sexta-feira, julho 06, 2007

Dois Temas Oportunos

Entro aqui, hoje, com uma excelente notícia:

A União das Sociedades Espíritas de São Paulo – USE (SP) realiza o 13º Congresso Estadual de Espiritismo entre os próximos dias 6 e 9 de julho de 2007, no Espaço Prisma Eventos/ UnG – Campus Dutra. O tema central será “Espiritismo 150 anos – unir para difundir”. Divaldo Pereira Franco fará a abertura oficial do congresso, hoje, sexta-feira, 6 de julho, às 20h. Informações e inscrições por e-mail: lggouveia@yahoo.com.


Além disso, ofereço meu espaço aqui a dois excelentes colaboradores do JORNAL DOS ESPÍRITOS - Leda Flaborea e Felinto Elizio Duarte Campelo que nos brindam com artigos interessantes sobre temas vitais para a compreensão da doutrina.


Reencarnar é VIVER

A ressurreição de Lázaro simboliza a reencarnação

Leda Flaborea

A volta de Lázaro à vida sob o comando de Jesus é uma das passagens mais conhecidas no Evangelho (João, 11: 1-46), e quem a conhece sabe que ela se apresenta em três fases distintas. Senão, vejamos:
Na primeira fase, temos o Mestre pedindo àqueles que o acompanhavam que retirassem a pesada pedra que tapava a cripta onde Lázaro estava sepultado. Na segunda, encontramos Jesus ordenando ao próprio Lázaro que acordasse e saísse. E, na terceira, que ele fosse desatado dos panos que cobriam seu corpo, costume praticado na época, e que fosse libertado. Em se tratando de Jesus não nos surpreende tal feito. Entretanto, precisamos ir um pouco mais além. O que, na verdade, representa Lázaro para nós cristãos e, sobretudo, para nós espíritas?
No nosso entender, à luz da Doutrina Espírita, a passagem evangélica conhecida como a ressurreição de Lázaro, pode representar a reencarnação – temos a chance de voltar em novo corpo para novas experiências planetárias – ou o recomeço, como uma oportunidade de nos libertarmos das angústias, remorsos, medos, imperfeições e viciações de toda ordem e quilate que permeiam nossa existência, ainda hoje. Tudo isso representa, afinal, os panos que nos cobrem os olhos e que não nos permite ver além da vida material. Cada um de nós já experimentou o sentimento de culpa – ainda hoje agasalhamos muitos -, seguido pelo arrependimento, remorso e o retorno ao caminho do bem. E, justamente, por já havermos vivido tal situação, entendemos o que significa recomeçar. Assim, quando Jesus trouxe Lázaro à vida, não lhe devolveu apenas o corpo perecível, mas libertou-o, também, dos seus enganos pretéritos a fim de que pudesse atender às novas experiências que teria, a partir daquele momento. Ao dizer “desatai-o e deixai-o ir” Ele o estava libertando de si mesmo, de suas culpas, para a nova vida. Lázaro, beneficiado com a moratória dos débitos acumulados em tempos passados, estava agora livre. Isso não é o processo reencarnatório? Isso não é recomeçar? Acreditamos que sim.
Somos, ainda, Lázaros nesta existência porque:
Primeiro - ainda nos conservamos presos a lembranças de culpas, inconscientes ou não, remotas ou não, que nos mantêm atados a situações que muitas vezes nada mais têm a ver com o que vivemos atualmente.
Segundo – cristalizamos em nossas mentes pessoas que em algum momento destruíram nossos sonhos e nossos ideais, que zombaram de nossas esperanças, que nos levaram à desilusão e ao abandono.
Quando permanecemos nesse estado mental, assemelhamo-nos a mortos – como Lázaro – na gruta de nossas recordações agoniadas que nos envenenam o corpo e o Espírito. E essa gruta representa, certamente, o orgulho, o egoísmo, os ressentimentos e mágoas que nos mantêm presos a velhas ilusões, que não morrem dentro de nós porque não permitimos que isso aconteça. Todas as vezes que nos lembramos, reavivamos antigas feridas. Nós as alimentamos, tornando-as nossas inimigas ferrenhas e inimigas que não nos dão tréguas. É preciso nos livrarmos delas! Emmanuel nos adverte que apenas esse gesto não é suficiente para nossa evolução. Necessitamos caminhar um pouco mais, irmos além. De que modo podemos fazer isso? Nos diz o Instrutor Espiritual que é preciso auxiliar essas criaturas para que elas também se soltem dos grilhões que as prendem às suas próprias culpas e remorsos. O caminho proposto por ele é o de não condená-las, não azedar seus sentimentos com cobranças e lembranças e o de libertá-las, através da caridade do perdão e do esquecimento. Ao agirmos assim estaremos permitindo a nós mesmos a possibilidade de um recomeço mais luminoso e feliz. Dessa forma, quanto mais rapidamente as libertarmos, mais rapidamente elas regressam ao caminho do bem e nós à independência. Retornemos à passagem evangélica: a pedra que nos impedia de sair para a luz, já foi retirada por amigos encarnados e desencarnados – hoje possuímos mais entendimento que ontem. Todavia, para acordarmos e sairmos da cripta na qual nos enclausuramos, muitos de nós ainda necessitam da ordem de Jesus no íntimo de nossas consciências para dar esse passo. Mas, isto não basta. Precisamos, agora, caminhar despertos e esclarecidos em direção ao amor do Pai, e para que isso aconteça o Mestre aguarda de cada um de nós a fidelidade aos seus ensinamentos, a renúncia definitiva às ilusões terrenas e a firme vontade na realização desse empreendimento evolutivo. Sem vontade firme e coragem de nossa parte para fazer o que deve ser feito, o convite de Jesus para que acordemos não se concretizará. Somos senhores do nosso destino e herdeiros de nossas escolhas.

