sexta-feira, novembro 16, 2007

Da Verdade


Espíritas em busca de conhecimento da doutrina, está aqui um belo e instrutivo artigo da iluminada amiga que trago sempre a esta página.
Que seus corações se abram a estas cristalinas verdades.
A VERDADE NOS LIBERTARÁ: CERTEZA DE JESUS

Leda Maria Flaborea

“Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus ministros se empenhariam em não me entregarem aos judeus. Mas agora meu reino não é daqui.”– Jesus (João,18:36). Estas foram as palavras de Jesus a Poncio Pilatos quando este perguntou ao Mestre se Ele era rei.

Jesus fala nesta passagem do Reino de Deus e, a fim de entendermos a essência desse ensinamento, procuremos compreender o que esta expressão significa: tomemos a expressão Reino de Deus como sinônimo de felicidade plena (conceito espiritual), e felicidade como sendo igual à ausência de problemas (conceito humano).

Todos nós imaginamos que uma vida feliz é uma vida sem dificuldades, sem sustos ou medos. Enfim, uma vida sem preocupações. E isso é tão verdadeiro que costumamos dizer que nossa vida, quando não existem tropeços, é um céu ou um mar de rosas. Por causa desse conceito de felicidade, muitos trabalhadores da seara de Jesus, enganados por ilusões transitórias, afastam-se da vida do mundo passando a viver uma existência contemplativa, esquecendo-se que Jesus fez essa afirmação, mas não se afastou do planeta. Levou até o final a sua missão.

Isto nos faz perceber, claramente, que a vida terrena é de fato cercada de dificuldades e só terá sentido vivê-la se nos conscientizarmos disso. Então, vida planetária e dificuldades caminham juntas. Se assim não fosse, Jesus teria afastado de si todos os obstáculos para que Ele mesmo não sofresse o que sofreu.

Existem, ainda, outros companheiros que acreditam ser a vida na Terra um mar de sofrimentos, e que só serão felizes quando passarem a viver no plano espiritual. Costumam dizer: “Aí sim, vou descansar.” Entretanto, por tudo que aprendemos através de leituras, de palestras ou de cursos, enfim das mais diferentes formas de comunicação, que a vida espiritual não é um rio de mel onde permanecemos em ociosidade, no gozo das benesses divinas, simplesmente pelo fato de não estarmos mais no plano físico. Muito pelo contrário, temos conhecimentos suficientes para saber que seremos lá o que aqui formos e que as benesses divinas virão de acordo com nosso merecimento.

Parece-nos, então, que o nosso conceito de felicidade está errado ou, pelo menos, não estamos entendendo o significado das afirmações de Jesus.

Vamos agora prestar um pouco de atenção à segunda parte da frase: “mas agora meu reino não é daqui”.

Podemos perceber que em momento algum Jesus disse que seu reino não seria na Terra. Ele afirma que, naquele momento pelo qual o planeta passava, seu reino não estava estabelecido. Entretanto, a confiança Dele de que em algum momento isso efetivamente aconteceria, não deixa margem de dúvida ao usar a palavra “agora”. Ele confia nessa mudança através da transformação do Homem, e tanto isso é verdadeiro que permanece nos amparando, curando nossas feridas morais, lembrando-nos que os problemas humanos no planeta são transitórios, apesar das enormes dificuldades que atravessamos.

Isto nos faz entender que a presença do Reino de Deus em nossa vida está ligada à proposta de mudança do nosso ponto de vista em relação à verdadeira realidade, e não à que supostamente imaginamos seja ela. E como poderemos realizá-la?

Podemos, primeiramente, estabelecer o que realmente necessitamos e não o que imaginamos necessitar para sermos felizes. Depois, com base nisso, determinar o que é possível fazer para que essa conquista aconteça - nossos limites e não nossas ilusões deverão nortear essas ações. É necessário não nos esquecermos de que tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém e que é importante conhecermos tudo, mas retermos apenas o bem, conforme nos lembra o Apóstolo Paulo.

Essas atitudes mentais modificantes nos levarão, certamente, a iniciar um maior conhecimento de nós próprios, ou seja, conhecermos a verdade sobre nós. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma postura mental difícil de ser mantida, mas não impossível de se conquistar. Necessitamos para isso de vontade firme e sensibilidade para perceber que a hora da mudança chegou. E, somando-se a isso, não ter medo de fazer o que deve e precisa ser feito.

Estamos cansados de sofrer, de sentir medo, de viver aflitos e, às vezes, desesperançados. É necessário iniciarmos a viagem para dentro de nós mesmos, a fim de que possamos aprender a nos conhecer e, nos conhecendo, aprendermos a nos amar.

Queremos sempre saber o que o outro sente, como pensa e tememos encarar nossos verdadeiros sentimentos, nossos medos, nossos desejos. Passamos grande parte da nossa existência nos culpando por muitas coisas, punindo nosso corpo, tornando-nos infelizes. Por isso Jesus nos disse que conheceríamos a Verdade e que ela nos libertaria. Conheceríamos a verdade sobre nós mesmos e que esse conhecimento nos libertaria das culpas, dos medos, das angústias. Porque quanto mais nos conhecermos mais nos amaremos e, conseqüentemente, também amaremos o nosso próximo e a Deus.

O “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” exige de cada um de nós um caminho inverso a ser seguido – de nós para Deus - para atingirmos a felicidade plena e instalar para sempre o Reino de Deus em nossos corações.

O que isso significa? Significa que essa conscientização surgirá quando aprendermos a utilizar as informações recebidas como instrumentos para nossa iluminação.

O Reino de Deus ao qual Jesus se refere como não sendo deste mundo de ilusões materiais, de necessidades vãs, onde o egoísmo e o orgulho têm morada fixa, pertence a todos aqueles que já praticam Seus ensinamentos, que não têm medo de se manterem firmes nessa escolha, concretizando caminhos novos, sonhando sonhos possíveis e tornando-os realidade. O Reino de Deus pertence, sim, a todos aqueles que aceitaram o convite de Jesus de irem até Ele para aliviar suas dores.



Bibliografia

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 2

F.C.Xavier/Emmanuel (Espírito) – Pão Nosso – lição 133
Caminho, Verdade e Vida – lição 85


Oliveira, Wanderley S. / Ermance Dufaux (Espírito) – Mereça Ser Feliz – Cap IV
Ed. INEDE – 2a. ed., 2003
Que a humanidade encontre o caminho da verdade.

sexta-feira, novembro 02, 2007

A eficácia da prece depende da vontade de nos melhorarmos

Vejam só como vem a calhar este texto como advertência mais que oportuna para quem quer se posicionar diante da fé em Cristo.

