sábado, janeiro 10, 2004

Conhecer Jesus é fácil; encontrá-Lo é diferente!...
Ao cumprir a lei de amor ao próximo, aí sim encontramos o Mestre que
antes conhecemos
“ Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Paulo – ( Gálatas, 2:20 ).

Rogério Coelho

Chico Xavier encontrou Jesus, depois de conhecê-Lo... Não poucas criaturas O conhe-
cem, mas, dentre essas, raríssimas O encontraram.
Para conhecer Jesus é muito fácil: Basta por exemplo, compulsar, displicentemente, as
páginas neotestamentárias.
Para conhecer Jesus é suficiente assistir a uma cerimônia de qualquer culto religioso-
cristão.
Para conhecer Jesus é só estar presente durante uma conferência evangélico-doutriná-
ria nas Casas Espíritas.
Para conhecer Jesus outra coisa não faz mister senão dirigirmos o olhar para as inú-
meras gravuras e esculturas que O retratam.
Se não tivermos ouvidos moucos, podemos conhecer Jesus ouvindo falar d’Ele em qualquer lugar.
Os doze apóstolos conheceram Jesus de perto, pois com Ele conviveram durante três
longos anos – paradoxalmente – só O encontraram depois de sua transferência para
o Seu Jardim de Estrelas nas inimagináveis profundezas do Espaço Infinito.
Paulo de Tarso O encontrou sem tê-Lo adredemente conhecido. O mesmo se deu com o publicano Zaqueu e com a ex-obsediada Maria de Magdala.
No livro: “Setenta Vezes Sete” do nosso querido confrade Richard Simonetti, no ca-
pítulo intitulado: “O Publicano Atribulado”, podemos observar a superlativa diferença
entre “conhecer “ Jesus e “encontrá-Lo”.
“Trata-se” – segundo Simonetti – “de um despertamento, a iluminação a que se referem
os mestres hindus; aquele momento solene em que percebemos, em plenitude, o significado
de Suas lições e nos dispomos a mudar os rumos da existência”.
Trata-se , segundo entendemos, do momento em que descobrimos e passamos a tri-
lhar o nosso “caminho de Damasco”.
“De repente”- continua Simonetti – “sentimentos envolvendo ambições, riqueza,
conforto e poder perdem a graça: interesses imediatistas, vícios e paixões deixam de nos
motivar; a agressividade, irritabilidade, ressentimento e rancor são eliminados, no dicionáriode nossas emoções; angústias, trsitezas, pessimismo e desânimo não encontram mais guarida em nosso coração...
Quando tudo isso acontecer, teremos, finalmente, encontrado Jesus, algo pragrama-
do pelos Céus desde tempos imemoriais, quando ensaiávamos a razão, egressos da animali-
dade instintiva”.
Nesse instante, passamos a assenhorear a maior e a única felicidade real que pode-
mos usufruir neste nosso Orbe de provas e expiações: a paz do coração.
Compreendemos, assim, com Richard Simonetti, que teremos encontrado Jesus
quando ancorarmos nossos pensamentos, palavras e atos no porto seguro de Seus divinos
ensinamentos, elegendo como Lei Maior o Amor a Deus e ao próximo.
Teremos encontrado Jesus no nosso “caminho de Damasco”quando, segundo ensina
o ínclito Codificador do Espiritismo, cumprirmos a Lei de Justiça, de Amor e Caridade, na
sua maior pureza. Nós O teremos encontrado no momento em que interrogarmos a nossa
consciência e não localizarmos ali nenhum registro de defecções, indiferença, mágoas e
ódios mordentes. Enfim, teremos encontrado Jesus quando depositarmos fé em Deus, na
Sua bondade, na Sua justiça e na Sua Sabedoria; quando não encontrarmos nas mais ínti-
mas anfractuosidades da alma quaisquer resquícios dos instintos da animalidade; quando
não colocarmos os transitórios ouropéis temporários acima dos imperecíveis tesouros es-
pirituais; quando enfrentarmos, sem murmurar, todas as decepções, reconhecendo-as co-
mo provas e expiações; quando encontarmos satisfação e ufania nos benefícios que espa-
zirmos; quando estivermos possuídos do sentimento de caridade e de amor ao próximo e, sem reservas, fizermos o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; quando retribuirmos
o mal com o bem e tomarmos a defesa do fraco contra o forte; quando sacrificarmos os
próprios interesses à justiça; quando encontrarmos satisfação nos benefícios que espalhar-
mos; quando fizermos ditosos os outros; quando prodigalizarmos consolações aos aflitos;
quando o nosso primeiro impulso for direcionado no sentido de auxiliar o próximo
até mesmo em detrimento de nós mesmos; quando cuidarmos dos interesses dos outros an-
tes dos nossos ; quando em todas as circunstâncias tomarmos por guia a caridade que se desdobra na “Benevolência para com todos, na indulgência para com as imperfeições dos
outros e no incondicional perdão das ofensas”; quando não alimentarmos ódio, nem ran-
cor e tampouco desejo de vingança; quando não colocarmos “lenha” na fogueira da maledi-
cência; quando estudarmos as próprias imperfeições, dando-lhes ferrenho combate; quando
não abusarmos dos talentos colocados à nossa disposição, compreendendo que eles não passam de depósitos creditados em nossa economia espiritual pela misericórdia divina a fim
de promovermos a nossa edificação e a do próximo; quando, a exemplo do bom samaritano, deixarmos transbordar de nosso coração a compaixão pelos filhos do calvário, vestindo os desnudos, alimentando os famintos, visitando os encarcerados, curando os enfermos, ofertando água ao sedento, comida aos famintos e abrigando o estrangeiro; quando deixarmos de erguer as mãos aos Céus em insulsas louvaminhas e as baixarmos para acariciar uma crianca desamparada, um velho abandonado no asilo pela própria família, um desvalido da via pública...
Ai, sim, poderemos dizer em alto e bom som: Encontrei Jesus!... e, à semelhança do
Singular Vidente de Damasco, exclamar com unção:
“Já não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim”.

( Revista Internacional do Espiritismo – 02 / 2003 ) eas/.

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Deixo-lhes este artigo com o deviso crédito. Vale a pena a leitura.

Um bom fim de semana pra todos.


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