domingo, julho 24, 2016

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XIV ítens 5 a 7

A Paz de uma paisagem florida




Continuação do texto Piedade Filial



Para com os pais sem recursos é que se prova a real piedade filial. Há filhos que creem fazer um ‘tour de force’ oferecendo-lhes tão somente o necessário para satisfazer-lhes a fome quando vivem desfrutando do melhor, do especial. Há filhos que recebem em casa os pais carentes, mas lhes reservam os menos confortáveis aposentos, agravando essa má disposição de apoio ao proporem participação nos trabalhos de casa. Não têm sensibilidade para reconhecer o que receberam ao nascerem até se tornarem adultos. Não, o que os filhos devem aos pais não é só o exatamente necessário, mas também uma parcela de seu supérfluo, de gentilezas e cuidados especiais - a piedade filial, como Deus a concebeu. Esses filhos ingratos serão punidos pela ingratidão ainda na existência em curso ou numa futura encarnação.
Os pais que não reconhecem seus deveres com os filhos receberão de Deus a devida punição, não cabendo aos filhos nem ato da censura, pois talvez eles próprios merecessem que fosse assim. De modo que os filhos devem tomar como regra de conduta para com os pais todos os -preceitos de Jesus ligados ao próximo e entender que todo e qualquer procedimento negativo relativo a estranho o é ainda mais em relação a parentes. Enquanto no caso de parentes possa ser considerado apenas uma falta, no caso de pais, passa a ser crime caracterizado por falta de caridade unida à ingratidão.
Um ponto a considerar aqui é: Deus, ao dizer “ Honrai a vosso pai e a vossa mãe afim de viverdes longo tempo sobre a terra, que o Senhor vosso Deus vos dará”, por que promete como recompensa a vida terrestre e não a vida celeste?  Na expressão ‘Que Deus vos dará ‘, suprimida na forma moderna do Decálogo, pode estar a explicação. Na época em que foram ditas, os hebreus ainda não entendiam a vida futura, sua vida não prosseguia além da vida corporal. Deste modo, eles deviam ser mais estimulados pelo que viam do que pelo que não viam. Daí, Deus falar numa linguagem que eles pudessem entender, dando-lhes em perspectiva o que pode satisfazê-los. A esta altura, estavam no deserto. A Terra Prometida -  sua aspiração efetiva: eles não desejavam nada além disso e Deus lhes disse que viveriam nela por longo tempo desde que observassem seus mandamentos.
Ao tempo de Jesus na terra, o povo hebraico já apresentava ideias mais evoluídas – era a ocasião azada para iniciá-los na vida espiritual. E Jesus fervorosamente lhes disse: ”Meu reino não é deste mundo. É nele, e não na Terra, que recebereis a recompensa de vossas boas obras”. Deste modo, a Terra Prometida material se torna numa pátria celeste. Da mesma maneira, quando os chama a cumprir o mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” não é mais a terra que lhes promete, mas o céu, como vimos nos capítulos II e III.



QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS



Analisemos esta passagem: “Tendo chegado a casa, nela se reuniu uma tão grande multidão de povo, que não podiam mesmo tomar seu alimento. Seus parentes, tendo sabido disso, vieram para se apoderarem dele porque diziam que ele havia perdido o espírito.
Entretanto, sua mãe e seus irmãos tendo vindo e ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo Ora, o povo estava sentado ao seu redor e lhe disse: Vossa mãe e vossos irmãos estão lá fora vos chamando. Mas ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E olhando aqueles que estavam sentados ao seu redor: Eis, disse, minha mãe e meus irmãos porque todo aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
 Tais palavras parecem estranhas nos lábios de Jesus, pois fazem contraste com sua bondade e sua grande benevolência para com todos.  Os descrentes não perderam a ocasião de fazer disso uma arma, apontando-o como contraditório. Um fato que não se pode refutar é que sua doutrina tem por base essencial a lei do amor e da caridade, não podendo, pois, destruir de um lado o que estabelecia de outro.  Do exposto se conclui que, se certas máximas estão em contradição com o princípio, ou as palavras que lhe são atribuídas foram mal expressadas ou não são dele.
Causa estranheza ver, nesse particular, Jesus mostrar tanta indiferença para com os parentes e, de alguma forma, renegar sua mãe. Quanto aos irmãos, sabe-se que nunca tiveram simpatia por ele. Espíritos pouco adiantados, não haviam percebido a missão a cargo de Jesus, achavam-no esquisito e seus ensinamentos não os tinha alcançado tanto que não houve nenhum discípulo entre eles, parecendo até queque partilhavam das prevenções de seus inimigos. Quando se apresentava na família, era acolhido mais como estranho, tendo São João chegado a dizer “que não acreditavam mais nele”. (cap. VII, v.5).
Quanto à sua mãe, não se pode negar que era boa e terna com seus filhos, mas parece não ter feito uma ideia muito justa de missão de Jesus, já que não seguia seus ensinamentos, nem lhe prestou testemunho como o fez João Batista. A solicitude maternal era em Maria o sentimento dominante. Quanto a Jesus, não podemos admitir que tenha renegado sua mãe. Um pensamento desse tipo não se coaduna com aquele que disse: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe”.  Há de se descobrir um outro sentido para essas palavras levando-se em consideração que sua linguagem permaneceu alegórica, por contingência, por um bom tempo.




