sábado, julho 18, 2015

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XII Itens 1 a 8







Do jardim goiano de amigo goiano gentilmente cedido para esta postagem.
Obrigada, Adalberto Queiroz



AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
                                                       
                                                   PAGAI O MAL COM O BEM


Em suas pregações, Jesus nos ensinou: Amai os vossos inimigos, fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam, a fim de que sejais os filhos de vosso Pai que está nos céus, que faz erguer o Sol sobre os bons e sobre os maus e faz chover sobre os justos e os injustos porque, se não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa disso tereis? E se não saudardes senão os vossos irmãos, que fazeis nisso mais que os outros? Se vossa justiça não for mais ampla, não entrareis no reino dos céus.
Efetivamente, amar somente aqueles que nos amam não nos diferencia dos maus que amam também as pessoas que os amam. Fazer o bem àqueles que assim procedem em relação a nós também não nos distingue dos maus que assim agem em relação aos que também lhe fazem o bem. Emprestar somente àqueles de quem esperamos o mesmo favor se as pessoas más assim procedem pelas mesmas razões? Mas se olharmos os maus não como inimigos e, sim, como irmãos e os ajudarmos sem arrogância, sem pudores e sem nada esperar como recompensa, aí, sim, seremos filhos de Deus que é sempre bom não só para os ingratos, mas para os maus também.
 Constatamos, assim, que o amor ao próximo é o princípio da caridade e podemos dizer que sua aplicação mais sublime é amar os nossos inimigos, exatamente porque é uma das maiores vitórias alcançadas sobre o egoísmo e o orgulho.
Mas nos enganamos sobre o significado do termo amor nesse particular. É preciso que fique claro que Jesus não pretendia que tivéssemos pelo inimigo a brandura que temos para com um irmão ou um amigo, com quem interagimos através da confiança, dos laços de simpatia, da comunhão de pensamentos que a amizade proporciona. Uma lei física promove efeitos de assimilação ou de repulsão de fluidos que pode ser agradável ou penosa à aproximação de um amigo ou inimigo. Amar o inimigo não é dar a ele o mesmo lugar do amigo no coração, mas auxiliá-lo a se regenerar através de atenção, cuidado, respeito presença e exemplo, afastando qualquer manifestação de orgulho ou egoísmo.
Assim, repetindo, amar os inimigos não é ter por eles um sentimento que não está na Natureza. É simplesmente evitar ter contra eles um sentimento de ódio, rancor ou apelo à vingança. É perdoar-lhes, sem segunda intenção e incondicionalmente, o mal que nos fazem sem opor-lhes obstáculos à reconciliação. É regozijar-se pelo bem que os possa alcançar. É estender-lhes a mão quando necessário. É abster-se em palavras e em ações de tudo o que possa prejudicá-los. Enfim, é retribuir-lhes em tudo o mal com o bem sem humilhá-los.  Aqueles que conseguem cumprir essas condições, estarão na linha do mandamento: Amai os vossos inimigos.
Para aquele que não crê em Deus, amar os inimigos é um verdadeiro absurdo. Como para eles o presente é tudo, não vê em seu oponente senão um ser incômodo do qual só a morte pode libertá-lo. Daí o desejo de vingança, seu orgulho salvo aos olhos da sociedade já que o perdão soa como indigna fragilidade.
Para os que creem, a visão é outra. Falarei dos espíritas que sabem que encontrarão na Terra homens maus e que a maldade que os atinge faz parte das provas que devem suportar. Sabem também que o ponto de vista em que se colocam lhes faz sentir as penas menos duras, venham de onde vierem. Se eles, os conscientes de Deus, não devem lamentar essas provas, não devem se voltar contra os que dela são os instrumentos. Em vez de lamentarem, agradecem a Deus por experimentá-los, o que lhes dá a oportunidade de provar sua paciência e resignação. Isso os conduz ao perdão e deixa-os perceber que quanto mais generosos forem, mais se engrandecerão aos próprios olhos e mais facilmente se libertarão dos ataques inimigos.
Disso tudo se depreende que o homem que se eleva moralmente, compreende que o desamor e a raiva o rebaixariam e que para enfrentar o adversário é preciso ter a alma maior.


