quinta-feira, agosto 01, 2013



RECAPITULANDO  O EVANGELHO  III


HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI


“Há muitas moradas na casa de meu pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelhar o lugar, virei outra vez e tomar-vos-ei para mim, para que lá onde estiver, estejais vós também. (João, XIV:1-3)”.

          
             Na realidade, a casa do Pai é o Universo e as diferentes moradas são os mundos que se movem no espaço infinito e oferecem aos espíritos encarnados moradas condizentes com seu adiantamento.

            Considerando ou não a diversidade desses mundos, essas palavras também podem ser tomadas como o estado feliz ou infeliz do espírito na erraticidade.  Enquanto uns, mais desprendidos da matéria, têm sensações ou percepções mais variadas e apuradas, outros não conseguem sequer afastar-se dos lugares em que viveram. Assim é que há os que se elevam e conseguem percorrer o espaço, os mundos e fruir a sublime claridade do espaço infinito e os que, alienados dos objetos de sua afeição, ou sob o peso de culpas, gemem e choram sem consolação, desesperam-se e não conseguem evoluir. Donde se depreende que há diferentes moradas na casa do Pai.

            Instruções dadas por espíritos esclarecidos levam-nos ao conhecimento de que os mundos habitados estão em condições muito diferentes uns dos outros, formando categorias diversas de acordo com o grau de evolução de seus habitantes. Há mundos cujos habitantes são inferiores física e moralmente aos da Terra; outros, no mesmo grau; e outros superiores em todos os pontos. Nos mundos inferiores, a vida se expressa  absolutamente no plano material, sendo o lado moral quase inexistente. À medida que a moral se desenvolve, a influência da matéria vai declinando. E podemos dizer que, nos mundos mais desenvolvidos, a vida se projeta toda através do lado espiritual. Já nos mundos intermediários, há mistura do bem e do mal, predominância de um ou de outro, de acordo com o grau de evolução .
Não nos é dado elaborar uma classificação absoluta desses mundos, por conta de seu estado e de sua destinação, mas podemos, baseados nas diferenças mais acentuadas, separá-los, de um modo geral, do seguinte modo : mundos primitivos, destinados  às primeiras encarnações da alma humana; mundos  de expiação e de provas, no qual o mal tem ainda grande desempenho; mundos regeneradores, onde as almas que ainda têm o que expiar adquirem forças para prosseguir; mundos felizes, onde o bem se sobrepõe ao mal; e mundos celestes onde o bem impera absolutamente. A Terra é um mundo de expiação e prova, razão por que o homem nela é atingido por tanto sofrimento. Espíritos  superiores , no entanto, sinalizam uma mudança de nível para a Terra que está entrando num processo de revitalização para fazer jus a essa mudança de categoria.
            Isto não quer dizer que os espíritos encarnados num mundo tenham que perfazer suas fases evolutivas no mesmo mundo em que se encontram.  À proporção que, num mundo, atingirem o grau de desenvolvimento necessário para galgar um degrau, passam para um mundo mais adiantado, e, assim por diante, até terem atingido o estado de espíritos puros e o direito ao mundo celeste ou divino. Em cada estação alcançada, encontrarão elementos de progresso correspondentes ao seu desenvolvimento. A superação tem sabor de recompensa do mesmo modo que é decepcionante o prolongamento da permanência num mundo menos evoluído.  E há o rebaixamento para um mundo mais infeliz para os obstinados no mal até que se rendam ao caminho das fases evolutivas. Só não há o rebaixamento permanente. Nosso caminho é para o Alto.

Falando-se assim do mal e paixões malsãs encontradas na Terra, onde as almas aí hospedadas ajustam suas contas comportamentais de existências anteriores, somos alertados para um juízo parcial que podemos fazer dessa fatia da humanidade. A Humanidade não se compõe somente dos habitantes do planeta Terra. Ela abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos do Universo. Isto posto,
que é a população da Terra comparada à gigantesca população dos mundos do Universo? Principalmente levando em consideração a própria destinação da Terra e dos que a habitam: abrigar seres ainda imperfeitos para, através do sofrimento, chegarem a regiões mais purificadas, onde só há pessoas livres de enfermidades morais.

Isto não significa que espíritos lúcidos não podem encarnar na Terra. Encarnam em  missão para tentar melhorar as condições ambientais, além de inspirar aqueles que procuram o caminho que leva a Deus e estimular os que mostram sinais de busca de vida produtiva baseada em princípios morais. O resultado mostra sempre saldo positivo.

Para terminar, recorramos a textos que, vindos de espíritos esclarecidos, possam explicar certas situações que ocorrem entre nós e, que, apostas a textos evangélicos, expliquem sua razão de ser.

Tal como o texto abaixo, extraído do livro Fonte Viva , de Emmanuel / psicografia de Chico Xavier:

...vou preparar-vos lugar." - Jesus, (JOÃO, 14:2.)

            “Sabia o Mestre que, até à construção do Reino Divino na Terra, quantos o
acompanhassem viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, ‘sem lugar’ adequado aos sublimes ideais que entesouram.
            Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é
devido. Por destoar quase sempre da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos.
Se exercita a humildade, é tido à conta de covarde.
Se adota a vida simples, é acusado pelo delito de relaxamento.
Se busca ser bondoso, é categorizado por tolo.
Se administra dignamente, é julgado orgulhoso.
Se obedece quanto é justo, é considerado servil.
Se usa a tolerância, é visto por incompetente.
Se mobiliza a energia, é conhecido por cruel.
Se trabalha, devotado, é interpretado por vaidoso.
Se procura melhorar-se, assumindo responsabilidades no esforço intensivo das boas
obras ou das preleções consoladoras, é indicado por fingido.”

2 comentários:

Anônimo disse...

“Há muitas moradas na casa de meu pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelhar o lugar, virei outra vez e tomar-vos-ei para mim, para que lá onde estiver, estejais vós também. (João, XIV:1-3)”.
Minha mana querida,
É tão lógico aceitar a crença nas vidas sucessivas como meio de aprendizado e crescimento do espírito quanto ter como certa a teoria de que planetas do nosso e de tantos outros sistemas solares são habitados. Sabemos, nós espíritas, que há mundos primitivos, de expiação e de provas, de regeneração, felizes e mundos celestes e divinos povoados por humanidades que lhes são adequadas.
Não seria coerente aceitar-se que Deus tenha criado bilhões de estrelas, cada qual carregando seus sistemas planetários das mais diversas categorias, simplesmente para deleite e perplexidade dos nossos olhos.
É o que pensa seu mano
Felinto Elízio

Old Mag disse...

Adorei seu comentário,dando suporte ao que tentei explicar dessa passagem do Evangelho. A minha intenção é fazer com que a releitura de cada uma delas, em linguagem accessível, acenda no leitor o desejo de ir além, de discutir os pontos menos claros, ampliar a compreensão dos mínimos detalhes, levar a reflexão e aceitação dos ensinamentos do Mestre. Esse quadro de comentários serve pra isso. Algum ponto ficou necessitando de maior compreensão? Escreva nele a sua dúvida e tentaremos esclarecê-la
com todo empenho. Até o próximo capítulo, em setembro.