terça-feira, julho 15, 2003

Estou passando ligeirinho aqui, hoje para deixar um breve trabalho sobre eutanásia e seus efeitos sobre o espírito. Está aberta assim a chance de cada leitor entrar com sua opinião sobre as considerações apresentadas.

Em torno da eutanásia

Richard Simonetti

1 ? A mídia vem abrindo grande espaço para o debate sobre a eutanásia. Nota-se que hoje é encarada com alguma simpatia por muita gente. Como explicar essa mudança?

É lamentável. Embora condenada por todas as religiões, a chamada ´morte branda´ ganha espaço justamente porque as pessoas não estão levando a sério os princípios religiosos. Pensa-se muito em termos de imediatismo, sem cogitações quanto às implicações espirituais.
Países que não a legalizam não têm grandes preocupações no sentido de evitá-la.
Uma dose mais forte de anestésico, e o paciente morre por ´falência múltipla dos órgãos´, eufemismo comum para esse assassinato consentido em nome da piedade.


2 ? Quais as conseqüências para o espírito?

Enfrentando uma morte que não tem nada de branda, porque é um ato de violência, o Espírito situa-se geralmente em estado de torpor no plano espiritual, com maior dificuldade de adaptação. Por outro lado, estará interrompendo o cumprimento de seu carma, já que não é por acaso que enfrenta uma agonia prolongada.


3 ? Há dois termos que entram hoje no debate sobre a eutanásia. O primeiro é a distanásia. Poderia falar algo a respeito?

Trata-se da morte lenta, com grande sofrimento. É usado para caracterizar a utilização de aparelhos que suprem deficiências orgânicas. Discute-se se seria lícito desligá-los, quando se trata de um paciente terminal, alguém com câncer disseminado, por exemplo, sem nenhuma possibilidade de recuperação.


4 ? Não seria uma maneira de ajudar o paciente a cumprir o seu carma?

É comum vermos a família ao redor do leito do moribundo, orando, vibrando, torcendo para ele não morrer, a sustentar artificialmente o corpo, apenas prolongando a agonia. Algo semelhante fazem os aparelhos, retardando o embarque de alguém com a passagem marcada para o retorno.


5 ? E quanto à ortotanásia?

Seria a morte sem sofrimento. Obviamente, se Deus colocou no mundo medicamentos para aliviar a dor, eles devem ser usados no paciente terminal, de modo que possa morrer de forma mais tranqüila, sem tormentos para ele e para os familiares.


6 ? E como fica o carma, o pagamento das dívidas?
Dizem os mentores espirituais que todos os sofrimentos decretados pela justiça divina são amenizados pela divina misericórdia, quando nos apresentamos para o resgate. Isso explica a presença de medicamentos para a dor no Mundo.


7 ? Os efeitos colaterais de drogas potentes contra a dor podem apressar a morte. Não teríamos aqui uma eutanásia?

Sim. Por isso mesmo. tanto a família quanto os médicos assistentes devem ter o cuidado extremo de usar medicamentos e doses que aliviem os padecimentos, sem efeitos colaterais passíveis de provocar falências dos órgãos.


8 ? Essas questões podem ser extremamente complicadas. Não seria razoável deixar nas mãos dos médicos?

De forma alguma! E se eles forem favoráveis à eutanásia? Evitando generalizações, já que cada caso tem suas particularidades, compete à família dialogar com os médicos, enfatizando que não se use excesso de medicação, capaz de provocar a morte do paciente ou de recursos tecnológicos que apenas prolonguem sua agonia. E, obviamente, entregar nas mãos de Deus, cultivando confiança e resignação, formando um ambiente que favoreça a assistência dos mentores espirituais, a definirem quando e como se dará o desenlace.


Revista internaconal de Espiritismo - Pinga Fogo - 02 / 03


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Podemos meditar sobre essas questões, procurar ler outros estudos sobre o tema, formular outras questões em torno do assunto, tentar solver dúvidas, enfim, debater o problema com os recursos reunidos.

Fico por aqui hoje, até outra oportunidade de encontro.









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