segunda-feira, junho 22, 2015

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS Capítulo XI Ítens 1 a 9

Wesley Duke Lee     ABSTRATO   Óleo sobre tela


RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS    Capítulo XI    Itens 1 a 9

O capítulo de hoje trata de um mandamento de extrema relevância - Amar o próximo como a si mesmo, que significa fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem. É um mandamento que vem complementar o primeiro e o maior dos mandamentos - Amar a Deus sobre todas as coisas.                                          
Tendo tido conhecimento de que Jesus houvera calado a boca dos Saduceus, os Fariseus reuniram-se com o propósito de encontrar um meio de embaraçar Jesus em sua prédica pública e deixá-lo desacreditado diante de seus seguidores.  Um deles, doutor da lei, emitiu simuladamente a seguinte pergunta: Mestre, qual o maior mandamento da lei? E Jesus respondeu: “Amareis o Senhor vosso Deus de todo vosso coração, de toda vossa alma, de todo o vosso espírito”. É o maior e o primeiro mandamento.
O segundo mandamento é semelhante ao primeiro: “Amareis vosso próximo como a vós mesmos”.  E isto significa: tratar todos os homens da mesma forma que quereríamos que eles nos tratassem. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos.
O reino dos céus é comparado a um rei que resolveu conhecer a conta dos seus servidores para consigo e, tendo começado a agir, recebeu um deles que lhe devia dez mil talentos. Como, porém, o súdito não possuía os meios de pagar sua dívida, recebeu a pena de vender ao seu senhor a sua mulher, seus filhos e tudo mais que possuísse para resolver a questão. Desesperado, o homem, ajoelhando-se, suplicou: -Senhor, tende paciência e logo restituirei tudo que vos devo hoje. Tocado de compaixão, o senhor deixou-o ir embora, perdoando-lhe a dívida. O tal servidor afastou-se apressado logo alcançando a rua, onde encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem dinheiros. Não titubeou em exigir a quantia em suas mãos imediatamente. Não ouviu as súplicas do outro e providenciou sua prisão. Diante de tal intolerância, os demais companheiros correram a contar ao rei o que acabavam de presenciar. Fazendo-o voltar, o soberano interpelou-o duramente, condenando-o por sua atitude com o companheiro que lhe implorava apenas um pouco mais de tempo. E, sem vacilar, entregou-o às mãos dos carrascos.
É desse modo que o Pai, que tudo vê, nos irá tratar, se cada um de nós não aprender a perdoar verdadeiramente a seu irmão as faltas cometidas.
Esse mandamento “Amar ao próximo como a si mesmo” que significa “fazer aos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós” é a mais alta expressão da caridade por condensar todos os nossos deveres para com o próximo. Hoje e sempre, nosso melhor guia será tomar esta medida: fazer ao outro aquilo que se deseja para si mesmo. A prática desse princípio destruirá o egoísmo e nos conduzirá à verdadeira fraternidade, à paz e à justiça.

Dar a César o que é de César

Diante da resposta de Jesus, os fariseus se retiraram, mas decidiram tornar a armar uma situação em que surpreendessem o Mestre em suas palavras. Para lá seguiram seus discípulos com os Herodianos e lançaram a pergunta insidiosa: - Senhor, sabendo que sois verdadeiro e que ensinais o caminho de Deus pela verdade, sem distinções, orientai-nos num ponto: É-nos permitido pagar o tributo a César ou não? Percebendo a armadilha em que queriam envolvê-lo, Jesus solicita que lhe mostrem a peça de dinheiro com que se paga um tributo. Apresentada a moeda, Jesus indaga de quem é a imagem e a inscrição gravadas na peça. Ao que eles respondem: De César. Então, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Surpreendidos com tal resposta, retiraram-se do local. E como os Judeus repeliam esse tributo imposto pelos romanos, logo a situação transformou-se em questão religiosa. Na verdade, o recurso dessa armadilha visava a um resultado drástico que seria excitar contra Jesus a autoridade romana ou os judeus dissidentes. Tendo percebido a tentativa de provocação, o Mestre deu-lhes uma lição de justiça, mandando-os restituírem a cada um o que lhe era devido.
Enfim, a máxima ‘Dar a César o que é de César’ não deve ser entendida de modo absoluto - é um princípio geral, simplificado numa forma usual e deduzido de uma circunstância particular, ou seja, essa máxima é uma consequência daquela que manda agir com os outros como quereríamos que os outros agissem conosco, condenando todo prejuízo material e moral causado a outrem. E prega o respeito dos direitos de cada um como cada um deseja que se respeite os seus, estendendo-se ao cumprimento dos deveres contraídos com a família, a sociedade, a autoridade, com os indivíduos.