A EFICÁCIA DA PRECE DEPENDE DA VONTADE DE NOS MELHORARMOS

LEDA MARIA FLABOREA E ADONIS SORAGGI

Será certo pedir tanto? Perguntamos tantas vezes... Mas, se necessitamos da misericórdia divina para continuarmos a ter coragem nas lutas diárias, por que não podemos pedir? O problema está no quê pedir e no como fazê-lo. Imaginar que a prece com muitas palavras, colocadas em determinada ordem, muito elaborada e sem ser clara e concisa, que se prenda mais à forma que à essência e que necessite de um lugar especial para que atinja seu objetivo, seja mais agradável a Deus, é prender-se a um deus que privilegia, que escolhe e não percebe o eco que essa prece faz no coração de quem pede.
E é justamente por tudo saber que Ele não deixa sem resposta os nossos apelos. Nossa dificuldade reside em não entendermos de que maneira esses nossos pedidos são atendidos, pois que esperamos sempre que nossos desejos sejam satisfeitos e as necessidades que acreditamos possuir, atendidas. Deus nos responde sempre com aquilo de que nós, realmente, necessitamos e não com o que supomos precisar.
Assim, quando oramos ao Pai ou aos bons Espíritos, é importante lembrar que a eficácia da prece depende de nossa real vontade de nos melhorarmos; que a oração é um ato de adoração e submissão a Deus e às Suas Leis, compreendendo Sua bondade; que ao pedirmos algo, que seja um pedido do necessário e não do supérfluo; que ao pedirmos por todos, encarnados e desencarnados, ou a favor de alguém em especial, que, esse ato seja um princípio de caridade, pois pedimos para o outro aquilo que desejaríamos para nós.
Das preces que fazemos, o Pai Nosso representa a oração-símbolo, porque contém todas as que conhecemos de cor e aquelas que nossa imaginação puder criar. É um roteiro completo de aperfeiçoamento por ter um caráter universal, uma vez que pode ser feita por todos aqueles que acreditam em Deus. É a prece que nos coloca, sem dúvida alguma, em harmonia com o Pai, quando encontra eco em nossos corações.
Por ser concisa e simples, é fácil entender que ela traz os nossos deveres para com Deus e com o próximo e, por essa razão, transforma-se em uma profissão de fé, em um ato de adoração e submissão ao Criador.
Quando dizemos “Pai Nosso que estais no céu”, - estabelecemos, em nós, a crença no poder e na bondade divinos, e o reconhecimento da solicitude paternal – exceto para os orgulhosos; entramos em conexão com Deus, reconhecendo-o como causa primária de todas as coisas, louvando-O e agradecendo-Lhe com humildade.
Ao pedirmos que “venha a nós o vosso reino, assim na Terra como no céu”, estamos rogando que a felicidade prometida por Jesus chegue até nós, sem que nos esqueçamos, todavia, que só a alcançaremos, segundo nossa responsabilidade e méritos, conquistados nas lutas de cada dia.
Se cada um de nós fizer bom uso de seu livre-arbítrio, estabelecendo intimamente o compromisso de cumprir as Leis de Deus, estaremos participando da harmonia universal; colaborando para que o Bem reine soberano sobre o planeta. A vontade do Pai vem sempre carregada de sabedoria, misericórdia e bondade e, se a compreendermos e aceitarmos, sem qualquer dúvida ou medos, ela se tornará, para nós, instrumento poderoso de progresso material e espiritual.
Tantas vezes rogamos ao Criador que o pão nosso de cada dia esteja em nossas mesas e em nossas almas... Entretanto, para que sejamos atendidos, necessitamos cumprir a Lei do Trabalho, seja na busca do pão material, seja na do pão espiritual.
Mão, pés, inteligência, vontade... Tudo isso são recursos que Ele colocou à nossa disposição para o cumprimento dessa lei. Se não os usamos adequadamente, também não podemos nos queixar das carências que hoje experimentamos. Mas, que nossa ambição, o descontentamento pelo que temos, a idéia de que Deus é injusto, porque dá ao outro que não merece – segundo nosso ponto de vista – tudo aquilo que deveria ser nosso, porque acreditamos merecer – também de acordo com nossa maneira de ver a vida – não nos faça sucumbir e atrasar nosso progresso.
E sucumbimos sim, muitas vezes, mas a bondade do Pai é tão grande que nos dá sempre novas oportunidades. Perdoa as nossas dívidas, porque cada falta é uma dívida, para que entendamos a necessidade que temos, também, de perdoar aqueles que estão em débito para conosco.
Quantas vezes rogamos a caridade de Deus para com nossos erros e não conseguimos ser caridosos e nem misericordiosos com as faltas alheias... Entretanto, são essas dificuldades que nos fortalecem e promovem nosso progresso. E com que finalidade Deus permitiria a existência desses obstáculos em nosso dia a dia? O objetivo é o entendimento de que se O aceitamos como justo, essas aflições também devem ser justas. Por isso, é importante aprendermos a perdoar, mesmo que tenhamos muitas dificuldades no início, porque o perdão é a essência da caridade. É ele que nos liberta das faltas que cometemos. É ele que nos fortalece, evitando que sejamos alvos das más influências.
É através do perdão, da indulgência para com os erros dos outros que somos assistidos para não cairmos em tentação e protegidos do mal.
Nossas imperfeições e fraquezas são caminhos abertos às más influências. Elas atrasam nosso progresso e nos levam a novas quedas. Assim, quando nos propomos, efetivamente, a superar essas imperfeições, com a ajuda de Deus e a nossa vigilância, também passamos a aceitar que as dificuldades fazem parte do nosso crescimento espiritual; que Deus nos provê daquilo que é melhor para nós e que somos tão imperfeitos quanto aquelas pessoas que nos acompanham na trajetória evolutiva, sejam elas parentes, amigos, companheiros de trabalho ou desconhecidos.
Pensando e agindo dessa forma, cumprimos o objetivo para o qual fomos criados: o de sermos felizes, estabelecendo, em nossos corações, definitivamente, o Reino de Deus.
E como termina a oração, que assim seja.

LEDA MARIA FLABOREA é pedagoga, expositora e articulista espírita, e-mail ledaflaborea@ig.com.br

Jornal dos Espíritos - o seu jornal espírita na internet


Façamos bom proveito desta excelente chamada de atenção.

terça-feira, outubro 16, 2007

Do Perdão das Ofensas

Maternidade em siena, ocre, marrom e turquesa Óleo sem tela colado em madeira
Carlos Araújo

DO PERDÃO DAS OFENSAS

Há uma forma de caridade muito penosa e, por isso mesmo, muito meritória que é a de perdoar àqueles que Deus colocou sobre o nosso caminho para serem instrumento dos nossos sofrimentos como também para pôr à prova a nossa paciência.
Entenda-se perdoar em toda a extensão do termo: perdoar a um estranho, a um colega, a um amigo, a um parente, até a um inimigo.

Lembremo-nos de que Jesus, ao ser consultado sobre quantas vezes devemos perdoar aos nossos inimigos, deu a seguinte resposta ao apóstolo Pedro:...” perdoarás ao teu irmão não sete vezes, mas setenta e sete vezes.”
“ ...perdoarás, mas sem limites; perdoarás cada ofensa, ainda que a ofensa te seja feita freqüentemente; ensinarás aos teus irmãos esse esquecimento de si mesmo que os torna invulneráveis contra o ataque, os maus procedimentos e as injúrias; serás brando e humilde de coração; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial faça por ti...”
Não esqueçamos, porém, que o perdão das ofensas deve ser uma palavra consciente, verdadeira, firme e que devemos procurar compensação no bem que podemos realizar.
O mais difícil, no entanto, é perdoar aos inimigos, tanto que São Paulo diz com muita coerência: Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio.
O verdadeiro perdão, o perdão cristão é o único que será contado, pois Deus não considera aparências e vai ao fundo de nosso pensamento.

Continuemos a refletir sobre o ato de perdoar, dentro de nossas limitações mentais, emocionais e morais.

Qnando pedimos desculpas por algum ato desairoso praticado contra alguém, isso significa que nos conscientizamos do prejuízo causado e pedimos a retirada de nossa culpa. Há, porém, os que agem assim com o fito de ter o campo livre pra outras agressões. Imaturos, habituam-se a esse tipo de procedimento e o perpetuam,
Em casos como esse, o pedido de desculpa não é conscientizado. E o ato de desculpar pode tornar-se uma constante acomodação em que se camufla o desrespeito ao outro.
Aí, entra o bom senso para a tomada de posição adequada. Não é saudável proceder desculpando os erros alheios quando essas emoções, represadas, podem vir a se manifestar de forma negativa. Cabe-nos aí uma atitude limitadora que nos preserve a dignidade pessoal : “ Amar-nos a nós mesmos para que possamos amar plenamente os outros”.

Este raciocínio nos leva à noção do autoperdão, “estado da alma que emerge de nossa intimidade, fazendo-nos aceitar tudo que somos sem nenhum prejulgamento”.

Partindo da idéia de que nossos defeitos são passíveis de correção, compreenderemos que, à medida que perdoamos nossos próprios desacertos, começamos a perdoar plenamente os erros alheios. Isto constitui a base da solidariedade humana.
“O autoperdão nos conduz à aceitação plena de nossas potencialidades ainda não desenvolvidas” e “... a uma compreensão maior de que as experiências evolutivas nada mais são do que a soma de acertos e de erros do passado e do presente”.

Razão para olharmos nossa tarefa aqui, na Terra, com mais segurança, com mais confiança, desde que cuidemos com máxima atenção de nossas atividades evolutivas, sem acomodações, com honestidade, empenho e determinação.


Livros consultados:

O Evangelho de Jesus segundo o Espiritismo, Allan Kardec (Capítulo X)
Os Prazeres da Alma, Francisco do Espírito Santos Neto pelo espírito Hammed (pags. 171 e 175)
Em seguida, o tema em questão tratado musicalmente, em vídeo do You Tube.

Perdão


Para complementar, esta música reveladora de nossas possibilidades de reavaliação

domingo, outubro 07, 2007

TEMAS PARA REFLEXÂO

Carlos Scliar

Trago-lhes hoje um breve tema para reflexão. Contribuição de um companheiro de fé que já tem marcado presença neste sítio. Leiamos, então, o texto intitulado


NEGAÇÃO E AFIRMAÇÃO

Felinto Elízio Duarte Campelo
“E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente”.(Mateus 26 : 75)
Somos ainda espíritos frágeis, imperfeitos e, apesar dos bons propósitos, falimos na hora de testemunhar nossa fé.
Quais novos Pedros, após cada fracasso, choramos desalentada e amargamente nossas quedas.
Convém, entretanto, refletir acerca da vida do grande apóstolo depois da triste ocorrência verificada na casa do sumo sacerdote Caifás.
Pedro não se quedou lamuriante como um vencido; reuniu forças, encarou o desafio e entregou-se de corpo e alma ao serviço do Mestre Jesus seguindo-lhe as pegadas, constituindo-se num verdadeiro baluarte na propagação do cristianismo.
Sigamos o exemplo do Apóstolo Pedro, transformando a NEGAÇÃO de hoje em valorosa e inolvidável AFIRMAÇÃO de veros discípulos do Cristo, encetando desde já a nossa caminhada ao encontro do Senhor, enfrentando com bravura todas as dificuldades que o mundo impõe, sustentados pela fé, protegidos pela vigilância, amparados pela oração como nos recomenda Jesus.



E tenho mais este belo presente: um texto psicografado pelo inesquecível Chico Xavier.

LUGAR PARA ELA

Todos nós precisamos da verdade, porque a verdade é a luz do espírito, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a fantasia é capaz de suscitar a loucura, sob o patrocínio da ilusão. Entretanto, é necessário que a caridade lhe comande as manifestações para que o esclarecimento não se torne fogo devorador nas plantações da esperança.

Todos nós precisamos da justiça, porque a justiça é a lei, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a iniqüidade é capaz de premiar o banditismo, em nome do poder. Entretanto, é necessário que a caridade lhe presida as manifestações para que o direito não se faça intolerância, impedindo a recuperação das vítimas do mal.

Todos nós precisamos da lógica, porque a lógica é a razão em si mesma, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a paixão é capaz de gerar o crime, à conta de sentimento. Entretanto, é necessário que a caridade lhe inspire as manifestações, para que o discernimento não se converta em vaidade, obstruindo os serviços da educação.

Todos nós precisamos da ordem, porque a ordem é a disciplina, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, o capricho é capaz de estabelecer a revolta destruidora, sob a capa dos bons intentos. Entretanto, é necessário que a caridade lhe oriente as manifestações para que o método não se transforme em orgulho, aniquilando as obras do bem.

