sexta-feira, agosto 01, 2014

RECAPITULANDO O EVANGELHO DE JESUS CapítuloV Itens 27 a31

                                                                      From google



RECAPITULAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS    Capítulo V    Itens 27 a 31

          Finalizaremos hoje o capítulo V de nossa recapitulação, fazendo a releitura dos textos de espíritos esclarecidos que comparecem para ajudar-nos na apreensão do significado das palavras divinas. Vejamos o texto do Espírito protetor BERNARDIN / Bordéus / 1863.
          
            Ele nos explica a pergunta: Deve-se pôr termo às provas do próximo quando se pode, ou é preciso, por respeito aos desígnios de Deus, deixá-las seguir seu curso?
          Já nos foi ensinado que estamos aqui, na Terra, para concluir nossas provas. Tudo o que nos acontece é consequência natural de nossas existências anteriores, o peso da dívida que temos que pagar. Infelizmente, esse raciocínio pode levar-nos a interpretações errôneas que precisamos neutralizar pelas consequências funestas que podem acarretar.
           Muitos pensam que, se um espírito habita a Terra para expiar, é necessário que as provas tenham seu curso, ou, mesmo, que nada deva ser feito para tentar diminuir a dor desses espíritos, chegando ao ponto de crer que seja preciso incrementá-las para se tornarem mais  eficientes. Puro engano. Tais provas devem seguir o curso que Deus lhes prescreveu, mesmo porque não conhecemos seus limites. Um devedor nunca é escolhido por Deus como instrumento de suplício, mas como bálsamo de consolação que deve cicatrizar as feridas abertas pela justiça divina. E aquele que dá suporte ao que expia culpas deve reconhecer que foi Deus que colocou em suas mãos os meios para que o socorro seja providenciado. Ajudemos sempre com fé e amor. O espírita deve entender que sua vida inteira deve ser um ato de devotamento e de amor sem esquecer, no entanto, que só Deus pode deter a dor ou prolongá-la, segundo julgue necessário. A esta altura, estamos aptos a repetir com Bernardin: ”Estais todos na Terra para expiar; mas todos, sem exceção, deveis empregar todos os vossos esforços para abrandar a expiação de vossos irmãos, segundo a lei de amor e de caridade.”

          A questão apresentada agora é: Um homem está agonizante, vítima de cruéis sofrimentos; seu estado é desesperador. É permitido poupar-lhe alguns instantes de angústia apressando-lhe o fim?
         
           Em qualquer situação de sofrimento que se encontre um paciente terminal, ninguém pode avaliar que ele está em sua hora final. Às vezes, espera-se dele apenas o último suspiro e ele se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes. É a ‘visita da saúde’, como se diz comumente. Na verdade, essa horinha de graça que lhe é concedida pode ter uma imensa importância. Nela pode se conter um ’flash’ de  conscientização ou arroubo de arrependimento que o poupará de tormentos. Os que não creem na existência do Espírito não  conseguem compreender essas situações. O Espírita conhece o valor do último pensamento. Minorar os últimos sofrimentos de alguém que se vai é válido , mas tentar abreviar –lhe a vida, mesmo por poucos minutos, é desastroso para o espírito em processo de separação do corpo. Esse tempo pode poupá-lo de sofrimentos no plano espiritual. (SÃO LUIS, Paris / 1860).

       A questão que se propõe desta vez é: Alguém que está desgostoso da vida, mas não quer suicidar-se, é culpável em procurar a morte sobre um campo de batalha, pensando em torná-la útil?
            
          Na realidade, o objetivo do homem que se mata ou se faça matar é  sempre o de suspender a sua vida. Nestes casos, há suicídio de intenção se não de fato. A idéia de que sua morte servirá para alguma coisa é ilusória. É uma fantasia para enganar-se a si mesmo e sentir-se aliviado.  “O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte quando se trata de ser útil, em enfrentar o perigo, a fazer, por antecipação e sem pesar, o sacrifício de sua vida se isso é necessário; mas a intenção premeditada de procurar a morte, expondo-se a um perigo, mesmo para prestar serviço, anula o mérito da ação.”  (SÃO LUIS, Paris / 1860).

