segunda-feira, outubro 03, 2016

RECAPITULAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS Capítulo XV Itens 4 a 8


Cerejeiras em flor



RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS     Capítulo XV     Itens 4 a 8 



FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO



Tendo sabido que Jesus silenciara os Saduceus em suas perguntas intrigantes, os Fariseus reuniram-se e um deles, também doutor da lei, para tentá-lo, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Ao que Jesus lhe respondeu serenamente:  Amareis vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito. E o segundo mandamento semelhante a este: Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Neles se contém toda a lei.
De acordo com a lei, caridade e humildade é o único caminho da salvação enquanto egoísmo e orgulho é o da perdição. Do exposto, conclui-se que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar ao próximo nem amar ao próximo sem amar a Deus, ou seja, tudo que se faz contra o próximo se faz contra Deus. E se não podemos amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todas as obrigações do homem se acham contidas na máxima: Fora da caridade não há salvação.

                                      

NECESIDADE DA CARIDADE SEGUNDO SÃO PAULO



Ainda que eu falasse todas as línguas dos homens e a dos anjos, se não tivesse caridade não seria nada. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, desvendasse todos os mistérios, tivesse ciência de tudo, além de intensa fé, se não tivesse caridade eu nada seria.  E se decidisse distribuir meus bens para alimentar os pobres e entregasse meu corpo ao sacrifício, mas se assim procedesse sem o espírito voltado para a caridade, todo esse aparato não valeria nada.
 A caridade real é virtude benfazeja, amena, que nunca se enche de empáfia, desdém ou senões,
não pensa em seus interesses, não aplaude a injustiça e reconhece sempre a verdade. Há virtudes de grande força, mas, dentre elas, destaca se com força absoluta e definitiva a Caridade.  
São Paulo, de tal modo, sentiu essa verdade que declarou:  “Ainda quando eu tivesse a linguagem dos anjos; quando eu tivesse o dom da profecia e penetrasse todos os mistérios; quando eu tivesse toda a fé possível, até transportar as montanhas, se não tivesse caridade, eu nada seria. Entre as três virtudes -   fé, esperança e caridade –a caridade ocupa o lugar de excelência”.
E definiu a verdadeira caridade, mostrando-a na beneficência e na reunião de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.



FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO. FORA DA VERDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO



Como vimos, a máxima ‘Fora da caridade não há salvação’ se debruça sobre um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à felicidade suprema. Já o dogma ‘Fora da Igreja não há salvação apoia-se não sobre a fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, o que é comum a todas as religiões, mas sobre a fé em dogmas particulares. Esse posicionamento não traz resultado saudável por concorrer para desunir os filhos de Deus, dando margem a promover discussão entre os seguidores de diferentes cultos, ignorando até a lei da igualdade diante do túmulo.   Com a máxima ‘Fora da caridade não há salvação’, estamos diante da consagração do princípio da igualdade diante de Deus e da liberdade de consciência. Por ela, todos os homens são irmãos e qualquer que seja sua maneira de adorar a Deus, eles se dão as mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma, eles se afastam e até se perseguem.
Outro enfoque é  ‘Fora da verdade não há salvação’   que equivaleria a ‘Fora da igreja não há salvação, ambos pecando pelo exclusivismo, já que não há uma só seita religiosa que não pretenda deter a verdade. E ninguém neste mundo pode ter essa pretensão com a marcha dos conhecimentos aumentando sem cessar e as ideias se transformando com tanta rapidez. A verdade absoluta só é possível entre espíritos de ordem mais elevada.
A humanidade terrestre não pode pretender tal coisa porque não tem ainda o desenvolvimento espiritual necessário.  Considerando essas posições, o Espiritismo, de acordo com o que prega o Evangelho, admitindo que a salvação não depende da crença que se tenha, conquanto que se observe a lei de Deus, evita dizer ‘Fora do Espiritismo não há salvação’. E como não pretende ensinar ainda toda a verdade por falta de determinados conhecimentos, evitará também de dizer ‘Fora da verdade não há salvação’.




Aqui encerramos a exposição deste trecho do Evangelho. Agora é lermos e relermos, conjecturarmos a respeito das passagens para absorvermos as verdades nelas contidas. E podem contar comigo  nessa tarefa. O que sei dá para garantir alguma coisa O que não sei será elucidado pelos companheiros de fé que estão prontos par nos ajudar



Um mimo para vocês ~ a doce e serena palavra de Chico Xavier: "O mundo não é dos espertos. É das pessoas honestas e verdadeiras. A esperteza um dia é descoberta e vira vergonha. A honestidade se transforma em exemplo para as próximas gerações. Uma corrompe a vida.. A outra enobrece a alma".