Cultivemos a verdade, a justiça, a lógica e a ordem, buscando a caridade e reservando, em todos os nossos atos, um lugar para ela, porquanto a caridade é a força do amor e o amor é a única força com bastante autoridade para sustentar-nos a união fraternal, sob a raiz sublime da vida, que é Deus.

É por isso que Allan Kardec, cônscio de que restaurava o Evangelho do Cristo para todos os climas e culturas da Humanidade, inscreveu nos pórticos do Espiritismo a divisa inolvidável, destinada a quantos lhe abraçam as realizações e os princípios: Fora da caridade não há salvação.

(Estude e Viva
. - FEB - Francisco C. Xavier, Waldo Vieira. Pelos Espíritos: Emmanuel, André Luiz. Pág. 123/124)

Não há ponto final para o amor.
Amor é vida e a vida é eternidade. (Idem. Pág. 125)

sábado, setembro 29, 2007

Juventude e Esperança _ Écio Buck

E aí, gente? Vamos cantar, procurar a felicidade nas coisas simples , ter esperanças de um mundo melhor?
A juventude é uma força. Pra frente, então, com trabalho compartilhado, exercitando a caridade e o amor ao próximo.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Pacto com a Felicidade



Recebi de uma amiga este poema e achei que podia proporcionar a vocês o bem-estar que ele me passou:
Pacto com a Felicidade


De hoje em diante,
todos os dias ao acordar, direi:
Eu hoje vou ser feliz!

Vou agradecer ao sol
pelo seu calor e luminosidade.
Sentirei que estou vivendo, respirando.
A natureza me oferece toda a sua beleza
e seus recursos gratuitamente.

Não preciso comprar o canto dos pássaros,
nem o murmúrio das ondas do mar.
Sentirei a beleza das árvores, das flores.

Vou sorrir mais, sempre que puder.
Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades.

Não vou julgar os atos
dos meus semelhantes ou companheiros.
Vou aprimorar os meus.

Lembrarei de ligar para alguém
para dizer que estou com saudades!
Reservarei minutos de silêncio, para ter a oportunidade de ouvir.

Não vou lamentar nem amargar as injustiças.
Pensarei no que posso fazer para diminuir seus efeitos.

Terei sempre em mente, que os minutos e as horas,
não voltam mais.
Vou vivê-los com intensidade, focalizando o presente.

Não vou sofrer por antecipação, prevendo futuros incertos.
Nem com atraso, lembrando coisas
sobre as quais não tenho mais ação.

Não vou pensar no que não tenho e no que gostaria de ter,
mas em como posso ser feliz com o que possuo.
E o maior bem que possuo é a própria vida.

Vou me lembrar de ler uma poesia e de ouvir uma canção,
vou dedicá-las a alguém.
Vou fazer algo que faça alguém feliz
sem esperar nada em troca,
apenas pelo prazer de ver um sorriso.

Vou lembrar que em algum lugar
existe alguém que me quer bem.

Vou dedicar uns minutos de pensamento
para os que já se foram
para que saibam que serão sempre
uma doce lembrança até que venhamos
a nos encontrar outra vez.

Vou levar alegria a quem esteja precisando.

E, quando a noite chegar, vou olhar para o céu,
para as estrelas e para o luar,

agradecer aos Anjos e a Deus, porque

HOJE EU FUI FELIZ!


(Tahyane)

Nem vou dizer mais nada, não vou quebrar o encanto. Então, não dá uma sensação de leveza?

Que a paz de Deus permaneça com todos e infunda em todos os mais belos sentimentos.

sexta-feira, agosto 17, 2007

O Banquete dos Publicanos

Anita Malfati Vaso de flores
Que a paz de Jesus esteja em nossos corações. É um bom começo para mais um momento de reflexão sobre os ensinamentos do grande Mestre.
Assim, com grande satisfação, apresento hoje mais um artigo inspirado de nossa irmã Leda Flaborea sobre uma significativa passagem do Evangelho.
O BANQUETE DOS PUBLICANOS
Leda Maria Flaborea (ledaflaborea@uol.com.br)

Jesus penetrava com facilidade na problemática de cada ser, pois conhecia as causas que dificultam a existência terrena. Conseguia ver além do que a pessoa procurava mostrar, enxergando seus conflitos; conhecia a origem dos desequilíbrios emocionais, porque sabia que cada homem é a soma de múltiplas existências vividas.

Não ignorava que a causa dos acontecimentos, na vida física e social, está pautada nas escolhas que o homem fez e faz, em cada instante de sua vida. Jesus entendia que os humildes e conflituosos necessitavam dele muito mais que os poderosos que, por sua arrogância e empáfia, não necessitavam, como não necessitam, ainda hoje, do alimento espiritual que vinha nos trazer. Até porque, não entenderiam o significado de Suas mensagens, pois se movimentam num mundo de ilusões.

Na verdade, o Mestre agia como psicoterapeuta na preservação de doenças do corpo e da alma, ensinando ao homem a vivência da saúde integral, oferecendo, também, a cura com o objetivo de levar todos ao usufruto das bênçãos que estão ao alcance dos homens que as queiram vivenciar. A mensagem de Jesus dirigia-se, assim, como ainda hoje acontece, aos enfermos da alma cujos corpos, por conseqüência, permanecem doentes.

E o mais importante nos ensinamentos é que eles vieram curar a alma, de forma permanente, pois, ao praticá-los, superamos, eliminamos os elementos causadores dos distúrbios físicos, emocionais, psíquicos e morais que nos assombram a existência. Passamos, assim, de pacientes a médicos de nós mesmos na cura definitiva de nossas mazelas, provocadas pela preguiça, ociosidade, maledicência, queixumes constantes, crueldade, prepotência e tantas outras imperfeições e viciações que alimentamos e reforçamos durante nossa vida planetária. “Trazendo a toda Humanidade a proposta psicoterapêutica preventiva, através da qual seria possível a vivência da saúde integral, oferecia também a curadora, de modo que todos pudessem desfrutar das bênçãos que estão ao alcance de quem as queira vivenciar”. 5

Jesus nunca usou de hipocrisia ou de atitudes de medo e, por isso, nos convidou a não retermos a luz do esclarecimento somente para nós. Proclamou a necessidade de sermos sinceros e autênticos mediante uma proposta de escolha moral, convidando-nos, através dessas balizas, a uma postura sem subterfúgios, diante das quais a coragem da fé se torna patente porque temos segurança dos objetivos a serem alcançados. Passamos a agir sem titubeios, sem incertezas, atitudes tão comuns nas atividades imediatistas de consumo, não importando época e local em que se viva.

A passagem evangélica que serve de reflexão para nós, na qual Jesus se reúne aos publicanos - homens que coletavam os impostos e que eram considerados pecadores pelos sacerdotes - para um banquete, mostra-nos o Mestre preocupado em abraçar a todos aqueles que necessitavam de auxílio.

De forma elucidativa, Emmanuel coloca a importância desse banquete com os publicanos, lembrando que esse fato não foi percebido em toda sua significação, de maneira geral, pela comunidade cristã em seus diversos setores. Diz-nos o respeitável orientador espiritual que a última ceia com os discípulos íntimos revestiu-se de singular importância, por ter sido um momento de despedida afetuosa dos amigos de apostolado e de sublimes lições. Entretanto, “é necessário recordar que o Mestre atendia a esse círculo em derradeiro lugar, porquanto já se havia banqueteado carinhosamente com os publicanos e pecadores. Partilhava a ceia com os discípulos, num dia de alta vibração religiosa, mas comungara o júbilo daqueles que viviam a distância da fé, reunindo-os, generoso, e conferindo-lhes os mesmos bens nascidos de seu amor”.²

Por isso, quando os grandes, aqueles que se achavam isentos de pecados, como eles próprios afirmavam, perguntaram aos discípulos por que Jesus comia com os pecadores, o Divino Amigo respondeu que “os sãos não precisam de médicos”4, confirmando, com isso, a condição de médico das almas.


Bibliografia:

1 – KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XXIV, item 11.

2 – EMMANUEL (Espírito). Caminho Verdade e Vida, [psicografado por Francisco Candido Xavier]. 17. ed., Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro/RJ; 1997, lição 137

3 - _______________Fonte Viva, [psicografado por Francisco Candido Xavier]. 16. ed., Federação Espírita Brasileira; Rio de Janeiro/RJ.1988- lição 28.

4 – MATEUS, 9: 10-12.

5 – JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito). Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda. [psicografado por Divaldo Pereira Franco], 1. ed., LEAL, Salvador/BA. p. 202.
Feita a leitura do texto, cada um medite sobre o assunto, faça perguntas de esclarecimento, comente a matéria com toda a liberdade (para esta finalidade, contamos com o sistema de comentários inserido no blog).
Antes disto, porém, vamos a uma horinha de recreio, ouvindo esta música tão lindinha interpretada pela bela Marielza Tiscate, via YouTube.

Marielza Tiscate

Um momento sonoro para a completa fruição deste nosso encontro de hoje

quarta-feira, julho 18, 2007

ENRICO BIANCO NATUREZA MORTA

Muitas vidas perderam-se ontem, no acidente aéreo, em Congonhas, São Paulo.
Isto mal saíamos do choque com o terremoto no Japão.

É importante que nos unamos para uma prece direcionada aos que desencarnaram, aos que ficaram vivos em sofrimento e aos parentes e amigos que os esperavam e sofrem com o horror da situação inesperada.

Façamos a prece:

Espíritos bem amados, anjos guardiães, vós a quem Deus, em sua infinita misericórdia, permite velar pelos homens, sede protetores das vítimas dos acidentes havidos nesses ultimos dias.

