sábado, julho 19, 2003

Num seminário ocorrido na Área Federativa com dirigentes de Centros Espíritas, no dia 25 de junho pp., em São paulo, o tema abordado foi ´Os Três Reinos na Ótica Espírita´, apresentado pela bióloga Valdete Zorate Magnani, graduada em Biologia pela Unicamp, com mestrado em Microbiologia Fitotécnica.
Discorrendo sobre a origem da vida nos reinos animal, vegetal e mineral, comparou as explicações científicas com o comportamento humano.
No reino mineral, Valdete procurou demonstrar que o valor de uma pedra pode ser superior ao de sua aparência, caso do quartzo branco que possui em seu interior um veio de esmeralda, que, lapidado, tem alto valor como pedra preciosa. ´Assim também são as pessoas que podem ter em seu interior algo muito melhor do que o seu lado externo transmite´, na palavra da própria bióloga. Já a ágata apresenta um interior desorganizado e a casca consistente. Desde que receba uma forte pressão externa, o miolo da pedra se trinca, mas a casca continua incólume.´Assim é a nossa fé que não pode ser superficial, para não se abalar no momento em que surgirem os grandes problemas, afirmou a palestrante.
No reino vegetal, Valdete teve oportunidade de desfazer conceitos equivocados explicando que´engana-se quem pensa que somente os vegetais que possuem raiz, caule, semente, flor e frutos podem ser considerados como plantas´. A alga, por exemplo é uma planta, faz fotossíntese; mas é considerada a mais desprezível de seu reino, apesar de sua importância na produção de oxigênio. Assim afirmou que ´ ao contrário do que se pensa, as algas são responsáveis por 70% do oxigênio que respiramos; já as árvores, por apenas 30%. A alga absorve tudo de ruim que há no ambiente e faz disso o seu alimento, liberando para nós o oxigênio´. Um outro equívoco referido por ela prende-se à noção que se tem sobre a Amazônia. Disse ela: ´A floresta não é o pulmão do mundo, pois todo o oxigênio que produz acaba sendo consumido por ela mesma. Essa região é, sim, o ar condicionado do planeta, sendo responsável por manter a umidade do ar. Por isso, a devastação desordenada da floresta pode levar ao um super aquecimento do planeta´.
No reino animal, Valdete dissertou sobre espécies intermediárias que podem ter a aparência de vegetal, como a esponja viva, que engloba partículas, multiplica-se e não faz fotossíntese. É tida como um indicador ecológico, com relação à qualidade do mar.
De acordo com a bióloga, há lições de vida a se aprender com as plantas e os animais.
Sem a ajuda do homem, a araucária depende da gralha para sobreviver. No período de inverno, o pássaro, que também se alimenta de insetos, come sementes da planta e as que ficam em seu papo são depositadas na terra. Chegado o verão, as sementes germinam e o alimento preferido das gralhas torna a aparecer - uma lição de colaboração.
Mas há o contraponto: lições que não devem ser aprendidas com certos animais. Os corais queimam algumas espécies de peixes, mas têm os seus preferidos, como um certo peixinho colorido que atrai para os corais outras espécies de peixe. Os corais os queimam e os comem assim como se alimenta também o peixinho colorido, comportamento que lembra muito bem certas reprováveis maquinações humanas.
Já os papagaios nos dão uma grande lição de fidelidade, apontando para o verdadeiro sentido de família.
Explicou a bióloga:´Quando um casal de papagaios é separado, nenhum dos dois aceita outro companheiro, não havendo então, formação de um novo casal. E a cria, para essa espécie, é de fundamental importância. Tanto o macho quanto a fêmea saem em busca de alimentos para os filhotes e, quando os filhotes são roubados dos ninhos, ao ficarem sozinhos, os pais os procuram por toda a mata deixando de comer as sementes que estão no próprio papo, na esperança de ainda poder alimentá-los. Isso acaba fazendo com que morram de inanição, o que contribui ainda mais para a extinção da espécie´.
O Homem foi a última espécie a ser abordada pela bióloga que fez uma comparação entre o homem das cavernas e o de hoje. Para ela, ´nós mudamos física e psicologicamente, mas, espiritualmente, continuamos primitivos. O primata tinha a mandíbula diferente, pois comia alimentos muito quentes e mais consistentes. Não conseguia falar, pois suas faringes não eram desenvolvidas, por isso só gritava. Se o choro de uma cria lhe causava incômodo, ele a matava.
Valdete questiona para finalizar: ´Onde nós evoluímos? É só observarmos hoje toda esta destruição da família.´

Trecho redigido em cima do artigo ´Os três reinos na ótica espírita: Tema de seminário´, publicado em O Semeador de julho de 2003, no item Notícias da Área Federativa.


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Paz para todos e muita fé na sabedoria divina.

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