OS INIMIGOS DESENCARNADOS 

O espírita tem mais outras razões de indulgência para com seus adversários. Primeiro, ele sabe que a maldade não é o estado permanente dos homens, que se trata de uma imperfeição do momento, para a qual há correção. Do mesmo modo que uma criança aprende a se comportar durante seu crescimento, o homem mau pode evoluir e vir a reconhecer seus erros, regenerando-se.
O espírita sabe ainda que a morte só o libera da presença material de seu inimigo e que este pode persegui-lo com seu ódio mesmo depois de desencarnado – falha da vingança em seu objetivo, mas que tem por efeito produzir uma irritação de tal proporção que se pode estender de uma vida a outra. O Espiritismo vem provar, pela experiência e pela lei que movimenta as relações do mundo visível e do mundo invisível que a conhecida expressão ’lavar o ódio com o sangue’ é absolutamente falsa – o sangue, ao contrário, conserva o ódio mesmo depois da morte. Ao Espiritismo, enfim, cabe dar uma razão de ser efetiva e uma utilidade prática ao perdão e à sublime máxima de Cristo: Amai vossos inimigos. Em verdade, não existe coração tão impiedoso que não seja bafejado por bons procedimentos, mesmo no plano inconsciente. De um inimigo pode-se fazer um amigo antes e depois de sua morte.
Podemos ter inimigos entre os encarnados e os desencarnados. Os do plano invisível atuam pelas obsessões e pelas subjugações que lesam tantas pessoas e que, finalmente, são uma   variedade das provas da vida. Provas essas que devem ser recebidas com resignação, já que visam à evolução do espírito. A condição inferior do planeta Terra responde também por muitos desses desajustes espirituais. Se não houvesse pessoas más na Terra, não haveria espíritos maus em torno dela. Por essa razão, se devemos ser indulgentes para com os inimigos encarnados, devemos ser igualmente indulgentes com os desencarnados. Aos que são chamados de demônios, o Espiritismo veio provar que não são outros senão aqueles que ainda não se despojaram dos instintos materiais e só poderão ser apaziguados pela caridade. Daí entendermos que a máxima de Jesus:  Amai vossos inimigos não está circunscrita ao ambiente estreito da Terra e da vida presente, mas se contém na grande lei da solidariedade e da fraternidade universais.


SE ALGUÉM VOS BATE COM A MÃO ESQUERDA,
APRESENTA-LHE TAMBÉM A OUTRA.

Sobre esta informação vinda do Cristo: Eu vos digo para não resistirdes ao mal que se vos queiram fazer. Se alguém vos bate na face direita, apresentai-lhe também a esquerda. E, se alguém quer demandar convosco para tomar sua túnica, abandonai a ele também vossa capa. E se alguém quer vos constranger a fazer mil passos com ele, fazei ainda dois mil. Àquele que vos pede concedei e não repilais aquele que vos tomar emprestado.
Os preconceitos do mundo sobre ponto de honra dão lugar a essa suscetibilidade negativa, originada do orgulho e do culto à personalidade, responsável por conduzir o ofendido a responder ofensa por ofensa, que é o que parece ser justiça ao homem cujo senso moral ainda não amadureceu. A lei mosaica dizia: ‘Olho por olho, dente por dente’, lei em consonância com o tempo em que viveu Moisés. Cristo, quando chegou, disse: ’Retribuí o mal com o bem’. E acrescentou: ‘Não resistais ao mal que se vos queiram fazer. Se alguém vos bater em uma face, apresentai-lhe a outra’. Esta máxima vai parecer de extrema covardia ao orgulhoso oponente que não entende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em se vingar. Sua visão não transita além do presente. Não tomemos, porém, nada ao pé da letra, pois terminaríamos por deixar o campo livre aos maus, livrando-os do medo. Sem freios todos os maus, os bons seriam suas vítimas fáceis. O próprio instinto de conservação está aí - lei natural - para dizer que não é preciso oferecer o pescoço ao assassino. Isto significa que Jesus não proibiu a defesa, só condenou a vingança e que ao dizer que se deve oferecer uma face quando a outra é batida, é a mesma coisa que afirmar que não se deve retribuir o mal com o mal, que o homem deve aceitar com humildade tudo o que lhe possa diminuir o orgulho, pois é mais proveitoso ser ferido do que ferir, aguentar com paciência uma injustiça do que cometer uma, ser ludibriado do que ludibriar, ser arruinado do que arruinar alguém. Só a fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa impune o mal, pode nos dar a força de suportar pacientemente os males dirigidos contra os nossos interesses e o nosso amor próprio Enfim, não nos deixemos magoar pelas coisas da Terra, mantendo-nos elevados pelo pensamento.