Dai-lhes força, coragem e resignação; inspirai-lhes tudo o que é bom e detende-os na inclinação do mal; que vossa doce influência penetre suas almas de modo a se sentirem amparados. Aos que desencarnaram que sejam recolhidos pelos socorristas e que recebam em tempo o atendimento e a proteção necessária. Conheceis a necessidade de cada um. Que elas sejam satisfeitas segundo a vontade de Deus.
***
Deixo-lhes hoje um bom texto para reflexão:
PETIÇÃO E RESPOSTA
Do livro Rumo Certo
(Emmanuel & Francisco Cândido Xavier)

Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado.
Buscando as concessões do Céu, desistamos de lhes opor a barreira dos nossos caprichos próprios.

Suplicamos no mundo: Senhor, dá-nos a paz.
Se persistimos, no entanto, a remoer conflito e ressentimento, cozinhando mágoas e esquentando desarmonia, decerto que a tranqüilidade só encontrará caminho para morar conosco, quando tivermos esquecido as farpas da dissensão.
Imploramos: Senhor, dá-nos saúde.
Se continuarmos, porém, acalentando sintomas e solenizando quadros mentais enfermiços, é indispensável que o remédio só terá eficácia, em nosso auxílio, quando estivermos decididos a liquidar com as idéias de lamentação e doença.
Pedimos: Senhor, dá-nos prosperidade.
Mas se teimamos em dilapidar o tempo, reclamando contra o destino e hospedando chorosas rebeldias, é forçoso reconhecer que só adquiriremos progresso e reconforto, quando largarmos queixa e azedume, concentrando esforço em melhoria e trabalho.
Rogamos: Senhor, dá-nos compreensão.
Se prosseguirmos, entretanto, censurando e criticando os outros, a descortinar faltas alheias, sem cogitar das próprias deficiências, é óbvio que só atingiremos a luz e a segurança do entendimento, quando nos voltarmos sinceramente para dentro de nós mesmos, verificando que somos tão humanos e tão falíveis quanto aqueles irmãos dos quais nos julgávamos muito acima.
***
Vamos, pois, meditar, fazer nossos pedidos com coerência e tentar agir como verdadeiros cristãos.

domingo, julho 08, 2007

sexta-feira, julho 06, 2007

Dois Temas Oportunos

Entro aqui, hoje, com uma excelente notícia:

A União das Sociedades Espíritas de São Paulo – USE (SP) realiza o 13º Congresso Estadual de Espiritismo entre os próximos dias 6 e 9 de julho de 2007, no Espaço Prisma Eventos/ UnG – Campus Dutra. O tema central será “Espiritismo 150 anos – unir para difundir”. Divaldo Pereira Franco fará a abertura oficial do congresso, hoje, sexta-feira, 6 de julho, às 20h. Informações e inscrições por e-mail: lggouveia@yahoo.com.


Além disso, ofereço meu espaço aqui a dois excelentes colaboradores do JORNAL DOS ESPÍRITOS - Leda Flaborea e Felinto Elizio Duarte Campelo que nos brindam com artigos interessantes sobre temas vitais para a compreensão da doutrina.


Reencarnar é VIVER

A ressurreição de Lázaro simboliza a reencarnação

Leda Flaborea

A volta de Lázaro à vida sob o comando de Jesus é uma das passagens mais conhecidas no Evangelho (João, 11: 1-46), e quem a conhece sabe que ela se apresenta em três fases distintas. Senão, vejamos:
Na primeira fase, temos o Mestre pedindo àqueles que o acompanhavam que retirassem a pesada pedra que tapava a cripta onde Lázaro estava sepultado. Na segunda, encontramos Jesus ordenando ao próprio Lázaro que acordasse e saísse. E, na terceira, que ele fosse desatado dos panos que cobriam seu corpo, costume praticado na época, e que fosse libertado. Em se tratando de Jesus não nos surpreende tal feito. Entretanto, precisamos ir um pouco mais além. O que, na verdade, representa Lázaro para nós cristãos e, sobretudo, para nós espíritas?
No nosso entender, à luz da Doutrina Espírita, a passagem evangélica conhecida como a ressurreição de Lázaro, pode representar a reencarnação – temos a chance de voltar em novo corpo para novas experiências planetárias – ou o recomeço, como uma oportunidade de nos libertarmos das angústias, remorsos, medos, imperfeições e viciações de toda ordem e quilate que permeiam nossa existência, ainda hoje. Tudo isso representa, afinal, os panos que nos cobrem os olhos e que não nos permite ver além da vida material. Cada um de nós já experimentou o sentimento de culpa – ainda hoje agasalhamos muitos -, seguido pelo arrependimento, remorso e o retorno ao caminho do bem. E, justamente, por já havermos vivido tal situação, entendemos o que significa recomeçar. Assim, quando Jesus trouxe Lázaro à vida, não lhe devolveu apenas o corpo perecível, mas libertou-o, também, dos seus enganos pretéritos a fim de que pudesse atender às novas experiências que teria, a partir daquele momento. Ao dizer “desatai-o e deixai-o ir” Ele o estava libertando de si mesmo, de suas culpas, para a nova vida. Lázaro, beneficiado com a moratória dos débitos acumulados em tempos passados, estava agora livre. Isso não é o processo reencarnatório? Isso não é recomeçar? Acreditamos que sim.
Somos, ainda, Lázaros nesta existência porque:
Primeiro - ainda nos conservamos presos a lembranças de culpas, inconscientes ou não, remotas ou não, que nos mantêm atados a situações que muitas vezes nada mais têm a ver com o que vivemos atualmente.
Segundo – cristalizamos em nossas mentes pessoas que em algum momento destruíram nossos sonhos e nossos ideais, que zombaram de nossas esperanças, que nos levaram à desilusão e ao abandono.
Quando permanecemos nesse estado mental, assemelhamo-nos a mortos – como Lázaro – na gruta de nossas recordações agoniadas que nos envenenam o corpo e o Espírito. E essa gruta representa, certamente, o orgulho, o egoísmo, os ressentimentos e mágoas que nos mantêm presos a velhas ilusões, que não morrem dentro de nós porque não permitimos que isso aconteça. Todas as vezes que nos lembramos, reavivamos antigas feridas. Nós as alimentamos, tornando-as nossas inimigas ferrenhas e inimigas que não nos dão tréguas. É preciso nos livrarmos delas! Emmanuel nos adverte que apenas esse gesto não é suficiente para nossa evolução. Necessitamos caminhar um pouco mais, irmos além. De que modo podemos fazer isso? Nos diz o Instrutor Espiritual que é preciso auxiliar essas criaturas para que elas também se soltem dos grilhões que as prendem às suas próprias culpas e remorsos. O caminho proposto por ele é o de não condená-las, não azedar seus sentimentos com cobranças e lembranças e o de libertá-las, através da caridade do perdão e do esquecimento. Ao agirmos assim estaremos permitindo a nós mesmos a possibilidade de um recomeço mais luminoso e feliz. Dessa forma, quanto mais rapidamente as libertarmos, mais rapidamente elas regressam ao caminho do bem e nós à independência. Retornemos à passagem evangélica: a pedra que nos impedia de sair para a luz, já foi retirada por amigos encarnados e desencarnados – hoje possuímos mais entendimento que ontem. Todavia, para acordarmos e sairmos da cripta na qual nos enclausuramos, muitos de nós ainda necessitam da ordem de Jesus no íntimo de nossas consciências para dar esse passo. Mas, isto não basta. Precisamos, agora, caminhar despertos e esclarecidos em direção ao amor do Pai, e para que isso aconteça o Mestre aguarda de cada um de nós a fidelidade aos seus ensinamentos, a renúncia definitiva às ilusões terrenas e a firme vontade na realização desse empreendimento evolutivo. Sem vontade firme e coragem de nossa parte para fazer o que deve ser feito, o convite de Jesus para que acordemos não se concretizará. Somos senhores do nosso destino e herdeiros de nossas escolhas.

Bibliografia
Xavier F.C./ Emmanuel – Palavras de Vida Eterna – lição 75
Xavier F.C./ Emmanuel - Caminho, verdade e Vida – lição 112
Peralva, Martins – Estudando o Evangelho – capítulo 43 – FEB Ed. – 6ª ed.

LEDA MARIA FLABOREA é pedagoga, expositora e articulista espírita, e-mail ledaflaborea@ig.com.br




Não à vingança

Felinto Elízio Duarte Campelo

“Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará”. (Provérbios 20:20)

A vingança é atitude característica das criaturas desconhecedoras da lei de causa e efeito, da suprema justiça divina que rege as relações entre os seres encarnados e desencarnados.
Superar-se nos momentos difíceis das provações, relevando ofensas recebidas, não revidando agressões sofridas, ignorando insultos e impropérios com paciência e com humildade, confiando-se à proteção de Deus, é próprio daqueles que batalham para romper os grilhões que os prendem à inferioridade espiritual, dos que procuram fazer lume em suas almas, dos que ensaiam os primeiros vôos rumo ao infinito.
Esperemos pelo Senhor e seremos libertados se soubermos usar com regularidade os remédios sabiamente prescritos por Jesus em seu Evangelho:
Para a dor da mágoa - esquecimento.
Para a asfixia do ódio - amor.
Para a febre da vingança - perdão.
Assim, livres de mais sofrimentos e de novos recomeços, poderemos dizer: Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de ânimo sereno e que já aprenderam a amar e perdoar.

FELINTO ELÍZIO DUARTE CAMPELO é escritor (autor de O PULO DO GATO - São Paulo: DPL Editora) e articulista espírita.