Bibliografia
Xavier F.C./ Emmanuel – Palavras de Vida Eterna – lição 75
Xavier F.C./ Emmanuel - Caminho, verdade e Vida – lição 112
Peralva, Martins – Estudando o Evangelho – capítulo 43 – FEB Ed. – 6ª ed.

LEDA MARIA FLABOREA é pedagoga, expositora e articulista espírita, e-mail ledaflaborea@ig.com.br




Não à vingança

Felinto Elízio Duarte Campelo

“Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará”. (Provérbios 20:20)

A vingança é atitude característica das criaturas desconhecedoras da lei de causa e efeito, da suprema justiça divina que rege as relações entre os seres encarnados e desencarnados.
Superar-se nos momentos difíceis das provações, relevando ofensas recebidas, não revidando agressões sofridas, ignorando insultos e impropérios com paciência e com humildade, confiando-se à proteção de Deus, é próprio daqueles que batalham para romper os grilhões que os prendem à inferioridade espiritual, dos que procuram fazer lume em suas almas, dos que ensaiam os primeiros vôos rumo ao infinito.
Esperemos pelo Senhor e seremos libertados se soubermos usar com regularidade os remédios sabiamente prescritos por Jesus em seu Evangelho:
Para a dor da mágoa - esquecimento.
Para a asfixia do ódio - amor.
Para a febre da vingança - perdão.
Assim, livres de mais sofrimentos e de novos recomeços, poderemos dizer: Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de ânimo sereno e que já aprenderam a amar e perdoar.

FELINTO ELÍZIO DUARTE CAMPELO é escritor (autor de O PULO DO GATO - São Paulo: DPL Editora) e articulista espírita.

(Jornal dos Espíritos - o seu jornal espírita na internet)



Deixo-os agora na quase certeza de que vocês tirarão este fim de semana para ler esses textos, meditar sobre seu conteúdo e absorver a sua essência.
Fiquem em paz, com o pensamento sempre em prece.

2 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso!!!!
Estou muito comovida após ler este texto magnífico
Um abrço e Parabéns!

Anônimo disse...

Oi! Oi! Oi!!!!!!!!!!!
Meguihna, felicidade pura!!!!Você aqui também. E tendo gostado do que encontrou. Tenho bons colaboradores nesta seara, gente que estuda e está a par dos assuntos da doutrina.
Pois é, este é um cantinho para rezarmos juntas.
Identificou o senhor do retrato como meu irmão? Felinto Elízio Duarte Campelo, o 4º da 'linhagem'.
Vocé é maravilhosa,Meg.
Beijos.