quinta-feira, junho 15, 2006

DESPERTAR ESPIRITUAL
Joanna de Ângelis


Cada indivíduo é a soma das experiências multifárias no seu processo de evolução.

Etapa a etapa, adquire recursos que o preparam para cometimentos mais amplos e realizações mais expressivas.

Por isso mesmo, não existem dois processos de desencarnação iguais já que as existências humanas são diferentes.

Assim como a roupagem física é modelada pelos conteúdos morais do ser espiritual, e vai imantada molécula a molécula ao Espírito reencarnado, o seu desprendimento também ocorre através da ruptura dos laços que o atam a essas estruturas celulares uma a uma.

Conforme os hábitos mentais cultivados, o processus mortis obedece às fixações mantidas em maior ou menor grau de intensidade.

Quando ocorre a parada cardíaca e, por extensão, a morte do tronco cerebral, tecnicamente o corpo se encontra sem vida, passando ao estado de cadaverização.

Não obstante, a desencarnação real, ou seja, a liberação dos vínculos obedece a fatores de natureza moral, relativos ao modo como cada qual se houve durante a jornada ora concluída.

Os sensualistas, todos quantos da vida somente coletaram benefícios e gozos, ou se permitiram apegos injustificáveis, ou mantiveram sentimentos perturbadores encontrarão grande dificuldade para se desimantarem dos despojos materiais.

Lutam com desesperação para revitalizar o corpo inanimado, movimentá-lo, comunicar-se por seu intermédio, experimentando inenarrável angústia ante a impossibilidade de consegui-lo.

Porque, desacostumados à reflexão e ao equilíbrio, enfurecem-se e, transtornados, mais aumentam a própria alucinação, que prolongam por largo período de sofrimento.

Pelo contrário, quem se acostumou à renúncia e à generosidade, à meditação e aos exercícios espirituais, facilmente se desencharca dos fluidos mais grosseiros, liberando-se com rapidez e adquirindo lucidez a respeito da ocorrência fatal e inevitável.

Nas mortes violentas, porque inesperadas, o choque, não raro, oblitera o raciocínio, exigindo cuidados especiais dos Missionários do bem, que não cessam de socorrer todos aqueles que se encontram em estado de sofrimento e de penúria.

Inversamente, nas enfermidades prolongadas, carpidas com humildade e coragem, nas quais as energias se vão consumindo, o desprendimento faz-se sucedido pela alegria do imediato recobrar da consciência e, com lucidez, o espírito reencontra os seres queridos que o vêm receber e saudar na aduana da Vida, em triunfo.

A contribuição dos afetos que permanecem no corpo pode tornar-se relevante ou não, assim como de alto significado.

Enquanto o desespero dos familiares, as blasfêmias e imprecações se transformam em petardos mentais que aturdem o desencarnado, os pensamentos de amor, de gratidão chegam-lhe como reconforto e ânimo, facilitando-lhe a compreensão do ocorrido e a alegria de se sentir amado, predispondo-o ao crescimento interior para prosseguir vinculado, auxiliando-se mutuamente.

Ao rememorar-lhe os momentos felizes e envolvê-lo nos tecidos suaves da saudade feita de ternura, alcançam-lhe os painéis agradáveis de lembranças enriquecedoras.

À medida que o corpo se transforma, esse Espírito tranqüilo o bendiz, facilmente adaptando-se ao Grande Lar.

Como medida terapêutica preventiva e eficaz para um despertar saudável além da morte, convém que se reservem momentos diários para pensar-se nela e na libertação dos resíduos orgânicos, ao tempo em que os hábitos mentais e morais construam uma existência digna, porquanto ser encerrada biologicamente essa etapa, ela irradiará as suas vibrações que atarão o Espírito aos seus despojos ou se transformarão em asas, que o alçarão aos altiplanos felizes onde habitará a partir de então.

Psicografia de Divaldo P. Franco - Fonte de Luz


Achei este tema importante e esclarecedor. Gostaria que fosse lido com atenção e intenção de apreender as verdades nele contidas. Qualquer difculdade em qualquer passagem pode se transformar em matéria pendente para explicações. Não que me ponha na posição de elucidadora de textos, mas proponho-me a fazermos juntos as considerações em torno da dúvida até chegarmos a uma concordância. Não sou perita em assuntos espirituais. Este blog é um ponto de encontro para estudo. Além disso, sempre há nos rondando, um companheiro mais esclarecido nos assuntos aqui abordados ou alguma autoridade mesmo na doutrina que nos auxilie a interpretar seus preceitos .

A ordem é ler e estudar para crescer com mais facilidade.


Para encerrar o encontro de hoje, vamos à poesia? É sempre um alento, uma fonte de repouso espiritual.
E se assim é, quem sabe uma concessão para um Instante de Saudade?

A MEU IDO AMOR

Eu sabia da grandeza
que sua alma guardava.
Ah!... não percebia tudo
que sua alma calava.

Doces anos fecundaram
o lar que desabrochou .
em risos e gorgolejos
e em faina se tornou.

Houve riscos e tristezas,
risos, prazeres, saudades,
tempo suficiente e calma

de articular as certezas.
de desvelar as verdades
que ele calava na alma

12 de maio de 2006
Rio de Janeiro

4 comentários:

Anônimo disse...

Adorei teu post, querida amiga, palavras que alimentam nossa alma. Lindo poema ao teu amor, que infelizmente já foi, mas com certeza continua no teu coração. Te adoro, querida amiga. Que a luz continue sempre te abençoando. Beijos da amiga do sul de Minas.

Anônimo disse...

Obrigada, Anne, obrigada por sua amizade, por sua compreensão e zelo, por nossas afinidades.
Estava preocupada com sua ausência e já ia escrever-lhe; tive, porém, uma semana apertada, cheia de pequenos compromissos.
No fim da semana, fui a Búzioz levando as cinzas do Téo para o mar de Geribá, ao mesmo ponto em que deixei as de meu filho Estêvão, morto em acidente, há dois anos e nove meses.
Depois lhe conto como me senti apaziguada com essa tarefa.

Luzes para você também, querida amiga do sul de Minas, e beijos agradecidos, muitos beijos.

Anônimo disse...

A escolha da mensagem não poderia ser melhor. Linda, significativa, instrutiva. Vá em frente.
A poesia (já minha conhecida)traduz o sentimento agasalhado num peito sofrido.
Beijos da besta quadrado do seu irmão.

Anônimo disse...

Se vc, meu querido besta quadrada, me desse a alegria de encontrá-lo sempre aqui, dando seus palpites, corrigindo-me as falhas, ajudando-me a amparar alguém que tire dessas leituras algum esclarecimento ou extraia delas algum alívio, ah!... eu seria a aspirante a espírita mais ditosa do mundo.
Um beijão bem quadrado para dar na fôrma, visse?