(Jornal dos Espíritos - o seu jornal espírita na internet)



Deixo-os agora na quase certeza de que vocês tirarão este fim de semana para ler esses textos, meditar sobre seu conteúdo e absorver a sua essência.
Fiquem em paz, com o pensamento sempre em prece.

terça-feira, junho 26, 2007

Te Ofereço Paz

É uma boa coisa a se oferecer. Vamos fazer isso juntos?

Considerações em torno de dois temas



Oil Paintings Classic Figures



Ah! tenho tantos artigos e poemas aqui, diante de mim que sinto dificuldade de escolher o que é mais interessante para compor este post de hoje. Como faz algum tempo que não falo de poesia, começo com um inspirado soneto de Leda Yara, nossa irmã de fé, que possui um generoso e belo repertório de poemas.

COM SEQÜÊNCIA
Lêda Mello
O dia nasce e assim chega a vida
voltando à Terra com jeito criança.
Sonhos infantis na cor da esperança,
feito balões na manhã colorida.
Sol do meio dia, minha juventude
alçando vôo rumo à liberdade.
Declina a tarde e a maturidade
ganha da vida ares de plenitude.

Que eu possa, quando a noite definida,
olhando além, na janela da vida,
sem mágoas, contemplando o meu passado,
partir serena, na grande viagem
levando, apenas, na minha bagagem
a luz do amor que eu haja semeado.
Arapiraca (AL) - Brasil, 20.06.2007
E mais:
Quero voltar a confiar

(içami tiba)


Fui criado com princípios morais comuns:
quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração.

Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto:
inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades.

Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror.
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão; pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiotapagar dívidas em dia é ser tonto; anistia para corruptos e sonegadores.

O que aconteceu conosco?
Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.

Que valores são esses?
Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano; celulares nas mochilas de crianças.
O que vais querer em troca de um abraço?
A diversão vale mais que um diploma; mais vale uma maquiagem que um sorvete; mais vale parecer do que ser.

Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?

Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores.
Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão.
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho.
Quero a vergonha na cara e a solidariedade.
Quero a esperança, a alegria, a confiança.
Abaixo o Ter, viva o SER.
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como o céu de primavera, leve como a brisa da manhã e definitivamente bela como cada amanhecer!

segunda-feira, junho 11, 2007

Um Conto Espírita

Meio Escondido de Vanda Rodrigues
Olá! Tenho um conto hoje. Não me alongo para não reduzir a expectativa. A autoria é de Leda Flaborea, que contribui belamente com artigos, contos, poemas de sua lavra e poemas por ela psicografados.
Então, à leitura de:
RESSONÂNCIAS AFETIVAS - Um Conto Espírita
Eram dezenove horas e trinta minutos de uma segunda-feira. Nada, até aquele momento, fazia com que ela suspeitasse da mudança programada para sua vida. Entrava tranqüila em uma sala de aula de uma casa espírita que freqüentava há anos, no bairro onde morava. O curso que ia fazer já havia começado e por motivos pessoais não conseguira iniciar junto com a turma. A expectativa em qualquer início de atividade de estudo é sempre normal. Quem seria o expositor? Entrou calma. Ele estava de costas. Cumprimentou-o com um alegre "olá" e ele virou-se. Dois profundos olhos azuis a fitaram e, como se um furacão lhe varresse a mente, se perguntou: "De onde o conheço?" Tinha certeza absoluta de nunca tê-lo visto, pois certamente não esqueceria aqueles olhos. E ele sorriu. A fisionomia se completava e ao invés de serenar seu coração parecia, naquele momento, que o mundo parava.
O tempo se encarrega de apagar lembranças que desejamos, mas também se encarrega de nos colocar novamente na mesma ciranda para que aprendamos a rodar juntos, em uníssono com o Universo. E ali estava ele, colocado diante dela sem que um soubesse qual lembrança estava acontecendo na mente do outro. A imagem de hoje esvaneceu-se e à sua frente surgiu, como em imensa tela de cinema, o púlpito majestoso e nele a inconfundível figura de Monsenhor Renard. Parecia que todo poder e toda glória da Igreja se resumiam naquele homem. Quando falava, suas palavras percorriam a imensa nave, envolvendo cada um que ali estava.
A jovem Stella se sentia pequena, frágil e absolutamente impotente diante daquela fortaleza. Ele a dominava somente com o som da sua voz. Que poder era aquele que lhe tirava suas forças e não a deixava raciocinar, ponderar, e buscar em Deus o fortalecimento necessário para fugir daquele jugo? E que Deus era aquele que não afastava de sua vida aquele homem? Como era difícil para ela cumprir seus deveres cristãos, pois não conseguia paz para isso! Sedução era a palavra que ela não conseguia pronunciar, mas era a que traduzia, sem sombra de dúvida, o que acontecia com ela. O pregador silencia e ela se deixa ficar onde está. Estática.
A nave central se esvazia e ela sequer dá-se conta disso. Quando quis se levantar u'a mão estendida lhe ofereceu apoio. Era Monsenhor Renard. Olhar profundo, envolvente, cravando em seu coração (...) Ele vinha buscá-la a fim de, mais uma vez, tê-la sucumbida em seus braços. Dois amantes ensandecidos, vítimas de seus próprios desejos. Ela, sem poder dizer não, sem conseguir resistir; ele, não querendo abrir mão de seu poder de sedução. Conhecia seu poder sobre ela. Sabia do seu poder sobre todos.
Corações enfermos, em mentes desarvoradas, trazem sofrimento para si próprios e o espalham ao seu redor, envolvendo a todos que lhes cruzam o caminho ou que partilham com eles a jornada evolutiva. Paixões incontidas, levando a desatinos e permitindo sintonias de baixo padrão vibratório atraem, sem pudores, entidades que gravitam na mesma atmosfera fluídica. Viciações, desequilíbrios, abandono, a busca da morte como saída daquele inferno. No horror da vilania sofrida, envolta no ódio da humilhação sentida, e no abandono de quem não tem na vida a não ser o objeto amado, de quem não se vê, de quem não se ama, de quem não se sente como individualidade, precisando gravitar ao redor de outrem para ter um objetivo, Stella pôs fim a uma existência que poderia ter sido proveitosa e benéfica para si e para os outros.
Sentimento de ódio e desejo de vingança nortearam a vida desse Espírito durante dezenas de anos. Mas, a bondade de Deus nos concede inúmeros recursos de reabilitação e de fortalecimento para isso. O tempo, correndo célere, é nosso aliado e a benção do esquecimento nos alcança quando somos solicitados a retornar à experiência terrena. Encontros e reencontros se sucedem e assim vamos aprendendo a valorizar a vida e as oportunidades de trabalho para nosso crescimento.
A imagem antiga se apaga e a figura do expositor volta a ocupar a sua visão. Num átimo de segundo ela compreendeu. Mas e os sentimentos antigos, onde ficaram? O que aconteceu para que hoje, ela não os sentisse mais? Coração acelerado, a tentativa de disfarçar o que estava acontecendo, o receio de ser pega nessa inquietação, mas principalmente o temor de que ele também se lembrasse, fizeram com que lentamente retornasse à serenidade. A Natureza não dá saltos e, assim, só nos é dado conhecer o que podemos compreender.
Apresentações, votos de boas vindas, companheiros de curso chegando, tudo isso propiciou um retorno ao equilíbrio dessa criatura verdadeiramente perplexa diante do que acabara de vivenciar. Novos conhecimentos, estudos mais profundos, vão nos dando as condições de melhor entendermos o que nos acontece e o que acontece ao nosso redor. O que parecia anormal, milagroso ou sobrenatural, nos surge agora como normal, pois que faz parte das leis naturais. E, apesar de toda lembrança experimentada, ele era, naquele momento, o único homem a quem ela confiaria seu coração.
Semanas se sucedem e a camaradagem toma conta de todos naquela sala. Tempo produtivo de aprendizagem e esclarecimentos. Oportunidades benditas de colocar em prática o que se aprende vão surgindo a cada dia na vida de todos. Uma aparente confiança entre ela e o expositor parecia prenunciar que tudo estava muito bem.
Um dia, companheiros de classe descobriram a data do aniversário dele. Natural alegria tomou conta de todos e, tal qual alunos querendo agradar o mestre, preparam para ele festa surpresa. Alegria, risos, abraços amorosos de quem é grato a alguém que se afasta do aconchego do lar, e que vem abnegadamente ajudar os que buscam aprender. Ela também se aproximou para abraçá-lo e, ao fazê-lo, viu o medo que aquela aproximação física causava a ele. O coração dele acelerou e gentilmente a afastou. Ignorava ele o porquê da sua atitude, o que lhe causara temor. Não era dado a aventuras amorosas, mas o quê o levou a afastá-la de si? O gesto o agradou! O contato físico acalentou seu coração naquele momento. O que estava acontecendo com ele?
A noite, amiga silenciosa, nos surpreende muitas vezes com lembranças as quais nem nos apercebemos estarem em nossa mente. Veladas, silenciosas, vão chegando lentamente a esse coração inquieto. Armand. É esse seu nome. Antes, Renard. Um professor pacato e tímido. Uma praça , e no meio dela aquela mulher brilha. Dança, canta e representa com o grupo de artistas mambembe que recolhe da caridade alheia, em cada cidade que se apresenta, o seu sustento. Naquele momento, para ele, o tempo parou. Pela primeira vez aquele pacato homem sentiu que estava vivo e a única coisa que desejava era estar para sempre ao lado de Teresa. Antes Stella.
Os companheiros partiram maldizendo a perda daquela que na verdade era a responsável pela existência do grupo. Não que fossem talentosos, muito pelo contrário; mas, a beleza e a força sensual de Teresa dava a eles sempre o que comer durante alguns dias, após cada apresentação. Como a maioria das mulheres, a artista queria apenas ser mulher. O abandono do grupo foi inevitável. O casamento com Armand, a alegria dos primeiros tempos, a tristeza dos filhos que não vinham, os cuidados com a casa, a monotonia, as dificuldades financeiras. O viço da vida despreocupada, que antes atraia muitos homens, começa a dar os primeiros sinais de desaparecimento. Teresa amava seu marido, mas a preocupação dele era sempre com seus alunos, como se ele precisasse conduzi-los, constantemente, ao caminho reto. Armand sentia uma espécie de remorso, de culpa, que não entendia, em relação a todos seus alunos e, por incrível que pareça, também por Teresa. Daí realizar todos os seus desejos. Mas ela queria mais.
O Espírito dela se inquieta. O desejo de novidades, de quem percorre o mundo na alegria da vida irresponsável, começa a tomar conta de sua mente. Mas, ela ama seu marido e sabe que ele também a ama! Onde a razão dessa insatisfação? Por que esse amor não a alegra mais? Por que esse desejo de ir além, mesmo sabendo que pode feri-lo moralmente, magoá-lo?
Sintonizamos sempre com o que nos afinamos. E outros homens chegaram na vida de Teresa. Presentes que ela dizia ter recebido de amigas. Jóias que escondia para não serem vistas. Armand sabia, pois conhecia sua mulher; mas também a amava e sobretudo se sentia culpado por ela ter mudado assim. E essa sensação de culpa que nunca o abandonava fazia com que a perdoasse sempre. Ele tinha certeza que um dia ela voltaria para ele e que poderiam ser felizes, um ao lado do outro.
O sobressalto, o corpo molhado, a respiração ofegante. Assim ele acorda como que saído de um turbilhão. As idéias parecem não ter lógica e ele demora longos minutos para retornar ao domínio de sua mente. Minutos demorados e benditos que permitiram àquele coração inquieto compreender a razão do seu medo. A lembrança do passado chega a ele, agora, com toda força e com todas as emoções que acompanharam os fatos. Sabia de Renard e Armand, não ignorava mais Stella e Teresa, todos personagens vivos de vidas vividas e sofridas. Mas, bendita seja essa dor que proporciona crescimento, quando podemos aceitá-la como forma do Amor de Deus às Suas criaturas.
O conhecimento que vamos adquirindo a cada experiência vivida nos faz entender que nada dá saltos. Cada etapa da evolução espiritual que experimentamos nos conduz com segurança para a seguinte. Assim, mais preparados e mais atentos, vamos cumprindo todas elas, queiramos ou não. Como vivemos, assim morremos. O tumulto que criamos dentro de nós acaba sempre nos levando a desligamentos corporais de grande dor. Respiramos a mesma atmosfera aqui e lá. Espíritos renitentes insistimos em continuar ignorando as leis amorosas que nos regem a conduta. Tateamos, qual cegos, na busca de sentir o que nosso Espírito materializado procura, através do corpo. E, sem condutor seguro, nos perdemos, quase sempre, em labirintos tortuosos que não nos permitem enxergar a saída .
Segunda-feira, dezenove horas e trinta minutos. Ela entra na sala. É sempre a primeira a chegar. Pela primeira vez, durante tantas semanas, ele não aparece. Um substituto é enviado para continuar os trabalhos. Nós paramos, o Plano Espiritual não.
A busca de ajuda através do Evangelho de Jesus e o conforto da prece realizam milagres dentro de nós. Nos fortalecemos para os embates que nos chegam a cada momento e a Misericórdia Divina se faz presente em nossas vidas através do sono reconfortante. Espíritos libertos buscam encontrar afins. Amigos Invisíveis conduzem esses dois corações ao encontro tão necessário. Lágrimas, sorrisos, e o abraço amoroso sem medo unem as duas almas. Compromissos anteriores se cumprem e o amor desvairado e egoísta, que tanto sofrimento lhes trouxe, surge transformado sob a forma de perdão e esquecimento das faltas. Todo amor sublimado resplandece no trabalho do Bem, e espalha ao redor daquele que ama uma atmosfera de paz e confiança que não se consegue esconder. Sempre foi assim e para sempre será. A capacidade de perdoar de cada um é muito maior do que sua vontade de colocar em movimento essa usina de amor.
Segunda-feira, dezenove horas e trinta minutos. Ela entra na sala. É sempre a primeira a chegar. Ele lá está, de costas. Um alegre "olá" o obriga a voltar-se. Seus olhos se encontram. Nada os perturba. O tempo não parou, o coração não acelerou. Apenas paz e entendimento habitam aqueles corações. Eles voltaram a estar juntos, caminhando a mesma estrada, buscando o mesmo fim. Um amor imenso os une agora, para sempre, porque verdadeiro. Ela entrega a ele um livro com delicada dedicatória: "Querido irmão, tenha certeza de que estamos juntos por uma razão muito forte: auxiliar o próximo, pelo amor de Jesus. Um abraço fraterno e muita paz." Não havia assinatura, não havia endereçamento. Que nomes colocaria? Armand estava certo. Um dia estariam juntos, para sempre.

