domingo, fevereiro 29, 2004

Alguns semanas atrás, trouxe para vocês algumas das dores da alma de que nos fala Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed em seu livro As dores da alma. Vou continuar expondo mais algumas e adianto que a aquisição do livro ajudará muito na compreensão do que aqui vai apenas sugerido, como ele próprio fez no índice da matéria apresentada e racionalmente desenvolvida.

Baixa estima
A criatura materialista precisa crer que é superior para compensar sua crença na insignificância da existência ou na falta de sentido em que vive.

Medo
O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade.
Desvendar gradativamente nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.
Dentre as muitas dificuldades que envolvem a agorafobia, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos, herdadas muitas vezes na infância.

Vício
O viciado é um “conservador”, pois não quer correr o risco de se lançar à vida, tornando-se, desse modo, um comodista por medo do mundo que, segundo ele, o ameaça.
Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias.

Insegurança
Os inseguros omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e idéias.
A intensa motivação que invade os indivíduos para serem amados e queridos a qualquer preço nasce das dúvidas íntimas sobre si mesmos.


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O poema da vez.

É Leda Yara que nos fala poeticamente da sucessão de vidas, com seu modo inspirado de arrumar versos e verdades.


Eu sou...

Aquela que buscas através dos tempos.
Cheguei a ti por uma escolha secular
de um resgate que resiste a todas as vidas.
Vim para ti e não me reconheceste.
Estive em ti e apenas resvalei
no redemoinho das tuas não escolhas,
no descompasso das tuas incertezas.
Fui sol, fui luz, fui calor, fui sombra amiga.
Fui aquela que te acolheu com o aconchego
do encontro esperado por uma eternidade
e, por isso, apenas acolhe.
Nada pergunta, nada pede, é toda oferta.

Há segredos não revelados que trago comigo.
Seriam os nossos segredos, enfim desvendados,
após tantas existências de espera.
- Não me reconheceste! –
Segredos que levarei comigo no retorno vazio
das propostas negadas. Missão não cumprida.

Segues os teus passos
na mesma forma, no mesmo conteúdo,
em ciclos repetidos através dos tempos,
carente da emoção autêntica, do sentir profundo,
do estar com, do ser com, do viver por.

Eu sou. Sou eu, sim! A história se repete...
Ainda desta vez, não serei a boca que beijas,
o desvario das tuas emoções, a tua musa.
Ainda desta vez,
não desvendarás nossos segredos.


Que Deus esteja sempre em nosso pensamento

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