          Mais uma questão: Um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida de um dos seus semelhantes, sabendo de antemão que ele mesmo sucumbirá. Isso pode ser considerado um suicídio?
         
          Desde que não haja intenção de procurar a morte, não há suicídio. Ao contrário, há devotamento e abnegação, apesar da probabilidade de vir a morrer, o que ninguém pode garantir. A mão divina pode providenciar um surpreendente meio de salvação no momento mais crítico. Pode ela querer prolongar a prova de resignação ao seu limite máximo. (SÃO LUIS, Paris / 1860).    

        Última questão: Aqueles que aceitam seus sofrimentos com resignação, por submissão à vontade de Deus e com vistas à sua felicidade futura, não trabalham senão para si mesmos, e podem tornar seus sofrimentos proveitosos aos outros?
      
              "Esses sofrimentos podem ser proveitosos a outrem, material e moralmente. Materialmente, se, pelo trabalho, as privações e os sacrifícios que se impõem contribuem para o bem-estar material do próximo; moralmente, pelo exemplo que dão de sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo de poder da fé espírita pode estimular os infelizes à resignação, salvá-los do desespero e de suas funestas consequências para o futuro”. (SÁO LUIS, Paris / 1860).       


Chegamos, assim, ao fim do capítulo V, o que nos deixa mais familiarizados com a linguagem e os argumentos  esclarecedores do contexto. Merecemos uma pausa, uns minutos relaxantes. E isso foi providenciado. Ao saírem do texto aqui ,rolem para o vídeo abaixo e se encantem com a voz e a graça de uma 'cantora de ópera' de apenas 9 anos e autodidata! Eu adoraria saber a reação de cada um de vocês sobre esse fenômeno de voz. Até setembro.   LINK para o vídeo: http://youtu.be/qDqTBIKU4CE


2 comentários:

Anônimo disse...

" Deve-se pôr termo às provas do próximo quando se pode, ou é preciso, por respeito aos desígnios de Deus, deixá-las seguir seu curso?

Já nos foi ensinado que estamos aqui, na Terra, para concluir nossas provas. Tudo o que nos acontece é consequência natural de nossas existências anteriores, o peso da dívida que temos que pagar. Infelizmente, esse raciocínio pode levar-nos a interpretações errôneas que precisamos neutralizar pelas consequências funestas que podem acarretar."
Sofrimentos físicos, morais ou emocionais não nos chegam por acaso. Todas as ocorrências dolorosas, têm uma razão diretamente ligada ao nosso passado recente ou remoto. O infortúnio não é um castigo, é, na verdade, um desajuste consequente da nossa imperfeição espiritual que nos levou a praticar atos desabonadores nesta existência ou em anteriores.
Pode-se, então, entender que a dor é um sinal de alerta para que reajustemos nosso proceder ou um resgate de dívidas contraídas de experiências passadas. No cadinho da vida, o fogo aquece e nos livra das imperfeições secularmente entranhadas em nosso ser. Não entendamos como punição e sim como uma oportunidade bendita oferecida por Deus para nosso aperfeiçoamento e redenção espiritual.
Entretanto, devemos exercitar a lei do amor e da caridade no sentido de minorar os sofrimentos daqueles que passam por pungentes provações.
Este é o entendimento do seu mano Felinto Elízio

Old Mag disse...

Meu irmão, acho que, na pergunta, a expressão "pôr termo" significa interromper, suspender, abreviar a prova que o espírito deveria cumprir até sua morte física. Claro que o que pudermos fazer para tornar esse sofrimento menos doloroso devemos fazer, mas nunca interrompê-lo, abreviá-lo. Isso só compete a Deus. Podemos , sim, pedir a interferência DELE por um desligamento mais rápido, mas só. (Nunca providenciarmos isso por nossa conta, como desligar aparelhos, suspender medicamentos ou coisas assim).
Que acha dessa interpretação?Deve ser a sua também. Você quis dar ênfase ao socorro espiritual que podemos dar ao espírito nas horas que antecedem o seu desligamento do mundo material, não foi isso? Volte a qualquer hora. Sinto o equilíbrio melhorar quando discuto qualquer questão com você. Abraço.