LEDA MARIA FLABOREA ledaflaborea@uol.com.br
(Publicado no Jornal Espírita de Agosto de 2006 - órgão informativo da Federação Espírita do Estado de SP).

terça-feira, maio 29, 2007

Tecendo considerações

Oil painting /A boy portrait


Estive aqui em março e já estamos saindo de maio. Andei ocupada com mudança de apartamento. Alojada, agora, e adaptada, volto às visitas regulares com temas novos, artigos interessantes, pequenos contos, a maior variedade de assuntos que possam interessar ao maior número possível de leitores, declarados ou não.


Ah! tenho que escolher entre as contribuições que recebo de gente amiga. Vejamos:


MARCAS NO CORAÇÃO

Você já sentiu, alguma vez, a dor causada por uma pancada na quina da mesa, da cama, ou de outro móvel qualquer? Sim, aquela pancada que quase nos faz perder os sentidos e deixa um hematoma no corpo? No princípio surge uma marca avermelhada, depois arroxeada,e vai mudando de cor até desaparecer por completo. Geralmente o local fica dolorido e, sempre que o tocamos, sentimos certo desconforto. A marca permanece por um tempo mais ou menos longo, conforme o organismo. Agora, imagine se, por distração, você bate novamente no mesmo lugar do hematoma. A dor é ainda maior e a cor se intensifica. Se isso se repetisse por inúmeras vezes, o problema poderia se agravar a tal ponto, que a lesão se converteria num problema mais grave. Com a mágoa acontece algo semelhante, com a diferença de que a marca é feita no coração e é causada por uma lesão afetiva. No primeiro momento, a marca é superficial, mas poderá se aprofundar mais e mais, caso haja ressentimento prolongado. Ressentir quer dizer sentir outra vez e tornar a sentir muitas e muitas vezes. É por isso que o ressentimento vai aprofundando a marca deixada no coração. Como acontece com as lesões sofridas no corpo, repetidas vezes, no mesmo lugar, também o ressentimento pode causar sérios problemas a quem se permite o ressentir continuado.Se um hematoma durasse meses ou anos em nosso corpo, a possibilidade de se transformar em câncer seria grande. Isso também acontece com a mágoa agasalhada na alma por muito tempo. A cada vez que nos lembramos do que motivou a mácula no coração, e nos permitimos sentir outra vez o estilete na alma, a mágoa vai se aprofundando mais e mais. Além da possibilidade de causar tumores, gera outros distúrbios nas emoções de quem a guarda no coração. Por todas essas razões, vale a pena refletir sobre esse mal que tem feito muitas vítimas. Semelhante a um corrosivo, a mágoa vai minando a alegria, o entusiasmo, a esperança, e a amargura se instala. Silenciosa, ela compromete a saúde de quem a mantém e fomenta ódio, rancor, inimizade, antipatias. Muitas vezes, a mágoa se disfarça de amor-próprio para que seu portador consinta que ela permaneça em sua intimidade. E, com o passar do tempo, ela se converte num algoz terrível, mostrando-se mais poderosa do que a vontade de seu portador em eliminá-la. De maneira muitas vezes imperceptível, a mágoa guardada vai se manifestando numa vingançazinha aqui, numa traiçãozinha ali, numa crueldade acolá. E de queda em queda a pessoa magoada vai descendo até o fundo do poço, sem medir as conseqüências de seus atos. Para evitar que isso aconteça conosco, é preciso tomar alguns cuidados básicos. O primeiro deles é proteger o campo das emoções, fortalecendo as fibras dos nobres sentimentos, não permitindo que a mágoa o penetre. O segundo é tratar imediatamente a ferida antes que se torne mais profunda, caso a mágoa aconteça. O terceiro é drenar, com o arado da razão, o lodo do melindre, que é terreno propício para a instalação da mágoa.É importante tratar essa suscetibilidade à flor da pele, que nos deixa extremamente vulneráveis a essas marcas indesejáveis em nosso coração, tornando-nos pessoas amargas e infelizes.
Pense nisso!
Agasalhar ódio, mágoa ou rancor no coração é o mesmo que beber veneno com a intenção de matar o nosso agressor. Pense nisso e não permita que esses tóxicos se instalem em seu coração.

(TC 13/10/2006)

(Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita)

Para finalizar, recitemos juntos essa comovente oração:

ORAÇÃO DE PAZ

Em tudo o que ames
Deus te conduza.
Com quem vivas
Deus te aperfeiçoe.
No que saibas,
Deus te aproveite.
Onde fales
Deus te inspire.
No que faças
Deus te esclareça.
Em tudo o que peças,
Deus te dê o melhor.

