felicidade encontra, enfim, pousada.

Se queres, na jornada, o alento
Deixa fluir livre e leve o sentimento,
Reveste a alma com luz e calor.

Segue, caminheiro, na verdade,
Com destino à paz e à felicidade
Escolhe o eterno caminho do amor.