Paremos por aqui. Releiam o texto. Avaliem se está tudo entendido Aquele/a que tiver dúvida, não se acanhe de me perguntar uma, duas ou mais vezes. Repetirei  a explicação o número de vezes que for necessário. Com isso, vocês verão que, com a continuidade, vocês não precisarão mais de mim. Já poderão interpretar o que lerem sozinhos!




Hora da recreação


Que querem fazer ver ou ouvir? Que tal tentarem compor uns poemas? É só dar passagem ao sentimento. Vamos lá, eu vou na frente e o título do meu poema é 



ALVITRE


Não sonhe, viva.
Não deseje, vá buscar.
O caminho é longo? Encurte-o.
O tempo é pouco? Expanda-o.
Os recursos são poucos? Crie-os.
Não esmoreça, não duvide, não desista.
A vontade é seu único motor.
A persistência, sua única arma.
A determinação, sua única força.
A fé em Deus, toda a sua razão de ser e de superar-se.



Até nosso próximo encontro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gosto demais deste evangelho. Nele, Jesus nos ensina que a família espiritual está acima dos laços de sangue. São irmãos e mãe aqueles unidos pelo espírito e verdade. O que Jesus faz é ampliar o conceito de família e não menosprezá-la. Mais importante que prender-se unicamente à sua própria família, é pertencer à família de Deus.
Se existisse a fraternidade universal, não existiria a separação, a exclusão, o ódio, tão presentes ao longo da história da humanidade.
Quanto à relação de Jesus com sua mãe, em momento algum ele a ignorou ou desprezou. Jesus cuidou de sua mãe ao escolher o discípulo amado, João, para ficar ao lado dela. Escolheu João por ser o discípulo mais fiel, o único a ficar com Jesus até o fim, o mais apto para cuidar dela.
Gosto muito do Novo Testamento, do Antigo Testamento, não. Queria ter uma fé mais forte, só isto.
Amo o seu poema, Magaly. De vez em quando releio aí no blog. Me deixa com vontade de lutar pelo que eu quero. Me faz bem. Beijos. Ana.

Anônimo disse...

Quanto ao "Honrar pai e mãe" : acho lastimável que seja necessário a criação de leis para obrigar os filhos a cuidarem dos pais.Deve ser difícil para os pais que sabem que estão sendo cuidados por obrigação e não por amor. Infelizmente meus pais já se foram, minha mãe
mais recentemente, há pouco mais de dois anos.Cuidamos deles (eu e meus irmãos) por amor e
eles sentiam isso. Sou casada, mas não tenho filhos.Beijos. Ana.

Anônimo disse...

"QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS"

Realmente é difícil assimilar essa expressão de Jesus, sabendo-se que Ele nos ensinou a AMAR até àqueles que se fizeram nossos inimigos. Cabe-nos, entretanto, considerar que os Evangelhos não foram escritos por Ele e sim, décadas depois, por discípulos seus baseados em repetições orais, e que, por isso, pode em alguns trechos ter sofrido equívocos. Ademais os escritos iniciais foram traduzidos e reescritos o que propiciou a adulteração de termos ou do sentido, conforme o jogo de interesses pessoais ou de grupos.
O que sabemos, é que sua Doutrina é de amor, de perdão, de reconciliação, de paz e de perfeita UNIÂO.
É o que pensa seu mano
Felinto Elízio