sábado, julho 26, 2003

Voltando ao nosso exercício de comunicação. acabei de ler um trechinho tão bonito que me emocionou, do livro intitulado Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Marck Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff. Curtinha, diz tanto, a história chamada

A BONECA QUEBRADA
Dan Clarck

Eis como uma amiga me contou a história passada com sua filha.

Preocupada com sua demora em chegar da escola, eu estava aborrecida quando ela finalmente apareceu. Com a voz zangada, pedi que explicasse a razão do atraso.
Ela disse:´Mamãe, eu estava vindo a pé com Julie quando, no meio do caminho, ela deixou cair a boneca, que se partiu em mil pedaços.´
´Ah, meu bem´, respondi,´você se atrasou porque foi ajudar Julie a tentar colar os pedaços da boneca.´
Com sua vozinha inocente, minha filha disse: ´Não, mamãe, eu não sabia como consertar a boneca. Só fiquei lá para ajudar Julie a chorar.´


Às vezes, a criança nos pega de surpresa - um procedimento adulto na atitude inocente de uma menina.
Não pode haver forma mais perfeita de ajuda que um gesto espontâneo como este. É este espírito de solidariedade que está faltando à humanidade. Se pensar assim, agir assim, doar-se assim fosse uma constante, um comportamento natural. a humanidade estaria noutro estágio e a Terra já teria saído da condição de planeta de expiações e de provas.


eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee


Felinto também nos dá hoje sua sempre bem-vinda participação com o artigo:

A P A L A V R A

Felinto Elízio Duarte Campelo

´Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que ouvem´.

(Epístola de Paulo aos Efésios, 4 : 29)

A possibilidade de comunicação pela palavra articulada é uma dádiva divina ao homem para que se estabeleça o entendimento universal, haja a confraternização entre os povos e, com a troca de conhecimentos, ele cresça em sabedoria.
Ocorre que, infelizmente, essa prerrogativa nem sempre é compreendida e bem empregada. O ´verbo´ que deveria ser utilizado para informar, esclarecer, ajudar, orientar, consolar, congregar tem servido muitas vezes como agente de desagregação, de desconforto, de desnorteamento, de embaraço, de enleio, de ocultação, ou mesmo como instrumento de ferir, de injuriar, de caluniar, de difamar.
A palavra mal conduzida propicia a discórdia, pode induzir ao crime, provocar o suicídio e outros tantos malefícios que atormentam a humanidade.
O ensinamento do Apóstolo Paulo aos Efésios é claro, preciso, insofismável. O Dom da palavra exige respeito, pois nos foi dado por Deus e o seu uso deve ser restrito às ocasiões em que possa servir como edificação de quem fala e de quem ouve.


eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee


Vocês me deixam acalmar o espírito liberando, através da memória, as saudades que estou sentindo de meu pai, falecido há longos 22anos? Necessário dizer que foi de um homem simples, puro como poucos conseguem ser, que viveu em estado de graça, dedicado à família, à doutrina espírita e ao amor fraterno que sempre soube dividir com os que o rodeavam. Vou me sentir melhor, depois disso.


A MEU PAI


Simples, mas requintado,
talentoso, multifacetado,
perfeccionista, um tanto ´machista´
- não ao pé da letra, o modelo protetor, reverente ?
há tanto tempo ausente!
Faça-me uma concessão:
apareça, desça p´ra ver-me,
a saudade, de tão antiga,
lacra-me o peito, não cabe mais em mim.
Lembra? Nossa cumplicidade em família:
- ´você´ em vez de ´senhor´ ?
à época em que a gente miúda
beijava a mão dos mais velhos
pela bênção de cada dia.
Lembra nossos duetos à janela?
Seu assovio belo, mavioso
que eu tentava a todo custo imitar,
nossos improvisos sob a luz das estrelas
- sonhos embalados, inviáveis quase sempre,
mas fantasiados com louca liberdade ?

-Onde está você, papai?

Como se eu não pudesse avaliar!

Em ação, com certeza,
como membro de missões espirituais,
recebendo e orientando os que chegam
ao outro lado da vida
com o empenho e dedicação que punha
em tudo que fazia aqui, na Terra.
Não, pai, não desça, já não me queixo,
não deve demorar tanto o tempo de reencontrá-lo
- A vida é um cometa -
Será um momento sublime,
de incontrolável emoção,
como o que o deixou mudo
quando, ao casar-me, nos separamos
- demonstração de amor e apego
que guardo carinhosamente no coração ?
Fique em paz, meu velho amado,
começo a preparar-me para a etapa final
Mais alguns anos e comemoraremos
nosso reencontro na verdadeira pátria
- a pátria espiritual ?
1998
Rio














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