Concluído o capítulo de hoje, repito aqui a mesma consideração feita na postagem anterior: Procurem ler no Evangelho segundo o Espiritismo, de qualquer edição, os tópicos de Instruções dos Espíritos, do capítulo XII sobre ódio e vingança. São ilustrações, testemunhos, que complementam a releitura de hoje.






 "O pensamento é a nossa capacidade criativa em ação. Em qualquer tempo. é muito importante não nosos esquecermos disso"

André Luiz /do livro RESPOSTAS DA VIDA


 



    "Cultive bons pensamentos e materialize-os em forma de conversação sadia,  de opiniões sensatas, em obras para o bem comum hoje, amanhã e sempre."

Felinto Elízio Duarte Campelo

10 comentários:

Anônimo disse...

"Efetivamente, amar somente aqueles que nos amam não nos diferencia dos maus que amam também as pessoas que os amam. Fazer o bem àqueles que assim procedem em relação a nós também não nos distingue dos maus que assim agem em relação aos que também lhe fazem o bem. Emprestar somente àqueles de quem esperamos o mesmo favor se as pessoas más assim procedem pelas mesmas razões? Mas se olharmos os maus não como inimigos e, sim, como irmãos e os ajudarmos sem arrogância, sem pudores e sem nada esperar como recompensa, aí, sim, seremos filhos de Deus que é sempre bom não só para os ingratos, mas para os maus também".

Servir pensando na possibilidade de ser servido, simplesmente configura-se como troca de favores; distribuir bens materiais visando a admiração pública, não é caridade é exaltação à vaidade; amar com a condição ser amado, é paixão egoística. Na acepção cristã servir é doar-se, a caridade é praticada com a simplicidade e pureza d'alma, amar é integrar-se ao ser amado sem nada exigir.
É o que pensa seu mamo
Felinto Elízio

Old Mag disse...

Bravo, mano, ando tentando navegar nesse barco, se bem que esse despojamento exige muito exercício. Há etapas a cumprir: limpar a alma, ter consciência dos próprios atos, ver como irmãos os bons, os maus, os desafetos, os aparentemente incorrigíveis, orar sempre, meditar. Alcançadas estas condições, o trabalho de assistência vai-se refinando.acomodando-se aos moldes ditados por Jesus. Vamos trabalhar juntos, todos nós que acreditamos na força do bem e não nos decepcionemos com os resultados. Com paciência, conseguiremos melhorar.

Anônimo disse...

Deixei dois comentários no último post. Você leu? Ana.

Old Mag disse...

Olá, Ana, bem-vinda ao nosso cantinho. Estou lendo agora seu recado. Vou lá agora e respondo, combinado? Um abraço.

Anônimo disse...


Oi, Magaly.Tem uma outra resposta para você, no post anterior.


Muito esclarecedor este post, principalmente a parte sobre amar os inimigos. Às vezes, nem sempre exatamente inimigos, mas pessoas que nos desagradam de alguma forma, ou nos fazem mal.
Um abraço.Ana.

Old Mag disse...

Que bom, Ana! Fico satisfeita em vê-la mais propensa a tentar compreender as palavras do Evangelho. Dúvidas teremos normalmente, mas o exercício constante com a palavra do Cristo termina por desfazê-las naturalmente. Estamos no caminho certo. Abraço.

Old Mag disse...

Que bom, Ana! Fico satisfeita em vê-la mais propensa a tentar compreender as palavras do Evangelho. Dúvidas teremos normalmente, mas o exercício constante com a palavra do Cristo termina por desfazê-las naturalmente. Estamos no caminho certo. Abraço.

Anônimo disse...

Mas Magaly, eu sempre gostei de ler os Evangelhos. Amo Cristo e procuro seguir suas palavras. Acredito nos seus ensinamentos.Independente das minhas dúvidas de fé. Fui criada no Catolicismo e abandonei a Igreja muito jovem por não acreditar mais nela. Mas continuo acreditando em Cristo, nos seus ensinamentos.Veja as minhas dúvidas,TODAS são sempre em relação ao Deus do Velho Testamento. Deixei um novo comentário para você no post anterior. Mas não precisa responder, senão vira uma novela sem fim:)Um abraço.Ana.

Anônimo disse...

Resolvi voltar no post anterior e o seu comentário já estava lá. Fiquei feliz com a sua resposta. Obrigada:)Ana.

Anônimo disse...

Puxa, agora vou deixar você em paz. É que escrevi mais alguma coisa no post anterior que eu queria lhe dizer. só isso, viu? Obrigada.Ana.