sexta-feira, janeiro 23, 2009

EM TORNO DA PALAVRA FALADA

Vaso de flores / Anita Malfatti

As coisas boas a gente gosta de reservar para o amigos. Está aí o oportuno artigo da nossa iluminada Leda Flaborea de quem tantas vezes me tenho valido para conferir a este blog um status confiável. A surpresa de hoje é o tema Em torno da palavra falada, que ela trata de modo inteligente e esclarecedor,
tendo a seu serviço uma bibliografia respeitável.
Vamos lá.

EM TORNO DA PALAVRA FALADA

Leda Maria Flaborea

“Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis”. – Jesus ¹(Lc,8:17-18.)

Em todos os lugares surgem pessoas que abusam da palavra, porque, ainda, temos dificuldade em controlar nossa língua. A palavra tem força e uma vez tendo sido dita, não será possível apagá-la.
Entretanto, o falar não pode ser dissociado do ouvir. São duas faculdades que se completam, porque são interdependentes entre si. Se é importante o cuidado com o quê e como dizemos as coisas, também o é com o quê e como ouvimos aquilo que nos é dito. A palavra é forte fio condutor, tem força, e uma vez dita não poderemos mais conter-lhe o caminho, porque na outra ponta desse fio está o receptor, o ouvinte e, por isso mesmo, ela pode se captada e espalhada como bálsamo ou veneno, paz ou discórdia, luz ou treva. Se de um lado temos quem fala, do outro, surge quem escuta, ambos responsáveis por suas atitudes. Por isso disse Jesus que o homem fala do que está repleto o seu coração. E quem ouve também.
Quando atentos, observando as pessoas ao nosso redor, poderemos perceber que dentro do nosso lar, ou mesmo fora dele, escutamos os mais variados comentários acerca de tudo e de todos. São comuns as discussões sobre o que acontece com a Natureza, sobretudo em uma época em que estamos acordando para a necessidade de preservá-la; comentários sobre os atos, fatos e boatos em torno das autoridades constituídas; observações sobre a vida alheia – pública ou privada -, esquecendo-se de que a vida do outro, como a própria palavra diz, é do outro, e não nossa; escutamos opiniões diferentes, coerentes ou descabidas, sobre os mais diversos assuntos, sejam eles na esfera da ciência, da política, da filosofia, da arte ou da religião.
Todavia, podemos, ainda, observar que não é somente no campo intelectual que surgem descalabros, desequilíbrios, ao lado de colocações ponderadas e lúcidas. A própria sociedade é um verdadeiro campo de batalha nesse aspecto. De um lado, temos Espíritos nobres semeando bem e luz e, de outro, os semeadores da discórdia, da maledicência, da calúnia, perturbando a harmonia e o progresso de todos e de tudo.
O Apóstolo Paulo nos recorda, em sua carta a Tito, Capítulo 2, versículo 1, que devemos falar para o bem em atendimento à recomendação de Jesus, e para termos os ouvidos atentos àqueles que nos falam. Porque, muitas vezes, seremos chamados a falar nas mais diferentes situações: entre os bons, para falarmos do bem, do belo, do amor; entre os maus, tentados a caluniar, a julgar levianamente, destacando a maledicência como foco nas conversações. Assim, de desastre em desastre, vamos criando, em torno dos próprios passos, todas as desventuras que formos construindo no nosso caminhar, pois falamos hoje e pagamos a conta amanhã. Isso é da lei. Semeadura e colheita. Dependência perene... Resultado das nossas escolhas...
Mas, se já possuímos algum conhecimento evangélico e se não desconhecemos os valores do Espírito, precisamos ficar atentos para não usarmos o verbo, contrariamente, às orientações de Jesus. Falar o que o outro quer ouvir é fácil. Replicar-lhe o argumento, atendendo aos nossos interesses, também, não é difícil. Mas, ouvir-lhe com paciência e entendimento e falar-lhe com “a prudência amorosa e com a tolerância educativa, como convém à sã doutrina do Mestre, é tarefa complexa e enobrecedora, que requisita a ciência do bem no coração e o entendimento evangélico dos raciocínios”. ²

De tudo isso, podemos concluir que o problema não está no comentário em si – quem fala responderá pelas conseqüências que provocar –, mas na forma como o recebemos, tendo em vista que reagiremos a ele de acordo com nosso entendimento e sentimento. Por isso se faz tão importante compreender a nossa postura diante desse fato: Como estamos respondendo ao que ouvimos? Estaremos convertendo-o no bem ou no mal? Estamos espalhando, em conseqüência daquilo que escutamos, alegria ou sofrimento para aqueles que estão junto de nós? Ouvimos com malícia ou caridade?

A resposta honesta e transparente a essas questões é que nos dará a correta medida de como e o quanto estamos evoluindo, espiritual e moralmente, nesta nossa jornada planetária, no campo das relações interpessoais.

Emmanuel lembra que precisamos aprender “a lubrificar as engrenagens da audição com o óleo do amor puro, a fim de que nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz”.

Porém, como não dá para fazer tudo de uma só vez, a proposta é a que, num primeiro momento, aprendamos a controlar a língua para, depois, modificarmos a recepção do que ouvirmos, em atendimento ao convite de Jesus: caridade no ouvir, caridade no falar.

Consoante a essa recomendação do Amado Mestre, Irmão X, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, narra uma pequena história com o título Os Três Crivos, que transcrevemos. Diz-nos ele:

Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:
- Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular...
- Espera!... – juntou o sábio prudente. Já passaste o que vais me dizer pelos três crivos?
- Três crivos? – perguntou o visitante, espantado.
-Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro, é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto aquilo que pretendes comunicar?
- Bem, ponderou o interlocutor, - assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e... então...
- Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que me queres contar?
- Hesitando, o homem replicou:
- Isso não... Muito pelo contrário...
- Ah! – tornou o sábio – então recorramos ao terceiro crivo, o a utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.
- Útil?!... – aduziu o visitante ainda agitado – Útil não é...
- Bem – rematou o filósofo num sorriso -, se o que tens a confirmar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificação para nós...
Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questão de maledicência...


BIBLIOGRAFIA

1 – LUCAS, 8:17-18.
2 – EMMANUEL (Espírito). Vinha de Luz, [psicografado por] F. C. Xavier – 14ª ed. FEB – RIO DE JANEIRO/RJ - lição 16.
3 –Id. Palavras de Vida Eterna, [psicografado por] F.C. Xavier – 20ª ed., CEC Edições – UBERABA/MG - pg 122.


Como podemos ver, uma bela contribuição para nós que nos interessamos em acolher as
idéias instrutivas que nos orientam o comportamento.
Obrigada, Leda.

Daí, enfatizarmos o conselho de Emmanuel:

Sejamos dedicados ouvintes, buscando a posição de bons executores das lições recolhidas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Beleza!
Já conhecia. Foi-me mandado logo que saiu do forno.
Talvez você não se lembre, mas eu tenho um trabalho intitulado Maledicência.
Há entre ele uma certa correlação.
Confira.
Um beijo grande
Felinto Elízio

Anônimo disse...

Há entre ELES (foi o que eu quis escrever).
Quanto mais velho fico, piora a minha qualidade de digitador.
FE

Old Mag disse...

Oi, mano, claro que me lembro. Tudo que você escreveu está comigo.
Assim que tiver tempo, vou relê-lo.Você sabe das coisas.E vou aproveitar minha visita agora para enriquecer meu fraco conhecimento das verdades espirituais.
Beijo

Arnaldo Ribeiro disse...

REVELAÇÃO / EXORTAÇÃO:
Urge difundirmos na terra, a certeza de que Jesus Cristo já vive agindo entre nós, espargindo a luz do saber, criando Irmãos espirituais, e a nova era Cristã. Eu não minto, e a Espiritualidade que esperava pela sua volta, pode comprovar que digo a verdade. Por princípio, basta recompormos as 77 letras e os 5 sinais que compõem o titulo do 1º. livro bíblico, assim: O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS: A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA E DE TUDO O QUE NÊLES HÁ: Agora, pois, todos podem ver que: HÁ UM HOMEM LENDO AS VERDADES DO SEU ESPÍRITO: ÊLE É O GÊNIO CRIADOR QUE CRIA ESSA AÇÃO DE CRISTO. (LC.4.21) – Então passou Jesus a dizer-lhes: Hoje se cumpriu a escritura que acabais de ouvir:(JB.14.17) O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem conhece, vós o conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós. Regozijemo-nos ante a presença do Nosso Senhor, e façamos jus ao poder que o Filho do Homem traz às Almas Justas, para a formação da verdadeira Cristandade.

(MT.26.24) – O FILHO DO HOMEM VAI, COMO ESTÁ ESCRITO A SEU RESPEITO, MAS AI DAQUELE POR INTERMÉDIO DE QUEM O FILHO DO HOMEM ESTÁ SENDO TRAIDO! MELHOR LHE FORA NÃO HAVER NASCIDO.

E, ao recompormos as 130 letras e os 7 sinais que compõem esse texto, todos já podem ler, saber e entender quem é o Filho do Homem.

E O FILHO DO HOMEM É O ESPÍRITO QUE TESTA AS ALMAS DO HOMEM E DA MULHER, NA VERDADE DO SENHOR, COMO CRISTO: E EIS A PROVA QUE O FILHO DO HOMEM FOI TREINADO NA LEI CRISTÃ

(MC.14.41) – CHEGOU A HORA, O FILHO DO HOMEM ESTÁ SENDO ENTREGUE NAS MÃOS DOS PECADORES. E hoje, quem quiser interagir com o Filho do Homem, deve buscar “A Bibliogênese de Israel”, que já está disponível na internet. E quem não quiser, pode continuar vivendo de esperança vã, assistindo passivamente a agonia da vida terrena, à par da auto-destruição do nosso planeta....