Nota I – Este capítulo vem enriquecido de instruções de Espíritos esclarecidos e é aconselhável que vocês tomem conhecimento desses testemunhos A instrução é a mesma dada no capítulo anterior.  Depois da exposição do capítulo XI, procurar em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO o tópico INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS. Encontrarão textos excelentes falando da Lei do Amor, de Egoísmo, de Fé e Caridade. Muito especial é o depoimento sobre CARIDADE PARA COM OS CRIMINOSOS.

Uma contribuição caseira vem abrir esta parte recreativa, enquanto escolho um vídeo para vocês:

  Este mundo insano 

Soltas voláteis tantas as ideias
Difícil aprisioná-las contê-las
Fugidias não se deixam prender 
Não se deixam enredar

As palavras gastas vazias
Jazem sem fôlego sem autenticidade
À espera de uma centelha nova 
Que lhes instile força e energia.

Concede-nos então, Senhor,
Ainda que fortuitamente
O dom da 'poiesis' o espírito, a verve
 A força a inspiração do poeta.

E faze-nos tornar tais ideias
Em palavras-verdade que liberadas
Se espalhem se expandam, abençoem
curem este mundo atordoado, doente.

                                          Rio/2007

Ouçamos agora Laura Ullrich interpretando Ave Maria de Gounod
       
                                       
E até o próximo post.

9 comentários:

Anônimo disse...

"O segundo mandamento é semelhante ao primeiro: “Amareis vosso próximo como a vós mesmos”. E isto significa: tratar todos os homens da mesma forma que quereríamos que eles nos tratassem. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos"

Amar a Deus é relativamente fácil.
Amamos quase sempre por necessidade de proteção ou por medo de castigo, decorrente de uma absurda cultura distorcida que vê um Deus irado e vingativo ao ponto de se se proclamar a utópica máxima do "Santo temor a Deus".
Outras vezes nosso amor não vai além de uma infantil beatitude que não associa a necessidade de amar ao dever de aprender a perdoar aos que nos ofendem e caluniam.
Agora, amar ao próximo é muito mais difícil e raro. Por força da nossa inferioridade espiritual, agasalhamos no peito pecados capitais tais como o egoísmo, a vaidade o orgulho que, via de regra, nos afastam nossos irmãos de jornada.
É o que pensa seu irmão
Felinto Elízio

Old Mag disse...


E você esta certo, meu irmão. Com visão distorcida ou não, não é difícil amar a figura do Pai que rege o universo, que é responsável pelo equilíbrio de todas as forças da natureza e pela humanidade inteira. É como no universo familiar, os filhos amam seus pais, responsáveis por suas vidas. Deveria haver entre os homens a aceitação uns dos outros, a fraternidade em sua forma autêntica. Infelizmente, a Terra ainda é um planeta de expiação e provas e a humanidade ainda tem que se libertar de vícios pesados como egoísmo, inveja, orgulho, luxúria, avareza, raiva. Estamos, aliás, ensaiando sair dessa condição de planeta de expiação e provas, mas será um processo lento e trabalhoso até alcançarmos esse discreto patamar. Na Terra, ainda ficarão os espíritos que ainda não lograram evoluir o suficiente para mudar de mundo. Voltando ao nosso comentário. O difícil é praticar o amor ao próximo como a nós mesmos. Alijar todo e qualquer egoísmo de nossas ações, lutar contra o orgulho, vencer o ódio e eleger o amor para resolver qualquer pendência com 'o outro'. Isso se alcança com exercícios constantes de humildade e caridade. O estudo da doutrina espírita nos ajuda muito nesse processo de evolução.