EMMANUEL

domingo, março 11, 2007

Aproximação da Páscoa


Há algum tempo não venho aqui. Problemas passageiros que estão sendo solucionados.
Com a aproximação da Páscoa, porém, senti necessidade de visitar os amigos e deixar uma contribuição para a compreensão da posição espírita relativa ao significado da Páscoa.
Trata-se de um texto colhido em O Observador:

PÁSCOA - COMEMORAR OU NÃO? - BY - LILIAN SATURNINODA SILVA

Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.
Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus? Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para "marcar" a data, como fazem as demais religiões ou filosofias "cristãs". Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.
O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso. Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.
A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: "Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus." Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma "comemoração", na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi "aproveitar-se" do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à "imolação" de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.
Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do "pesah", uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à "festa dos ázimos", uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado "êxodo" (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia. Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.
Mas há outros elementos "evangélicos" que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao "martírio", ao sofrimento de Jesus - tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) -, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus. No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter "subido aos Céus" em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os "eleitos" no chamado "juízo final". Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separá justos e ímpios.
A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a "competência" ou a "qualificação" de todos os Espíritos. Com "tantas oportunidades quanto sejam necessárias", no "nascer de novo", é possível a todos progredirem. Mas, como explicar, então as "aparições" de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa? A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus - como se fosse o jardineiro - após ver a lápide removida, "para onde levaram o corpo do Raboni", podemos estar diante da "materialização", isto é, a utilização de fluido ectoplásmico - de seres encarnados - para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam "visto" Jesus, de que ele só acreditaria, se "colocasse as mãos nas chagas do Cristo". E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.
A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos "nossos" pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para "nos salvar", dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os "bíblicos" Adão e Eva, no Paraíso. A presença do "cordeiro imolado", que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o "filho de Deus", está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam - em cores vivas - as fases da via sacra. Esta tradição judaico-cristã da "culpa" é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande - e última lição - de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que "permaneceria eternamente conosco", na direção bussolar de nossos passos, doravante.
Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a Verdadeira evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar "coordenando" o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.
Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de "sermos deuses", "fazendo brilhar a nossa luz". Comemore, então, meu amigo, uma "outra" Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.
Fonte: Diretor de Política e Metodologias de Comunicação, da Abrade (Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo) e Delegado da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana) para a Grande Florianópolis-SC.

Autor: O OBSERVADOR Fonte: O OBSERVADOR

sexta-feira, janeiro 12, 2007

DOENÇAS ESPIRITUAIS

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O DESAFIO DAS DOENÇAS ESPIRITUAIS

Dr Nubor Orlando Facure


A Medicina humana não admite a existência do Espírito, não reconhecendo, conseqüentemente, as doenças espirituais. No passado, porém, durante séculos, o Espírito era considerado causa de doenças, principalmente na loucura onde parecia evidente seu parentesco com o mal. Quando a Medicina começou a descobrir a fisiologia mecanicista dos fenômenos biológicos, excluiu dos meios acadêmicos a participação da alma, inclusive na criação dos pensamentos, que passaram a ser vistos como secreção do cérebro? e as doenças mentais, como distúrbios da química dos neurônios.

O médico espírita que pretender retomar, nos dias de hoje, a discussão sobre as doenças espirituais precisa expurgar, em primeiro lugar, a demonização das doenças, um ranço medieval que ainda contamina igrejas e repugna o pensamento médico atual.

A medicina moderna aprendeu a ajuizar sintomas e os desvios anatômicos, usando sinais clínicos para fazer as classificações das doenças que conseguiu identificar. Para as doenças espirituais, porém, fica faltando conhecer o lado de lá de cada paciente para podermos dar um diagnóstico correto para cada necessitado. Já no século XVII, Paracelso atribuía causas exteriores ou perturbações internas aos doentes mentais, destacando os lunáticos (pela interferência das fases da Lua), os insanos (pela hereditariedade), os vesanos (pelo abuso de bebidas ou mau uso de alimentos) e os melancólicos (por um vício de natureza interna).

Para doenças espirituais também percebemos causas externas e internas. Por enquanto, nossa visão parcial nos permite apenas uma proposta onde contém as possíveis causas da doença espiritual, sem o rigor que uma avaliação individual completa exigiria, adotando-se para tanto a classificação: doenças espirituais auto-induzidas (por desequilíbrio vibratório e auto-obsessão), doenças espirituais compartilhadas (por vampirismo e obsessão), mediunismo e doenças cármicas.


Doenças Espirituais auto-induzidas

Por desequilíbrio vibratório

O perispírito é um corpo intermediário que permite ao espírito encarnado exercer suas ações sobre o corpo físico.Sua ligação é feita célula a célula, atingindo a mais profunda intimidade dos átomos que constitui a matéria orgânica do corpo físico. Esta ligação se processa pelas vibrações de cada um dos dois corpos (físico e espiritual ) cujo ajuste exige uma determinada sintonia vibratória. Como o perispírito não é prisioneiro das dimensões físicas do corpo de carne, podendo manifestar suas ações além dos limites do corpo físico pela projeção dos seus fluidos, a sintonia e a irradiação do perispírito são dependentes unicamente das projeções mentais que o espírito elabora, do fluxo de idéias que construímos. De maneira geral, o ser humano ainda perde muitos dos seus dias comprometido com a crítica aos semelhantes, o ódio, a maledicência, as exigências descabidas, a ociosidade, a cólera e o azedume entre tantas outras reclamações levianas contra a vida e contra todos. Como o orai e vigiai ainda está distante da nossa rotina, desajustamos a sintonia entre o corpo físico e o perispírito, causando um desequilíbrio vibratório. Essa desarmonia desencadeia sensações de mal-estar, como a estafa desproporcional a, desajustamos a sintonia entre o corpo físico e o perispírito, causando um e a fadiga sistemática, a enxaqueca, a digestão que nunca se acomoda, o mau humor constante e inúmeras outras manifestações tidas como doenças psicossomáticas Ainda nos dedicamos pouco a uma reflexão sobre os prejuízos de nossas mesquinhas atitudes, principalmente em relação a um comportamento mental adequado.


Por auto-obsessão

O pensamento é energia que constrói imagens que se consolidam em torno de nós. Impressas no perispírito elas formam um campo de representação de nossas idéias. A custa dos elementos absorvidos do fluido cósmico universal. As idéias tomam formas, sustentadas pela intensidade com que pensamos nelas. A matéria mental constrói em torno de nós uma atmosfera psíquica (psicosfera). onde estão representados os nossos desejos. Neste cenário, estarão todos os personagens que nos aprisionam o pensamento pelo amor ou pelo ódio, pela indiferença ou proteção etc. Medos, angústias, mágoas não resolvidas, idéias fixas, desejo de vinganças, opiniões cristalizadas, objetos de sedução, poder ou títulos cobiçados, tudo se estrutura em idéias forma na psicosfera que alimentamos, tornando-nos prisioneiros dos nossos próprios fantasmas. A matéria mental produz a imagem ilusória que nos escraviza. Por caprichos nosso, somos, assim, obsedados pelos nossos próprios desejos.


As doenças espirituais compartilhadas

Por vampirismo

O mundo espiritual é povoado por uma população numerosíssima de Espíritos, quatro a cinco vezes maior que os seis bilhões de almas encarnadas em nosso planeta. Como a maior parte desta população de Espíritos habita as proximidades dos ambientes terrestres, onde flui toda a vida humana, não é de se estranhar que esses Espíritos estejam compartilhando das nossas condutas. Podemos atraí-los como guias e protetores, que constantemente nos inspiram, mas também a eles nos aprisionar pelos vícios como o álcool, o cigarro, as drogas ilícitas, os desregramentos alimentares e os abusos sexuais. Para todas essas situações, as portas da invigilância estão escancaradas, permitindo o acesso de entidades desencarnadas afins. Nesses desvios da conduta humana, a mente do responsável agrega em torno de si elementos fluídicos com extrema capacidade corrosiva desse organismo físico, construindo para si mesmo os germes que passam a lhe obstruir o funcionamento das células hepáticas, renais e pulmonares, cronificando lesões que a medicina considera incuráveis. As entidades espirituais viciadas compartilham dos prazeres do vício que o encarnados lhes favorece e ao seu tempo estimulam-no a nele permanecer. Nesta associação, há uma tremenda perda de energia por parte do encarnado. Daí a expressão vampirismo por ser muito adequada para definir esta parceria.
Por obsessão

No decurso de cada encarnação, a misericórdia de Deus nos permite usufruir das oportunidades que melhor nos convém para estimular nosso progresso espiritual. Os reencontros ou desencontros são de certa maneira planejados ou atraídos por nós para os devidos resgates ou para facilitar o cumprimento das promessas que desenhamos no plano espiritual. É assim que, pais e filhos reencontram-se como irmãos, como amigos, como parceiros de uma sociedade de uma sociedade. Marido e mulher que se desrespeitaram agora se reajustam como pai e filha, chefe e subalterno ou como parentes distantes, que a vida dificulta a aproximação. As dificuldades da vida de uma maneira ou de outra vão reeducando a todos. Os obstáculos que à primeira vista parecem castigo ou punição trazem no seu emaranhado de provas a possibilidade de recuperar danos físicos ou morais que produzimos no passado.

No decorrer de nossas vidas, seremos sempre ganhadores ou perdedores na grande luta da sobrevivência humana.Nenhum de nós percorrerá essa jornada sem ter que tomar decisões, sem deixar de expressar seus desejos e sem fazer suas escolhas. É aí que muitas e muitas vezes contrariamos as decisões, os desejos e as escolhas daqueles que convivem próximo de nós. Nos rastros das mazelas humanas, todos nós, sem exceção, estamos endividados e altamente comprometidos com outras criaturas, também exigentes como nós, que como obsessores vão nos cobrar outros comportamentos, exigindo-nos a quitação de dívidas a que nos furtamos em outras épocas. Persistem como dominadores implacáveis, procurando nos dificultar a subida mais rápida para os mais elevados estágios da espiritualidade. Embora a ciência médica de hoje ainda não a traga em seus registros, a obsessão espiritual, na qual uma criatura exerce seu domínio sobre a outra, é, de longe, o maior dos males da patologia humana.


