sexta-feira, fevereiro 04, 2011

DEVEDORES E CREDORES



De um lindo jardim


          Trago hoje um colaborador que me é muito caro. Irmão de sangue, irmão de fé. Todos  já o conhecem, já ganhou até foto acompanhando o texto uma das vezes que o trouxe aqui. Ele fala manso, é um cara legal. Vamos ver o que tem hoje para nosso processo de evangelização.



DEVEDORES E CREDORES
                                                        

                                                                                                     Felinto Elízio Duarte Campelo


    “Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.
                              Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, 
                          como eu também tive misericórdia de ti?                                                                                
E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.
Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”

                                   Mateus, 18: 32 a 35



  Recalcitrantes no erro, somos devedores inadimplentes que, amiúde, recorremos ao Senhor para comutação das nossas penas.
O Pai, bom e misericordioso, perdoa-nos dando-nos oportunidades novas para remissão  de pecados, por maiores que eles sejam.
Ocorre, entretanto, que nem sempre agimos com a mesma tolerância e brandura, tal como fomos beneficiados,  quando irmãos desventurosos não correspondem às nossas expectativas.
Qual o mau servo da parábola “O Credor Incompassivo”, de devedores penitentes  que humildemente pedem clemência, transformamo-nos em credores intransigentes, desapiedados.


São de clareza meridiana as palavras de Jesus quando afirmou: ”Porque em verdade vos digo que, até que a terra e o céu passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” . A Lei, por conseguinte, é irrefutável, cumprir-se-á integralmente. Seremos, indubitavelmente, aferidos com a mesma medida  que  aplicarmos  aos  outros,  teremos um julgamento idêntico ao juízo  com que apreciarmos  as falhas dos nossos semelhantes. Em consequência, receberemos conforme nossos atos e pensamentos.
Não nos é fácil, dada a imperfeição  de caráter, exercermos  de imediato o perdão amplo e irrestrito como convém ao cristão, no entanto,  é  imprescindível aprendermos  a desculpar já e exercitarmos  a vigilância e a oração como escudo para não nos deixarmos enredar nas malhas  do ressentimento, do rancor, da insensibilidade.
Vale atentarmos para os dois últimos parágrafos do item 16 do capítulo X do Evangelho Segundo o Espiritismo:

  Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes:  anátema! tereis, quiçá, faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita” .


Lembrete: Há ainda  muito sofrimento, muita carência entre os atingidos pelas chuvas na região serrana do Rio e em vários pontos de outros estados. Nossas orações diárias são veículo poderoso de ajuda a esses nossos irmãos vitimados. Não nos esqueçamos deles.


Hoje, como previsto, retomamos o estudo de Nosso Lar, pelo programa traçado por Dra. Marlene Nobre:





Capítulo 13 – No gabinete do ministro
1 – Há uma grande distância entre a Medicina praticada na Terra e a de “Nosso Lar”. Na colônia, ela começa no coração e exterioriza-se em amor.
2 – Aproveitamento maior das entrevistas feitas de dois em dois.
3 – Bônus-hora: o “dinheiro” de Nosso Lar.
4 – O serviço e a cooperação são leis de Deus.
5 – Planta simpatia quem trabalha e serve.
6 – Todo merecimento vem do trabalho feito com dedicação e humildade.


 Capítulo 14 – Elucidações de Clarêncio
1 – Responderemos por todos os talentos recebidos, entre outros, cursos, universidade, facilidade financeira, clientela privilegiada.
2 – Significado dos títulos na Terra e no mundo espiritual.
3 – O médico deve sondar as profundezas da alma; fugir da vaidade do mundo acadêmico; sobrepujar os interesses inferiores e os preconceitos comuns.
4 – O bem, mesmo praticado sem convicção, permanece sempre em nosso caminho.
5 – Aprendizado verdadeiro: humildade em reconhecer o erro e solicitar qualquer serviço.

Capítulo 15 – A vista materna
1 – Mudança para dentro: humildade de André Luiz na aceitação das admoestações de Clarêncio.
2 – Delícias dos reencontros no mundo espiritual.
3 – A evolução espiritual entreabre nova visão dos laços familiares.
4 – Inutilidade de queixas e lamentações.  - idéia recorrente
5 – Bases para a verdadeira educação da alma.
6 – Nada supera o amor.



Bom estudo, com aproveitamento máximo e boa capacidade de reflexão.

10 comentários:

Anônimo disse...

Minha Mana,
Aventurar-me a comentar texto do livro "NOSSO LAR" seria assemelhar-me a um pavão que exibe uma bela cauda e não olha seus horrendos pés.
Falta-me "tutano" minha querida.
Mais uma vez fico devendo.
Felinto Elízio

Meg disse...