Anônimo disse...

Muito lindo o seu poema!Obrigada! Não sabia que era poeta. Gosto de ler poemas, me fazem muito bem.Como não sou poeta, deixo aqui um poema da Sophia de Mello Breyner Andresen para você:

As Rosas

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

Sophia de Mello Breyner Andersen em “Obra Poética”.

da Ana.

Anônimo disse...

Gostei do texto. Como é difícil amar o próximo! Digo, amar de verdade.E aprender a perdoar. Não li o texto sobre a caridade para com o criminoso. Fico estarrecida com os linchamentos que estão acontecendo aqui no Brasil e não entendo como alguém que possua um bom nível de escolaridade possa ser a favor da pena de morte. Sou contra a redução da maioridade penal. As crianças precisam ter uma vida digna, família bem estruturada ou pessoas que as amem e as eduquem. É preciso que todo mundo tenha chance de poder ter uma vida digna.Abraços. Ana.

Old Mag disse...

Ana, que poema lindo, delicado, sonoro! Recebo-o como um presente, muito, muito obrigada.


Aqui mesmo, respondo ao seu comentário sobre o texto. Gostei de sua posição, bem condizente com o que penso e tento fazer de coração aberto. Difícil, sim, dificílimo, depende de nossa capacidade de nos doarmos desinteressadamente, de nossa força em abrirmos o coração e aceitar- mos o irmão carente de compreensão e amor fraterno. É uma luta gigante e lenta, mas que pode resultar
em encaminhamentos felizes. O número de criaturas nessa faixa de carência é imenso. É hora, portanto, de prestarmos nosso concurso.

Old Mag disse...


No comentário anterior, na terceira linha, ler aceitarmos em lugar de aceitar-mos. Falha na reprodução da mensagem.

Anônimo disse...

Gostei muito do seu comentário, Magaly. Decidi deixar de lado as minhas dúvidas em relação a Deus e a minha fé (que é tão pouca) e procurar fazer algo não mais fácil, porém mais útil que ficar perdida em meio a tantas questões para as quais não consigo obter respostas. Os pequenos gestos de cuidado, carinho e amor que fazemos desinteressadamente são muito importantes e sinto isto porque sempre me lembro das pessoas boas que me ajudaram tantas vezes. E me sinto bem quando percebo que alguém ficou feliz por algo que eu fiz. Talvez o meu caminho "natural" seja este, deixar de "teorizar" sobre o que nem sei e procurar viver bem tanto quanto for possível, amando de verdade as pessoas e a mim mesma. Quem sabe, algum dia, eu consiga entender um pouco o que me escapa agora? Vou continuar lendo os seus textos.Obrigada pelo carinho. Que bom você ter gostado do poema :) Ana.

Old Mag disse...

Ana, suas palavras significam muito para mim. Não que ache que eu tenha a ver com sua tomada de posição, mas por ela ter acontecido natural, espontânea e simplesmente. Agora, é procurarmos leituras que nos conduzam ao bem-estar físico, emocional e espiritual para apurarmos o senso crítico que nos desligue de idéias fixas negativas e nos abra os olhos para as verdades eternas. Estou lendo "Vivências com Jesus" que me parece percorrer esse caminho. Logo lhe darei minha opinião. Vamos dar ao tempo e ao exercício o devido crédito. Um forte abraço.

Anônimo disse...

Magaly, estava escrevendo para você no outro post quando resolvi voltar aqui e você tinha escrito:)Você me ajudou, sim,foi quando comecei a escrever para você ontem que as minhas decisões ficaram mais claras para mim.Eu tinha pedido a você que rezasse por mim. Eu estava, sim, com idéias fixas negativas que não levam a parte alguma.Fico aguardando a sua opinião sobre o livro que está lendo. Um grande abraço.Ana.