Por mediunismo

São os quadros de manifestações sintomáticas apresentadas por aqueles que, incipientemente, inauguram suas manifestações mediúnicas.Com muita freqüência, a mediunidade se manifesta de forma tranqüila e é tida como tão natural que, o médium, quase sempre ainda muito jovem, mal se dá conta de que o que vê, o que percebe e o que escuta de diferente são comunicações espirituais. Outras vezes, os fenômenos são apresentados de forma abundante e o principiante é tomado de medos e inseguranças, principalmente, por não saber do que se trata. Em outras ocasiões, a mediunidade é atormentada por espíritos perturbadores e o médium se vê ás voltas com uma série de quadros da psicopatologia humana, ocorrendo crises do tipo pânico, histeria ou outras manifestações que se expressam em dores, paralisias, anestesias, "inchaço" dos membros, insônia rebelde, sonolência incontrolável etc. Uma grande maioria tem sintomas psicossomáticos e se sente influenciada ou acompanhada por entidades espirituais. São médiuns com aptidões ainda acanhadas, em fase de aprendizado e domínio de suas potencialidades, uma tenra semente que ainda precisa ser cultivada para se desabrochar.


Por doenças cármicas (compromissos adquiridos)

A doença cármica é, antes de mais nada, uma oportunidade de resgate e redenção espiritual.Sempre que pelas nossas intemperanças desconsideramos os cuidados com o nosso corpo e atingimos o equilíbrio físico ou psíquico do nosso próximo, estamos imprimindo esses desajustes nas células do nosso corpo espiritual. É assim que, na patologia humana, ficam registrados os quadros de lupus que nos compromete as artérias, do pênfigo que nos queima a pele, das más-formações de coração ou do cérebro, da esclerose múltipla que nos imobiliza no leito ou das demências que nos compromete a lucidez e nos afasta da sociedade.

Precisamos compreender que estas e todas as outras manifestações de doença não devem ser vistas como castigos ou punições. O Espiritismo ensina que as dificuldades que enfrentamos são oportunidade de resgate, as quais, com freqüência, fomos nós mesmos que as escolhemos para acelerar nosso progresso e nos alavancar da retaguarda, que às vezes nos mantém distantes daqueles que nos esperam adiante de nós. Mais do que a cura das doenças, a medicina tibetana, há milênios, ensinava que médicos e pacientes devem buscar a oportunidade de iluminação. Os padecimentos pela dor e as limitações que as doenças nos trazem sempre possibilitam o esclarecimento, se nos predispusermos a buscá-lo. Mais importante do que aceitar o sofrimento numa resignação passiva é tentar superar qualquer limitação ou revolta, para promovermos o crescimento espiritual através desta descoberta interior e individual.



Artigo extraído do Jornal Espírita - julho de 2004 - Editado pela Federação Espírita do Estado De São Paulo (Feesp), pág. 5

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Vamos estudar?


Inaugurando janeiro com um convite: Vamos estudar?


A Utilidade e Necessidade da Vibração

(Do Informativo ComCiência Ano 1 n° 5, Julho/Agosto de 2006, http://br.groups.yahoo.com/group/comcienciaespirita/)

Na literatura espírita, encontramos diversos exemplos que mostram a importância da vibração nas tarefas dirigidas pela espiritualidade. O termo vibração, embora muito utilizado atualmente, tem sido expresso de diferentes maneiras, tais como: forças mentais, raios mentais, energias psíquicas, raios vitais, raios ectoplásmicos, forças ou energias ectoplásmicas, magnetismo humano, forças magnéticas, raios, ondas.

Com relação à utilidade geral das vibrações, importantes esclarecimentos são dados no livro Missionários da Luz. Já, no primeiro capítulo, André Luiz1, relatando uma reunião mediúnica, diz que *As energias dos encarnados casavam-se aos fluidos vigorosos dos trabalhadores de nosso plano de ação, congregados em vasto número, formando precioso armazém de benefícios para os infelizes, extremamente apegados às sensações fisiológicas*.
Seguindo no capítulo 17, nos informam que *Com os raios de energia, de variada expressão emitidos pelo homem encarnado, podemos formar certos serviços de importância para todos aqueles que se encontrem presos ao padrão vibratório do homem comum*.

Percebemos que a vibração dos encarnados é importante e é utilizada pelos trabalhadores do plano espiritual para o tratamento de irmãos necessitados, principalmente aqueles que estejam num padrão vibratório semelhante ao nosso. Outro relato que reforça a importância da vibração nos foi dado pela espiritualidade dirigente da reunião de Ectoplasmia2, no Grupo Espírita de Fraternidade Albino Teixeira, em Belo Horizonte. Eis:

*Nós agradecemos a cada mente presente, a cada coração (...) que bateu mais forte; a cada um que fez a prece. Temos certeza de que muitos receberam preces direcionadas a seres distantes, encaminhadas àqueles que sofrem; preces direcionadas a diversos enfermos de todas as espécies (...) aguardando essas vibrações (...) para seu fortalecimento, para que possam prosseguir em sua jornada, conquistando seu equilíbrio, conquistando a sua lucidez, conquistando seu reerguimento e do seu perispírito, muitas vezes prejudicado, por atos impensados, por vícios insanos (...) recuperando a cada um, em suas dores mais profundas.*

Um uso importante da vibração é na adaptação de espíritos ao plano espiritual. Muitos irmãos, ao desencarnar, trazem um padrão vibratório muito baixo e não conseguem se adaptar facilmente ao novo ambiente. Seria comparável a uma pessoa que nunca escalou montanhas altas e, ao fazer isso pela primeira vez, tivesse enormes dificuldades com o ar rarefeito e a baixa pressão. As vibrações dos encarnados beneficiam esta adaptação, conforme poderemos observar no relato a seguir, do livro Os Mensageiros, no capítulo 48:

*Grande número de criaturas, porém, na passagem para cá, sentem-se possuídas de "doentia saudade do agrupamento", como acontece, noutro plano de evolução, aos animais, quando sentem a mortal 'saudade do rebanho'. Para fortalecer as possibilidades de adaptação dos desencarnados dessa ordem ao novo 'habitat' o serviço de socorro é mais eficiente, ao contacto das forças magnéticas dos irmãos que ainda se encontram envolvidos nos círculos carnais. (...) E, designando a grande assembléia de necessitados, continuou: - Os irmãos, nas condições a que me refiro, ouvem-nos a voz, consolam-se com o nosso auxílio, mas o calor humano está cheio dum magnetismo de teor mais significativo para eles. Com semelhante contacto, experimentam o despertar de forças novas*.

Em uma reunião de desobsessão na Fraternidade Espírita Irmãos Jacó e Mateus, em Belo Horizonte, segundo o relato de uma médium, ela foi levada, em desdobramento, para um outro andar da casa, no plano espiritual. Lá, havia muitas pessoas com as mentes cristalizadas, fixadas, na condição que possuíam enquanto encarnadas e não queriam despertar para a nova realidade. As vibrações de todos eram direcionadas para aquelas pessoas.

Ainda na reunião citada antes, a equipe espiritual disse à médium que cada tipo de vibração era utilizado em diferentes casos. A médium teve a impressão de que a espiritualidade filtrava as vibrações enviadas para o tratamento daqueles irmãos. No livro Nos Domínios da Mediunidade, encontramos informações que reforçam a idéia da existência de tipos diferentes de energias liberadas pelos encarnados e que servem, portanto, para variados fins. É mencionado no livro que *Todas as criaturas, porém, guardam-nas consigo, emitindo-as em freqüência que varia em cada uma, de conformidade com as tarefas que o Plano da Vida lhes assinala*

Luiz Gonzaga Pinheiro, no livro O Perispírito e Suas Modelações, relata no capítulo 43 a necessidade de que a espiritualidade filtre as energias provenientes dos encarnados, pois, muitas vezes, se encontram comprometidas devido ao *regime alimentar excessivamente carnívoro, ao uso de alcoólicos, temperos picantes e outros vícios mentais e materiais*.

A vibração possui variadas aplicações que não poderíamos detalhar em um único artigo. Concluímos esta matéria citando alguns outros usos a seguir: Materialização de espíritos, de quadros e de objetos acessórios no plano espiritual, em auxílio ao trabalho de desobsessão; Auxílio direto aos pacientes desencarnados e encarnados e, em alguns casos, inclusive aos tarefeiros da equipe espiritual; Reestruturação dos perispíritos das entidades comunicantes, que se apresentavam mutilados, feridos e até sem a forma humana.

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Vamos ler, refletir, comentar, pedir elucidação de alguns pontos se for o caso As fontes existem.
Sem precipitação de entender tudo de uma vez. Com paciência e atenção.

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Enecerremos o estudo de hoje com a mensagem:

Ante as dificuldades do caminho e as rudes provas da evolução, resguarda-te na prece ungida de confiança em Deus, que te impedirá resvalar no abismo da revolta.
Um pouco de silêncio íntimo e de concentração, a alma em atitude de súplica, aberta à inspiração, eis as condições necessárias para que chegue a apaziguadora resposta divina.
Cria o clima de prece como hábito, e estarás em perene comunhão com Deus, fortalecido para os desafios da marcha.

(De "Vida Feliz", de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)__________________