Magaly, antes de mais, meus parabéns por trazer-nos textos de diferentes autorias mas igualmente importantes para nossa edificação.
Quero me ater neste momento ao maravilhoso, sucinto e objetivo texto do sr. Felinto Elízio, a quem também parabenizo.
=-=-=
Se ambos me permitirem, tenho duas ou três questões, e quem me dera ter a mesma clareza que o autor :

1- Qual a diferença, (se é que existe diferença) entre *DESCULPAR* e *PERDOAR*?
Sempre penso nisso porque muitas vezes, eu já disse que perdoava, do fundo do meu coração a pessoas por coisas que me magoaram profundamente, ou que me causaram prejuízos relevantes.
Eu sinto, efetivamente, que - uma vez que eu própria já causei mágoas e prejuízos a outras pessoas e sempre busquei pedir perdão a quem eu feri ou ofendi - então, eu deveria perdoar do mesmo jeito e na mesma intensidade em que eu queria ser perdoada.
Pois bem, eu perdoei de todo o meu coração, mas passados tempos e tempos, vejo ainda dentro de mim que não *me* perdoei e nem perdoei aos outros. Pois a lembrança das coisas me magoavam ainda.
=-=
O que leva à minha segunda pergunta:
Será que perdoar não é um atributo divino e não humano?
Será que na esfera humana, o que chamamos de perdoar não seria o que chamamos de relevar e desculpar profundamente o nosso próximo que nos feriu ou magoou?
=-=-
Quero deixar bem claro que por misericórdia divina, fui aquinhoada com a bênção de não guardar rancor, ressentimento ou desejar mal ao próximo. Mas que fica aquela ponta de dor no meu coração, isso fica. Ou seja, é como se a gente perdoasse mas sempre lembrasse. Daí, a minha terceira pergunta: E não é verdade que - mesmo sem ressentimento - esquecer é bastante fácil para alguns mas muito e difícil para a grande maioria?
Eu me incluo nessa maioria, pois acho que sou muito pouco elevada espiritualmente:-(

Aguardo sua resposta e deixo-lhes um forte abraço.

Old Mag disse...

Não, mano, esses tópicos sugeridos pela Dra. Marlene conduzem a leituras que vão facilitar a compreensão da leitura de Nosso Lar e a nossa percepção para o estudo dos diversos temas abordados no livro.
Se você quiser se manifestar a respeito de um dos temas já sugeridos, ótimo, será enriqucedor pra todo mundo, mas não existe essa obrigação. A proposta é mesmo pra reflexão, estudo e debate por opção.

Old Mag disse...

Meg, meu bem, só hoje, 12, voltei aqui e encontro seu comentário surpreendente. Respondo , sim, ás suas perguntas dentro do que está a meu alcance, do modo como sinto essas dúvidas que são nossas também. Vou primeiro abraçar meu genro pelo aniversário e, na volta, vou responder a seu questionário. Já dei um alô ao Felinto pra ele ir ao Onde Estamos e encontrar essa grata surprsa,ok? Espere, pois, nossos comentários. Até m ais

Anônimo disse...

Meg,
Amiga de minha irmã Magaly é também minha amiga, merece toda a minha consideração, respeito e carinho.
Vou tentar em poucas palavras definir a diferença entre desculpar e perdoar.
A Doutrina Cristã ressalta a importância do amor e do perdão. Daí o corolário: Quem ama, perdoa, quem não perdoa não tem amor no coração.
Somos ainda espíritos imperfeitos, tardios na caminhada evolutiva, e, consequentemente, não habilitados a exercer o perdão amplo e irrestrito.
Tal conceito, entretanto, não justifica nossa inércia no sentido de procurarmos denodadamente o aperfeiçoamento espiritual, o que será conseguido através de ingentes esforços em múltiplas reencarnações até chegarmos à angelitude.
Creia, aqueles a quem hoje consideramos anjos foram, num passado muito distante, espíritos falíveis como somos hoje e amanhã (bote tempo nisso) seremos espíritos irradiantes de luz que alcançaram a perfeição relativa, visto que perfeição absoluta somente Deus a tem.
Considerando, pois, nossa imperfeição, temos imensa dificuldade de perdoar. No entanto, sabemos que nossas conquistas são alcançadas pelo próprio esforço, através de repetidos exercícios.
Assim, desculpando pequenas ofensas, vamos treinando a arte de desculpar afrontas maiores até alcançarmos a capacidade de exercer o pleno perdão.
Desculpas são passos importantes e necessários ao aprendizado do perdão.
Completando, saber perdoar é conquista pessoal, não é dádiva divina. É um atributo humano, conquista pessoal.
Quanto mais espiritualizado, mais chances há de extirpar aquela “ponta de dor que fica no coração”.
Eu, pessoalmente, tenho muito a aprender a desculpar, imaginem o quanto me falta para poder perdoar irrestritamente.
Deus a abençoe, Meg.
Abraço fraterno
Felinto Elízio

Old Mag disse...

