terça-feira, fevereiro 18, 2003



Uma visita rápida com o intuito de não fazer um intervalo muito longo.O tempo disponível é pequeno, mas o desejo de estar conversando sempre com vocês é maior. Vamos, então a um "dedinho de prosa".
Nas questões aventadas no Livro dos Espíritos, escolhi a de nº 320 que transcrevo aqui :
"Sensibiliza os espíritos o lembrarem-se deles os que lhes foram caros na Terra?"
A resposta é a esperada. Muito mais do que qualquer um pode supor, os espíritos se beneficiam, seja qual for o seu estado. Se estão felizes, o fato lhes aumenta o bem-estar; se estão em sofrimento, serve-lhes de consolo e alívio.
Hoje, eu amanheci tomada de vago sentimento de inquietação e, em pouco, percebi que se tratava da falta que alguém me estava fazendo. Era saudade mesmo, saudade que de vez em quando me visita e que não me deixa abatida; pelo contrário, me confere uma energia boa e me transmite muita paz. Acho que é a resposta evoluída do espírito de Dadá que canta comigo as canções que me fazia decorar, os versos que me fazia recitar....Chego a sentir a leveza de suas mãos a me enrolar os cabelos em cachos, a escolher a roupa mais bonita pra eu me sentir bonita ao declamar.
Dadá, você é inesquecível e eu a pus nuns versos que me saíram num dia como o de hoje, de muitas saudades. Vou repeti-los aqui:


SAUDADE

de seu jeito escondido de ser,
de sua humildade altiva,
de sua grandeza disfarçada,
de sua mania de doar-se,
de jamais pensar em si mesma,
de viver a vida de cada um
a desfazer-se em atenções,
preocupações, cuidados.
Saudade
de suas emulações para que
recitássemos, cantássemos,
parecêssemos sempre gentis
e nos distinguíssemos
nas brincadeiras, no palco,
nos concursos escolares.
Você me fazia sentir a sua preferida
Hoje sei que eram equivalentes
os quinhões de amor
destinados a cada irmão.
Um dia você testemunhou
o segundo dos casamentos
com que vivia a sonhar.
Casei e voei pra longe de você.
O tempo passou célere
causando-nos os previsíveis desgastes
até um dia trazê-la de volta a mim
com a diligência de sempre
com a solicitude de sempre
com o amor de sempre,
mas com uma inquietude fluida no olhar
uma sutil insegurança nos gestos
como a pressentir
que o circuito de seu tempo
estava prestes a fechar-se.
De suas mãos de artista
brotavam flores, arranjos
accessórios, peças de artesanato.
Sábia contrapartida aos tempos adversos
-- como fora sempre a sua marca –
Saudade, Dadá,
de suas iluminadas lições
de sabedoria, de vida.
Saudade, Dadá, de você !
SAUDADE...
(Rio / 1998)

Não é bom ter com quem conversar? Sirvam-se dos "comente" também com essa finalidade .Quem for do tipo mais reservado, fale só a mim, use o e-mail . E estaremos encontrando palavras de ânimo uns para os outros sempre, como manda a doutrina que nos guia.
Até breve.










Nenhum comentário: