sábado, janeiro 25, 2003

Que poderemos dizer sobre o idoso no seio da família, como ele se situa, qual o seu significado dentro do núcleo familiar?
O idoso que sabe envelhecer mantém na família o lugar de membro ativo, participante dos atos normais do grupo (dentro dos limites de sua capacidade física, é claro), dos eventos sociais e dos problemas que surgem. O idoso consciente não pára, não fica ocioso, remoendo episódios passados, vivendo da memória remota, à espera de que a morte venha colhê-lo.
Pelas experiências vivenciadas, pelo que já deram de si, pela capacidade de doação que ainda possuem, os velhos devem ser tratados amorosa e respeitosamente e nunca como peças obsoletas, sem valor.
Infelizmente, na sociedade de hoje, em que se cultiva o mito da juventude, muitos cometem o erro de marginalizar os velhos, como incômodos seres improdutivos, chegando, em certos casos, a submetê-los a morar em asilos ou em quartinhos de fundo, descartando-os como um produto perecível qualquer.
Há, entretanto, muito o que se aprender com os idosos, na sabedoria que flui da experiência que entende a vida, não como um problema a ser resolvido pelo computador, mas como um mistério a ser descoberto e partilhado na graticidade do amor de cada dia.
Este é o segredo de envelhecer de uma forma graciosa, elegante e digna, acrescentando mais qualidade e vida aos anos.
Numa família de estrutura rígida, à medida que os pais vão envelhecendo, problemas de relacionamento vão surgindo, pois eles têm dificuldade de aceitar as mudanças comportamentais da juventude; e, se há avós presentes, tais choques podem ser mais acentuados.
Já numa família de estrutura flexível, a situação se desenvolve mais harmoniosamente, uma vez que filhos e avós (se presentes) se entrosam com mais facilidade. De qualquer maneira, há que se levar em conta outros fatores - pessoais, emocionais, e espirituais -
as afinidades ou não de vidas pretéritas que influem sobremaneira no contexto familiar.
O envelhecimento humano não é um processo patológico, mas dinâmico, progressivo, quando ocorrem modificações morfológicas, fisiológicas e psicológicas em conseqüência da ação do tempo. Há uma progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente. O organismo vai-se tornando mais vulnerável, aumenta a incidência de doenças e a probabilidade do desencarne.
É importante haver um preparo para o envelhecimento quanto ao aspecto físico, ao psíquico, ao social e, especialmente, ao espiritual. A crença religiosa desenvolvida ao longo da vida ajuda muito a compreensão e aceitação da velhice e da esperança no futuro espiritual.
Muito importante também é incutir nas crianças o respeito e a aceitação dos idosos.
Para finalizar, é necessário que o idoso receba ajuda da família e da sociedade no sentido de saber envelhecer, de aceitar-se e sentir-se aceito pela sociedade, tendo papéis a desempenhar e obrigações sociais a cumprir.

Texto produzido em cima de um estudo de Marisa Campello Moeda, membro do Núcleo de Estudos Espíritas André Luiz, Ma / Al


De "As dores da alma" por Francisco do Espírito Santo Neto / Hammed :

"O envelhecimento não é uma perda para aqueles que mantêm uma vida extremamente ativa, para os que continuam combatendo o confinamento de seu mundo íntimo. Não confundamos, no entanto, idosos que se confinam interiormente - por abstração e alheamento dos acontecimentos habituais - com aqueles que fazem o exercício da introspecção e da contemplação, técnicas altamente positivas."


Até a próxima vez.Um bom domingo para todos.



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