Meg, acho que perdoar e desculpar, ambos, significam relevar, absolver. A dificuldade está exatamente na ação de perdoar, desculpar, relevar, absolver. Somos espíritos em aprendizagem e muito depende do estágio que estamos atravessando no momento de perdoar. A gente sabe que deve esquecer as ofensas pra o próprio bem e para o bem do outro, mas é um ato de extrema concessão para os parâmetros humanos. Conscientemente , sinceramente, a gente sente necessidade de perdoar. O processo, porém, é lento, é a cicatrização de uma ferida, vai aos poucos e, fechada a cicatriz, ela ainda se apresenta sensível . Só o encaminhamento da evolução espiritual de quem perdoa pode liberar essa sensação de incompletude.

Você está certa ao dizer que perdoar é atributo divino, mas o ser humano, por meio de repetidas reencarnações, vai adquirindo essa capacidade de viver em harmonia, dividindo experiências, amando o outro como a si mesmo, valorizando a natureza, respeitando esse imenso universo, ganhando as características angelicais que nos levarão a um estado perto da perfeição É essa a grande caminhada que Deus nos propõe.

Enfim, Meg, se você não sabe guardar rancor, se gosta de ver o outro crescer, brotar, ser gente, se este seu espírito agregador e justo e liberal já não é fruto de sua evoução espiritual, então, amiga, você não está percebendo que sua aprendizagem é crescente e promissora.
Pensamento no Alto, espírito em prece constante é o de que nós todos precisamos agora e sempre.

Old Mag disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Meg disse...

Muitíssimo obrigada tanto ao escritor Felinto Elizio - e especialmente agradecida fico pela declaração de amizade, que é recíproca:-) - quanto à sua talentosíssima irmã, minha amiga Magaly.
Considero-me afortunada pelas respostas de ambos.

A resposta de Felinto foi extremamente didática e senti-me conduzida a olhar planos que antes não percebera.
E só posso dizer que é realmente assim que tudo faz sentido. Gradativamente é que conseguimos evoluir. Até chegar à condição de "anjo", não é isso?
Achei interessante este viés: outros que hoje são espíritos evoluidíssimos também já passaram por esta condição de aprendizagem.
Obrigada por nos aclarar este ponto. Parece tão simples, mas há que se refletir, neles, pois são estimulantes de que não podemos prescindir, na caminhada.

Estou emocionada, acreditem, pela bênção aqui invocada e já me sinto recebendo-a!
Assim, é poesível sentir a grande corrente do BEM, do AMOR e do PERDÃO da qual este blog de Maga, é importante fio condutor.
Muito obrigada, aos dois, pela nímia gentileza e doação.

Magaly, você sabe que , refletindo sobre sua exortação final, senti o quanto sou sua aluna e admiradora. O quanto você é para mim e para tantos outros, uma real fonte de inspiração.

****

Aproveito para deixar meus Parabéns à douta Dra. Marlene Nobre, dividindo conosco, mediante a divulgação da Magaly, o seu saber admirável e sua luz esclarecedora.
*****
Assim, sim, dá muito gosto:-)
Felinto Elizio, queremos mais texto seus.
Estarei sempre por aqui, pois minha falta de conhecimento é imensa e só faz par com a alegria de receber os frutos de seus estudos e experiências.

Com muita gratidão a Deus por tê-los como Amigos,
Meg

Anônimo disse...

Meg,
Já posso chamá-la amiga. Que bom!!
Quero chamar sua atenção para um pequeno deslize: Estou longe de ser um escritor, sou apenas um aprendiz.
Um único mérito você pode encontrar em mim: o ardente desejo de colaborar com a divulgação da Doutrina Espírita - O Consolador prometido por Jesus. E só.
Abraço fraterno
Felinto Elízio

Old Mag disse...

Ok ,Meg, já tenho um outro artigo de Felinto que saiu no último núnero da revista O Consolador. Em meu próximo post, porei um link com o título, I promise.
Agora vou ao Subrosa ponderar sobre seu Esperando, esperando enquanto o Oscar não chega.
Obrigada pelas palavras gentis que nos fez felizes.