quarta-feira, julho 30, 2008

Um trecho do livro "Francisdo de Assis"

Manabu Mabe ABSTRATO Óleo sobre tela




Um trecho do livro Francisco de Assis


Ao fim do canto dos dois pássaros de Deus, todos os frades já se encontravam no círculo fechado pelo povo, dançando e cantando. Ao término da apresentação, Francisco tomou a palavra e falou serenamente:

- Filhos do meu coração! A vida é sobremaneira de alegria, e a alegria é coisa divina, que nós todos amamos na profundidade que ela merece e do modo pelo qual o Senhor nos premiou. Compete a nós outros dar vazão a essa alegria, na força d’Aquele que nos guia sempre – Nosso Senhor Jesus Cristo.
É de caráter divino a confraternização das criaturas em todos os reinos e posições humanas, pois é daí que nascem a amizade e o contentamento de viver. Neste arrojo que o canto nos proporcionou, o tempo torna-se para todos nós uma bênção, e para nossos semelhantes, uma necessidade que gera o Amor.
É de lógica comum que todos os seres humanos sintam necessidade de alegria, e essa alegria somente pode partir da conjunção de almas, em procura de algo que não seja o ódio, a inveja, a discórdia, a injúria, o medo, o ciúme, o orgulho e o egoísmo.
E somente um ser na face da Terra nos deu a receita divina, pelo seu divino verbo, confirmado pela vida que levou junto aos homens. Ele nos ensinou a viver felizes dentro de nós mesmos. Cada um de nós carrega um céu dentro d’alma. O que precisamos para encontrá-lo é buscar o modo pelo qual Ele nos ensinou. O resto virá por acréscimo de misericórdia do Senhor; tudo muda exteriormente, quando o íntimo começa a mudar...
Quem buscar a felicidade fora de si nunca a encontrará, pois ela mora no coração. E todos que nos ouvem estão convidados, pela força deste mesmo Amor, a receber a chave e com ela destrancar a porta secreta da consciência, recebendo, através dela, Jesus Cristo, pelas vias dos sentimentos.
Estes homens que estais vendo e sentindo o modo de suas vidas, são vossos companheiros de todos os momentos, na seqüência de todos os dias, não vivendo nem falando em problemas, em fatos inferiores que nunca deixarão de existir, enquanto na Terra predominar o mal. São irmãos decididos, que aparentemente poderão não causar impressões de bem-estar, mas por dentro, no imo d’alma, eles já encontraram o Caminho, a Verdade e a Vida, porque encontraram Jesus de Nazaré!
Encontraram Deus e o Céu dentro de si mesmos. A salvação não vem de fora das criaturas!. Vejamos quando o Mestre ofereceu a Pedro as chaves do reino dos céus, assim falando:

Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: o que ligares na Terra, terá sido
Ligado nos Céus, e o que desligares na Terra, terá sido desligado nos
Céus. (Mateus, 16:19)

As chaves que Ele passou para Pedro e para os outros discípulos foram os conhecimentos das leis de Deus, e a forma de vivê-los. É pois o que estamos tentando compreender e viver, e, ligar ou desligar é certamente o meio de vida que levamos na Terra. Tudo o que nos propusermos viver aqui, será justo encontrarmos nos Céus.
E mais adiante, Lucas não esqueceu de anotar o que vamos repetir no capitulo dezessete, versículo vinte:

Interrogado pelos fariseus, sobre quando viria o reino de Deus, Jesus
Respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência.

Eis aí a confirmação do que estamos tentando falar, por não tratar o reino de Deus das coisas exteriores. Sendo ele harmonia interna, não vem com visíveis aparências; é conquista de alma pelo esforço e bênçãos de Deus. E, com mais segurança, podemos observar no mesmo apóstolo, no mesmo capítulo dezessete, versículo vinte e um, esta citação maravilhosa:

Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: lá está! Porque o reino de Deus está dentro de
Vós.

Precisa mais explicação, depois desta afirmação do Divino Senhor? O reino da felicidade deve ser descoberto dentro de cada criatura, e é isso que estamos querendo mostrar aos homens de boa vontade: o caminho interno onde encontramos Deus, que está bem perto de nós, na cidade do coração.
Vejamos, meus irmãos, que São Paulo não se esqueceu também de mencionar o que seria o reino de Deus, assim falando aos romanos, como agora estamos dizendo, aos também romanos:

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e
Alegria no Espírito Santo. (14:17)

É fácil compreendermos que a felicidade real não é comida nem bebida, mas tranqüilidade de consciência; é dever cumprido diante de Deus, é descobrir os tesouros dentro de nós, e usarmos esses talentos em favor do bem-estar das criaturas de Deus.
Nós estamos partindo e vamos fazê-lo sem as bagagens habituais de um viajante ou de um comerciante, que ama o ouro mais que a si mesmo. Nós não temos onde reclinar as cabeças, como disse o Mestre de todos os mestres. A bagagem que devemos levar é a Fé, a Confiança e o AmoLivro: Francisco de Assis – João Nunes Maia / Miramez r. É a volumosa bagagem de virtudes ensinadas na Boa Nova do Cristo de Deus... Que a paz de Deus seja a nossa paz, que a paz de Cristo seja a nossa paz, que a paz de nossa Mãe Santíssima, seja a nossa paz...

Livro: Francisco de Assis – João Nunes Maia / Miramez

4 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo, Maga querida
Estou muito apegada com São Francisco de Assis.
Uma belíssima mensagem.
Você é 10.
Não, você, é 10 milhões elevados a "n".
Beijos
Meggy

Old Mag disse...

Puxa, Meggy, eu não podia ter alegria maior que esta - você aqui, no Onde Estamos.
Feliz como estou, São Francisco há de me ouvir. Que as bênçãos que peço a ele pra você cubram-na de saúde e bem-estar pela vida inteira.
Um beijo com muito carinho

Beto Queiroz disse...

Ma chère Magaly.
Que bom ler (ver) São Francisco divulgado aqui. Ele é uma benção.
Obrigado por compartilhar e por me visitar, brindando-me com comentário.
Amitiés,
BetoQ.

Old Mag disse...

Adalberto, você aqui? Quase não acreditei. Muita emoção mesmo!Vc não imagina como me pôs alegre.
O último comentário que deixei no Multiply parece que não entrou. Fiquei de olhar pra repetir, se fosse o caso, mas não o fiz. A agilidade é coisa para gente mais jovem. Estou na fase de encerramento de currículo, mas não pense que ajudo nisso, não; acontece à minha revelia, juro.
Agradeço-lhe com um abraço