E para despedir-me hoje, um poeminha de brincadeira descrevendo meus 7 netos ainda crianças. Oito é o número atual deles - Presente de Papai do Céu, que darei na próxima postagem pelo tempo que se esgotou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mana,
A respeito do tema "Fora da Igreja não há salvação" passo a expor o que penso:

Após a implantação do Cristianismo, alguns séculos se passaram e aqueles que deveriam ser os continuadores do Cristo esqueceram-se dos seus sagrados deveres, envolveram-se com as tentações das posses transitórias, aliaram-se com os detentores das riquezas materiais em detrimento da verdade, dos bens espirituais e assentaram-se vaidosamente em tronos de ouro, profissionalizou-se a religião, criou-se uma rígida hierarquia cujos membros pretenderam ser os donos absolutos da verdade, das almas, das consciências. O Evangelho foi deturpado, sofreu mutilações e enxertos, interpretações espúrias, tudo em nome da prepotência, do orgulho, da ambição do poder temporário.
Não mais existia a pregação pela palavra esclarecedora e pelo exemplo convincente, substituídos por dogmas incompatíveis com a realidade cristã. Exércitos de exterminação foram mobilizados para em sanguinárias Cruzadas tentarem impor aquilo que o Cristo ensinara com brandura, sob o pretexto de que “o fim justifica os meios”. Instituiu-se o lema “fora da Igreja não há salvação” e, nos dias negros da Idade Média, acenderam-se fogueiras para sacrifício dos que não se curvavam às arbitrariedades da herética Inquisição. Instaurou-se a nefanda determinação “CRÊ OU MORRE”, diametralmente oposta à suprema bondade de Jesus.
Tantos desatinos cometidos pelos que se diziam representantes do Cristo geraram, por fim, a inconformação e a revolta. Eclodiu, então, um movimento reformista que se propunha a restaurar a verdade e a acabar com os abusos. Inglória, contudo, foi a tentativa. Outra vez falharam os homens e a nova igreja resvalou pelo excessivo apego à letra nas interpretação dos textos bíblicos, prevalecendo a letra que mata em prejuízo do espírito que vivifica. Elegeram a fé como único meio de salvação, abraçando o lema “fora da verdade não há salvação”. Herdaram a intolerância, fizeram-se exclusivistas.
Mas Jesus, o Augusto Amigo, havia prometido um Consolador que, em tempo oportuno, viria esclarecer tudo o que não fora possível revelar, e, em meados do século XIX, por determinação do Alto, apareceram ostensivas comunicações de Espíritos em todas as partes do mundo, por meio dos mais variados médiuns, trazendo uma infinidade de mensagens reveladoras da vida extra física.
A um missionário, Allan Kardec, foi dada a tarefa de coordenar e de codificar a Doutrina Espírita que, apoiada em três vigorosas pilares - Filosofia, Ciência, Religião - fez abrir-se um novo clarão para guiar as mentes humanas, fez jorrar uma fonte inesgotável de esperanças e consolações sobre os corações dos homens, com a publicação dos livros basilares do Espiritismo - O Livro dos Espíritos, o Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese e O Céu e o Inferno.
Era o Cristianismo redivivo em sua primitiva pureza e simplicidade. Não mais se admitia o culto a ídolos; passou-se a adorar a Deus em Espírito e Verdade, livre de fórmulas, de objetos e apelos materiais. Foi adotada a fé raciocinada, estava o homem liberto da fé cega, dos dogmas escravizantes, da intolerância, das penas eternas, de satanás tão poderoso quanto Deus, que disputava e arrebanhava milhões de almas pecadoras sem perdão, sem remissão, na concepção pueril e extravagante dos que sempre pretenderam dominar pelo medo. O Codificador descortinava outros horizontes, oferecia os novos lemas “fora da caridade não há salvação”, “fé somente é aquela que pode encarar a razão face a face em qualquer época da humanidade”, “nascer, viver, morrer, renascer, progredir sempre, tal é a lei”.
Jamais nos faltou ou faltará a misericordiosa intervenção de Jesus. Os seus mensageiros, utilizando-se dos devotados médiuns, têm trazido, para nossa orientação, páginas instrutivas e reconfortantes onde se ensina a AMAR em qualquer situação e a CONVIVER em equilíbrio com a natureza, os homens, as dificuldades, as dores, as provas, as expiações.

È o que pensa seu mano
Felinto Elízio